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segunda-feira, 7 de outubro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA TRANSFORMADORA DA TECNOLOGIA NO ENSINO E AS LUZES E DESAFIOS DA AGENDA 2030 NA SUSTENTABILIDADE


“Tecnologia como agente 
transformador da educação
        O termo blended learning, ou ensino híbrido, tem sido pautado como a evolução do modo de ensinar. A expressão que significa disponibilizar ao aluno parte das aulas de maneira presencial e outro de modo remoto, explorando o uso de aplicativos e recursos on-line, é também uma possibilidade de usar a força da internet para escalar o aprendizado personalizado. Enquanto no ensino presencial o professor está pessoalmente na sala de aula, expondo o conteúdo e interagindo com os alunos, momento essencial para o processo de aprendizado, mas nem sempre viável àqueles que não têm tempo para estar lá, no ensino híbrido é possível usar o tempo de maneira mais produtiva, transferindo parte da dedicação à internet. Assim, professor e aluno podem estar conectados, ensinando e aprendendo através de plataforma on-line, sem precisar sair de onde estão.
         Embora as promessas que ronda essa nova forma de lecionar sejam bastante positivas, por facilitar a participação de mais alunos nas aulas, é preciso ter bem claro que o professor segue insubstituível. Cursos 100% on-line, onde não há a interação presencial com um professor pelo menos, durante parte da carga horária, tendem a ter um alto nível de desistência, pois não há engajamento e o aluno tem mais dificuldade em ver seu progresso. Porém, a fórmula que combina parte do ensino presencial, em sala de aula com um professor e outros alunos, e parte do processo de forma remota, seja através de exercícios práticos ou até de aulas on-line, é hoje o formato ideal para que alunos com restrições de tempo e de dedicação possam participar das aulas, aprender e concluir seus cursos. É um modelo de ensino, portanto, que veio para ficar.
         Quando se trata de crianças, porém, há algumas diferenças. Para as crianças da primeira infância, que procuram na imagem na imagem do professor alguém em quem possam confiar e se apoiar ao longo do período escolar, a interação presencial é ainda mais necessária e imprescindível para o desenvolvimento de suas habilidades. Nesse caso, a sugestão é inserir a tecnologia em sala de aula por meio do uso de recursos como lousa interativa, aplicativos com jogos e atividades complementares e aulas no computador, orientadas sempre por um professor. O que motiva o aluno do público infantil a querer aprender é a curiosidade e a ludicidade das aulas.
         Se o professor resolve explorar um temo animais exóticos, por exemplo, para ensinar o vocabulário e algumas estruturas gramaticais que podem ser usadas para descrevê-los, é possível trazer para a sala de aula um vídeo sobre curiosidades, mostrando cada um em seu hábitat e abrindo uma excelente oportunidade para o debate. É usar a tecnologia como um aliado para que os alunos entrem em contato com pessoas de outras nacionalidades e façam entrevistas ao vivo para o aprendizado de perguntas e respostas do dia a dia. A gamificação, outra ótima opção, também pode ser usada como um poderoso recurso para o aluno estudar em casa, sem depender de um adulto, possibilitando complementar o aprendizado de sala de aula e se divertir ao mesmo tempo.
         O uso de tecnologia em sala de aula facilitou muito o aguçamento da curiosidade e a exposição do aluno a conteúdos relevantes, assim como a disponibilização de aplicativos para todos os níveis. Portanto, deve ser usada como aliada no processo educacional, uma ferramenta a mais que o professor tem à disposição para aumentar a motivação e o engajamento dos alunos. Nesse cenário, cabe ao educador se atualizar, uma vez que o perfil da criança e do jovem do século 21 é muito diferente dos de outrora: são menos pacientes por ser expostos a um excesso de informação e estímulos, o que dificulta a atenção e a motivação. Por isso, é essencial que o educador esteja a par das tecnologias disponíveis e traga para a sala de aula os recursos que melhor se adequam ao perfil e à faixa etária de seus alunos, de forma a criar um equilíbrio entre o uso da tecnologia e a interação com o professor, contribuindo para o aprendizado mais eficiente de seus alunos.         .

