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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A CIDADANIA, AS PRÁTICAS EDUCACIONAIS MEXÍVEIS E IMEXÍVEIS E A MISSÃO DO PROFESSOR


“Mexíveis e imexíveis
        ‘A escola é tão boa quanto seus professores.’
Raras afirmativas encontram tanto consenso entre leigos, pesquisadores, ideólogos e agnósticos. Infelizmente, eles concordam por ser excessivamente vaga, cada um pondo suas próprias interpretações. Sendo eu um incurável pesquisador, vejamos o que dizem os estudos.
         Primeiro, há que traduzir: professor bom é aquele cujos alunos aprendem mais. Portanto, o caminho das luzes consiste em perguntar que características dos professores estão associadas ao maior aprendizado dos alunos.
         Seja no Brasil, seja alhures, sabemos o que não explica quanto os alunos aprendem: a experiência do professor, sua idade e nível de escolaridade – mesmo mestrado. Nada disso se correlaciona com a qualidade do ensino. Não posso deixar de tocar em um vespeiro zangado: o salário dos professores. As pesquisas tendem a mostrar a ausência de associação com qualidade. Uma correlação simples, entre estados brasileiros, mostra que salários mais altos ou mais baixos não se associam ao Ideb de cada um. Mas essa assombração não é nosso tema.
         O essencial em tais características é serem imexíveis. Não se pode mudar a idade do corpo de professores, sua formação prévia ou sua carreira acadêmica. Só com décadas isso se faz. No mundo da fantasia, o salário pode até dobrar. Mas quebram o Fisco os aumentos que melhorariam a qualidade.
         Maurício M. Fernandes e Claudio Ferraz (da USP e PUC-RJ) realizaram uma pesquisa econométrica muito cuidadosa, usando funções de produção para testar o impacto de várias características dos professores (http:www.econ.puc-rio.br/uploads/adm/trabalhos/files/td620.pdf). Com dados do Estado de São Paulo, buscaram testar o impacto de duas variáveis críticas sobre o ensino na 8ª série: 1) o domínio da matéria ensinada (usando as provas da Secretaria de Educação, aplicadas aos professores) e 2) as práticas adotadas em sala de aula. Ambas são “mexíveis”, pois é possível aperfeiçoar o conhecimento dos mestres e, ainda mais factível, melhorar suas técnicas de ensino.
         Alvíssaras! Os resultados são memoráveis. Como em outros países, os professores que melhor dominam o assunto ensinado têm alunos que aprendem mais. Do ponto de vista estatístico, esse resultado é robusto.
         Contudo, a análise demonstra que as práticas de sala de aula têm impacto bem maior do que o conhecimento da matéria. Ou seja, qualquer professor que adotar práticas hoje recomendadas terá alunos que vão aprender muito mais. São técnicas simples, que não requerem equipamentos ou malabarismos metodológicos. No caso, obtêm melhores resultados os professores que passam e corrigem o dever de casa, explicam a matéria até os alunos entenderem, mostram para que serve o aprendido e indicam livros de literatura.
         Em pesquisas desse tipo, apenas se consegue medir dimensões relativamente simples do que acontece na sala de aula. Muita coisa importante fica de fora. Mas já é um grande avanço quando se logra desenhar uma pesquisa que associe resultados a medidas confiáveis dessas variáveis. E foi isso que fizeram os autores. Além disso, foram capazes de controlar estatísticamente – ou seja, manter constantes – variáveis que poderiam explicar diferenças de aprendizado. No caso, demonstrar que os resultados não se devem a amostras viciadas, a características do diretor ou ao que os alunos já sabiam, de séries anteriores.
         O miolo das análises estatísticas é demasiado complicado para explicar em poucas palavras. Mas os resultados são perfeitamente compreensíveis. Mostram que, no caldeirão econométrico, as técnicas de sala de aula passaram à frente de todas as outras variáveis lá despejadas. E são práticas fáceis de aprender e adotar.
         Portanto, a notícia não poderia ser mais bem-vinda. Trata-se de uma pesquisa brasileira, conduzida por autores de bom pedigree e cujos resultados são difíceis de ser contestados. Os procedimentos são de fácil incorporação em sala de aula e seu impacto é maior do que tudo o mais que conhecemos. Pode ser difícil convencer alguns professores a mudar suas práticas. Mas, pelo menos, isso está no campo do possível, em contraste com as alternativas imexíveis.”

