Mostrando postagens com marcador EDMARSON BACELAR MOTA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador EDMARSON BACELAR MOTA. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

A CIDADANIA, A QUALIDADE DA LIDERANÇA E OS DESAFIOS DA SAÚDE PSÍQUICA NO TRABALHO

“É preciso repensar a liderança
        Visão estratégica, foco no resultado e gestão de pessoas chegaram, desde 2009, ao topo das maiores preocupações dos executivos brasileiros. É o que mostra pesquisa da Keseberg&Partners envolvendo 6 mil deles e divulgada pela revista Exame. Todas elas demandam o desenvolvimento dos gestores em dimensões além da puramente “técnica”, gerencial ou conhecimento do próprio ambiente de negócios, sendo a dimensão humana pré-requisito e amálgama para a ampliação cognitiva. O desenvolvimento humano reflete-se diretamente na qualidade e no próprio modus operandi  dessas três grandes preocupações detectadas pela pesquisa.
         A ampliação da dimensão qualitativa do desenvolvimento humano de gestores aborda aspectos diversos, tais como: autoconhecimento; comportamentos e peculiaridades humanas; valores e princípios; motivação; comunicação interpessoal; feedback; assertividade; ‘papéis ‘ vivenciados; criatividade e imaginação; apresentações e comunicações em público; liderança; equipes e sua evolução; negociar e lidar com conflitos; ética; postura diante de crises e pressões; além das relações humanas e do desempenho nos ambientes organizacional e de negócios, como também pessoal.
         A gestão de pessoas ou administrativo do fator humano nas organizações tem uma história tão antiga quanto a própria história das civilizações. Logo que os seres humanos realizaram seu instinto natural de socialização, formando famílias, tribos, clãs e etnias, surgiram necessidades de disciplinar comportamentos, normalizar interações e estabelecer valores culturais adequados àqueles agrupamentos de pessoas. Neles, as pessoas desejam, fundamentalmente, ter “uma vida boa para si e para os outros, em um ambiente de justiça para todos”, como propunha Aristóteles. Nessa ótica, quanto mais abrangente for o conceito de “outros” e a noção de “todos”, mais complexa e eticamente desenvolvida é aquela organização social.
         Historicamente, organizações como as militares, religiosas e políticas se anteciparam na formalização de seus processos e instrumentos de gestão do fator humano, tendo em vista o exercício do poder ou a preservação de espaços de domínio. No plano das organizações empresariais, o estudo sistemático da administração organizacional e particularmente, do chamado Fator Humano é bastante recente. Somente após a Revolução Industrial e o desenvolvimento da teoria científica da administração (Fayol, Taylor, Ford) começaram a ser investigadas as possíveis relações entre pessoas, produtividade e processos produtivos.
         Na medida em que essas organizações foram mudando suas estruturas formais, adquirindo e utilizando novas tecnologias, oferecendo novos produtos e serviços aos clientes e empenhando novos esforços adaptativos pela sobrevivência, o ser humano envolvido passou por sucessivas reavaliações e redefinições. Já se chamou empregado (que pode ser utilizado para realizar uma tarefa), funcionário (que tem uma função assinalada) mão de obra (que tem uma mão para trabalhar), recurso humano (que, se esgotar, pode ser substituído), servidor (que serve a alguém ou alguma instituição), colaborador (que trabalha junto e alinhado com a organização), parceiro (que está em pé de igualdade com a organização), terceirizado (que trabalha para uma organização, mas é remunerado por outra), cliente interno (que participa da cadeia de produção consciente de seus papéis de receptor de insumos e “entregador” de produtos). O fator humano reúne tudo que está presente nas pessoas e que tem importância para o desempenho das organizações empresariais.
         O momento atual e tendências apontam para o desenvolvimento e integração de capacidades variadas e tudo começa com a “excelência humana”, que permite a integração e sinergia de pessoas, sonhos e coisas, independentemente do número de colaboradores na empresa. O bom líder evita o paternalismo/assistencialismo, buscando sempre formas que englobem adaptabilidade aos desafios que o mercado impõe, assim como estímulo à criatividade e inovação; são formas estratégicas e muito importantes quando se trata de empresas familiares ou de pequeno e médio porte, onde a sucessão geralmente é familiar.
         A liderança é, em essência, a capacidade de tornar real o desenvolvimento e a concretização do potencial humano nas dimensões necessárias ao negócio da organização.”.

