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segunda-feira, 6 de novembro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ PARA O ENADE E O PODER DA QUALIFICAÇÃO DA CIDADANIA E DA LIDERANÇA NA SUSTENTABILIDADE

“Uma solução para o ENADE
        ALGUÉM ME PERGUNTOU se o Provão fora ideia minha. Gostaria que tivesse sido, mas essa grande invenção foi do ministro Paulo Renato de Souza. É uma iniciativa que faz do Brasil o único país em que se mede quanto do currículo foi dominado pelo formando. Infelizmente, ao negociarem a lei no Congresso, os deputados retiraram das notas obtidas pelos alunos – proibiram que constasse no diploma.
         Esse anonimato é o calcanhar de aquiles da prova, hoje rebatizada de Enade. O curso de jornalismo da UnB ganhou a nota máxima no exame. Na aplicação seguinte, desabou para a mínima! Por quê? Ao solicitar recursos à reitoria, o curso teve seu pedido negado, pois já era nota “A”. É assim? A prova seguinte foi entregue em branco. Um curso de economia, em São Paulo, estava entre os cinco melhores. Na aplicação seguinte, caiu para centésimo e tanto. Boicote?
         A confiabilidade do Enade é comprometida pelas flutuações nos humores dos alunos. O anonimato – que Paulo Renato precisou engolir para ver o teste aprovado – introduz ruídos e distorções. De fato, pelo menos no curto prazo, os alunos não são prejudicados por notas ruins da sua escola. O curso é fraco ou alguns alunos quiseram acertar contas? É claro, toda nota ruim é atribuída a um boicote!
         Mas há uma solução para essa moléstia. E tem custo zero. A fórmula mágica é da IBM americana e data de mais de vinte anos atrás. Liderando um consórcio de grandes empresas, ela combinou que passariam a exigir dos candidatos a emprego a sua pontuação no SAT (uma prova parecida com o Enem). Tal como no Enem e no Enade, essas notas são confidenciais. Não obstante, o candidato pode, voluntariamente, mostrá-la à empresa. E esta tem o direito de decidir que não contrata sem vê-las. Lembremo-nos, um laudo médico é confidencial, mas pode ser exigido pela empresa para contratar.
         Se as grandes empresas, antes de contratar, passam a exigir as notas do Enem ou do Enade, evapora-se a impunidade. E nem é necessário que elas venham a considerar o teste, basta que possam considerá-lo, se assim o decidirem. Portanto, nota ruim reduz a empregabilidade. Responder em branco ou com displicência é um tiro no pé, pois barra o acesso às empresas mais cobiçadas. Outra consequência é que, al levarem as notas em conta, as empresas estão dizendo que valorizam quanto o candidato aprendeu, e não apenas o diploma. Isso pode frear a demanda por cursos que exigem pouco do aluno.
         Curiosamente, essa prática pode democratizar o acesso. Hoje, as empresas valorizam a reputação do curso. Agem na presunção de que escolas famosas produzem melhores alunos. Na média, até que é verdade. Mas, se conhecerem as notas do Enade, poderão contratar alunos brilhantes que cursaram instituições menos brilhantes.
         Assim sendo, aí está a minha conclamação: “Empresas grandes e prestigiosas, uni-vos e passai a exigir as notas do Enem e do Enade!”.”.

(CLAUDIO DE MOURA CASTRO, em artigo publicado na revista VEJA, edição 2553 – ano 50 – nº 43, de 25 de outubro de 2017, página 93).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de novembro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de GUILHERME MARBACK, head da unidade de cultura organizacional da Crescimentum, coach executivo e especialista em desenvolvimento de liderança, e que merece igualmente integral transcrição:

