“Como aproveitar as janelas de oportunidade da inovação
Mudanças
em relação a matriz energética, semicondutores, baterias, Inteligência
Artificial (IA), computação quântica, para dar alguns exemplos, estão em voga
nos meios de comunicação, e muito tem se falado em ecossistema de inovação,
empreendedorismo e o estímulo às start-ups como caminho para o desenvolvimento
econômico. As mudanças estão andamento, e o desafio, mesmo difícil, precisa ser
enfrentado.
Nesse
sentido, como pode o Brasil e, em especial, Minas Gerais aproveitarem-se de
possíveis janelas de oportunidade no referido momento de transição tecnológica?
Minas
Gerais tem, historicamente, um papel de grande relevância no desenvolvimento
industrial brasileiro. Para além das características demográficas e geográficas
privilegiadas, a indústria mineira acrescentou, por exemplo, entre 2003 e 2019,
uma média de 29,7% do valor adicionado total do Estado, significativamente acima
da média nacional no período (Fiemg, 2022). Ademais, tem universidades e
centros de pesquisa de referência, além de um parque industrial diversificado.
O potencial para dar um salto adiante existe.
Argumento
aqui, no entanto, que, apesar de ser, sim, uma estrada concreta para o
desenvolvimento, a edificação de um processo realmente inovativo está
alicerçada em condições muito mais complexas do que a euforia desses momentos
de transição tecnológica dissemina.
É
necessário desmistificar o papel da iniciativa individual. O inovador é figura
relevantíssima, entretanto quais são os elementos necessários para provê-lo da
possibilidade de empreender? Há condições logísticas, de financiamento e
incentivo para a alavancagem de um novo produto.
Gostaria,
enfim, de usar um exemplo para salientar meu argumento. Trata-se da Aerotron
(Itajubá-MG), fundada em 1999 por ex-funcionários da Avibras. É um exemplo
concreto de inovação. A empresa destaca-se exportando para a Europa projetos de
proteção balística de aeronaves. Além de já ter provido equipamentos essenciais
para armar o Super Tucano da FAB, recentemente desenvolveu protótipos de
painéis balísticos para o cargueiro KC-390 da Embraer.
No
entanto, a demanda existente no país, agravando-se ainda mais com o corte
recente de investimentos pela FAB, não condiz com a escala necessária para
instalar uma planta no país. Dependendo de insumos importados, na esteira de
desindustrialização e depreciação cambial, tal potencial inovador é
prejudicado.
Com as
eleições se aproximando, é necessário separar o discurso e realidade, essência
e aparência. Para além da retórica, a inovação é resultado de um processo
cumulativo de decisões acertadas. Atingir a fronteira tecnológica é tarefa de
longo prazo e de contínua política de incentivo. As janelas de oportunidade se
fecham. E, como diria o sociólogo Norbert Elias, “quem não sobe cai”. E cair
significa o aumento do desemprego, fome, carestia e criminalidade, em suma, o
subdesenvolvimento.”.
(Gustavo Dall’Agnol. Consultor na D&D
Estratégia e Risco Político Consultoria e Treinamento, em artigo publicado no
jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de setembro de 2022, caderno
OPINIÃO, página 21).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 23 de setembro de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente
integral transcrição:
“Primaverar a cidadania
A
chegada da primavera nestas terras tropicais pode não transmitir impacto
semelhante àquele vivido nas regiões de inverno rigoroso, mas guarda a cadência
de uma beleza que se constrói suavemente e se mantém. Essa beleza não sai de
cena. Revela-se, em alguns momentos, de modo mais suave. Em outros, mais
fortemente, produzindo flores e frutos. Tomada como metáfora, a primavera,
estação em que as belezas se revelam com maior força, precisa inspirar o
momento atual da sociedade brasileira: é tempo de primaverar a cidadania.
Trata-se uma interpelação a ser acolhida por todos que, assumindo a condição de
aprendizes, fecundados pela silenciosa generosidade da Criação de Deus, possam
trabalhar pelo desenvolvimento integral, alicerçado em um novo humanismo.
O
compromisso com a primavera da cidadania ultrapassa a importante dedicação ao
processo eleitoral, à escolha de candidatos. Mas, evidentemente, inclui a
responsabilidade de submeter ao crivo de juízo clarividente as escolhas que
serão efetivadas nas urnas. Afinal, para além de paixões partidárias, é preciso
identificar nomes que possam contribuir para a efetivação da primavera da
cidadania. Agora, o convite especial é para reconhecer que a primavera da
natureza é uma universidade que possibilita muitos aprendizados. Suas lições
convocam à simplicidade que derruba o orgulho e a soberba – alicerces da
violência – ao resgate da doçura revelada no sentido intrínseco de generosidade
- o bem que se faz ao semelhante. Indispensável é ser aprendiz dessa
universidade, para revestir a mente, a razão e o coração com gestos e posturas
que possam produzir os frutos da solidariedade universal e da amizade social.
Primaverar a cidadania inclui, assim, promover o bem com atitudes, desempenhos,
projetos e dinâmicas organizacionais – das realizações mais simples àquelas
mais engenhosas e trabalhosas.
A
promoção do bem pede que cada pessoa respeite princípios humanísticos e
cristãos, para que não sejam perdidos os rumos que levam a reconhecer valores
inquestionáveis e inegociáveis. Preciosas referências estão reunidas na Carta
Magna que fundamenta o adequado exercício da cidadania brasileira, a Constituição
Federal. Chamada de Constituição Cidadã, a Carta Magna inspira a participação
ampla da população na busca pelo bem comum, forjando novos entendimentos. A
aplicação do que determina a Constituição Federal ainda constitui um horizonte
desafiador e buscá-lo é essencial para primaverar a cidadania brasileira. A
Carta Magna brasileira pede adequada interpretação, efetiva e destemida
aplicação, com força transformadora, por respeito ao bem comum, para
impulsionar a justiça, o direito e a verdade, considerando sempre como
prioridade os pobres, indefesos e vulneráveis. A adequada interpretação e
aplicação da Constituição pede qualificação humanística, desmontando posturas
cartoriais e oligárquicas, a partir do compromisso com a igualdade social, em
um caminho que merece, urgentemente, a dedicação dos cristãos.
A
herança cristã bimilenar disponibiliza indicações, princípios e experiências
com força para inspirar o urgente primaverar da cidadania. O apóstolo Paulo,
para exemplificar, lembra que os filhos de Deus foram agraciados pela palavra
da reconciliação. Em um mundo que precisa de paz, os cristãos testemunham a fé
exercendo o serviço da reconciliação, que a inclui a promoção do entendimento,
do diálogo e da ação sapiencial para corrigir rumos – implementar processos que
marcam a sociedade com o sabor do Evangelho. Revisitar a herança cristã é
trilhar o caminho da qualificação humanística, articulando saberes – do
espiritual ao emocional, para garantir lucidez nas muitas frentes de trabalho e
alavancar o bem comum. Uma preciosa indicação de investimento
humanístico-espiritual é deixar-se interpelar, sempre, pela Carta Magna do
cristianismo: o Sermão da Montanha, narrado por Mateus nos capítulos cinco a
sete de seu Evangelho.
Uma
dinâmica formativa essencial para os cristãos, para todos aqueles que se
convencem da necessidade e da urgência de primaverar a cidadania.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade
universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
61
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.