(EDMARSON BACELAR MOTA. Professor de gestão de pessoas da Fundação Getúlio Vargas/Faculdade IBS, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 6 de setembro de 2015, caderno ADMITE-SECLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 5 de setembro de 2015, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de LÚCIA MARIA ALMENDRA CORREIA LIMA, mestre em ciências sociais, psicóloga e professora da Faculdade Arnaldo, e que merece igualmente integral transcrição:

“Saúde psíquica e trabalho
        Há muitas décadas, pesquisadores franceses, originalmente, tentam compreender com mais efetividade a relação entre a saúde mental e trabalho. Abordar o tema não equivale a desconsiderar a centralidade secular que a atividade do trabalho mantém, nem descaracterizar a possibilidade de essa atividade vir a estar relacionada com a construção de identidade das pessoas, com a realização e o prazer de profissionais, em geral. No entanto, visto de uma outra perspectiva, em que a forma como a organização do processo de trabalho se concretiza e as condições diversas que emolduram esse processo se manifestam no dia a dia do trabalhador, torna-se possível perceber e identificar como e o quanto o trabalho poderá vir a ser, igualmente, fonte geradora de adoecimento e de desprazer para as pessoas.
         De um lado, tem-se o indivíduo com sua singularidade, carregando diferente bagagem biopsicossocial, que influenciará sobremaneira sua habilidade maior ou menor e mais qualificada ou menos qualificada de relacionamento com o trabalho. De outra parte, a organização e contexto mais amplo, macroambiental, onde ela se insere. É evidente que, excetuando-se casos muito típicos ou extremos, não será suficiente para o adoecimento psíquico na relação com seu trabalho que aquele indivíduo carregue uma predisposição orgânica para isso, fazendo, da organização do processo de trabalho, apenas o desencadeador da doença. Assim, cai-se numa visão meramente organicista.
         Fatores psicossociais variados e geradores de estresse, o assédio moral contemporâneo no ambiente de trabalho, a precarização das condições de trabalho, a inversão da função psicológica do trabalho, não possibilitando ao homem mais desenvolver-se do que adaptar-se, o esvaziamento da atividade laboral como recurso de humanização do próprio homem-sujeito, a ausência de escutas no trabalho, as condições efetivas e concretas de existência das pessoas que trabalham, a atuação pouco efetiva ou acomodação das equipes multidisciplinares de saúde ocupacional dentro e fora das organizações, entre outros, poderão desfavorecer a saúde psíquica e levar ao adoecimento e sofrimento no trabalho.
         Subjetividade e realidade estão como que imbricadas, amalgamadas, são construídas num mesmo processo, uma não existindo sem a dependência da outra. Portanto, muito há que ser feito para assegurar saúde psíquica no trabalho, tanto pela procura espontânea/desejada do indivíduo para seu autoconhecimento mais real e consistente, via processo psicoterapêutico, quanto por melhor percepção e mais ações favorecedoras da saúde psíquica no e pelo trabalho, por parte das organizações e sua lideranças. O desajuste no trabalho não decorre apenas da estrutura do indivíduo. O que o homem faz de sua vida e o que a vida faz dele pesam para a saúde ou para o adoecimento quando esse homem se relaciona com sua atividade laboral.
         Até Dejours, expoente nesse tema e que parece privilegiar a estrutura psíquica, adverte, por exemplo: “A multiplicação atual de suicídios no trabalho não resulta apenas de injustiças, da desgraça ou de assédios. Resulta principalmente da experiência atroz do silêncio dos outros, do abandono pelos outros, da recusa de testemunhar dos outros, da covardia dos outros. A injustiça ou o assédio que, em outro momento, teriam sido uma experiência penosa ou dolorosa podem, no contexto de hoje, degenerar brutalmente para uma crise de identidade”. E, extrapolando, por mais contraditório que possa parecer, a patologia é ainda a última expressão da vida concreta do indivíduo, vamos dizer assim. Adoece-se para continuar vivo. A doença poderia ser concebida, desse modo, como uma forma extrema e necessária de defesa para o lidar-se com os conflitos e permanecer vivo.
         Yves Clot, outro expoente na França nessas questões, ao discorrer sobre o nosso poder de agir, lembra o que Vigotsky afirmou: “A vida está, a cada momento, plena de possibilidades não realizadas”. Assim, a saúde psíquica não é algo a priori, mas sim uma conquista que compromete, com seriedade e preventivamente, todas as partes da situação de trabalho. O poder de agir sobre si mesmo e sobre o mundo, envolvendo os outros, é construído. E, quanto mais flexível se apresentar ou for constituída a organização do processo de trabalho, maior será o poder de agir das pessoas, ou seja, maior será a possibilidade de real autonomia.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a estratosférica marca de 395,3% ao ano... e mais, em julho, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 9,56%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