“O povo e o seu governo
        As pessoas não se dão conta da relevância do momento atual. Estamos diante de uma oportunidade de evolução da nossa sociedade e precisamos aproveitá-la para ampliar a consciência do cidadão como motor da evolução do país.     
Costumo colocar o cidadão no topo das condições para a evolução da sociedade, mesmo sob críticas dos que apontam os governantes no centro das responsabilidades. Não proponho aqui isentá-los nem eximi-los. Apenas acredito que as verdadeiras mudanças ocorrem a partir do cidadão. É claro que precisamos ampliar a educação, melhorar a saúde, a infraestrutura. Mas o comportamento da sociedade e suas consequências têm origem em uma camada mais profunda, nos nossos valores. Em última instância, os governantes são reflexo do que somos.
         Quando pensamos em transformar a cultura de um país, a coisa é bem mais complexa do que as transformações que ocorrem nas organizações, a partir da transformação dos seus líderes. O sistema humano de um país desenvolveu sua cultura após gerações, como consequência de uma série de fatos históricos, que determinaram modelos daquilo que se estabelece como típico, normal e característico do caráter ou gênio de um povo. Isso até é passível de variadas análises e interpretações antropológicas, etnológicas, filosóficas, sociológicas, no sentido de caracterizar o perfil coletivo, mas seria impossível localizar nas origens qualquer qualificação das relações de causa e efeito da forma como fazemos nas organizações. O desenvolvimento do caráter de um povo ocorre a partir de modelos e padrões estéticos, morais e éticos, consequentes da experiência histórica da coletividade e, em certa medida, até é indistintamente desenvolvido. Por outro lado, acredito que a transformação da cultura de uma sociedade, planejada ou não, pode acontecer a partir da tomada de consciência do coletivo, mas necessariamente ocorre como consequência de fatos históricos que patrocinam a reinterpretação de significados coletivamente. Isso acontece, por exemplo, em situações de guerra. Nenhum país sai de uma guerra da mesma forma que entrou, pois é um fato que altera a cultura como se fosse uma alteração genética.
No nosso caso, embora não estejamos em guerra, enfrentamos uma profunda crise política e econômica. Na raiz dessa crise emergem assustadores padrões morais e éticos. A exposição de práticas espúrias no meio político e empresarial é de tal monta que supera as expectativas de todos, mas nos permite olhar e repensar o que deve ser aceito ou não. Estamos diante de uma fratura exposta, descortinando uma lógica que envergonha todos, até alguns dos que se envolveram e chegaram a se vangloriar da “esperteza”. Os acontecimentos ativaram forças que produzem a esperança de tempos melhores: Operação Lava-Jato, o impedimento da presidente da República, Judiciário atuante como nunca, delações premiadas, políticos de alto escalão presos, empresários do topo amargando anos de prisão, coisas inimagináveis tempos atrás.
Mas será que tudo isso trará solução duradoura? Não, a grande oportunidade que se apresenta é a reflexão e a tomada de consciência. Precisamos aproveitar para mudar a nossa cultura, aquela do “levar vantagem em tudo”, de tolerar o “rouba mas faz”, do “jeitinho brasileiro”, de aceitar a corrupção nas mínimas coisas. Precisamos aproveitar para encontrar novos significados para o que se deve ou não fazer e assumir um papel de intolerância com o que está errado!
Assim como em uma empresa, mudar a cultura de um país passa por mudar os comportamentos dos líderes. A grande questão é que o brasileiro se posiciona criticamente diante do Brasil e do brasileiro, olhando-se na terceira pessoa, tipo “eu sou honesto, mas o brasileiro é corrupto...” Pesquisas recentes do Barrett Values Centre constatam que os valores do brasileiro localizam e apontam tanto os problemas quanto as soluções associadas na terceira pessoa... “Eles precisam mudar”. São os governantes, os líderes... Sempre há os vilões e heróis! Esses são os culpados, aqueles salvam!
Mas, pensando em uma sociedade, quem são aqueles que efetivamente podem mudar a cultura e o rumo das coisas? Os verdadeiros líderes, aqueles que forjam a cultura de uma nação são os cidadãos comuns, TODOS, os pais, filhos, professores, alunos... Qualquer um que tenha capacidade de influenciar o outro a se comportar do jeito correto, independentemente da sua classe ou posição sociocultural, mas que se legitima a partir dos seus comportamentos e exemplo.
A partir do exercício da cidadania em cada um, conseguiremos mudar a nossa realidade cultural, onde não se tolere o que não for o certo! Só assim mudaremos para uma sociedade mais solidária, justa e cidadã.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto/2017 a ainda estratosférica marca de 397,44% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 317,31%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em setembro, chegou a 2,54%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...   

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      





quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A CIDADANIA, AS PRÁTICAS EDUCACIONAIS MEXÍVEIS E IMEXÍVEIS E A MISSÃO DO PROFESSOR