(Claudio de Moura Castro. Economista, em artigo publicado na revista VEJA, edição 2375 – ano 47 – n° 22, de 28 de maio de 2014, página 24).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 15 de outubro de 2014, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de DALVA SOARES GOMES DE SOUZA, mestre em língua portuguesa, formada em letras e pedagogia, e que merece igualmente integral transcrição:

“Missão do professor
        Com o avanço da tecnologia, a sala de aula é quase a mesmo dos longíquos tempos: do quadro de giz ao de pincel, do CD e toca-fitas ao pen-drive e ao DVD, além de carteiras, mesa e alguns cartazes alusivos a datas comemorativas ou trabalhos discentes selecionados.
         O professor, até os mais antigos, ao longo dos anos, vem percorrendo essas etapas tecnológicas nada difíceis de serem vencidas, principalmente para maioria que convive bem com a informática, mesmo sem muito aprofundamento.
         Como toda profissão em suas especificidades, a de professor não é diferente. Além da formação acadêmica tão significativa para o domínio do conhecimento, ele precisa ter a qualificação pedagógica, que são as técnicas utilizadas no dia a dia para que possa trabalhar o conteúdo de maneira adequada à realidade da turma, num clima agradável e prazeroso. Nesse domínio, incluem-se os instrumentos tecnológicos da Era do Conhecimento, para que o trabalho docente seja diversificado e atraente. A condução da disciplina trabalhada deve culminar em aprendizagem, objetivo supremo da escola.
         Nos anos iniciais de ensino, constata-se a valorização do domínio pedagógico ostentado pelo professor e, à medida que o aluno vai avançando em seus estudos, o domínio acadêmico do docente vai-se elevando até que, no ensino superior, sobrepuja o pedagógico, embora o equilíbrio seja a melhor postura a ser adotada.
         O pai da psicanálise, Sigmund Freud, reconhecia essa profissão como a do grupo das impossíveis, afirmando: “O fim último da educação é ensinar à criança a dominar os seus impulsos e, por isso, o professor tem que inibir, proibir e reprimir”. Reconhecemos que isso não é fácil. Repressão e permissão exigem pulso forte, naturalmente sem exagero, e muita sabedoria.
         A sociedade não é estática e transforma-se com a rapidez proporcionada pela tecnologia. O tripé do núcleo familiar – pai, mãe e filhos – ficou prejudicado em função das separações conjugais e da necessidade de a mãe trabalhar para ajudar a garantir a sobrevivência da família.
         Com o tempo, a figura do professor ficou excessivamente desgastada. A família, antes partícipe da vida escolar e das posturas naturais que iam sendo adotadas pelos professores, na tentativa de formar o caráter de cada aluno para enfrentar a vida, assume posição contrária, indo de encontro a toda e qualquer atitude que possa desagradar ao filho, muitas vezes, até agredindo o docente. O respeito já não existe como em outros tempos.
         Como se vê, a tarefa do professor transcende qualquer linha limítrofe do nosso sistema terrestre. Ele é formador de opiniões e considerado por seus alunos como modelo, exemplo e referência indiscutível de ser humano. Por isso, nem todos podem exercer essa profissão, mesmo que o pretendente tenha bem os domínios acadêmico e pedagógico.
         Assim, com tanto estímulo e um salário inferior ao de qualquer profissional, uma grave indiferença assolou o interesse dos vestibulandos para a realização de uma licenciatura, muitas já esvaziadas e eliminadas das faculdades.
         Já ouvi professores dizendo que não dão aulas porque os alunos não querem saber de estudar, embora exijam ser aprovados a qualquer preço, a exemplo da infeliz promoção automática que fez parte da vida escolar e não deu certo. Até quando essa realidade permanecerá?
         As mudanças ocorrem naturalmente porque a sociedade evolui e a escola tem que acompanhar. No entanto, a irresponsabilidade não pode sustentar a educação a ponto de comprometer a formação de nossos profissionais que, tão desinformados, geram insegurança em todas as áreas. No dia do professor, parabenizamos aqueles que, mesmo diante de tantas distorções, preocupam-se em qualificar-se e buscam recursos para tornar suas aulas mais consistentes e sua tarefa mais aprazível.”

Eis, pois, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade), em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:  I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, há séculos, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional – pública e privada – normalmente no cenário perverso do “dinheiro público versus interesses privados”, e gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis (a propósito, trecho de Carta de Vauban, melhor engenheiro militar que a França conheceu, endereçada a Lauvois, Superintendente das Construções da França, no reinado de Luís XIV, em 17 de julho de 1683: “Existem algumas pontas de obras dos últimos anos que não estão terminadas e que nunca irão sê-lo. E tudo isso, Senhor, devido à confusão causada pelos freqüentes rebaixamentos de preços que se fazem nas obras de Vossa Mercê,como Empreiteiros, todos os miseráveis que não sabem onde dar com a cabeça, os trapaceiros e os ignorantes. E afastar de Vossa Mercê todos aqueles que têm o que perder e que são capazes de conduzir uma Empresa...”;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro pública, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São gigantescos desafios, e bem o sabemos, mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...