(SYLVIA DE MORAES E BARROS. CEO da The Kids Club, rede de franquias especializada no ensino de inglês para crianças, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 28 de setembro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 25 de setembro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de SERGIO ANDRADE, diretor-executivo da Agenda Pública e especialista no aprimoramento de serviços públicos, e que merece igualmente integral transcrição:

“Tempo de mudança
        Há uma transformação de consciência notória em curso. Falamos, hoje, muito mais sobre diversidade, sustentabilidade, buscamos alternativas de deslocamento no dia a dia. Sabemos a importância demais mulheres na liderança gerando impactos para suas comunidades. Já entendemos a ligação óbvia entre educação, saúde, saneamento, conservação ambiental e energias renováveis para a qualidade de vida das populações e geração de trabalho, emprego e renda. Porém, governos conservadores surgem pelo mundo em uma tentativa incomodada de mudança no status quo de privilégio e poder para poucos. Em perspectiva história, movimentos como a luta por direitos civis ou em favor de causas ambientais, apesar de enfrentar reveses políticos sérios, avançaram tremendamente e transformaram o mundo. Da mesma forma, expressões do conservadorismo contemporâneo buscam frear a compreensão da sociedade de que não podemos mais esperar para mudar hábitos e comportamentos nocivos ao planeta, às economias e às pessoas. Por uma ótica otimista, como antes, também não conseguirão parar a poderosa onda da mudança. O futuro é sustentável, ou não será!
         Este 25 de setembro, Dia de Ação Global pela Agenda 2030, ou Dia dos ODS, marca o quarto ano de adesão de 193 estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para o mundo – Brasil entre eles. E o norte desta agenda de oportunidades econômicas e de soluções de problemas acompanha essa transformação de consciência. Para solucionar os problemas complexos do nosso tempo, precisamos agir de forma coordenada, combinando esforços entre governos, empresas e sociedade civil. Ações fragmentadas não produzem efeitos satisfatórios sobre questões sistêmicas que têm causas interligadas, como segurança, desenvolvimento econômico, pobreza, conservação ambiental ou bem-estar. Por isso, estamos diante de uma nova forma de organizar a administração pública e os negócios. Uma revolução nos modelos de trabalho que trará os empregos de que precisamos e possibilitará avanços civilizatórios e segurança coletiva.
         Muitos de nós estão trabalhando, realmente empenhados para que esses objetivos sejam alcançados. Organizações e empresas integraram os ODS em suas estratégias de ação e negócios, priorizando temas como erradicação da pobreza, agricultura sustentável, cidades e comunidades sustentáveis, igualdade de gênero, saúde e bem-estar, consumo responsável, instituições eficazes, só para citar alguns. Apesar disso, estamos no caminho de alcançar tais metas? Não exatamente.
Cientistas independentes publicaram suas conclusões no relatório “O futuro é agora: ciência para alcançar o desenvolvimento sustentável”, avaliando o desempenho dos países em relação ao cumprimento da Agenda 2030. O documento completo será revelado hoje, durante o Fórum Político de Alto Nível na Cúpula dos ODS de 2019, reunindo chefes de Estado em Nova York.
Vale destacar que nosso país-irmão, Portugal, está entre as 30 nações mais sustentáveis do mundo, em um honroso 26º lugar. Por lá, foi criado o Ministério do Ambiente e Transição Energética, provando que o país compreendeu a importância das tecnologias verdes e das energias renováveis, tanto para mitigar os impactos ambientais quanto para impulsionar a economia.
Apesar de bons exemplos como Portugal, o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais (Desa) da ONU classificou, a partir dos resultados do relatório, que o progresso rumo aos objetivos globais está em perigo. Ressalta que o atual modelo de desenvolvimento ameaça reverter cerca de 20 anos de progresso, com evidente desigualdade social e declínios “potencialmente irreversíveis” no ambiente. O documento conclui que as mudanças estão lentas demais, não garantindo o cumprimento dos ODS até 2030.
É urgente a mudança da relação entre pessoas e natureza. O atual modelo de prosperidade ocorreu às custas da degradação de recursos naturais e de crescente desigualdade social, impossibilitando o crescimento global. O incentivo a um consumo desenfreado também mostra seu preço: até 2060, passaremos de 89 gigatoneladas de recursos para 167 gigatoneladas, resultando em aumento de emissão de gases de efeito estufa e outros efeitos tóxicos da extração de recursos, dizem os cientistas.
Por outro lado, milhares de iniciativas têm florescido mundo afora apontando caminhos desse futuro possível, agora. Aqui, no Brasil, movimentos como Amazônia Possível, Estratégia ODS e Coalização Clima, Floresta e Agricultura mostram que dicotomias simplistas e maniqueísmos não tornarão essa revolução possível. Produção e conservação, público e privado, sustentabilidade e consumo, crescimento econômico e igualdade social são dimensões conciliatórias. É hora de todos assumirmos responsabilidades e agir de forma coordenada – setor público, iniciativa privada e a sociedade civil organizada –, seja a partir de um território delimitado ou de um tema dessa agenda.
No plano individual, se cada cidadão repensar o próprio consumo, mudar comportamentos no cotidiano, exigir transparência e conhecimento dos governos e das empresas sobre como estão tratando os ODS, apoiar e incentivar o trabalho de organizações não governamentais comprometidas com a Agenda 2030, ainda temos chance de construir um futuro mais sustentável e humano. Temos as condições e os incentivos para isso. O tempo da mudança é agora!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de 307,20% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 306,86%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,43%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


