“O consumidor de energia do futuro
Após
funcionar por mais de um século praticamente da mesma maneira como foi
concebido por Thomas Edison no final do século XIX, o setor elétrico,
finalmente, vem passando por profundas transformações. Se analisarmos pela
perspectiva do consumidor, esta será a década da disrupção. Em nenhum momento,
nos últimos 30 ou 40 anos, vimos um consumidor tão envolvido e ativo no cenário
da energia quanto agora. A pesquisa Navigating The Energy Transition Consumer
Survey (ou Navegando na Transição Energética, em tradução livre), realizada
neste ano pela consultoria internacional EY com consumidores distribuídos em 17
países, incluindo o Brasil, apontou quatro grandes tendências que estão
pautando a transição energética.
A
primeira é a descarbonização da economia, caracterizada pela busca por fontes
renováveis, transporte elétrico, prédios inteligentes e tecnologias
habilitadoras, como são as baterias de longa duração que permitem armazenar
energia.
A
segunda é a digitalização, fator de especial relevância por possibilitar que as
relações de consumo sejam horizontais e fluidas, eliminando a necessidade de
intermediários e dando vez ao uso de redes e aplicativos. Grande exemplo é o
caso dos serviços financeiros, que praticamente eliminaram a necessidade de
bancos físicos.
A
próxima tendência, também viabilizada pela digitalização, é a descentralização.
Especialmente nesse tópico, tivemos avanços importantes em nosso país, como foi
o caso do marco legal da micro e minigeração distribuída (Lei 14.300/2022. A
nova lei, cuja aprovação se deu com apoio decisivo da Proteste, conferiu
segurança jurídica aos consumidores que produzirem a própria energia que
utilizam a partir de fontes renováveis, como a solar, eólica e hídrica.
Finalmente,
a última tendência é a democratização, com a voz do consumidor sendo mais ativa
junto a todos os fornecedores de serviços públicos, inclusive os de energia.
Há
aproximadamente uma década, a experiência de consumo de eletricidade resumia-se
à mera utilização do insumo com o posterior pagamento da fatura. O usuário,
antes posicionado no fim da cadeia de valor, passou a ocupar papel cada vez
mais positivo. Por essa razão, vem sendo classificado pelos pesquisadores como
“ominisumer”, um novo tipo de consumidor que assume um papel de liderança na
transição energética.
Esse
ator em ascensão, que é justamente o consumidor do futuro, pertence às gerações
Y e Z, maior grupo demográfico do mundo, e tem preferências totalmente
diferentes das de seus pais e avós. É mais engajado, propenso a monitorar o
consumo frequentemente e a preferir opções de pagamento antecipado ou de acordo
com o uso. Isso já ocorre nos setores de transporte e hospedagem, e, em breve,
deverá impactar o setor elétrico.
Se
quisermos pensar no futuro, devemos enxergar com as lentes das próximas
gerações, e não apenas com a perspectiva do presente. O desejo dos consumidores
por opções de energia que ofereçam maior personalização, escolha e controle
tende a remodelar as bases da experiência energética, o que inclui as
principais premissas que sustentam as opções de tarifas, cobrança e pagamento.
Precisaremos
de soluções tecnológicas mais flexíveis, assim como de novas plataformas de
engajamento digital e pacotes de opções para fornecer aos consumidores escolhas
mais simples e eficazes. A Proteste estará ao lado dos consumidores, dos
reguladores e das concessionárias, participando ativamente da construção desse
futuro tão interessante e inclusivo.”.
(Fábio Pereira Zacharias. CEO da Proteste, em
artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 24 de junho
de 2022, caderno OPINIÃO, página 21).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.domtotal.com,
mesma edição, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo
metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:
“Amor família: dom maior
A
Igreja Católica, por zelo e convicção de que o amor familiar é dom maior,
celebra com o Papa Francisco o 10º Encontro Mundial com as Famílias, em Roma,
nestes dias 22 a 26 de junho de 2022. No amor familiar, inscreve-se um dom
maior, por se tratar de vocação e caminho de santidade. A família é a primeira
escola para inigualáveis experiências na aprendizagem do amor, onde todos são,
igualmente, aprendizes e agentes na missão de ensinar: aprende-se ensinando,
ensina-se aprendendo. Essas dinâmicas que se alicerçam no amor precisam ser
sempre, e cada vez mais, expressas e partilhadas pelas famílias cristãs,
permeando o coração do mundo e a vida da Igreja com a fidelidade incondicional
à vida, dom sagrado e inviolável, em todas as suas etapas, desde a primeira na
concepção até a última, no de declínio com a morte natural.
