“O Brasil precisa de educação democrática
No
transcurso dos 200 anos da Independência, 133 da Proclamação da República e 34
da promulgação da Constituição de 1988, marcos de nossa autonomia como nação e
afirmação de nossa democracia, já é tempo de avançarmos em termos de
amadurecimento político. Polarização extremada, truculência verbal,
intolerância e fake News, como se observa de modo crescente há algum tempo,
provocam tensões sociais e pressionam as instituições.
A cada
eleição, como a que se aproxima, não podemos ter a desconfortável sensação de
ruptura. Partidos, ocupantes de cargos eletivos e candidatos, assim como seus
adeptos e eleitores, não podem portar-se como se fossem inimigos. A rigor, são
adversários, na legítima disputa pelo poder e de cujo debate devem brotar e se
desenvolver ideias capazes de solucionar os problemas nacionais.
Infelizmente,
desvirtua-se no país a relação entre os partidos, os Poderes da República, as
autoridades e as pessoas de diferentes ideologias. Há excessivo patrulhamento,
tom de ameaças, acusações e bravatas nem sempre verdadeiras e substituição da
lucidez por ignorância. Tais mazelas refletem-se na campanha eleitoral,
prejudicando a clareza dos discursos e o entendimento das plataformas
programáticas dos distintos candidatos.
Tal
clima é contrário ao que o Brasil precisa. Há imensos desafios a serem
enfrentados pelos governadores, deputados federais e estaduais, senadores e
presidente da República a serem eleitos em outubro. Precisamos vencer a estagnação
econômica, retomar o crescimento, recuperar os milhões de empregos perdidos na
pandemia, debelar a ameaça inflacionária, modernizar a infraestrutura, melhorar
a saúde pública e qualificar mais a educação universal gratuita.
O que
cada candidato propõe concretamente para o atendimento a essas demandas
prioritárias? Ninguém sabe, pois os espaços que têm na imprensa, nas mídias
sociais e nos debates é desperdiçado pela retórica vazia, acusações mútuas e
verborragia. Poucos têm acesso aos programas de governo de cada postulante.
Além disso, a truculência verbal eclipsa as proposições e acaba monopolizando
as atenções.
Outro
questionamento cabível refere-se à ausência de consultas dos partidos e
candidatos aos organismos das máquinas administrativas dos Estados, União e
seus respectivos Legislativos. Desperdiça-se, assim, a preciosa contribuição
que poderia ser agregada pelo funcionalismo pública de carreira. Esses
servidores têm comprovada experiência e conhecimento, podendo dar boas e
consistentes sugestões para a formulação de políticas públicas eficazes.
Precisamos
avançar na construção dos programas de governo, ter mais serenidade nos debates
e consciência do alto significado do exercício da política. O Estado de direito
e o processo eleitoral devem ser respeitados incondicionalmente por todos. É inadmissível
qualquer casuísmo que conspire contra as decisões e escolhas soberanas dos
eleitores expressas na verdade das urnas.
A
democracia é a maior conquista de um povo. Precisamos respeitá-la e fortalecer
as instituições. Seu maior momento é marcado justamente pelas eleições, nas
quais os cidadãos elegem aqueles que exercerão o poder político em seu nome.
Por isso são fundamentais propostas claras, menos agressivas e mais urbanidade,
para que as pessoas possam entender e escolher os programas que mais atendem às
suas expectativas, anseios e perfil ideológico. O país necessita de uma
educação democrática, principiando pelos próprios candidatos.
Tal
postura de consciência cabe a todos, a começar pelas autoridades e candidatos,
que devem dar um exemplo de civismo e respeito às instituições. A perenidade e
o fortalecimento da democracia, que nos alinham às nações mais progressistas e
avançadas, são fatores condicionantes à viabilização de um Brasil mais
desenvolvido e feliz!”.
(Artur Marques da Silva Filho. Desembargador
aposentado e presidente da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de
São Paulo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição
de 6 de setembro de 2022, caderno OPINIÃO, página 22).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo, edição de 5 de setembro de 2022, caderno A.PARTE,
página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Fome de vento
Enquanto
se é jovem, o prelúdio do fim, a velhice, parece tão distante quanto outra
galáxia.