“Mexíveis e imexíveis
        ‘A escola é tão boa quanto seus professores.’
Raras afirmativas encontram tanto consenso entre leigos, pesquisadores, ideólogos e agnósticos. Infelizmente, eles concordam por ser excessivamente vaga, cada um pondo suas próprias interpretações. Sendo eu um incurável pesquisador, vejamos o que dizem os estudos.
         Primeiro, há que traduzir: professor bom é aquele cujos alunos aprendem mais. Portanto, o caminho das luzes consiste em perguntar que características dos professores estão associadas ao maior aprendizado dos alunos.
         Seja no Brasil, seja alhures, sabemos o que não explica quanto os alunos aprendem: a experiência do professor, sua idade e nível de escolaridade – mesmo mestrado. Nada disso se correlaciona com a qualidade do ensino. Não posso deixar de tocar em um vespeiro zangado: o salário dos professores. As pesquisas tendem a mostrar a ausência de associação com qualidade. Uma correlação simples, entre estados brasileiros, mostra que salários mais altos ou mais baixos não se associam ao Ideb de cada um. Mas essa assombração não é nosso tema.
         O essencial em tais características é serem imexíveis. Não se pode mudar a idade do corpo de professores, sua formação prévia ou sua carreira acadêmica. Só com décadas isso se faz. No mundo da fantasia, o salário pode até dobrar. Mas quebram o Fisco os aumentos que melhorariam a qualidade.
         Maurício M. Fernandes e Claudio Ferraz (da USP e PUC-RJ) realizaram uma pesquisa econométrica muito cuidadosa, usando funções de produção para testar o impacto de várias características dos professores (http:www.econ.puc-rio.br/uploads/adm/trabalhos/files/td620.pdf). Com dados do Estado de São Paulo, buscaram testar o impacto de duas variáveis críticas sobre o ensino na 8ª série: 1) o domínio da matéria ensinada (usando as provas da Secretaria de Educação, aplicadas aos professores) e 2) as práticas adotadas em sala de aula. Ambas são “mexíveis”, pois é possível aperfeiçoar o conhecimento dos mestres e, ainda mais factível, melhorar suas técnicas de ensino.
         Alvíssaras! Os resultados são memoráveis. Como em outros países, os professores que melhor dominam o assunto ensinado têm alunos que aprendem mais. Do ponto de vista estatístico, esse resultado é robusto.
         Contudo, a análise demonstra que as práticas de sala de aula têm impacto bem maior do que o conhecimento da matéria. Ou seja, qualquer professor que adotar práticas hoje recomendadas terá alunos que vão aprender muito mais. São técnicas simples, que não requerem equipamentos ou malabarismos metodológicos. No caso, obtêm melhores resultados os professores que passam e corrigem o dever de casa, explicam a matéria até os alunos entenderem, mostram para que serve o aprendido e indicam livros de literatura.
         Em pesquisas desse tipo, apenas se consegue medir dimensões relativamente simples do que acontece na sala de aula. Muita coisa importante fica de fora. Mas já é um grande avanço quando se logra desenhar uma pesquisa que associe resultados a medidas confiáveis dessas variáveis. E foi isso que fizeram os autores. Além disso, foram capazes de controlar estatísticamente – ou seja, manter constantes – variáveis que poderiam explicar diferenças de aprendizado. No caso, demonstrar que os resultados não se devem a amostras viciadas, a características do diretor ou ao que os alunos já sabiam, de séries anteriores.
         O miolo das análises estatísticas é demasiado complicado para explicar em poucas palavras. Mas os resultados são perfeitamente compreensíveis. Mostram que, no caldeirão econométrico, as técnicas de sala de aula passaram à frente de todas as outras variáveis lá despejadas. E são práticas fáceis de aprender e adotar.
         Portanto, a notícia não poderia ser mais bem-vinda. Trata-se de uma pesquisa brasileira, conduzida por autores de bom pedigree e cujos resultados são difíceis de ser contestados. Os procedimentos são de fácil incorporação em sala de aula e seu impacto é maior do que tudo o mais que conhecemos. Pode ser difícil convencer alguns professores a mudar suas práticas. Mas, pelo menos, isso está no campo do possível, em contraste com as alternativas imexíveis.”

(Claudio de Moura Castro. Economista, em artigo publicado na revista VEJA, edição 2375 – ano 47 – n° 22, de 28 de maio de 2014, página 24).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 15 de outubro de 2014, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de DALVA SOARES GOMES DE SOUZA, mestre em língua portuguesa, formada em letras e pedagogia, e que merece igualmente integral transcrição:

“Missão do professor
        Com o avanço da tecnologia, a sala de aula é quase a mesmo dos longíquos tempos: do quadro de giz ao de pincel, do CD e toca-fitas ao pen-drive e ao DVD, além de carteiras, mesa e alguns cartazes alusivos a datas comemorativas ou trabalhos discentes selecionados.
         O professor, até os mais antigos, ao longo dos anos, vem percorrendo essas etapas tecnológicas nada difíceis de serem vencidas, principalmente para maioria que convive bem com a informática, mesmo sem muito aprofundamento.
         Como toda profissão em suas especificidades, a de professor não é diferente. Além da formação acadêmica tão significativa para o domínio do conhecimento, ele precisa ter a qualificação pedagógica, que são as técnicas utilizadas no dia a dia para que possa trabalhar o conteúdo de maneira adequada à realidade da turma, num clima agradável e prazeroso. Nesse domínio, incluem-se os instrumentos tecnológicos da Era do Conhecimento, para que o trabalho docente seja diversificado e atraente. A condução da disciplina trabalhada deve culminar em aprendizagem, objetivo supremo da escola.
         Nos anos iniciais de ensino, constata-se a valorização do domínio pedagógico ostentado pelo professor e, à medida que o aluno vai avançando em seus estudos, o domínio acadêmico do docente vai-se elevando até que, no ensino superior, sobrepuja o pedagógico, embora o equilíbrio seja a melhor postura a ser adotada.
         O pai da psicanálise, Sigmund Freud, reconhecia essa profissão como a do grupo das impossíveis, afirmando: “O fim último da educação é ensinar à criança a dominar os seus impulsos e, por isso, o professor tem que inibir, proibir e reprimir”. Reconhecemos que isso não é fácil. Repressão e permissão exigem pulso forte, naturalmente sem exagero, e muita sabedoria.
         A sociedade não é estática e transforma-se com a rapidez proporcionada pela tecnologia. O tripé do núcleo familiar – pai, mãe e filhos – ficou prejudicado em função das separações conjugais e da necessidade de a mãe trabalhar para ajudar a garantir a sobrevivência da família.
         Com o tempo, a figura do professor ficou excessivamente desgastada. A família, antes partícipe da vida escolar e das posturas naturais que iam sendo adotadas pelos professores, na tentativa de formar o caráter de cada aluno para enfrentar a vida, assume posição contrária, indo de encontro a toda e qualquer atitude que possa desagradar ao filho, muitas vezes, até agredindo o docente. O respeito já não existe como em outros tempos.
         Como se vê, a tarefa do professor transcende qualquer linha limítrofe do nosso sistema terrestre. Ele é formador de opiniões e considerado por seus alunos como modelo, exemplo e referência indiscutível de ser humano. Por isso, nem todos podem exercer essa profissão, mesmo que o pretendente tenha bem os domínios acadêmico e pedagógico.
         Assim, com tanto estímulo e um salário inferior ao de qualquer profissional, uma grave indiferença assolou o interesse dos vestibulandos para a realização de uma licenciatura, muitas já esvaziadas e eliminadas das faculdades.
         Já ouvi professores dizendo que não dão aulas porque os alunos não querem saber de estudar, embora exijam ser aprovados a qualquer preço, a exemplo da infeliz promoção automática que fez parte da vida escolar e não deu certo. Até quando essa realidade permanecerá?
         As mudanças ocorrem naturalmente porque a sociedade evolui e a escola tem que acompanhar. No entanto, a irresponsabilidade não pode sustentar a educação a ponto de comprometer a formação de nossos profissionais que, tão desinformados, geram insegurança em todas as áreas. No dia do professor, parabenizamos aqueles que, mesmo diante de tantas distorções, preocupam-se em qualificar-se e buscam recursos para tornar suas aulas mais consistentes e sua tarefa mais aprazível.”

Eis, pois, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade), em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:  I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, há séculos, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional – pública e privada – normalmente no cenário perverso do “dinheiro público versus interesses privados”, e gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis (a propósito, trecho de Carta de Vauban, melhor engenheiro militar que a França conheceu, endereçada a Lauvois, Superintendente das Construções da França, no reinado de Luís XIV, em 17 de julho de 1683: “Existem algumas pontas de obras dos últimos anos que não estão terminadas e que nunca irão sê-lo. E tudo isso, Senhor, devido à confusão causada pelos freqüentes rebaixamentos de preços que se fazem nas obras de Vossa Mercê,como Empreiteiros, todos os miseráveis que não sabem onde dar com a cabeça, os trapaceiros e os ignorantes. E afastar de Vossa Mercê todos aqueles que têm o que perder e que são capazes de conduzir uma Empresa...”;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro pública, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São gigantescos desafios, e bem o sabemos, mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...


