terça-feira, 27 de setembro de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA INOVAÇÃO, EMPREENDEDORISMO, TECNOLOGIAS E START-UPS NA PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL E A TRANSCENDÊNCIA DA PLENA CIDADANIA, JUSTIÇA, DIREITO, PAZ E QUALIFICAÇÃO HUMANÍSTICA NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“Como aproveitar as janelas de oportunidade da inovação

       Mudanças em relação a matriz energética, semicondutores, baterias, Inteligência Artificial (IA), computação quântica, para dar alguns exemplos, estão em voga nos meios de comunicação, e muito tem se falado em ecossistema de inovação, empreendedorismo e o estímulo às start-ups como caminho para o desenvolvimento econômico. As mudanças estão andamento, e o desafio, mesmo difícil, precisa ser enfrentado.

         Nesse sentido, como pode o Brasil e, em especial, Minas Gerais aproveitarem-se de possíveis janelas de oportunidade no referido momento de transição tecnológica?

         Minas Gerais tem, historicamente, um papel de grande relevância no desenvolvimento industrial brasileiro. Para além das características demográficas e geográficas privilegiadas, a indústria mineira acrescentou, por exemplo, entre 2003 e 2019, uma média de 29,7% do valor adicionado total do Estado, significativamente acima da média nacional no período (Fiemg, 2022). Ademais, tem universidades e centros de pesquisa de referência, além de um parque industrial diversificado. O potencial para dar um salto adiante existe.

         Argumento aqui, no entanto, que, apesar de ser, sim, uma estrada concreta para o desenvolvimento, a edificação de um processo realmente inovativo está alicerçada em condições muito mais complexas do que a euforia desses momentos de transição tecnológica dissemina.

         É necessário desmistificar o papel da iniciativa individual. O inovador é figura relevantíssima, entretanto quais são os elementos necessários para provê-lo da possibilidade de empreender? Há condições logísticas, de financiamento e incentivo para a alavancagem de um novo produto.

         Gostaria, enfim, de usar um exemplo para salientar meu argumento. Trata-se da Aerotron (Itajubá-MG), fundada em 1999 por ex-funcionários da Avibras. É um exemplo concreto de inovação. A empresa destaca-se exportando para a Europa projetos de proteção balística de aeronaves. Além de já ter provido equipamentos essenciais para armar o Super Tucano da FAB, recentemente desenvolveu protótipos de painéis balísticos para o cargueiro KC-390 da Embraer.

         No entanto, a demanda existente no país, agravando-se ainda mais com o corte recente de investimentos pela FAB, não condiz com a escala necessária para instalar uma planta no país. Dependendo de insumos importados, na esteira de desindustrialização e depreciação cambial, tal potencial inovador é prejudicado.

         Com as eleições se aproximando, é necessário separar o discurso e realidade, essência e aparência. Para além da retórica, a inovação é resultado de um processo cumulativo de decisões acertadas. Atingir a fronteira tecnológica é tarefa de longo prazo e de contínua política de incentivo. As janelas de oportunidade se fecham. E, como diria o sociólogo Norbert Elias, “quem não sobe cai”. E cair significa o aumento do desemprego, fome, carestia e criminalidade, em suma, o subdesenvolvimento.”.

(Gustavo Dall’Agnol. Consultor na D&D Estratégia e Risco Político Consultoria e Treinamento, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de setembro de 2022, caderno OPINIÃO, página 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 23 de setembro de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Primaverar a cidadania

       A chegada da primavera nestas terras tropicais pode não transmitir impacto semelhante àquele vivido nas regiões de inverno rigoroso, mas guarda a cadência de uma beleza que se constrói suavemente e se mantém. Essa beleza não sai de cena. Revela-se, em alguns momentos, de modo mais suave. Em outros, mais fortemente, produzindo flores e frutos. Tomada como metáfora, a primavera, estação em que as belezas se revelam com maior força, precisa inspirar o momento atual da sociedade brasileira: é tempo de primaverar a cidadania. Trata-se uma interpelação a ser acolhida por todos que, assumindo a condição de aprendizes, fecundados pela silenciosa generosidade da Criação de Deus, possam trabalhar pelo desenvolvimento integral, alicerçado em um novo humanismo.

         O compromisso com a primavera da cidadania ultrapassa a importante dedicação ao processo eleitoral, à escolha de candidatos. Mas, evidentemente, inclui a responsabilidade de submeter ao crivo de juízo clarividente as escolhas que serão efetivadas nas urnas. Afinal, para além de paixões partidárias, é preciso identificar nomes que possam contribuir para a efetivação da primavera da cidadania. Agora, o convite especial é para reconhecer que a primavera da natureza é uma universidade que possibilita muitos aprendizados. Suas lições convocam à simplicidade que derruba o orgulho e a soberba – alicerces da violência – ao resgate da doçura revelada no sentido intrínseco de generosidade - o bem que se faz ao semelhante. Indispensável é ser aprendiz dessa universidade, para revestir a mente, a razão e o coração com gestos e posturas que possam produzir os frutos da solidariedade universal e da amizade social. Primaverar a cidadania inclui, assim, promover o bem com atitudes, desempenhos, projetos e dinâmicas organizacionais – das realizações mais simples àquelas mais engenhosas e trabalhosas.

         A promoção do bem pede que cada pessoa respeite princípios humanísticos e cristãos, para que não sejam perdidos os rumos que levam a reconhecer valores inquestionáveis e inegociáveis. Preciosas referências estão reunidas na Carta Magna que fundamenta o adequado exercício da cidadania brasileira, a Constituição Federal. Chamada de Constituição Cidadã, a Carta Magna inspira a participação ampla da população na busca pelo bem comum, forjando novos entendimentos. A aplicação do que determina a Constituição Federal ainda constitui um horizonte desafiador e buscá-lo é essencial para primaverar a cidadania brasileira. A Carta Magna brasileira pede adequada interpretação, efetiva e destemida aplicação, com força transformadora, por respeito ao bem comum, para impulsionar a justiça, o direito e a verdade, considerando sempre como prioridade os pobres, indefesos e vulneráveis. A adequada interpretação e aplicação da Constituição pede qualificação humanística, desmontando posturas cartoriais e oligárquicas, a partir do compromisso com a igualdade social, em um caminho que merece, urgentemente, a dedicação dos cristãos.

         A herança cristã bimilenar disponibiliza indicações, princípios e experiências com força para inspirar o urgente primaverar da cidadania. O apóstolo Paulo, para exemplificar, lembra que os filhos de Deus foram agraciados pela palavra da reconciliação. Em um mundo que precisa de paz, os cristãos testemunham a fé exercendo o serviço da reconciliação, que a inclui a promoção do entendimento, do diálogo e da ação sapiencial para corrigir rumos – implementar processos que marcam a sociedade com o sabor do Evangelho. Revisitar a herança cristã é trilhar o caminho da qualificação humanística, articulando saberes – do espiritual ao emocional, para garantir lucidez nas muitas frentes de trabalho e alavancar o bem comum. Uma preciosa indicação de investimento humanístico-espiritual é deixar-se interpelar, sempre, pela Carta Magna do cristianismo: o Sermão da Montanha, narrado por Mateus nos capítulos cinco a sete de seu Evangelho.

         Uma dinâmica formativa essencial para os cristãos, para todos aqueles que se convencem da necessidade e da urgência de primaverar a cidadania.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a estratosférica marca de 364,0% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,7%; e já o IPCA, em agosto, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 8,73%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

        

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