     c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”  
  
     


              

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A CIDADANIA, AS DIFICULDADES DE RELACIONAMENTO E A PERENIDADE DA PSICANÁLISE

“Pessoas difíceis

Seja nos relacionamentos pessoais ou no ambiente de trabalho, convivemos diariamente com pessoas com perfis diversos e, principalmente, com pensamentos, comportamentos e atitudes diferentes dos nossos. Não conhecer bem e não tentar entender o outro pode nos levar a ter mais problemas e conflitos interpessoais. O primeiro passo para melhorarmos nossas relações é nos compreender. Quais são nossas qualidades e defeitos? E os nossos pontos fortes e fracos? Quais são os comportamentos que mais incomodam as pessoas com as quais convivemos? Sabendo a resposta a essas perguntas, poderemos ajustar o nosso jeito e nos adequar melhor a cada tipo de personalidade.

Também é muito importante compreender o outro, tentar entender que algumas características que não nos agradam fazem parte, muitas vezes, do jeito daquela pessoa. É intrínseco, ela é naturalmente assim: extrovertida, séria, conservadora, liberal, otimista ou individualista. A partir do momento que entendemos que esse é o seu jeito, conseguimos traçar uma estratégia para conviver com ela, afinal, é muito mais difícil lidar com alguém quando você não o conhece. Se formos muito objetivos, por exemplo, com uma pessoa mais extrovertida, corremos o risco de ela se afastar. Já se o indivíduo tiver um comportamento de controle, que algumas vezes se confunde com autoritarismo, pode ser uma boa solução dar a ela mais autonomia. O que vemos, atualmente, é que faltam paciência e responsabilidade mútua para que consigamos tornar nossos relacionamentos mais duradouros.

Para as empresas esse conhecimento é fundamental, uma vez que os problemas de relacionamento representam grande parte das demissões e os líderes têm a responsabilidade de entender a origem desses conflitos. As organizações devem colocar os funcionários em espaços adequados a seu perfil, estimulá-los a se conhecerem melhor, promover mais interação e espírito de coletividade, criar uma cultura organizacional de respeito e participação, além de um clima e uma forma de gestão que melhore os relacionamentos.

Há ferramentas que auxiliam nesse trabalho, como o Feedback 360°, em que o funcionário é avaliado por todos os subordinados, seus pares e superiores e os principais clientes. Essa avaliação pode ser realizada pela própria organização ou por uma especializada. O relatório originado a partir do mapeamento permitirá que cada funcionário saiba o que os demais pensam a seu respeito e façam adequações em seus comportamentos. O entendimento da questão comportamental e dos relacionamentos interpessoais é crucial para as pessoas e as organizações.”
(EDMARSON BACELAR MOTA, Coordenador do curso de MBA em desenvolvimento humano de gestores da Fundação Getúlio Vargas/IBS Business School, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de julho de 2011, Caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e caderno, página 9, de autoria de CARLOS MOTTA NAVARRO, Psicanalista, do Grupo de Estudos Psicanalíticos (Grep), que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“A perenidade da Psicanálise

A Psicanálise tem futuro? Seu criador, Sigmund Freud, é hoje incontestavelmente um dos maiores nomes deste século e deste milênio. Tendo falecido em 1939, no inicio da Segunda Guerra Mundial, não chegou a conhecer as grandes descobertas destas três últimas décadas aplicadas à psiquiatria, especialmente as que dizem respeito à genética, à biologia molecular, à farmacologia e outras. Daí que um professor do Departamento de Psiquiatria da Universidade de São Paulo chega a proclamar: “A Psicanálise está totalmente superada”. Assim a Psicanálise se constitui hoje em objeto de críticas e debates que a colocam em um momento de forte crise de credibilidade. O que é providencial, pois estimula e mesmo obriga os profissionais da área a se aprofundarem sempre mais, a buscar uma compreensão teórica, a formalizar e entender o que é processo psicanalítico. Só assim serão devidamente reconhecidos e autorizados pela sociedade a praticar essa clínica sui- generis.

Para a maioria dos psicanalistas o que está em crise, contudo, não e propriamente a teoria fundamentada no inconsciente, que é a própria essência da proposta freudiana. Esta noção, por ser imensurável, escapa da possibilidade de ser comprovada e experimentada pelas ciências tradicionais. O que está em crise em nosso entender de clínicos em psicanálise é a prática de consultório.

Observa-se até mesmo um fenômeno de certa desvalorização que banaliza a informação sobre a Psicanálise em publicações de revistas que pretenciosamente se autorizam a fazer “interpretações” selvagens e descabidas de sonhos, e se firmam como consultórios sentimentais, onde o “Freud explica” torna-se o “vale-tudo” para todas as panacéias.

Por outro lado, multiplicam-se as instituições sérias que com dedicação se propõem “transmitir” o conhecimento psicanalítico e “formar” futuros psicanalistas, cada qual perseguindo o que acredita seja o sentido profundo da clínica criada por Sigmund Freud. Belo Horizonte conta com várias dessas instituições, cada um com sua identidade, com suas ofertas de transmissão da Psicanálise, buscando uma definição do lugar que ocupa dentro desse contexto amplo e genérico.

Nesse contexto também o Grupo de Estudos Psicanalíticos (Grep) apresenta sua identidade (quem somos e para que viemos) através de sua atuação na sociedade ao longo de sua existência de um quarto de século, com sua revista científica, com suas jornadas, com seus seminários, com seus cursos, e com o seu departamento (Instituto Igor Caruso) de atendimento clínico dirigido às camadas menos favorecidas da sociedade. Suas raízes se encontram em 1975 no Centro Psicoterapêutico, concebido para tratamento de pacientes psicóticos, balizado por referencial teórico-´psicoanalítico. O suporte teórico e técnico era oferecido pela Escola de Saúde Mental, que por sua vez viria a dar lugar ao Grupo de Estudos Psicanalíticos. Atendendo a demandas dos profissionais que freqüentavam os seus cursos, o Grep, em 1988, assumia o compromisso de se institucionalizar com a proposta de “Formação Psicanalítica”. Esse compromisso foi oficializado em 1989.

Em seus 10 anos de existência como instituição reconhecida, o Grep vem mantendo a chama de seu espírito, ao mesmo tempo aberto a outras leituras do texto freudiano, atento sempre , na sadia proposta da melhor tradição de Igor Caruso, a evitar radicalismos, ortodoxias extremadas e proselitismo, afastando-se da paranóia da certeza absoluta, da pretensão de seu o “dono da verdade”.

Temos consciência da época da transição de modelo que vivemos, verdadeira revolução de consciência e não uma simples revolução material. Nós, psicanalistas, mais do que ninguém, sofremos a angústia desta transição, bem mais significativa do que a simples passagem de um ano para outro, de um século para outro, e de um milênio para outro, pois acarreta para nós um peso especial. Para além desta era atual, ainda caracterizada pelo acervo e uso do conhecimento racional, outra era já desponta, na qual o mestre Sigmund Freud detém um lugar preponderante: a era dos sonhos!.

A perenidade da Psicanálise através de sua transmissão será o tema central a ser discutido na XV Jornada do Grupo de Estudos Psicanalíticos, a ser celebrada nos dias 29 e 30 deste mês de outubro.”

Eis, portanto, mais páginas que ACENAM para a complexidade do momento em que vivemos e para a PRIORIDADE ABSOLUTA de nossa ERA e das nossas POLÍTICAS PÚBLICAS: A EDUCAÇÃO, aliada INSEPERAVELMENTE à QUALIDADE...

São DESAFIOS GIGANTESCOS que, longe de ABATER e ARREFECER nosso ÂNIMO e nosso ENTUSIASMO, mais ainda, nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTECIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL!...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...