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quarta-feira, 10 de agosto de 2016

A CIDADANIA, OS DESAFIOS DA COMPETITIVIDADE PROFISSIONAL E EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE

“O que querem os recrutadores?
        É recorrente entre profissionais que participaram de seleção a pergunta: por que não foram escolhidos? Para eles, dúvida e, por vezes, frustração, enquanto os vencedores desfrutam da agradável sensação de conquistar a meta. Pois é. Falta feedback ao candidato e ele não sabe qual requisito o afasta do sucesso.
         Dicas de profissionais da área propiciam mais assertividade, garantindo maior competitividade na busca pelo novo emprego. Minha recomendação inicial é que você seja amistoso, simpático e estabeleça um ambiente gentil e agradável. Mostre o seu melhor e prepare-se ao comentar um assunto sobre o qual não se sinta seguro ou confortável. Quer um exemplo? Você não tem resultados em seu currículo que demonstrem tal competência, mas o selecionador pergunta a respeito de sua disciplina em relação ao gerenciamento do tempo, horários e rigor com prazos. Responda que está trabalhando para aprimorar seus entregáveis, gerenciando tempo e qualidade. Mas faça isso indicando exemplos do seu dia a dia.
         O selecionador procura evidências de suas competências, habilidades e atitudes a partir daquilo que você escreveu em seu currículo, já que isso evidencia seus projetos vitrines, resultados anteriores, o seu perfil como profissional e/ou líder de uma equipe. Tenha clareza de suas realizações e construa a narrativa para o selecionador. Contextualize suas ações com o momento da empresa e do mercado e destaque o que pode fazer individualmente ou como articulador para o sucesso de determinada entrega.
Procure captar, por meio das questões e pistas, o que o selecionador apresenta no decorrer da entrevista, o “mapa da vaga” e o perfil do gestor que a solicitou; isso ajudará nos próximos passos do processo. Interaja com o selecionador, demonstre interesse pela vaga e pela empresa. Em caso de vagas de sigilo, busque pistas da empresa nos discursos do selecionador e quando o nome for divulgado, prepare-se, leia a respeito da empresa, conheça o perfil de liderança, a cultura, resultados e prioridades, busque a comunicação dessa empresa com o público e construa um protocolo de comunicação indicando que você conhece o cenário do qual aspira fazer parte. Indique o gostaria de realizar ou agregar caso seja contratado.
         Candidatos ansiosos devem treinar, mesmo diante do espelho. Organize um roteiro do que evidenciar no currículo, aspectos relevantes e diferenciais que trazem maior competitividade. Simule e filme a sua atuação e repertório, retire vícios de linguagem, use corretamente o idioma indicado e prepare-se para conversar fluentemente com diferentes pessoas envolvidas no processo, registre e estude esse roteiro, retire o que for periférico e dê foco no que tenha potencial de gerar o interesse da escuta no selecionador.
         Se necessário, recorra ao auxílio profissional para organizar e simular uma situação de entrevista. Sessões de coaching e/ou mentoring possibilitam performance mais segura, robusta e com mais chance de sucesso. Controle os impulsos, fale pausadamente, escute com atenção as perguntas do selecionador e, quando não entende-lo, peça-o para repetir a questão. Você pode repetir o que entendeu e perguntar no final: “Seria isso mesmo que você gostaria que eu respondesse?”.
Após a entrevista, registre os principais aspectos, questões e momentos da entrevista, sejam positivos ou não. Além disso, você pode pedir um feedback para o selecionador, ainda dentro da sala, mesmo que indireto. Anote as impressões advindas do ambiente, faça um repositório para que você possa refletir, comparar a sua performance e evidenciar o que precisa aprimorar.
         Analise suas emoções, prepare-se para diferentes situações, desde o acolhimento e a satisfação até a falta de feedback e a frustração. O que não vale é ficar inerte e deixar de seguir sua meta.”.