        


quarta-feira, 20 de julho de 2016

A CIDADANIA, OS LÍDERES PARA A SUSTENTABILIDADE E A FORÇA DO JORNALISMO DE QUALIDADE

“A governança para 2030
        O mundo precisa de líderes aptos a atender à demanda de projetos para o desenvolvimento sustentável, com investimentos previstos anualmente de US$ 100 bilhões. Ambicioso, vital, definitivo e universal. Assim é tratado o Acordo de Paris, nascido do desafio das Nações Unidas em sua 21ª Conferência das Partes (COP 21) sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e a 11ª Reunião das Partes no Protocolo de Quito (MOP-11), em dezembro de 2015, para manter o aquecimento global muito abaixo de 2 graus centígrados.
 O cardo, que foi ratificado por 195 países, amplia os esforços para a mobilização de apoio financeiro, tecnológico e de capacitação para que países em desenvolvimento evitem e mitiguem os danos decorrentes das mudanças no clima. Para tanto, US$ 100 bilhões anuais serão investidos nessa missão. Para a ONU, esse é “um caminho sem volta” e oferece uma visão de futuro para o mercado, sinalizando que é o tempo de se investir na economia de baixo carbono.
         O acordo, que entra em vigor a partir de 2020, traz à tona a necessidade real de enfrentar os impactos negativos causados pelo aumento do nível do mar, que coloca em risco as populações de países costeiros de baixa altitude, a acidificação dos oceanos, a escassez da água doce, a parda biodiversidade. E há muitos que defendem a sua implementação imediata.
         O documento integra uma composição de governança para a sustentabilidade, pautada na chamada “Agenda 2030”. A UNFCCC está integrada e auxilia na concretização dos objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) fixados em 2015 pela ONU, indicando ações a serem implementadas até 2030. Os ODS são pautados no legado dos Objetivos do Milênio (ODM – 2000/2015) e no prolongamento dos mesmos e buscam equilibrar três vetores: econômico, social e ambiental.
         O diálogo realizado em torno desse ‘caminho sem volta’ aponta na direção da governança pautada na sustentabilidade. A Agenda 2030 traz um framework global, sofisticando as ações decisivas para a futuro da humanidade e buscando um perfil de boa governança, atenta aos padrões de produção e consumo, e do uso responsável dos recursos naturais. Sendo assim, a governança de uma empresa não pode se distanciar do posicionamento de uma agenda mais ampla. Para além dos lucros, a Agenda 2030 traz a evolução das responsabilidades do mundo dos negócios para a sobrevivência do planeta, para a sua conduta ética, social, ambiental e financeira, aplicada ao desenvolvimento sustentável.
         Ao alinhar sua governança às diretrizes da Agenda 2030, as empresas exercem o crescimento econômico indutivo, sustentável, com padrões de produção e consumo aliados ao uso responsável dos recursos naturais do planeta.
         As empresas poderão apoiar tais diretrizes e se antecipar aos desafios socioambientais que o planeta apresenta, preparando-se para mitigar os riscos, inovar nas suas ações e perenizar no mundo dos negócios. Uma das preocupações relevantes em relação à temática é a necessidade de se refletir a respeito da capacidade de os agentes envolvidos na governança de auxiliarem suas empresas na direção do desenvolvimento sustentável. Tal discussão favorece o olhar atento para a formação do perfil do profissional e líder, que poderá atender as orientações aplicadas na Agenda 2030.
         Jornalistas brasileiros presentes ao evento apontam que o Acordo de Paris pode se tornar um “Bretton Woods Verde”, fazendo do carbono uma nova moeda de troca em um futuro próximo. Os chamados “green bonds”, papéis que financiam empresas que investem em tecnologia de baixa emissão de carbono e reduzem o consumo da água, energia e recursos, matérias primas avançam e têm o potencial de movimentar cerca de US$ 100 trilhões, sendo que, em 2015, foram emitidos US$ 41,84 bilhões desses papéis, 14% a mais que em 2014. As estimativas da Climate Bonds Initiative, organização inglesa sem fins lucrativos, indicam, a partir de declarações públicas de gestores que movimentaram US$ 45 trilhões, que os mesmos deslocariam recursos para projetos sustentáveis, uma vez que a demanda por títulos verdes é maior que a oferta no mercado. Não por acaso, estavam em Paris cerca de 5 mil bancos e empresas, acompanhando as discussões do acordo.”.