O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A CIDADANIA E A MÁGICA DA EXCELÊNCIA NA EDUCAÇÃO

“A MÁGICA DA EXCELÊNCIA

Poucos na área da educação são capazes de reunir plateias tão entusiasmadas como o americano Mike Feinberg, 44 anos – um especialista em relações internacionais cuja opinião sobre o ensino é ouvida com atenção por autoridades dos mais diversos matizes e nacionalidades. Feinberg está à frente de uma das mais bem-sucedidas experiências recentes na sala de aula, as KIPP Schools – conjunto de mais de uma centena de escolas de período integral fincadas em áreas pobres de vinte estados americanos. Administradas com um misto de dinheiro público e privado (mas com verbas semelhantes às outras), elas mostram como é possível forjar a excelência mesmo em ambientes tão desprovidos de estímulos. Em recente passagem pelo Brasil, onde falou a especialistas no Instituto Fernand Braudel, em São Paulo, Feinberg deu a seguinte entrevista a VEJA:

A ESCOLA É A RESPONSÁVEL Muitos profissionais do ensino caem na tentação de empurrar a culpa dos fracassos escolares para as famílias, alegando que elas não dão aos filhos os incentivos mais básicos. Mas não é realista esperar grande protagonismo de pais que, frequentemente, não têm tempo nem repertório intelectual para fazer mais do que já fazem. No lugar de terceirizar responsabilidades, esses educadores deveriam encará-las: se o aluno não evolui, eles precisam responder por isso. E um ambienta menos favorável não pode servir de álibi para a incompetência.

A LIÇÃO DO ESFORÇO A maioria das crianças pode se tornar eficiente em qualquer atividade à qual dedique tempo e esforço. Se o objetivo é virar um ás do videogame, então devem se esmerar no videogame. Agora, se a meta é alcançar um patamar elevado em leitura ou matemática, não há outro caminho senão ler, ler e ler e resolver exercícios. A prática é fundamental. Não acredito que em um turno escolar curto demais seja possível lidar com a complexidade de tantas áreas do conhecimento. Acaba ficando tudo muito raso. Essa é uma clara desvantagem do Brasil em relação aos países mais desenvolvidos, onde as crianças passam até o dobro do tempo em sala de aula.

QUEM MERECE AVANÇA O igualitarismo na escola pode soar simpático, mas tem o efeito perverso de não estimular ninguém a desprender-se da média. O esforço e o mérito do aluno não devem ser escamoteados, mas, sim, enfatizados, para que ele e os outros saibam que esse é o caminho acertado. Os professores que fazem sua classe progredir também merecem ser destacados, recebendo não só mais dinheiro, mas ainda, e principalmente, mais responsabilidade e desafios.

UMA VISÃO EMPRESARIAL Quando os pais vão escolher a escola dos filhos, no lugar de priorizar uma infraestrutura vistosa, deveriam, isso sim, saber quem é o diretor e como ele age em prol do ensino. O diretor precisa ser, em certo sentido, como o gestor de uma empresa. Ele deve incentivar os quadros mais talentosos e ter pulso para se livrar dos menos eficazes. Demissão ainda é um tabu no meio educacional, mas os bons diretores, mesmo quando esbarram na burocracia do ensino público, encontram brechas para retirar de cena os que não funcionam.

O CORPORATIVISMO CONTRA A QUALIDADE Os sindicatos erram quando saem em defesa dos maus profissionais e não do bom ensino. Acho curioso que existam mecanismos para impedir que os médicos e os advogados ruins atuem, mas não haja blindagem alguma contra os professores que difundem uma educação de baixo nível. Esse pendor corporativista é um incômodo obstáculo à qualidade.

DIVERSIDADE DE CABEÇAS Venho do Teach for America, programa que coloca talentos em todas as áreas para dar aulas. Essa diversidade faz um enorme bem à escola. Eu mesmo não me especializei em educação, mas a sensação é de que é possível impactar tanta gente foi tão arrebatadora que nunca mais deixei esse meio. Sempre me perguntam: “Qual é a fórmula mágina das KIPP Schools?”. A resposta é tão simples que parece pueril. De um lado, reúno professores que dominam seu conteúdo e o ensinam de forma apaixonada; de outro, mantenho alunos imersos na escola em tempo integral. Em países como África do Sul, México e Índia já existem escolas que se baseiam nesses mesmos pilares, com sucesso. Por que não o Brasil?”.

(NATHÁLIA BUTTI, em artigo publicado na revista VEJA – edição 2300 – ano 45 – nº 51, de 19 de dezembro de 2012, páginas 138 e 139).