(ANA PAULA ARBACHE, professora dos MBAs em desenvolvimento humano de gestores e em economia e gestão: recursos humanos; DJALMA SCARTEZENI, aluno do MBA executivo em economia e gestão: recursos humanos/FGV e coordenador de recursos humanos do Wal Mart, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de agosto de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de JOÃO CARLOS MARCHESAN, presidente do conselho de administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e do Sindicato Nacional da Indústria de Máquinas (Sindimaq), e que merece igualmente integral transcrição:

“Mãos à obra
        Iniciamos o segundo semestre de 2016 com a convicção de que, apesar do atual cenário nada confortável da economia, o Brasil continua sendo um país viável, não apenas pelas suas virtudes geográficas e geológicas, mas porque tem uma base produtiva que o coloca entre as 10 maiores economias do mundo.
         Dentro dessa premissa e com o objetivo de contribuir com a busca da competitividade de toda a base produtiva é que temos que reiterar os nossos esforços junto ao governo federal e onde mais for necessário. A nossa palavra de ordem é sobrevivência. Não podemos mais continuar convivendo com o atual cenário, em que, até junho deste ano, a indústria de bens de capital mecânicos acumula uma brutal redução no seu faturamento, de quase 50%, em relação a 2013. E como vamos planejar o nosso futuro se ainda não vemos uma luz no final do túnel?
         Sabemos que essa queda poderá ser minimizada se as exportações recuperarem o nível anterior (de 2012), o que seria viável se o câmbio permanecesse competitivo. Nossos esforços serão no sentido de atuar, junto ao atual governo, para a implantação de uma agenda emergencial com o objetivo de a indústria brasileira de máquinas e equipamentos reencontrar o caminho do desenvolvimento.
         Não podemos perder de vista que o nosso setor é considerado como segmento estratégico pelo seu papel no processo de expansão e modernização de todos os segmentos produtivos da economia. Assim, qualquer política de desenvolvimento que tenha foco no avanço tecnológico, na inovação, na produtividade e em uma maior competitividade da indústria brasileira precisa, para ter uma chance de sucesso, de um ambiente macroeconômico favorável ao investimento produtivo ou, ao menos, de um entorno que não lhe seja hostil, como tem ocorrido nas últimas décadas.
         Assim, toda a Abimaq trabalhará em consonância de objetivos para obtenção de um câmbio competitivo, inflação baixa, juros civilizados, carga tributária compatível com as nossas possibilidades, assim como a criação de uma política industrial que contemple a criação de financiamentos competitivos, desoneração dos investimentos, conteúdo tecnológico local mínimo e revisão da atual estrutura das alíquotas do imposto de importação, de modo que bens manufaturados sejam menos taxados do que bens intermediários e matérias-primas (alíquotas escalonadas).
         Atuaremos, ainda, na ampliação dos atuais prazos de recolhimento de tributos federais (IPI, PIS, Cofins, INSS, FGTS) e na criação de uma linha de financiamento de capital de giro destinada às pequenas e médias empresas (PMEs). Entendemos que os juros devem girar em torno do IPCA futuro + 3%. Esses financiamentos seriam provenientes da liberação de depósitos compulsórios.
         Proporemos ainda a instituição de um Programa de Recuperação Fiscal – Refis – voltado à regularização e à quitação dos débitos fiscais, que facilitaria, inclusive, a arrecadação por meio da volta dos contribuintes ao recolhimento dos impostos gerados a partir da adesão e poderia dar uma sobrevida às empresas com problemas.
         Por último, trabalharemos a favor de uma moratória para novas obrigações fiscais, uma vez que a combinação do excessivo número de tributos, da carga dessas taxas e da complexidade de respectivas legislações coloca o Brasil como o país que tem o mais oneroso, complicado e inseguro sistema tributário do planeta.
         Precisamos, ainda, da ajuda de todos no sentido de construir alianças produtivas e alinhadas com os interesses da indústria de transformação em geral, como iniciamos com a Fiesp no mês passado, buscando a construção de um arco de alianças junto às outras associações para que possamos atingir os nossos objetivos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a ainda estratosférica marca de 470,9% para um período de doze meses; e, em junho, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,84% e a taxa de juros do cheque especial  registrou históricos 315,7%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        


    


