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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A CIDADANIA, OS DESAFIOS DA LOGÍSTICA E A EDUCAÇÃO PARA TODOS


“Desafios da logística
        
            Nos últimos anos, o mundo globalizado e competitivo da economia tem exigido que as empresas revisem seus planejamentos estratégicos. Entre as principais ferramentas para esse processo está a logística, segmento que é um potencial gerador de emprego e de competitividade. Ele é um ramo da administração cujas atividades estão voltadas para o planejamento da armazenagem, circulação (terra, ar e mar) e distribuição de produtos. Se quisermos que uma empresa tenha vantagem competitiva, no cenário atual, é extremamente importante investimentos em profissionais do ramo da logística. Mas como o Brasil tem se situado nesse contexto? Quais são os reais investimentos nesse segmento? O Brasil está preparado para esses novos tempos? Temos profissionais suficientes para atuar nesse setor? Esses são questionamentos válidos quando analisamos os projetos que estão a caminho. O Brasil é a bola da vez no mercado mundial. Irá sediar nos próximos anos os maiores eventos do planeta, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Esses não são os únicos nem os maiores motivos, mas são considerados importantes para que até lá estejamos estruturados para que tudo funcione com eficiência e qualidade. Precisamos melhorar muito.
         A necessidade da logística data de séculos atrás, quando o segmento estava associado apenas à atividade militar. Na preparação de uma guerra, ela já era imprescindível. Ou seja, era necessária uma organização extraordinária para que equipamentos de guerra, grandes quantidades de soldados e armamentos fossem deslocados com eficiência aos campos de combate. Mais ainda, envolvia armazenagem e distribuição de alimentos, munição e armas. O tempo passou e, nos últimos 20 anos, a logística evoluiu e chegou a empresas de todos os tamanhos. Ela é bastante ampla e inclui muito mais do que armazenagem e distribuição de produtos no mercado interno e externo. O cenário brasileiro é bom, temos um mercado aberto, uma moeda estável, superávit externo e grande aceitabilidade de investimentos externos. No ano passado, a presidente Dilma Rousseff lançou o Programa de Investimentos em Logística com objetivo de melhorar a competitividade de logística do país e beneficiar micro e pequenas empresas. Ela anunciou investimentos de R$ 133 bilhões em nove trechos de rodovias e em 12 de ferrovias. Apesar dos esforços, de acordo com especialistas, o déficit de investimentos em infraestrutura no país chega a R$ 500 bilhões.
         Esses são valores alarmantes. Ainda temos muitos desafios a enfrentar em logística. Segundo levantamentos recentes, temos mais de 150 mil pessoas trabalhando diretamente com o setor e será necessário um número 25% maior até 2014. O que preocupa os empresários é a falta de profissionais especializados disponíveis neste mercado de trabalho. Para preparar esse profissional que visa conhecer o setor e ingressar nele, já é oferecido o curso de graduação tecnológica em logística, em apenas dois anos. O curso prepara profissionais para atuar nas diversas etapas da logística, nos processos de aquisição de materiais, gestão de estoques, embalagem, armazenamento e processos de distribuição. Estamos diante de grandes desafios. Investimentos em infraestrutura, processos logísticos e capacitação de pessoas em logística são palavras de ordem para o Brasil.”
(ARIMAR COLEN GONTIJO. Professor, coordenador do curso de graduação tecnológica em logística da Faculdade Novos Horizontes, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de fevereiro de 2013, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 28 de janeiro de 2013, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de MARCO SILVA, que é professor, autor e doutorando em educação, e que merece igualmente integral transcrição:

“Educação para todos
        
          Nas duas últimas décadas, houve uma grande ampliação da oferta de educação para os brasileiros de até 14 anos. Dados do censo 2010 apontam que o ensino fundamental para essa parcela da população está praticamente universalizada. Entretanto, o acesso ao ensino básico não foi universalizado no Brasil. Ainda convivemos com 14 milhões de jovens e adultos analfabetos e 33 milhões que não chegaram ao quinto ano do ensino fundamental. Entre os maiores de 25 anos metade não possui o ensino fundamental completo e 65% de todos que já completaram a maioridade não têm o diploma de ensino médio.
         Em Minas, 920.134 moradores com mais de 14 anos nunca freqüentaram uma escola. Só na capital são 52.899. Dos mineiros que têm idade superior a 24 anos, 3.298.861 não completaram o ensino fundamental no estado. Em Belo Horizonte são 257.973. Apesar disso, muitas turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) nas escolas públicas e particulares, que oferecem um serviço gratuito, são fechadas anualmente por falta de alunos.
         Isso não é sem razão. A divulgação desse serviço nos meios de comunicação é praticamente inexistente. Para atingir esses brasileiros, que não leem jornais, as campanhas em rádio e televisão não podem ser dispensadas. Essa é uma tarefa da qual os governos municipais, estaduais e federal não podem se eximir. Além disso, as próprias empresas de comunicação podem dar a sua contribuição nesse campo.
         Por outro lado, a informação apenas é insuficiente. Para voltar a estudar, é necessário que o cidadão vença o constrangimento frente às manifestações sociais, explícitas ou veladas, de reprovação. A máxima de que estudar é algo reservado exclusivamente aos mais jovens está impregnada no senso comum. Por isso, muitos adultos relatam que são desencorajados e, até, ridicularizados pelo grupo de amigos quando dizem que voltaram para a escola.
         Para superar esse tipo de preconceito a atuação de líderes sindicais, comunitários e religiosos das mais diferentes denominações vem se mostrando muito eficaz. Muitos adultos que passaram a frequentar o ensino fundamental quebrando paradigmas e superando constrangimentos, relatam que foram encorajados nas igrejas, entidades sindicais e comunitárias. É preciso que mais líderes compreendam a importância de atuar nessa perspectiva.
         Convivemos com muitos e bons exemplos de empresas que estimulam, facilitam e até investem nos trabalhadores que decidiram voltar aos bancos escolares. Entretanto, ainda existem empresários que trabalham numa direção oposta. É muito comum encontrarmos, por exemplo, relatos de funcionários que não conseguem pequenas mudanças no seu horário de trabalho para compatibilizar escola e emprego. Nem mesmo quando não há redução da carga horária ou prejuízos à funcionalidade e lucratividade da empresa. Nesse sentido, é muito importante que as federações e sindicatos empresariais demonstrem aos seus filiados mais resistentes a importância de adotar políticas de maior incentivo, viabilização da educação entre jovens e adultos.
         Com a universalização do ensino médio até 2016 para aqueles que estão na chamada faixa apropriada, como quer o Ministério da Educação, todos os brasileiros que nascem atualmente certamente terão o ensino básico. Entretanto, não se pode deixar de pensar nos milhões de filhos desta pátria que nem sequer sabem ler, escrever ou completaram as etapas básicas da escolarização.
         O artigo 208 da Constituição brasileira determina que o ensino básico deve ser ofertado inclusive aos que não tiveram acesso a ele na idade própria. Entretanto, o Estado brasileiro já demonstrou ser ineficiente para efetivar esse preceito constitucional sozinho. A saída parece estar na participação da sociedade civil organizada e de cada cidadão para garantir o direito à educação a todos os brasileiros.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
     
     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;
     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;
     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e intolerável desembolso da ordem de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tanta sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade  de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; saúde; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados; macrodrenagem urbana; logística reversa); meio ambiente; habitação; emprego, trabalho e renda; segurança alimentar e nutricional; assistência social; previdência social; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; agregação de valor às commodities; minas e energia; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; esporte, cultura e lazer; sistema financeiro nacional; turismo; comunicações; qualidade (planejamento, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade), entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa das Confederações em junho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, segundo as exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das empresas, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...  

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A CIDADANIA, A NECESSIDADE DAS REFORMAS E AS VIAS DA PROSPERIDADE

“As reformas de sempre

Buscar o crescimento da economia de um país é uma premissa básica para qualquer governo. Debates, seminários, textos são apresentados com o intuito de sugerir as medidas a serem tomadas, mudanças a serem feitas. Em suma, tudo que propicie um rearranjo que permita incrementar o desenvolvimento da economia.