(ANA PAULA ARBACHE. Pós-doutoranda em educação (PUC-SP) e professora de MBA em desenvolvimento humano de gestores da FGV/Faculdade IBS, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 17 de julho de 2016, caderno ADMITE-SECLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 18 de julho de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e que merece igualmente integral transcrição:

“Jornalismo substantivo
        Jornalismo é a busca do essencial, sem adereços, qualificativos ou adornos. O jornalismo transformador é substantivo. Sua força não está na militância ideológica ou partidária, mas no vigor persuasivo da verdade factual e na integridade da sua opinião. A credibilidade não é fruto de um momento. É a somatória de uma longa e transparente coerência. A ferramenta de trabalho dos jornalistas é a curiosidade. A dúvida. A interrogação. Há um ceticismo ético, base da boa reportagem investigativa. É a saudável desconfiança que se alimenta de uma paixão: o desejo dominante de descobrir e contar a verdade. Outra coisa, bem diferente, é o jornalismo de suspeita. O profissional suspicaz não tem “olhos de ver”. Não admite que possam existir decência, retidão, bondade. Tudo passa por um crivo negativo que se traduz numa incapacidade crescente de elogiar o que deu certo. O jornalista não deve ser ingênuo. Mas não precisa ser cínico. Basta ser honrado, trabalhador, independente.
         A fórmula de um bom jornal reclama uma balanceada combinação de convicção e dúvida. A candura, num país marcado pela tradição da impunidade, acaba sendo um desserviço à sociedade. É indispensável o exercício da denúncia fundamentada. Precisamos, independentemente do escárnio e do fôlego das máfias corruptas e corruptoras, perseverar num verdadeiro jornalismo de buldogues. Um dia a coisa vai mudar. E vai mudar graças também ao esforço investigativo dos bons jornalistas. Essa atitude, contudo, não se confunde com o cinismo de quem sabe “o preço de cada coisa e o valor de alguma coisa. O repórter, observador diário da corrupção e da miséria moral, não pode deixar que a alma envelheça. Convém renovar a rebeldia sonhadora do começo da carreira. Todos os dias. O coração do repórter deve pulsar em cada matéria.
         Alguns desvios, no entanto, podem comprometer o resultado final do trabalho. A precipitação é um vírus que ameaça a qualidade informativa. Repórteres carentes de informação especializada e de documentação apropriada ficam reféns da fonte. Sobra declaração, mas falta apuração rigorosa. O poder público tem notável capacidade de pautar jornais. Fonte de governo é importante, mas não é a única. O jornalismo de registro, pobre e simplificador, repercute o Brasil oficial, mas oculta a verdadeira dimensão do país real. Muitas pautas estão quicando na nossa frente. Muitas histórias interessantes estão para ser contadas. Precisamos fugir do show político e fazer a opção pela informação que realmente conta. Só assim, com dinamismo e equilíbrio, conseguiremos separar a notícia do lixo declaratório.
         O culto à frivolidade e a submissão à ditadura dos modismos estão na outra ponta do problema. E o dogma do politicamente correto não deixa saída: de um lado, só vilões; de outro, só se captam perfis de mocinhos. E sabemos que não é assim. A vida tem matizes. O verdadeiro jornalismo não busca apenas argumentos que reforcem a bola da vez, mas, também, com a mesma vontade, os argumentos opostos. Estamos carentes de informação e faltos da boa dialética. Sente-se o leitor conduzido pela força de nossas idiossincrasias.
         Registremos, ademais, os perigos do jornalismo de dossiê. Os riscos de instrumentalização da imprensa são evidentes. Por isso, é preciso revalorizar, e muito, as clássicas perguntas que devem ser feitas a qualquer repórter que cumpre pauta investigativa: checou? Tem provas? A quem interessa essa informação? Trata-se de eficiente terapia no combate ao vírus da leviandade. O esforço de isenção, no entanto, não se confunde com a omissão. O leitor espera uma imprensa combativa, disposta a exercer o seu intransferível dever de denúncia. Menos registro e mais apuração. Menos fofoca e mais seriedade. Menos espetáculo de marketing político e mais consistência.
         A força de uma publicação não é fruto do acaso. É uma conquista diária. A credibilidade não combina com a leviandade. Só há uma receita duradoura: ética, profissionalismo e talento. O leitor, cada vez mais crítico e exigente, quer notícia. Quer informação substantiva.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 471,3% para um período de doze meses; e, ainda em maio, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 9,32%, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 311,3%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        