     

quarta-feira, 20 de julho de 2016

A CIDADANIA, OS LÍDERES PARA A SUSTENTABILIDADE E A FORÇA DO JORNALISMO DE QUALIDADE

“A governança para 2030
        O mundo precisa de líderes aptos a atender à demanda de projetos para o desenvolvimento sustentável, com investimentos previstos anualmente de US$ 100 bilhões. Ambicioso, vital, definitivo e universal. Assim é tratado o Acordo de Paris, nascido do desafio das Nações Unidas em sua 21ª Conferência das Partes (COP 21) sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e a 11ª Reunião das Partes no Protocolo de Quito (MOP-11), em dezembro de 2015, para manter o aquecimento global muito abaixo de 2 graus centígrados.
 O cardo, que foi ratificado por 195 países, amplia os esforços para a mobilização de apoio financeiro, tecnológico e de capacitação para que países em desenvolvimento evitem e mitiguem os danos decorrentes das mudanças no clima. Para tanto, US$ 100 bilhões anuais serão investidos nessa missão. Para a ONU, esse é “um caminho sem volta” e oferece uma visão de futuro para o mercado, sinalizando que é o tempo de se investir na economia de baixo carbono.
         O acordo, que entra em vigor a partir de 2020, traz à tona a necessidade real de enfrentar os impactos negativos causados pelo aumento do nível do mar, que coloca em risco as populações de países costeiros de baixa altitude, a acidificação dos oceanos, a escassez da água doce, a parda biodiversidade. E há muitos que defendem a sua implementação imediata.
         O documento integra uma composição de governança para a sustentabilidade, pautada na chamada “Agenda 2030”. A UNFCCC está integrada e auxilia na concretização dos objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) fixados em 2015 pela ONU, indicando ações a serem implementadas até 2030. Os ODS são pautados no legado dos Objetivos do Milênio (ODM – 2000/2015) e no prolongamento dos mesmos e buscam equilibrar três vetores: econômico, social e ambiental.
         O diálogo realizado em torno desse ‘caminho sem volta’ aponta na direção da governança pautada na sustentabilidade. A Agenda 2030 traz um framework global, sofisticando as ações decisivas para a futuro da humanidade e buscando um perfil de boa governança, atenta aos padrões de produção e consumo, e do uso responsável dos recursos naturais. Sendo assim, a governança de uma empresa não pode se distanciar do posicionamento de uma agenda mais ampla. Para além dos lucros, a Agenda 2030 traz a evolução das responsabilidades do mundo dos negócios para a sobrevivência do planeta, para a sua conduta ética, social, ambiental e financeira, aplicada ao desenvolvimento sustentável.
         Ao alinhar sua governança às diretrizes da Agenda 2030, as empresas exercem o crescimento econômico indutivo, sustentável, com padrões de produção e consumo aliados ao uso responsável dos recursos naturais do planeta.
         As empresas poderão apoiar tais diretrizes e se antecipar aos desafios socioambientais que o planeta apresenta, preparando-se para mitigar os riscos, inovar nas suas ações e perenizar no mundo dos negócios. Uma das preocupações relevantes em relação à temática é a necessidade de se refletir a respeito da capacidade de os agentes envolvidos na governança de auxiliarem suas empresas na direção do desenvolvimento sustentável. Tal discussão favorece o olhar atento para a formação do perfil do profissional e líder, que poderá atender as orientações aplicadas na Agenda 2030.
         Jornalistas brasileiros presentes ao evento apontam que o Acordo de Paris pode se tornar um “Bretton Woods Verde”, fazendo do carbono uma nova moeda de troca em um futuro próximo. Os chamados “green bonds”, papéis que financiam empresas que investem em tecnologia de baixa emissão de carbono e reduzem o consumo da água, energia e recursos, matérias primas avançam e têm o potencial de movimentar cerca de US$ 100 trilhões, sendo que, em 2015, foram emitidos US$ 41,84 bilhões desses papéis, 14% a mais que em 2014. As estimativas da Climate Bonds Initiative, organização inglesa sem fins lucrativos, indicam, a partir de declarações públicas de gestores que movimentaram US$ 45 trilhões, que os mesmos deslocariam recursos para projetos sustentáveis, uma vez que a demanda por títulos verdes é maior que a oferta no mercado. Não por acaso, estavam em Paris cerca de 5 mil bancos e empresas, acompanhando as discussões do acordo.”.

