(Setembro = mês 70; faltam 100 meses para a Primavera Brasileira)
“Educação: uma vocação
Refletindo
sobre a educação hoje, concluo que ser educador (a) é ser um vocacionado (a). a
educação exige vocação! Educação é mais que posição social, trabalho, status ou
ocupação... É um ato de amor, compromisso social, crescimento, esperança e
perseverança na vida de toda a raça humana. Em seus escritos, Paulo Freire já
expunha: ‘Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas
transformam o mundo’.
São
tantos os desafios da educação de hoje que, apenas crendo no crescimento, na
transformação e na mudança, é possível persistir nesse árduo caminho. Muitas
vezes, há planos frustrados e expectativas quebradas... Confesso que, com a
situação pandêmica – em que todos tivemos de nos reinventar, e muitos pais
tiveram a oportunidade de entender melhor o papel da escola e do professor –,
imaginei que todos fossem voltar diferentes; afinal, as palavras de ordem,
durante o auge da pandemia, eram resiliência, compreensão, sensibilidade...
Perdoem-me,
porém, a honestidade: parece que essas palavras e compreensões foram apenas
para o período de isolamento. Ao retomar as atividades presenciais, quanta
intolerância – tanto dos alunos quantos dos pais e professores. Quanta
incompreensão! Quantos desarranjos sociais! Quanta violência! O diálogo ficou
na promessa; a resiliência, apenas à frente do computador; a compreensão, nos
fones de ouvido; e a sensibilidade apenas para as catástrofes... Que pena não
termos de fato aprendido com o isolamento, com o distanciamento.
Os
alunos perderam a organização. Perderam a rotina social do convívio, das
relações que exigem flexibilidade. Comem a qualquer hora e momento, e de
qualquer forma. Fazem várias coisas ao mesmo tempo e não concluem nada do que
fazem... sem tolerância aos demais, agridem e são agredidos, verbal e
fisicamente. Não conseguem parar. Assim, não escutam; logo, não absorvem.
Estamos começando novamente. Marco zero!
É... Como
profissional somente, não é possível, não tem como dar conta! É necessária a
vocação, a escuta profunda ao chamado de ensinar e de aprender ensinando; de
compreender melhor esse momento tão complexo pelo qual todos estamos passando.
Apenas acreditando na causa da educação e no quanto ela muda as pessoas, se
prossegue com esperança, criatividade e perseverança. Hoje o ato de educar é
uma ação vocacional, uma resposta de amor a crianças, adolescentes, jovens e
adultos que gritam pelo conhecimento; pelas boas relações; e pela necessidade
de serem melhores e construírem uma sociedade melhor, mais justa e igualitária.
Sedentos
das relações, é na escola que podemos ampliar e aprimorar os conhecimentos. É
na escola que se muda o mundo!”.
(Irmã Eliane Viana. Diretora do Colégio Nossa
Senhora das Dores, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte,
edição de 29 de agosto de 2022, caderno OPINIÃO, página 15).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo, edição e caderno, página 16, de autoria de Gaudêncio
Torquato, escritor, jornalista, professor titular da USP e consultor
político, e que merece igualmente integral transcrição:
“A justiça social
A
área da justiça social vive um ciclo de avanços. A razão tem sido a
demonstração da sociedade organizada em querer participar do processo
decisório. E essa vontade se expressa nos novos polos de poder, representados
por sindicatos, federações, associações, setores, grupos e movimentos. Esse
microuniverso de forças emite sinais de que deseja ver suas demandas atendidas.
E ter maior acesso à Justiça. Trata-se de uma vertente da democracia direta.
De
pronto, emerge uma questão: por que isso ocorre, se temos um sistema
representativo que funciona bem., Senado representando os Estados, Câmara
Federal e Assembleias representando o povo? Resposta: a comunidade nacional
abandona, aos poucos, sua letargia e passa a criar tubas de ressonância que
fazem eco na esfera política.
Um
alerta. Os poderes constitucionais, sob pena de serem execrados pela opinião
pública, precisam incorporar o espírito do tempo, o animus animandi dos
grupamentos sociais. Nem todas as demandas poderão ser atendidas, mas novos
passos precisam ser dados pela representação política, na linha do que sugere o
profeta Zaratustra, de Friedrich Nietzsche: “Novos caminhos sigo, uma nova fala
me empolga. Não quer mais o meu espírito caminhar com solas gastas”.
Dito
isso, faço a primeira constatação. O maior avanço institucional dos últimos
tempos, no Brasil, se dá na esfera do Poder Judiciário e, especificamente, na
seara da Justiça do Trabalho. Constato. O Tribunal Superior do Trabalho inseriu
em sua pauta a defesa dos direitos humanos, em sua plenitude, inserindo na mesa
de debates as questões inerentes à discriminação de gêneros, cores/raças (há
intensas polêmica sobre o conceito de raças), a comunidade LGBTQIA+,
plataformas digitais e as novas formas de trabalho, enfim, o discurso da
contemporaneidade.
A roda
civilizatória, como se sabe, só gira quando um dirigente das estruturas do
poder a faz movimentar. Tem sido assim na história da Justiça do Trabalho.
Passamos
vexames no passado colonial e imperial, quando o índio e o negro foram submetidos
ao trabalho escravo. Até que, no fim do século XVII, o marquês de Pombal aboliu
a escravidão indígena e, em 13 de maio de 1888 – tardiamente, é oportuno frisar
–, a princesa Isabel aboliu a escravidão negra.
De
maneira lenta e gradual, os mecanismos apareceram, como a Lei de Locação de
Serviços, em 1879; o Conselho Nacional do Trabalho, em 1923; também nesse ano,
a Lei Eloy Chaves, que deu início à previdência social e estabilidade aos
ferroviários, a partir de dez anos de serviço; a Lei de Férias, sancionada em
1925 pelo presidente Artur Bernardes; o Código de Menores, sancionado pelo
presidente Washington Luís, em 1926; a sindicalização em massa e a criação de
um amplo conjunto normativo na ditadura Vargas; a instalação da Justiça do
Trabalho, em 1941, e a CLT, em 1943.
Ajustes
foram feitos nas Constituições – 1934/1937 – até chegarmos à Constituição de
1946, que integrou a Justiça do Trabalho ao Poder Judiciário, tirando-a das
asas do Executivo. A Constituição de 1988 consolidou a estrutura do TST, e, nos
anos mais recentes, aperfeiçoamentos foram realizados, com ampliação da
competência da Justiça do Trabalho, mudanças na CLT, requisitos para o
provimento de cargos, entre outros.
Hoje,
vemos o Tribunal Superior do Trabalho elegendo como foco pluralidade,
diversidade, inclusão de grupos historicamente afastados das ferramentas da
Justiça. E essa boa nova ocorre porque a alta Corte da Justiça do Trabalho
concordou em adotar o ideário de um juiz plenamente identificado com o painel
social da atualidade: Emmanoel Pereira.
Trata-se
de um potiguar despojado de vaidades, de linguagem direta, longa vivência nas
searas da justiça, desde seu histórico de mais de duas décadas na advocacia. Um
juiz magnânimo, cuja conversa exprime valores, como coragem, dever,
compromisso, articulação e, sobretudo, sapiência, que, mais do que
conhecimento, é a palavra balizada pelo bom senso e cuidadoso exercício de
hermenêutica jurídica. Lembro a lição de Francis Bacon (“Ensaios”, 1597): o
juiz deve preparar o caminho para uma justa sentença, como Deus costuma abrir
seu caminho elevando os vales e abaixando montanhas”.
Este é um lema que parece
inspirar o TST na aplicação da justiça social.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente
desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário