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sexta-feira, 16 de maio de 2014

A CIDADANIA, A FORÇA DA UNIDADE DA CONSCIÊNCIA E A MUDANÇA POSITIVA

“A consciência una é pura, diviniza a vida e tudo transforma
        
         Em nossa caminhada espiritual, vamos pouco a pouco transcendendo o conceito que se tem acerca de consciência. Para o senso comum, em geral, consciência é a mente ou, quando muito, o que vem do plano intuitivo. Enquanto nos mantemos polarizados no plano mental e no intuitivo, planos de onde proveem ideias, pensamentos e impulsos, tendemos a crer que nossa percepção é a consciência propriamente dita. Mas nesses planos há uma só parcela da consciência, aquela que ali se expressa. O que existe na mente e no plano intuitivo não é a consciência pura.
         Para transcendermos nosso conceito atual de consciência, precisaríamos parar um pouco e observar de fora nossos pensamentos. Ao fazermos isso, não deveríamos confundi-lo com a consciência. Da mesma maneira, também deveríamos observar as ideias que nos surgem sem tê-las pensado sem confundi-las com a consciência. A partir daí, poderemos, com mais facilidade, encontrar o que está além.
         Há em nós algo maior, superior ao nível dos pensamentos e das intuições, algo em que a mente normal não penetra. Se ficarmos calmamente assistindo o que se passa na mente, cientes de que tudo aquilo é apenas uma parte da consciência, poderemos ter maior clareza. Passaremos a perceber realidades mais profundas, e a nos identificar com elas. Então, na presença de alguma pessoa, situação ou objeto, em vez de automaticamente nos envolvermos com nossas ideias e preconceitos a seu respeito, veremos essas realidades mais internas, subjetivas.
         Podemos, por exemplo, estar diante de um acontecimento e saber para o que ele vai servir, sem havermos algo pensado; ou podemos estar diante de uma pessoa e perceber a realidade interna do seu ser, simplesmente. Quando isso começa a suceder, nossa vida muda por completo. Passamos a compreender melhor os fatos, a conhecer os outros mais verdadeiramente, sem mesmo chegarmos a pensar sobre isso, sem nos basear no que a pessoa diz, ou no que externamente vemos nela, no que achamos dela.
         Nessa descoberta, descobrimos que a consciência existe também nas coisas materiais, nos ambientes e na Natureza. Vemos que tudo é consciência – e que a consciência é una. Então, passamos a entrar nos lugares com outra atitude, porque distinguimos o que se poderia chamar de “consciência ambiental”.
         Tamanha ampliação traz significativo aprofundamento à nossa vida. Nossos sonhos mudam de qualidade e, ao despertar, notamos que algo se transformou em nós. A consciência vai trabalhando nosso ser por dentro. E em dado momento ela emerge, seja qual for o estado de nosso ser exterior – queira ele ou não, possa ou não segui-la. Ela romperá qualquer obstáculo e a veremos agir, veremos que basta darmos a permissão para estarmos completamente imbuídos dela. É uma energia maior, e, mais cedo ou mais tarde, nosso ser inteiro a seguirá.
         A consciência começa a trabalhar nosso ser pelas suas partes menos resistentes. Pouco a pouco, contudo, outras portas vão integrando-se nesse processo, que a tudo englobará: a matéria do corpo físico, do corpo emocional e do corpo mental, o ambiente, o mundo. A consciência, que é una, faz isso para acender-se em tudo e despertar a luz que há dentro de tudo, faz isso para sutilizar, elevar, expandir. Ela tudo transforma. É viva. Sua expansão diviniza a vida.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 12 de janeiro de 2014, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de janeiro de 2014, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de VIVINA DO C. RIOS BALBINO, psicóloga, mestre em educação, professora da Universidade Federal do Ceará, autora do livro Psicologia e psicologia escolar no Brasil, e que merece igualmente integral transcrição:

“Mudança positiva
        
         Vivemos numa sociedade que prioriza o imediatismo, o consumismo, o prazer fácil, o levar vantagem e o descompromisso com os problemas sociais e políticos. Cobra-se do outro e do Estado. Mas será que a mudança positiva não deve começar com cada um de nós? Que tal repensar esse automatismo comportamental e refletir sobre a nossa responsabilidade na sociedade? A educação na perspectiva do educador Paulo Freire forma homens cidadãos e sujeitos da história. Ser ativo, dinâmico, coparticipante do processo social e político num contínuo trabalho de leitura crítica da realidade e tomada de decisões fazendo uso de suas potencialidades e capacidades com compromisso social. Dessa forma, “seja a mudança que você quer ver no mundo”, frase dita por Mahatma Ganhi, um pacifista indiano que entrou para a história pela culto à não violência.
         O filósofo moderno Kwame Anthony Appiah, da Universidade de Princeton – EUA, defende que os códigos de honra são importantes na vida atual. Se forem usados com cuidado, podem ajudar a melhorar as sociedades modernas. No seu recente livro O código de honra: como ocorrem as revoluções morais, ele tenta reabilitar a honra para os tempos atuais. Segundo ele a honra é hoje mais importante do que nunca – o desejo de ser respeitado pelos pares e isso pode mudar o mundo.
         Os bebês já reagem contra a maldade e a falta de moral. Pesquisas atuais mostram que eles têm senso moral. Bebês de apenas 1 ano às vezes decidem fazer justiça com as próprias mãos contra o mal. Há evidências experimentais a esse respeito. No laboratório de psicologia da Universidade Yale – EUA, crianças nessa idade assistiam a um show de marionetes no qual um dos bonecos jogava uma bola para dois companheiros. O primeiro deles, com a devida cortesia, devolvia a bola para o primeiro boneco; o segundo agarrava a bolinha e saía correndo. Um dos meninos que assistiam ao espetáculo não teve dúvidas: deu um tapinha na cabeça do personagem “malvado”. Observamos naturalmente no laboratório familiar a reação amistosa e feliz dos bebês pela bondade, pelo sorriso e pelo carinho. Os bebês vão felizes para o colo de pessoas do bem. São os nossos pequenos filósofos morais. Uma bela lição para adultos: ser do bem, incentivar sempre as boas práticas sociais e repudiar/denunciar todos e quaisquer ilícitos e maldades na sociedade.
         Não basta reclamar dos problemas sociais e nada fazer. Felizmente, nesses últimos anos, há no Brasil e no mundo uma intolerância e indignação às práticas generalizadas de ilícitos e violências – eficazes leis para o cumprimento dos direitos humanos e fortes manifestações populares contra os ilícitos, crimes e corrupção na sociedade. A aprovação recente da Lei da Ficha Limpa no Brasil é um bom exemplo. É hora de dar um basta à crise moral? Estará os cidadãos revendo seus conceitos e valores? De fato há uma tendência mundial de expressar certo descontentamento e repúdio à atual realidade social tão perversa. Ser um cidadão Ficha Limpa é fundamental para essa mudança. Segundo o movimento nacional pela ética Acorda Brasil, o nosso país vem “desgraçadamente desprestigiando o bom, o moral e o ético para render homenagens à esperteza e à rudeza de caráter”.
         Isso precisa acabar e devemos ser os agentes dessa mudança positiva. Ano-novo é momento para refletirmos sobre nossos valores éticos e morais e optar pela postura cidadã de sujeito de mudanças sociais pelo bem coletivo. Analisando a sociedade contemporânea, quero crer na sabedoria de escolhermos sempre o melhor para nós e para um mundo melhor. O psicanalista Jurandir Freire Costa no livro O vestígio e a aura – corpo e consumismo na moral do espetáculo afirma: “Seja como for, o carro da história não tem marcha a ré. Querendo ou não, somos todos contemporâneos, e este é o nosso mundo. As novas experiências corporais fazem parte da nossa identidade, e compete a cada um fazer delas uma ponte para a autonomia ou uma reserva a mais de sofrimentos e destruição. Apostemos na melhor hipótese Afinal, a futilidade, a ganância e a violência só conseguiram, até hoje, empolgar os tolos, os medíocres e os arrogantes. E, na maioria dos casos e dos fatos, sempre fomos mais que isso”. Sim, somos muito mais do que isso – somos sujeitos da nossa história e capazes de colaborar na construção de um mundo melhor e justo.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação;cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade,  criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...            


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A CIDADANIA, A CRIANÇA, A SOLIDARIEDADE E O PUDOR

“Crime contra a criança

Infelizmente vemos diariamente na mídia desrespeitos aos direitos humanos no Brasil. Agressões e crimes violentos principalmente contra grupos sociais mais vulneráveis como crianças, mulheres, negros, pobres e homossexuais. E quantos ficam escondidos da imprensa no puro anonimato e sofrimento? Todos representam graves violações de direitos e causam indignação na população. Porém, os crimes hediondos expostos e principalmente cometidos contra esses grupos vulneráveis causam repulsa e abalam a nossa credibilidade de povo civilizado. Podemos dizer que crimes hediondos são atos revoltantes causando profunda e consensual repugnância por ofender, de forma grave, valores morais como piedade, fraternidade, solidariedade e respeito à dignidade da pessoa humana. Infelizmente outro crime hediondo veiculado recentemente nos abalou.

Em São Paulo, o pai de um menino de 3 anos confessou ter matado o próprio filho. Um dia após completar três anos e o pai ter lhe presenteado com uma bicicleta, a criança foi levada pelo pai para passar o fim de semana juntos. No caminho, ele teria parado o carro em um posto de gasolina e agredido a socos a criança, que estava na cadeirinha, até que ela ficasse inconsciente. O pai relatou à polícia que estava sob o efeito de drogas e que a criança agonizou durante aproximadamente meia hora antes de morrer e, quando percebeu que a criança tinha morrido, dirigiu o carro até deixar o corpo próximo ao meio-fio de uma rua. O corpo foi encontrado por um vigia e a polícia já pediu a prisão temporária do acusado.

Infelizmente tragédias que chocam pela crueldade, pela natureza dos atos e pela incompreensão e perplexidade. A gravidade dos fatos nos remete a várias perguntas: como pode um pai ser tão cruel com o próprio filhinho? Sendo ele consumidor de droga, poderia ter a guarda de um filho no fim de semana? Houve omissão da própria família e do Estado no cumprimento do seu papel de zelar pelas crianças? Sendo usuário de droga, o culpado pode se beneficiar ou o caso se compara à atual decisão do Supremo Tribunal Federal quanto ao uso de bebida ao dirigir? Quando uma pessoa ingere uma substância psicoativa, ela já deve presumir que esse ato pode provocar uma tragédia e ser culpada? No mesmo raciocínio, podemos dizer também que um cônjuge ao cometer adultério deve presumir que o ato moralmente incorreto pode induzir a tragédias na família e que ele pode ser responsabilizado?

Vivemos numa sociedade que prioriza o imediatismo, o consumismo, o prazer fácil, a fragilidade do caráter, o mau exemplo e, de certa forma, até o descompromisso. Parece ser saudável não ter compromisso e pensar-se uma pessoa livre. Mas esses excessos de individualismo, egoísmo e descompromisso têm gerado grandes tragédias e equívocos. Importante repensar valores e dar uma trégua a esse automatismo comportamental social vigente e refletir sobre as nossas prioridades e virtudes. A comoção frente a um crime como esse mostra uma tendência crescente de intolerância e indignação a essas práticas generalizadas de ilícitos e transgressões aos direitos e à dignidade humana.

Será que é hora de dar um basta à crise moral, ética e de impunidade que vivemos? Temos visto várias expressões desse descontentamento social. O filme Beleza americana retratou em 2000 de forma crítica os valores e os costumes da decadente sociedade americana/ocidental. Depois Dogville também nos brindou com outra excelente e bem elaborada crítica à sociedade americana e ocidental, mostrando valores fúteis e mesquinhos movendo ações vis de cidadãos no dia a dia.

Analisando a situação de mulheres e homens na contemporaneidade e especificamente no Brasil, quer crer na sabedoria de escolhermos sempre o melhor para nós e para a coletividade. E cito as sábias palavras do psicanalista Jurandir Freire Costa, em O vestígio e a aura – corpo e consumismo na moral do espetáculo: “Seja como for, o carro da história não tem marcha a ré. Querendo ou não, somos todos contemporâneos, e este é o nosso mundo. As novas experiências corporais fazem parte da nossa identidade, e compete a cada um fazer delas uma ponta para a autonomia ou uma reserva a mais de sofrimento e destruição. Apostemos na melhor hipótese. Afinal, a futilidade, a ganância e a violência só conseguiram, até hoje, empolgar os tolos, os medíocres e os arrogantes. E, na maioria dos casos e dos fatos, sempre fomos mais do que isso”. Com certeza, a formação de cidadãos cultos e sensíveis aos direitos humanos inibe vulgarização, desrespeitos, violações de direitos, crimes e violências brutais.”
(VIVINA DO C. RIOS BALBINO, Psicóloga, mestre em educação, professora da Universidade Federal do Ceará e autora do livro Psicologia e psicologia escolar no Brasil, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de novembro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e caderno, edição de 11 de novembro de 2011, página 9, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Solidariedade e pudor

A crise mundial tem raízes que ultrapassam as camadas das cifras e dos índices econômicos e financeiros. Isso se comprova quando análises acuradas revelam o quanto burocratas e políticos têm responsabilidades determinantes na configuração da crise. As análises mostram que o povo paga um preço pelos representantes escolhidos. Algumas dessas escolhas são feitas à revelia da população, definidas pelos partidos, por exemplo. O povo também sofre com aqueles que têm um poder que não e legitimado pelo voto ou pela aprovação da maioria.

O entendimento das raízes dessa grave crise também tem tudo a ver com a falta de solidariedade e de pudor, tanto no exercício da cidadania quanto no cumprimento de responsabilidades assumidas. Quando se fala de pudor remete-se imediatamente à esfera da corporeidade e da sexualidade. Esse é um entendimento adequado. Porém, pudor tem a ver com o respeito devido à esfera existencial do próximo, com a capacidade de saber deter-se no limiar da casa alheia. Quando banido das diversas áreas do viver humano, gera prejuízos grandes. Todo ato de corrupção, seja qual for a sua medida, é conseqüência da falta de vergonha moral. E quando falta essa compostura o peso recai sobre os outros.

A falta de pudor na política é um desastre na busca de soluções visando ao bem comum. A fragilidade dos sistemas parlamentares é uma porta aberta para o atendimento de interesses corporativos, em detrimento do bem público. Sabe-se que os avanços tecnológicos, as novas configurações políticas e culturais no Ocidente, a partir da segunda metade do século 18, atingiram frontalmente o valor e o significado de pudor. O conceito passa a se referir fortemente à capacidade de olhar para dentro de si. Passa a ser, então, mais do que uma relação da pessoa com o outro. É também da pessoa consigo mesma, embora conte muito a mediação do outro. Conclui-se que o pudor é, portanto, um elemento essencial, constitutivo da pessoa.

Trata-se daquela indispensável vergonha moral, uma prerrogativa da condição existencial humana. A falta de pudor revela o comprometimento da vida interior, inclusive do patrimônio de valores que cada um guarda dentro de si. Perdida a vergonha moral, a pessoa experimenta um processo de esvaziamento de si mesma. É uma abdicação da dignidade, com uma consequente coisificação de si mesmo, um processo de despersonalização.

Deve-se reconhecer a importância ética desse sentimento enquanto se avalia a relação de cada pessoa consigo mesma, com os outros e com o mundo. A falta de pudor compromete o amor fraterno e atinge frontalmente a solidariedade. E atingida a solidariedade, a base para toda a ação, as atuações e intervenções buscarão somente o atendimento de interesses individuais. Na ausência da vergonha moral ocorre destruição da solidariedade, que é um princípio social e uma virtude. A falta desse sentimento compromete o direito da pessoa, o exercício do poder como serviço à dignidade e à vida.

A solidariedade como princípio ético social é determinante na qualificação das relações humanas. A falta de pudor inviabiliza o entendimento e a vivência dessa solidariedade como virtude moral. A solidariedade, quando acatada e vivida, contribui para um consequente ordenamento justo das instituições, constituindo um horizonte claro no balizamento da conduta humana.

O pudor resguarda a solidariedade como virtude social fundamental, ancorada na dimensão da justiça em busca do bem comum. Quando não se perde esse sentimento, evitando valer-se apenas do interesse particular, o bem do próximo conta de modo determinante. A expectativa pela aprovação da Ficha Limpa, o que deverá ser um caminho sem volta na Corte Suprema, é o mais contundente apelo para que se faça valer a moralidade administrativa como princípio fundamental.

Nesse horizonte clarividente, por certo, será diferente o exercício do poder. Afinal, mais do cifras e índices, o que contará é a credibilidade, uma característica de quem se pauta pela conduta ética e professa o princípio da solidariedade. A cidadania exige o pudor, efetivo caminho da superação de individualismos, para fazer valer a solidariedade.”

Eis, portanto, mais páginas contendo GRAVES, ADEQUADAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de grandes TRANSFORMAÇÕES individuais e sociais que possam inserir o PAÍS no concerto das POTÊNCIAS já DESENVOLVIDAS e CIVILIZADAS, LIVRES e DEMOCRÁTICAS, a partir da PROBLEMATIZAÇÃO de questões CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – e de QUALIDADE, como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância;
c) a CORRUPÇÃO, que campeia por TODOS os setores da vida NACIONAL;
d) o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES;
e) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, já atingindo o ASTRONÔMICO montante de R$ 2 TRILHÕES, a um custo de INSUPORTÁVEIS encargos, do que poderia substancialmente ELEVAR o nosso nível de INVESTIMENTOS e POUPANÇA...

Assim, e sabedores dos GIGANTESCOS DESAFIOS que nos são colocados, mais ainda nos MOTIVAMOS e nos FORTALECEMOS nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EUCA, QUALIFICADA, LIVRE, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE NO RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013; a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE – e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...