(ANA PAULA ARBACHE. Pós-doutoranda em educação (PUC-SP) e professora de MBA em desenvolvimento humano de gestores da FGV/Faculdade IBS, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 17 de julho de 2016, caderno ADMITE-SECLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 18 de julho de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e que merece igualmente integral transcrição:

“Jornalismo substantivo
        Jornalismo é a busca do essencial, sem adereços, qualificativos ou adornos. O jornalismo transformador é substantivo. Sua força não está na militância ideológica ou partidária, mas no vigor persuasivo da verdade factual e na integridade da sua opinião. A credibilidade não é fruto de um momento. É a somatória de uma longa e transparente coerência. A ferramenta de trabalho dos jornalistas é a curiosidade. A dúvida. A interrogação. Há um ceticismo ético, base da boa reportagem investigativa. É a saudável desconfiança que se alimenta de uma paixão: o desejo dominante de descobrir e contar a verdade. Outra coisa, bem diferente, é o jornalismo de suspeita. O profissional suspicaz não tem “olhos de ver”. Não admite que possam existir decência, retidão, bondade. Tudo passa por um crivo negativo que se traduz numa incapacidade crescente de elogiar o que deu certo. O jornalista não deve ser ingênuo. Mas não precisa ser cínico. Basta ser honrado, trabalhador, independente.
         A fórmula de um bom jornal reclama uma balanceada combinação de convicção e dúvida. A candura, num país marcado pela tradição da impunidade, acaba sendo um desserviço à sociedade. É indispensável o exercício da denúncia fundamentada. Precisamos, independentemente do escárnio e do fôlego das máfias corruptas e corruptoras, perseverar num verdadeiro jornalismo de buldogues. Um dia a coisa vai mudar. E vai mudar graças também ao esforço investigativo dos bons jornalistas. Essa atitude, contudo, não se confunde com o cinismo de quem sabe “o preço de cada coisa e o valor de alguma coisa. O repórter, observador diário da corrupção e da miséria moral, não pode deixar que a alma envelheça. Convém renovar a rebeldia sonhadora do começo da carreira. Todos os dias. O coração do repórter deve pulsar em cada matéria.
         Alguns desvios, no entanto, podem comprometer o resultado final do trabalho. A precipitação é um vírus que ameaça a qualidade informativa. Repórteres carentes de informação especializada e de documentação apropriada ficam reféns da fonte. Sobra declaração, mas falta apuração rigorosa. O poder público tem notável capacidade de pautar jornais. Fonte de governo é importante, mas não é a única. O jornalismo de registro, pobre e simplificador, repercute o Brasil oficial, mas oculta a verdadeira dimensão do país real. Muitas pautas estão quicando na nossa frente. Muitas histórias interessantes estão para ser contadas. Precisamos fugir do show político e fazer a opção pela informação que realmente conta. Só assim, com dinamismo e equilíbrio, conseguiremos separar a notícia do lixo declaratório.
         O culto à frivolidade e a submissão à ditadura dos modismos estão na outra ponta do problema. E o dogma do politicamente correto não deixa saída: de um lado, só vilões; de outro, só se captam perfis de mocinhos. E sabemos que não é assim. A vida tem matizes. O verdadeiro jornalismo não busca apenas argumentos que reforcem a bola da vez, mas, também, com a mesma vontade, os argumentos opostos. Estamos carentes de informação e faltos da boa dialética. Sente-se o leitor conduzido pela força de nossas idiossincrasias.
         Registremos, ademais, os perigos do jornalismo de dossiê. Os riscos de instrumentalização da imprensa são evidentes. Por isso, é preciso revalorizar, e muito, as clássicas perguntas que devem ser feitas a qualquer repórter que cumpre pauta investigativa: checou? Tem provas? A quem interessa essa informação? Trata-se de eficiente terapia no combate ao vírus da leviandade. O esforço de isenção, no entanto, não se confunde com a omissão. O leitor espera uma imprensa combativa, disposta a exercer o seu intransferível dever de denúncia. Menos registro e mais apuração. Menos fofoca e mais seriedade. Menos espetáculo de marketing político e mais consistência.
         A força de uma publicação não é fruto do acaso. É uma conquista diária. A credibilidade não combina com a leviandade. Só há uma receita duradoura: ética, profissionalismo e talento. O leitor, cada vez mais crítico e exigente, quer notícia. Quer informação substantiva.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 471,3% para um período de doze meses; e, ainda em maio, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 9,32%, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 311,3%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...