sábado, 14 de maio de 2016

A CIDADANIA, OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL E AS EXIGÊNCIAS DAS CIDADES SUSTENTÁVEIS

“Formação profissional
        Todos os dias, temos muitos desafios na carreira. Certamente, o de auxiliar pessoas em seu local de trabalho, para que estejam satisfeitas e produzam numa escala melhor e maior, é um dos maiores para qualquer profissional. Muitos se especializam em seus processos, mas esquecem de que não podem executá-los sozinhos, por todo o tempo. É aí que entram as pessoas que vão auxiliar e gerir as partes que compõem o todo, de cada setor na empresa.
         O papel de cada gestor, após a entrada e acompanhamento feito pela profissional de recursos humanos, passou primeiramente por essa conscientização do papel do gestor como sendo o RH de seu setor. É claro que esse é um processo longo e que, muitas vezes, temos a tentação de demandar o setor de origem a fazê-lo. Mas a principal função é acompanhar e desenvolver os gestores para lidar com sua equipe, desenvolvendo-a e se desenvolvendo ao mesmo tempo.
         Todo esse processo demanda grande controle e inteligência emocional de ambas as partes, pois, são muitas as formas e ferramentas que temos e que foram implantadas em um curto espaço de tempo em nossa empresa. A estruturação de todas essas etapas passa pela participação de cada gestor na seleção de pessoas para seu setor, pelo feedback no dia a dia de trabalho, estando o mais perto possível do fato, podendo ser positivo ou negativo. Da implementação da pesquisa de clima e a avaliação de desempenho, anualmente, até a criação e desenvolvimento do Programa de Desenvolvimento de Sucessos (PDS), no qual os sucessores diretos de cada gestor foram submetidos a um treinamento de 30 horas de gestão de pessoas, e ainda o projeto Trilha de Carreira, no qual os sucessores desenvolvidos agora desenvolvem novos possíveis sucessores no ano de 2016.
         Também foi criado um programa focado no desenvolvimento pessoal e profissional. Para isso, estimulam-se as participações em cursos, palestras, worshops e rodadas de negócios. Cada participação é valorizada, registrada e comemorada. Compondo este programa, são realizadas ainda três semanas na empresa que procuram abrir novos horizontes aos nossos colaboradores. Semana da Cultura – incentivando a inserção nos movimentos culturais; Semana da Saúde – para um olhar mais cuidadoso com a saúde pessoal e a Semana do Conhecimento com temas relacionados às atividades já desempenhadas e às possibilidades de melhoria e crescimento pessoal e profissional.
         Mantendo o foco no desenvolvimento e antecipando-se às possíveis ocorrências, em 2015, o Programa de Desenvolvimento de Sucessores foi de 30 horas de contato com o material teórico da gestão de pessoas. Já em 2016, estamos com o novo projeto Trilha de Carreira, que fará com que os sucessores já desenvolvidos desenvolvam outra pessoa, aplicando o conhecimento do PDS.
         O caminho é longo, mas um aspecto já pode ser comemorado: a redução do turnover. Valorizar as pessoas que permanecem por mais tempo em nossa organização é uma tarefa diária de cada um, auxiliada pelo respectivo gestor e com suporte das altas hierarquias e do consultor de RH, que deve ter sempre uma postura de visão em duas frentes: empresa e colaborador!”.