Atualmente, o debate tem sido em torno do aumento da competitividade da economia brasileira. Existem dois cenários, o primeiro trata da economia internacional, que se encontra em crise desde 2008 e não demonstra sinais de recuperação no curto prazo. Salvo alguns países que demonstram algum vigor econômico, as principais economias do mundo continuam a passos lentos. De modo que o comércio internacional torna-se cada vez mais competitivo, pelo simples fato de os consumidores externos diminuírem suas compras.

Quanto à ótica interna, outro quadro se apresenta tratando de quais medidas podemos tomar para alavancar o crescimento. Reformas diversas são sempre apresentadas (fiscal, trabalhista, judiciária etc.). Contudo sua execução é ínfima em comparação à real necessidade da sua existência para promover o desenvolvimento.

O país precisa passar por reformas estruturais, isto é, aquelas que definitivamente têm o poder de mudar a estrutura produtiva do país, permitindo uma maior eficiência econômica, por meio da geração de emprego, renda. Contudo, a implantação dessas reformas – além de demandar um longo período de tempo, uma vez que elas necessitam de uma continuidade temporal na vontade política de executá-las – esbarra também nos diversos interesses já estabelecidos.

Por sua vez o governo, diante de sinais de crise, além de utilizar os instrumentos de política monetária, diminuindo os juros, se cerca de algumas medidas pontuais que refletiram na diminuição de impostos em alguns setores da economia. Foi o que se viu na redução do IPI para carros novos e produtos da linha branca. Que esses setores foram de alguma forma beneficiados, não há dúvida, a questão é: quais os efeitos desses benefícios para toda a economia? O quanto de fato isso incrementou o PIB? O que se quer mostrar é que esses incentivos na realidade foram para setores específicos da economia, por um determinado período. Não que isso não seja válido, mas foram atitudes de curto e médio prazo, que somente naquele momento poderão reverter em algum benefício para a sociedade. Passado esse período, tudo volta a ser como antes.

No caso fiscal, se, governo desejar, de fato, incrementar a atividade econômica, é preciso que adote medidas que permitam um efeito generalizado em toda a economia. Porém, para tal execução, o próprio governo precisa repensar seu papel, pois certamente terá de abdicar de receitas além de cortar despesas. Algo que poderia ser considerado comum numa empresa, ou numa família, mas sob o viés governamental toma outra proporção, sempre resguardado pela função social a que a participação estatal é destinada.

Quanto ao setor privado, as empresas procuram cada vez mais ser produtivas dentro das suas singularidades. Contudo, ao deparar com o custo Brasil – termo que vem se fazendo cada vez mais presente, dando sinais da sua existência inexorável –, sofrem uma diminuição em sua eficiência. A falta de infraestrutura, impostos em cascata, marcos regulatórios confusos, ingerências governamentais, acabam muito mais por atrapalhar do que propriamente promover o crescimento.

O que se observa na prática, é a existência de uma interligação entre as óticas interna e externa, pois, caso consigamos ter uma maior produtividade interna, ela refletirá de uma forma direta ou indireta no quadro externo, já que os produtos brasileiros poderão alcançar uma grau de competitividade desejado por todos.

O que deve ser feito? As reformas de sempre, nada mais do que fazer o dever de casa. Mas, para que isso ocorra, uma condição é fundamental: a vontade política por parte dos governantes de executar as reformas, pois, caso isso não ocorra, o velho e antigo discurso continuará em pauta, sinalizando o que deve ser feito, mas que, na verdade, ninguém faz ou não quer que seja feito. Em suma, é uma escolha da sociedade, que deve ser respeitada. E assim caminharemos para o próximo ano, com as mesmas demandas, discursos e medidas de sempre.”

(EDUARDO AMAT SILVA, Economista, professor da Faculdade Novos Horizontes, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de janeiro de 2013, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado na revista VEJA, edição 2304 – ano 46 – nº 3, de 16 de janeiro de 2013, página 32, de autoria de MAÍLSON DA NÓBREGA, que é economista, e que merece igualmente integral transcrição:

“O Brasil vai ser um país rico?