Mais uma importante, pedagógica e oportuna contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de dezembro de 2012, caderno OPINIÃO, página7, de autoria de DALVA SOARES GOMES DE SOUZA, que é formada em letras e pedagogia, mestre em língua portuguesa, e que merece igualmente integral transcrição:

“Um olhar para a educação

Passar pela escola e empunhar um diploma hoje é para qualquer um, hava vista a complacência das normas educacionais e das bolsas que contemplam milhares de brasileiros. A escola perde, a cada dia, o direcionamento do seu papel. Robbins (1966), grande pesquisador da área, afirmou: “Aprendizagem é qualquer mudança relativamente permanente no comportamento que ocorre como resultado da experiência”. Sabe-se que aprender origina-se de um estímulo interior que incorpora o conhecimento adquirido aos hábitos do educando. Ato contínuo, seu comportamento modificado e enriquecido refletirá a ocorrência desse processo.

E onde estão acontecendo essas mudanças? Paradoxalmente, nos professores que não buscam mais técnicas pedagógicas adaptadas à realidade dos alunos, tampouco visam à sua formação e, pasmem, temem pelo que lhes possa ocorrer se forem exigentes na condução de seu conteúdo programático. Se, de um lado, o sistema e suas normas excessivamente liberais delegam ao corpo discente muito mais direitos que deveres, como faltar às aulas, não ser reprovado, não receber repreensão, não aprender nada etc., por outro, as famílias não acreditam no professor e defendem seus filhos de todo tipo de contratempo.

Essa mudança que vem ocorrendo nas últimas décadas com os docentes anula os resultados que deveriam ser obtidos na escola, na área do conhecimento – teoria e prática –, comprometendo sobremaneira o conteúdo ministrado em todos os níveis de ensino: fundamental, médio e superior.

Diante disso, profissionais sem capacitação profissional são colocados no mercado de trabalho. Um exemplo foi a recente reprovação majoritária (54,5%) dos formandos de medicina que se submeteram ao exame de fim de curso, realizado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), para testar a competência dos egressos antes do exercício da sua função. O Conselho Federal de Medicina reconheceu que a qualidade da formação está abaixo das necessidades, afirmando que “os profissionais devem estar bem formados, bem qualificados e bem capacitados.”

Essa realidade está presente em todos os cursos oferecidos pelas faculdades, pois é notória a fragilidade dos ensinos fundamental e médio, já que todo o sistema educacional se restringe à superficialidade de seu conteúdo. Assim, o professor está hoje enfraquecido e desmoralizado. Prova disso é o fechamento de quase todos os cursos de licenciatura por falta de candidatos. O vestibulando não quer ser professor, pois esse professor ganha mal, sofre por incompreensão do sistema e da sociedade e não consegue executar uma docência digna, pautada na busca do conhecimento para a ascensão social de seus alunos. A opção para o vestibular cai na docência apenas quando o candidato não vê em outra alguma possibilidade de aprovação, por estar desqualificado, por ter passado pela educação básica sem aprender nada, principalmente se tiver estudado em escola pública.

O resultado é a tragédia cultural exibida em todo ponto do país. Não há o hábito da leitura e muito menos da escrita. Todos os cálculos são realizados pela maquininha. As capitais de países e estados são desconhecidas. Todo conhecimento fica na superficialidade. E os profissionais de todas as áreas pertencentes a essa geração, inconfiáveis.

Assim, se não houver um investimento sério na educação do Brasil, ressaltando a valorização dos professores e a definição correta do papel da escola hoje, dentro de algum tempo, quando os mais competentes forem se aposentando, se deflagrará uma catástrofe com predomínio da violência embasada na ignorância.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, pedagógicas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é ÉTICA, de MORAL, de PRINCÍPIOS, de VALORES –, para a imperiosa necessidade de profundas transformações em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das potências mundiais livres, soberanas, civilizadas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de seis anos de idade na primeira série do ENSINO FUNDAMENTAL, independentemente do mês de seu nascimento –, como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

b) o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados; II – a CORRUPÇÃO, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e inaceitável desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos, a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz AUDITORIA...

Destarte, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta sangria, que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a confiança em nossas instituições, negligenciando a JUSTIÇA, a VERDADE, a HONESTIDADE e o AMOR à PÁTRIA, ao lado de extremas e sempre crescentes demandas, necessidades, carências e deficiências, o que aumenta mais o fosso das desigualdades sociais e regionais e nos afasta num crescendo do seleto grupo dos sustentavelmente desenvolvidos...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ÂNIMO nem arrefecem o nosso ENTUSIAMO e OTIMISMO nesta grande cruzada nacional pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma nação verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com TODAS as brasileiras e com TODOS os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em 2013; a Copa das Confederações de 2013; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do século 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das empresas, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um possível e novo mundo da JUSTIÇA, da LIBERDADE, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE -, e da FRATERNIDADE universal...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ, a nossa ESPERANÇA... e PERSEVERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...