O BRASIL TEM JEITO!...

terça-feira, 8 de julho de 2014

A CIDADANIA, A PAIXÃO PELA COPA DO MUNDO E A BUSCA DA EXCELÊNCIA NA EDUCAÇÃO

“Elogio do pé, que sustenta a paixão pela Copa do Mundo
         
         Em tempos de Copa do Mundo, o pé é o que conta de verdade, pois é com o pé que se ganham ou se perdem partidas de futebol e, eventualmente, a Copa.
         Entretanto, se algum extraterrestre viesse à Terra e reparasse como os humanos tratam os pés, suspeito que ficariam escandalizados. Parece que os consideram a parte menos nobre do corpo, pois os escondem. Pior, tentam sufocá-los com um pedaço de pano, chamado de meia. Depois, estrangulam-no com algo mais duro, de couro, os sapatos. E, não contentes, amarram-nos com finas cordas, os cadarços, para se assegurar de que não vão se libertar. Por fim, colocam todo o peso do corpo em cima dos pés, obrigando-os a cheirar o pó dos caminhos, a sofrer a dureza das pedras, a sentir o mau cheiro de tanto lixo jogado no chão.
         Mas essa interpretação dos alienígenas é exterior e equivocada. O que fazemos com os pés é cuidar deles, pois constituem nosso meio natural de transporte. Mais ainda, os pés são o sinal  mais convincente de nossa hominização. Deixamos para trás o reino animal quando nossos ancestrais antropóides se ergueram sobre os pés e começaram a andar eretos, a ver longe, permitindo o desenvolvimento do cérebro.
         Anatomicamente, são um milagre, com dorso adaptado para aparar os atritos e planta consistente para defender-se das asperezas do solo. Uma rede de pequenos tendões garante as articulações, que conferem equilíbrio aos movimentos. O que não fazem os dançarinos com os pés?
         O pé é tão importante que foi escolhido por muitos povos antigos e modernos, como os anglo-saxões, como unidade de mentira. Um pé equivale a 12 polegadas, o que corresponde a 30,48 cm. A poesia, a forma mais nobre da literatura, tem que pés certos para ser harmoniosa.
         Sem os pés, não teríamos o futebol, para o qual os pés são tudo. É o esporte mais criativo, diverso e mobilizador que existe. É uma metáfora do que melhor podemos apresentar: a combinação feliz do desempenho do indivíduo com a cooperação do grupo. Poder ser uma verdadeira escola de virtudes: autodomínio, tranquilidade, gentileza e capacidade de perdão ao não retrucar pontapé com pontapé. Por somos humanos, às vezes tal coisa pode acontecer. Mas não é permitida. O jogador é advertido, punido com cartão amarelo ou vermelho e pode até ser expulso.
         Se consultarmos o dicionário Aurélio, encontramos ali mais de uma dezena de significações ligadas ao pé, em sua grande maioria positivas. Com o pé em algumas dessas significações, vamos fazer o elogio do pé, pé que sustenta a paixão pela Copa do Mundo. Num mundo politicamente sem pé nem cabeça, com chefes de Estado metendo os pés pelas mãos em conflitos na Síria, no Afeganistão e na Palestina, e sempre em pé de guerra contra o terrorismo, encontramos o futebol um pé para pensarmos uma sociedade mundial que dê pé para formas de convivência amigável e até fraternal que encontram pé de apoio no entusiasmo das torcidas em todos os países.
         Por um lado, devemos estar com o pé atrás dos utopismos; por outro, não devemos arredar o pé na busca de formas civilizadas de convivência global. Logicamente, esse mundo não chega nem aos pés  do sonho de Jesus, mas ele tem pé na esperança humana. Podemos começar com pé direito já agora, ficando aos pés das vítimas, mesmo que tenhamos que fazer pé atrás às pressões dos poderosos. Mas vamos bater o pé nessa causa sagrada, sabendo que ela não se alcança com o pé nas costas. Jamais vamos dar no pé.
         Oxalá nossos jogadores, alguns pé de ouro, não nos deixem a pé, para não termos que sofrer que nem pé de cego.”

(LEONARDO BOFF. Filósofo e teólogo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 27 de junho de 2014, caderno O.PINIAO, página 22).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado na revista VEJA, edição 2379 – ano 47 – nº 26, de 25 de junho de 2014, página 22, de autoria de Claudio de Moura Castro, economista, e que merece igualmente integral transcrição:

“Educação: receita para não recuar
        
         Em um ensaio recente, mostrei que as fórmulas para melhorar a escola são conhecidas e convergentes. Mas eis que retruca Maria Helena G. de Castro: “Como fazer para não desmoronar tudo na gestão seguinte?”. De fato, esse tem sido um dos grandes desapontamentos, pois, se há casos de continuidade, também os há de marcha a ré.
         Minas teve uma notável continuidade na política que contagiou o ensino. Era o décimo melhor estado no início dos anos 90. Ao fim de duas gestões, tornara-se o primeiro. Tropeçou na seguinte. Mas, daí para a frente, recuperou a continuidade e o avanço.
         O Ceará lidera o Nordeste, fruto de uma incomum continuidade nas equipes e nas políticas adotadas. Já em São Paulo, a política sobe e desce, e o mesmo ocorreu na sua educação. O peso da tradição permitiu que recuasse pouco, mesmo nos piores períodos, mas a dinheirama paulista não levou à liderança inconteste que poderíamos esperar.
         Saindo do nada, as escolas de Tocantins tiveram um avanço espetacular – em certos níveis, chegaram a ultrapassar o Rio de Janeiro. Mas, nos meandros da política, tropeçou na continuidade.
         No Rio de Janeiro, deu-se o oposto. Governos ineptos e sucessivos minaram sua educação. Mas, em anos recentes, mostra o seu potencial. Terá continuidade a nova trajetória?
         Pelas suas raízes culturais, o Rio Grande do Sul sobressaiu por muito tempo. Mas, nas últimas gestões, perdeu fôlego.
         São apenas exemplos. Há também os cinco e tantos municípios. O que nos ensina a observação desse sobe e desce?
1 Os ganhos não são irreversíveis. Um sopro, de qualquer direção, faz desmoronar a obra.
2 Contudo, quando dá para trás, o recuo tende a não ser total, alguma coisa sobra.
3 Há uma alta correlação entre a qualidade dos governantes e a robustez da educação.
         Sem dúvida, a descontinuidade é fatal para o ensino, quando um faz e políticos e sindicatos desfazem. Sofre a educação quando predominam sobre o interesse coletivo as nomeações de conveniência. Quando, por razões políticas, a fórmula do anterior precisa ser considerada ruim, desmancha-se o que estava sendo construído. Aliás, não basta ser do mesmo partido, pois os compromissos de campanha do novo incumbente podem sacrificar a continuidade e a motivação das equipes.
         Por que tamanha vulnerabilidade?
         A explicação é simples: uma educação de qualidade não é uma prioridade amplamente compartilhada pela sociedade brasileira. Os grandes avanços resultam do voluntarismo, da liderança e da obstinação de alguns governadores, prefeitos ou secretários. Na loteria política, a sorte leva para as cadeiras certas algumas pessoas iluminadas.
         Nesse clima, acontecem os acertos infrequentes. Parece haver uma atitude morna, um apreço frágil por uma meta tão árdua. E ocorrem os acidentes de percurso: “Pensei que fulano era bom...”. Pensou, mas não verificou. Como essas, há muitas outras ameaças, de origens variadas. Não uma causa única para o retrocesso. A grande constante é a fragilidade das defesas de uma educação de qualidade.
         Tem conserto essa fragilidade? Sejamos otimistas! Afinal, os avanços das décadas recentes foram impressionantes, mesmo diante de países bem-sucedidos nesses assuntos.
         Consideremos, no Brasil não falta mais água nem comida. O governo tremelicou quando uma seca reduziu a oferta de eletricidade. Igualmente, as escolas têm vagas. Mas e a qualidade? Tudo depende das prioridades do povo. Nas sociedades em que a educação é para valer, não se aceitam versões pálidas e os governantes são castigados quando cai a qualidade – isso aconteceu na Alemanha diante de resultados no Pisa considerados vexaminosos. Mas permanecerá a vulnerabilidade nas sociedades em que um fracasso das escolas não atemoriza as “autoridades”.
         Por isso, uma educação à prova de retrocessos requer uma sociedade que não os aceite. Infelizmente, como demonstrado por pesquisa da VEJA, 70% dos pais estão satisfeitos com a escola dos filhos. Portanto, não brigam por uma qualidade que acreditam já existir. Blindar a excelência da educação requer convencer esses pais de que nosso ensino é péssimo e está bloqueando o progresso. Basta isso.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores de mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também  a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis (a propósito, segundo estudo divulgado pela Agência Internacional de Energia – AIE, 14 bilhões de aparelhos conectados – como decodificadores de TV por assinatura, consoles de videogames e impressoras, estão desperdiçando US$ 80 bilhões por ano em decorrência de ineficiência das tecnologias usadas...);

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que permita a partilha de suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...


O BRASIL TEM JEITO!...     

sexta-feira, 6 de junho de 2014

A CIDADANIA, A ÉTICA E A QUALIDADE NO TRABALHO E NA EDUCAÇÃO

“Ética e qualidade no trabalho
        
         Outra dia, caminhando pela calçada de uma avenida central da cidade, vi uma senhora levar um tombo feio. Ajudei-a a levantar-se e comentamos a situação que provocara o acidente. Tudo por culpa de uma recente reforma feita em todo o piso, mas de forma tão precária que estava se desfazendo completamente. Quem fez o serviço foi irresponsável e não se importou com o que viria depois. Quem devia fiscalizar a obra, atuou da mesma forma. Tudo teria de ser totalmente refeito. Retrabalho, novos gastos e perda de tempo com algo que, se fosse realizado corretamente, representaria uma economia vital de recursos e aborrecimentos.
         Pena que isso não é uma exceção, não é mesmo? Todos os dias nos deparamos com coisas assim e não gostamos. O problema é que muitos dos se queixam também acabam fazendo o mesmo em inúmeras outras situações. É que se tornou um lugar comum ser pouco profissional, fazer errado, atrasar, prometer e não cumprir, assim como ser conivente ou indiferente com o problema. Isso nos leva depois, como pessoas e como povo, a ter de aceitar o mal feito em todos os níveis. Perdemos assim a autoridade para reclamar contra a corrupção, injustiças, preconceitos, mau uso dos recursos e tudo mais de feio que vemos por aí.
         Em particular no Brasil, ainda não temos uma cultura de qualidade no trabalho. Não temos o hábito de cuidar dos detalhes, de fazer melhor, de ter uma postura profissional e social responsável. Ainda insistimos em ser o país do jeitinho, onde sempre se improvisa, onde as coisas são feitas pelas metades, às pressas, onde vale tudo, onde o mau exemplo vem de cima, onde ganha o mais esperto, onde a oportunidade é uma tradição antiga. Geralmente, não consideramos quesitos como durabilidade, bom acabamento, beleza, conforto e segurança. Não nos colocamos no lugar de quem vai usar e não avaliamos os resultados para corrigir e melhorar.
         Prevalece o lucro a todo custo, o imediatismo, o interesse mesquinho, o egoísmo de quem só olha para o próprio umbigo. Não tem aquela de ganha-ganha. Daí o cliente ainda não ser uma prioridade na ordem das coisas e o mau atendimento se espalha como uma praga por todas as partes. É claro que, vez por outra, nos surpreendemos ao encontrar o contrário de tudo isso. Mas é uma rara exceção e não regra geral. Para completar, ainda vem depois a turma que picha, depreda, suja, estraga e destrói o pouco de bom que foi feito.
         Ao contrário de lugares mais desenvolvidos, aqui a distância social entre as pessoas infelizmente favorece a ideia de que existem vários tipos de brasileiros e que direitos e deveres são diferentes para cada grupo. Em consequência, não nos importamos com o todo, não nos vemos como nação e também não exigimos posturas éticas de governantes, organizações e concidadãos. Isso mostra uma clara falta de valores comuns. Em países melhores, tudo o que é público é de todos e eles cuidam desse patrimônio. Aquilo que é público é de ninguém e é tratado com descaso. Daí muitos políticos serem desonestos com o dinheiro público, as empresas estarem longe de fazer os clientes felizes e as pessoas jogarem papel na rua ou picharem paredes e monumentos. No fim das contas, todos nós sofremos as consequências dessa triste situação, que só tem se agravado nos últimos anos.
         No universo do trabalho, podemos ver que alguns profissionais estão atentos ao seu comportamento só para se sentirem bem consigo mesmos. Outros já atuam melhor por hábito da educação que receberam. Porém, a maioria age corretamente simplesmente por medo das consequências, situação que não oferece nenhuma garantia. Antes de exigir dos outros, cada trabalhador deve desenvolver em si mesmo as competências técnicas e humanas que necessita, numa busca constante para aprimorar seu nível de capacitação.
         Atualmente, quem aspira uma carreira longa, respeitada e sólida deve observar as significativas mudanças nesse novo mercado tão competitivo e globalizado, que não está mais aceitando posições sem compromisso com a qualidade e a ética. Curiosamente, o que faz falta cresce como demanda. Aquela velha lei da oferta e da procura que nunca sai de moda.
         Certo é que os verdadeiros juízes dessa questão são os consumidores, cada vez mais bem informados e exigentes. Eles irão premiar ou punir, na hora da compra, o comportamento de profissionais e organizações. Isso significa uma clara transição de poder de quem vende para quem compra. Mais que qualquer outro argumento, a sanção social é pior que a sanção legal, muitas vezes ineficiente, parcial e permissiva.
         Qualquer dúvida é só observar o que ocorre nas redes sociais. A lógica econômica funciona então como um motor para melhores atitudes e procedimentos, melhores produtos e serviços. Assim todos ganham: os clientes são capazes de obter o que desejam, os trabalhadores amadurecem e os empresários aumentam a margem de sucesso do seu negócio. Aquele que não compreendem essa nova relação de forças estão fadados a desaparecer.”