Nunca
chegaremos lá.
Porém,
em certo momento me intriga ver gente nos deixando: alguns amigos e, a
conta-gotas, os avós, tios, pais e outros por decurso de prazo. Chega-se à
posição de sermos os próximos em ordem temporal, ninguém mais na fila. Ficamos
órfãos na plateia de onde se assiste à representação interpretada pelas novas gerações.
Depois de as outras gerações terem se dissolvido como as luzes do pôr do sol,
passamos a contar quem sobra da nossa geração. Contam-se os sobreviventes, e
subirmos o morro para a despedida de entes queridos passa a ser uma ginástica.
Sim, a nossa
validade é determinada, sem ser estampada no frasco ou na bula. Ao nascer, ao
sair do ventre da mãe, a única certeza é que deveremos deixá-la enterrada ou
como cinzas espargidas. Bom mesmo é desconhecer quando e como, é não termos que
ficar numa contagem perturbadora.
Começa
em certa época a se agradecer pelos anos, depois pelos meses, enfim pelos dias.
Um dia a mais representa o resto de nossa nova vida, de um recomeço valioso de
possibilidades neste planeta, sempre que a saúde nos seja companheira fiel.
Chega-se
a um ponto em que se tem certeza, na lógica cósmica, de que nós temos apenas
uma vida; o purgatório, o inferno ou, ainda, o paraíso são metáforas de estados
entre vidas.
Num
universo de bilhões de anos e de galáxias, de trilhões de planetas, nada se
destrói, mas tudo se transforma, como ensinou Antoine-Laurent de Lavoisier. Nós
também vamos mudando, evoluindo, expandindo-nos, continuando em um ou outro dos
mundos.
No
ensinamento Vedanta, os homens e mulheres são seres que alcançaram o mérito de
se encararem como tais mantendo a individualidade consciente, depois de
incontáveis ciclos minerais, vegetais e animais.
A
condição privilegiada do ser humano, que o faz rei deste mundo, é possuir o
livre-arbítrio, que exercita em milhares de vidas até encontrar uma porta
aberta. Esta, dizem, sempre existiu, “ninguém pode fechar” para passarmos
adiante, num estágio pós-humano. Talvez angelical, desempenhando outras tarefas
em mundos e dimensões mais adiantados.
Fascinante.
Perturba profundamente, contudo, quem prefere ficar mergulhado na matéria, nos
prazeres dos sentidos, ou se escora apenas na ciência “conhecida” e tenta
eliminar o que não vê, não sente.
Em mais
elevadas tarefas – coisas que se parecem agora como “pérolas jogadas aos cães e
porcos” – caberá a ele cuidar de outras centelhas divinas do conjunto-uno em
viagem eterna neste universo: revelação do pensamento de alguém, dito de Deus.
Isso,
por paradoxal que pareça, não entra em conflito com a religião católica, é a
semente escondida, cujo fruto, para alguns poucos, já se fez verdade e, para
outros, ainda não.
Cristo não
é uma pessoa, é a realidade alcançada por um ser. O estado crístico dá início
ao pós-humano, à Ascensão. É o resultado, a meta de uma trajetória evolutiva a
que somos destinados. Alguns em posição mais adiantada, outros menos. Disso vem
a multiplicidade na diversidade, e cada um com o dever de se importar com
aqueles que vêm atrás.”.
Rudolf
Steiner escreveu, ou melhor, interpretou e reescreveu os quatro evangelhos e
lhes adicionou um quinto, cujo conteúdo apenas entenderão os que se elevaram
acima das aparências, dos enganos, da luta crua por dinheiro, poder e glória.
Efêmeros como pedra de Sísifo.
Cair e
levantar, lutar e perdoar, repelir e atrair, mas a chave é o bem, é amar. Os
prazeres passageiros, para conseguirmos coisas que aqui ficarão – apenas meios
e não fins –, como disse Qolet, são “fome de vento”.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais
devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
61
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação
dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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