Nos últimos 100 anos, apenas o Japão ingressou no clube dos países ricos, ou seja, os que reúnem três características: (1) renda per capita elevada e bem distribuída, (2) sólidas instituições políticas e econômicas e (3) alto índice de desenvolvimento humano (IDH). Esse índice, elaborada pelas Nações Unidas, é composto de três indicadores: expectativa de vida ao nascer, educação e renda per capita. A Noruega, primeiro lugar no IDH e com renda per capita de 61 000 dólares, é um país rico. O Catar, com a maior renda per capita do mundo, de 99 000 dólares, não é uma nação rica, pois lhe faltam outras características. Em breve, o PIB da China pode suplantar o dos Estados Unidos, mas o país continuará longe de ser rico. Tem renda per capita baixa (8 400 dólares), regime autoritário e instituições frágeis.

Em livro de 2009 (Violence and Social Orders), Douglass North, John Wallis e Barry Weingast examinaram a evolução humana nos últimos 10 000 anos. Países ricos, para eles, são os que possuem uma “ordem social de amplo acesso” (open acess order), a qual tem apenas 150 anos. São 25 as nações que alcançaram esse estágio (15% da população mundial). Fundamental foi banir o uso da violência por grupos armados. A violência se tornou monopólio do estado, como no encarceramento e na desapropriação por interesse social. Para que a violência não vire instrumento de poder, sua utilização deve ser legítima, isto é, segundo a lei e a ética. O governo é controlado pela sociedade, via sistema político e Judiciário. Democracia, competição política, estado de direito, cidadania plena e direito de propriedade integram a ordem social. O estado regula a economia, defende a concorrência e provê educação fundamental de qualidade. Imprensa livre e crença na superioridade do sistema capitalista e no papel do lucro completam o quadro.

O Brasil está na sala de espera do clube. Construímos instituições que inibem ou punem aventuras na economia e na política, protegendo-nos da instabilidade de outros tempos. A democracia se consolidou. O Judiciário é independente e pode julgar e condenar os poderosos. A sociedade não mais tolera a inflação. O país mudou de risco. No passado, podíamos viver ciclos de autoritarismo e de descontrole inflacionário. Agora, o risco é perder as oportunidades e crescer pouco por causa de erros de política econômica e por incapacidade do governo de criar o ambiente para o investimento e os ganhos de produtividade.

Estar na antessala do clube é um feito notável, realizado por poucos países, talvez menos do que os 25 desenvolvidos, mas a entrada não está garantida. Poder ser apenas um candidato eterno. Para que o Brasil fique rico, a produtividade terá de crescer a um rico sistematicamente superior aos das nações desenvolvidas. Em última análise, está aí a chave do sucesso da empreitada, o que implica vencer barreiras ideológicas à percepção das vantagens de uma economia de mercado. Exige liderança política para mobilizar a sociedade, em distintos momentos, em prol de reformas que promovam, entre outros avanços, uma revolução na educação, a melhora da qualidade do sistema político e a redução do potencial de corrupção.

Mesmo com o petróleo do pré-sal e outras vantagens, não seremos um país desenvolvido sem transformações ciclópicas, ao longo das gerações. No campo econômica, a lista é vasta: sistema tributário racional, legislação trabalhista moderna, previdência social sustentável, autonomia formal do Banco Central e de outras agências reguladoras, e melhora da infraestrutura, fatores que assentarão os alicerces para o desenvolvimento mais rápido.

A distância que nos separa dos países ricos ainda é muito grande. Como eles continuam a crescer, o alvo é móvel. Atualmente, a renda per capita do Brasil (11 800 dólares ) é apenas 25% da americana (48 000 dólares). Segundo projeções da OCDE, poderemos chegar a 40% em 2060, enquanto a China e Coreia do Sul alcançarão 60% e 80%, respectivamente.

A tarefa é difícil, mas não podemos desistir. O êxito não virá da oratória vazia de políticos populistas, mas de muito trabalho e de lideranças ao mesmo tempo visionárias e transformadoras.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas transformações em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, soberanas, civilizadas, democráticas, sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

b) o combate, severo e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados; II – a corrupção, com um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;

c) a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e insuportável desembolso da ordem de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tanta sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); educação; saúde; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; assistência social; previdência social; emprego, trabalho e renda; moradia; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; agregação de valor às commodities; esporte, cultura e lazer; sistema financeiro nacional; turismo; minas e energia; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; comunicações; qualidade (planejamento, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade), entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa das Confederações de junho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, segundo as exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das empresas, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...