(RONALDO NEGROMONTE. Palestrante e consultor em desenvolvimento de pessoas e organizações, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de junho de 2014, caderno MEGACLASSIFICADOSADMITE-SE, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado na revista VEJA, edição 2375 – ano 47 – nº 22, de 28 de maio de 2014, página 24, de autoria de Claudio de Moura Castro, economista, e que merece igualmente integral transcrição:

“Mexíveis e imexíveis
        
         ‘A escola é tão boa quanto seus professores.’ Raras afirmativas encontram tanto consenso entre leigos, pesquisadores, ideólogos e agnósticos. Infelizmente, eles concordam por ser excessivamente vaga, cada um pondo suas próprias interpretações. Sendo eu um incurável pesquisador, vejamos o que dizem os estudos.
         Primeiro, há que traduzir: professor bom é aquele cujos alunos aprendem mais. Portanto, o caminho das luzes consiste em perguntar que características dos professores estão associadas ao maior aprendizado dos alunos.
         Seja no Brasil, seja alhures, sabemos o que não explica quanto os alunos aprendem: a experiência do professor, sua idade e nível de escolaridade – mesmo mestrado. Nada disso se correlaciona com  a qualidade do ensino. Não posso deixar de tocas em um vespeiro zangado: o salário dos professores. As pesquisas tendem a mostrar ausência de associação com  qualidade. Uma correlação simples, entre estados brasileiros, mostra que salários mais altos ou mais baixos não se associam ao Ideb de cada um. Mas essa assombração não é o nosso tema.
         O essencial em tais características é serem imexíveis. Não se pode mudar a idade do corpo de professores, sua formação prévia ou sua carreira acadêmica. Só com décadas  isso se faz. No mundo da fantasia, o salário pode até dobrar. Mas quebram o Fisco os aumentos que melhorariam a qualidade.
         Maurício M. Fernandes e Claudio Ferraz (da USP e PUC-RJ) realizaram uma pesquisa econométrica muito cuidadosa, usando funções de produção para testar o impacto de várias características dos professores (http:www.econ.puc.rio.br/uploads/adm/trabalhos/files/td620.pdf). Com dados do Estado de São Paulo, buscaram testar o impacto de duas variáveis críticas sobre o ensino na 8ª série: 1) o domínio da matéria ensinada (usando as provas da Secretaria de Educação, aplicadas aos professores) e 2) as práticas adotadas em salas de aula. Ambas são “mexíveis”, pois é possível aperfeiçoar o conhecimento dos mestres e, ainda mais factível, melhorar suas técnicas de ensino.
         Alvíssaras! Os resultados são memoráveis. Como em outros países, os professores que melhor dominem o assunto ensinado têm alunos que aprendem mais. Do ponto de vista estatístico, esse resultado é robusto.
         Contudo, a análise demonstra que as práticas de sala de aula têm impacto bem maior do que o conhecimento da matéria. Ou seja, qualquer professor que adotar práticas hoje recomendadas terá alunos que vão aprender muito mais. São técnicas simples, que não requerem equipamentos nem malabarismos metodológicos. No caso, obtêm melhores resultados os professores que passam e corrigem o dever de casa, explicam a matéria até os alunos entenderem, mostram para que serve o aprendido e indicam livros de literatura.
         Em pesquisas desse tipo, apenas se consegue medir dimensões relativamente simples do que acontece na sala de aula. Muita coisa importante fica de fora. Mas já é um grande avanço quando se logra desenhar uma pesquisa que associe resultados a medidas confiáveis dessas variáveis. E foi isso que fizeram os autores. Além disso, foram capazes de controlar estatisticamente – ou seja, manter constantes – variáveis que poderiam explicar diferenças de aprendizado. No caso, demonstrar que os resultados não se devem a amostras viciadas, a características do diretor ou ao que os alunos já sabiam, de séries anteriores.
         O miolo das análises estatísticas é demasiado complicado para explicar em poucas palavras. Mas os resultados são perfeitamente compreensíveis. Mostram que, no caldeirão econométrico, as técnicas de sala de aula passaram à frente de todas as outras variáveis lá despejadas. E são práticas fáceis de aprender e adotar.
         Portanto, a notícia não poderia ser mais bem-vinda. Trata-se de uma pesquisa brasileira, conduzida por autores de bom pedigree e cujos resultados são difíceis de ser contestados. Os procedimentos são de fácil incorporação em sala de aula e seu impacto é maior do que tudo o mais que conhecemos. Pode ser difícil convencer alguns professores a mudar suas práticas. Mas, pelo menos, isso está no campo do possível, em contraste com as alternativas imexíveis.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, pedagógicas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...