(VIVIANE NERY DA MATA SOUZA. Consultora interna de recursos humanos, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de maio de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de SÉRGIO MYSSIOR, arquiteto e urbanista, é diretor de sustentabilidade do Sinaenco-MG, conselheiro do CAU/MG, e que merece igualmente integral transcrição:

“A cidade que queremos
        É interessante observar o ingresso da bicicleta no cotidiano urbano das principais cidades e metrópoles em todo o mundo. Aliado a este novo modal de transporte ativo, uma filosofia voltada para a sustentabilidade das cidades, com ações que buscam resgatar a vida em comunidade, o equilíbrio entre o urbano e o ambiental e a redução das graves desigualdades sociais. O desabamento de um trecho da ciclovia Tim Maia, na cidade do Rio de Janeiro, suscita a necessidade de uma profunda reflexão em relação ao modelo de “cidade que queremos”.
         Após esforço global, uma nova agenda mundial foi recentemente instituída para acabar com a pobreza até 2030 e buscar um futuro sustentável para todos. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma agenda mundial com 17 objetivos e 169 metas. Entre estas, destaco o Objetivo 11, que trata das cidades e comunidades sustentáveis, com o desafio de tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
         A Pesquisa de Informações Básicas Municipais – Perfil dos Municípios (Munic) 2015, divulgada na semana passada pelo IBGE, estampa um panorama preocupante em relação ao processo de planejamento e gestão urbana, incompatível com a agenda global desafiadora, que indica uma clara e urgente necessidade de reorientar o desenvolvimento para um futuro sustentável. Tendo em vista que a maior parte da população urbana se multiplica, determinando uma completa revisão no modelo de cidade que construímos no país, especialmente em relação ao território que reproduz e torna ainda mais aguda a grave desigualdade e a fragilidade dos instrumentos de planejamento, gestão e participação.
         Conforme o Munic 2015, o Plano Diretor, instrumento básico para orientar a política de desenvolvimento e ordenamento urbano no município, existe em 50% (2.786) dos municípios brasileiros. Cerca de um terço (30,4% ou 1.696 municípios) realizava licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local. Entre 2012 e 2015, o percentual de municípios que iniciaram o processos de elaboração da Agenda 21 Local subiu de 18,1% (1.010) para 22% (1.225). Além disso, verificou-se que apenas 20,7% (1.152) dos municípios brasileiros têm base cartográfica municipal digitalizada e 10,3% (572) sistema de informações geográficas, instrumentos importantes para uma gestão urbana e ambiental mais eficiente.
         Aliado a esse panorama urbano preocupante, temos ainda o advento do Regime Diferenciado de Contratação – RDC, instituído em 2011 com o objetivo de agilizar as obras da Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas 2016. Recentemente ampliado para a área de segurança pública, infraestrutura, habitação e mobilidade, o RDC permitiu a licitação de empreendimentos de grande envergadura sem a necessidade de elaboração prévia do projeto completo, transferindo para o contratado a responsabilidade de projetar e construir. O resultado pode ser percebido pelo “legado” desses investimentos, com problemas recorrentes, atrasos nas obras, estouro de orçamento e desempenho questionável em diversos empreendimentos, sendo este último determinante para o desabamento da ciclovia carioca.
         Mas qual a relação entre a bicicleta, os objetivos do desenvolvimento sustentável e o RDC?
         É importante observar que o planejamento do território, da infraestrutura, das edificações e dos equipamentos públicos é um dever intransferível do Estado. Criar e manter uma cultura de planejamento e gestão requer investimentos em pessoas, processos e sistemas, valorizando e respeitando a etapa de projetos e a gestão participativa para a construção de soluções de alto desempenho e custos compatíveis. Pesquisas científicas indicam que no mínimo 40% das patologias em edificações têm origem na etapa de concepção e projeto.
         Portanto, o futuro sustentável do nosso país pode ser mensurado pela nossa capacidade de planejamento e gestão, aliado à ousadia transformadora que a sustentabilidade demanda.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 435,6% para um período de doze meses; e mais ainda em abril, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 9,28%, com os juros do cheque especial de março em históricos 300,8%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...