O amor
familiar carrega a semente vocacional a ser plantada e cultivada no coração de
cada pessoa, fecundando vidas, dando sentido ao caminhar, iluminando horizonte,
mantendo a cadência dos passos sem perder o rumo, mesmo que o percurso tenha
seus “altos e baixos”, conquistas e quedas. A vocação semeada na vida familiar
é fundamento para buscar o bem maior, a proximidade com Deus, na experiência do
seguimento de Jesus Cristo. Compreende-se a urgência de se projetar luzes na
importante e inegociável experiência de se viver em família, especialmente
quando são considerados os desafios humanos, com incidências de vicissitudes da
contemporaneidade. A vivência em família garante, entre limites e
possibilidades, uma modelagem singular indispensável para se avançar no caminho
da santidade de vida, isto é, do bem e do gosto pela justiça, encharcando de solidariedade
fraterna cada gesto. O contexto familiar inspira o ser humano a corresponder à
vocação de ser sempre bom e fazer o bem, dedicando-se cotidianamente à
transformação célere do mundo em um lugar de amor.
Na
família se experimenta singularmente a alegria do amor, mesmo quando são muitos
os limites e percalços. Trata-se de uma experiência alicerçada nos vínculos
construídos, heranças que constituem o ser humano em toda a sua trajetória. É,
pois, tarefa investir na alegria do amor em família, dom maior que possibilita
ouvir o chamado à vida, ao seguimento de Cristo Mestre, definhando parâmetros
ético-morais que balizem a conduta humana. É incontestável a convicção de que o
bem da família é decisivo para o futuro do mundo e da Igreja. Por isso, é
importante priorizar a atenção à realidade das famílias na contemporaneidade,
impactadas por mudanças socioantropológicas que, por vezes, são destrutivas não
se pode desanimar ou desistir da vida familiar. Ao invés disso, o caminho da
espiritualidade, dentre outras importantes experiências, contribui para
enfrentar as adversidades que ameaçam famílias, a exemplo do individualismo
exagerado, que desgasta laços familiares, ilha pessoas, alimenta a ilusão de
que o ser humano pode construir a sua vida movido simplesmente por vontades
imediatas.
A
família sofre com muitos impactos, a exemplo do contínuo ataque à vivência
genuína do matrimônio, em razão de conveniências, contingências ou por simples
falta de sensibilidade. Por isso, os cristãos têm a tarefa missionária de
testemunhar o verdadeiro sentido do matrimônio na sua dimensão sacramental,
vínculo de amor sério e sincero. Um gesto missionário que favorece a superação
das concepções que inferiorizam o matrimônio, descalabros humanos e morais.
Quando se contribui para adequada compreensão a respeito do matrimônio
promove-se experiências que favorecem o relacionamento humano nos parâmetros da
fé cristã, do compromisso com a justiça e com o inegociável sentido da
sacralidade da vida.
O 10º
Encontro Mundial das Famílias é forte interpelação para que se reconheça e se
invista na identidade cristã de contextos familiares, tornando-os, ainda mais,
lugares do amor. Imprescindível na missionária tarefa de qualificar, fecundar e
apoiar o amor familiar é o anúncio do Evangelho. Assim, cada família se torna o
primeiro lugar onde se aprende a fixar o olhar em Jesus Cristo, único Senhor e
Salvador. Pela força do Evangelho de Jesus Cristo, proclamado e testemunhado na
família, a Igreja – família de famílias – se fortalece. E as famílias, quando
vivem do amor de Deus, tornam-se Igreja doméstica. Cada contexto familiar, pela
oração e pela caridade, pode se revestir sempre, e cada vez mais, de amor,
fortalecendo-se na missão de anunciar o Reino de Deus, para levar à sociedade
os valores e princípios inegociáveis do Evangelho, para que a vida se alicerce
no amor, vocação à santidade.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído
com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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