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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A CIDADANIA, AS INOVAÇÕES ACADÊMICAS E A RECONSTRUÇÃO SOLIDÁRIA

“Inovações acadêmicas regionais
        O Ranking Universitário Folha – RUF é uma avaliação anual do ensino superior brasileiro desde 2012. Na edição de 2015, 192 universidades, sendo 95 privadas e 97 públicas, e seus cursos foram analisados em ensino, pesquisa, internacionalização, inovação e mercado. No ranking de cursos, é possível encontrar a avaliação de cada um dos 40 cursos de graduação com mais ingressantes no Brasil a partir de dois indicadores: ensino e mercado. O ranking confirmou o panorama nacional tradicional ainda centralizado nas excelências acadêmicas no Sudeste/Sul brasileiro. As melhores universidades são: USP, UFRJ, UFMG, UFRGS, Unicamp, Unesp, UFSC, UFPR, UnB, UFPE e UFC. No Nordeste, se destacaram a UFPE e a UFC entre as 11 melhores universidades.
         Em pesquisa, as melhores universidades são: USP, Unicamp e UFRJ. No ensino são: UFMG, UFRGS e UFRJ. Em inovação são: USP, Unicamp e UFMG. Em internacionalização são: Fundação Universidade Federal do ABC, UFSJ e UFRJ; e na categoria mercado, são: USP, UFMG e em terceiro UFRJ, Universidade Presbiteriana Mackenzie e Unip com a mesma pontuação. Destaque para a UFMG, presente entre as três melhores universidades e a primeira na categoria ensino.
         Por outro lado, o ranking mostrou agora também a presença de algumas excelências de universidades particulares no Sudeste e o avanço no Nordeste/Centro-Oeste especialmente PE e CE. A UFPE ocupa a décima posição e a UFC tem a 11ª posição nacional, sendo a oitava entre as federais. Seis cursos de graduação da UFC estão entre os 10 melhores do país em suas respectivas áreas de conhecimento. Destaque para o curso de design de moda figurando na segunda colocação nacional. A fatia da Região Sudeste no bolo de dinheiro investido em ciência no país diminui desde a primeira edição do RUF-2012. A participação do Sudeste no total arrecadado para atividades científicas caiu de 65% na edição de 2012 para 59% na edição de 2015.
         Dez das 14 universidades federais criadas nos últimos 10 anos estão no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Juntos, Norte, Nordeste e Centro-Oeste subiram de 21% do total arrecadado pelas universidades para 23%. Desde 2001, Norte, Nordeste e Centro-Oeste recebem obrigatoriamente 30% dos recursos federais para ciência. Com mais dinheiro, os grupos de pesquisa dessas regiões se fortaleceram. Existem grupos de pesquisa nordestinos, que competem em igualdade com as melhores universidades do Sudeste. É o caso da área de física da Universidade Federal do Ceará com a Ericsson – Grupo de Pesquisa em Telecomunicações sem Fio (GTEL) envolvendo 40 pesquisadores e centro de excelência em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para sistemas sem fio desde 2012. No Centro-Oeste, pesquisando células-tronco nas doenças da retina, a Universidade Federal de Goiás firmou convênio para intercâmbio de pós-graduandos com o Schepens Eye Research Institute – Universidade de Harvard – de Boston (EUA), e desenvolvem juntas importantes pesquisas de excelência na área.
         Sem dúvida, esse redesenho geográfico de excelências acadêmicas pelo Brasil afora é altamente promissor e concretiza a importante democratização do saber acadêmico, pesquisas e inovações tecnológicas em novas áreas geográficas, trazendo desenvolvimento e melhorias de vida dos cidadãos. Sobre o perfil dos alunos das universidades públicas, pouco mais de 40% dos estudantes vieram do ensino médio público, rede que atende a 87% dos alunos do país. Apenas na Universidade Federal do Paraná há predominância de calouros vindos da rede pública: são 58% do total. A escola reserva 40% dos postos para esse público por sistema de cotas.
         Apesar dos muitos programas de cotas e incentivos para o ingresso de alunos das escolas públicas nas melhores universidades brasileiras, o aluno típico dessas universidades ainda é branco, de classe média e fez o ensino médio na rede privada. Que o acesso dos alunos das escolas públicas às melhores universidades brasileiras seja cada vez mais ampliado e que a qualidade de ensino brasileiro melhore em todos os níveis, do fundamental ao superior e pós-graduações, trazendo desenvolvimento, tecnologias e qualidade de vida para os cidadãos brasileiros.”

(VIVINA DO C. RIOS BALBINO. Psicóloga, mestre em educação, professora aposentada da Universidade Federal do Ceará e autora do livro Psicologia e psicologia escolar no Brasil, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de setembro de 2015, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 25 de setembro de 2015, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“(Re)construir com pouco
        Construir com pouco é exigência em tempos de crise, pois é o que se tem e esse pouco pode ser multiplicado. Para isso, é necessário utilizar bem os recursos – de itens menores aos mais relevantes para a vida familiar, comunitária e social. A conjuntura atual passa a exigir adequações, e aí reside o desafio a ser enfrentado pelas pessoas e instituições. Há grande dificuldade para encontrar o caminho das intervenções que possam fazer o pouco se tornar muito, ou pelo menos o necessário para continuar avançando. Esse raciocínio é aplicável na administração da vida pessoal, nos funcionamentos governamentais, familiares e de organizações privadas.
         Fundamenta essa constatação a dificuldade encontrada por governos para gastar menos do que arrecadam. Imersos em uma luta insana, falta lucidez para encontrar os ajustes e os alinhamentos que, com a rapidez necessária, coloquem a máquina nos trilhos. Indivíduos e famílias também vivenciam esse problema, e a busca por uma solução, a partir de ajustamentos incide sobre o estilo de vida e a readequação de prioridades. Isso, não raramente, causa incômodo e dor. Nesse horizonte, há uma pergunta que, respondida, pode revelar o desempenho de cada pessoa e instituição na tarefa de superar a crise. Quem mudou, de maneira significativa, seu estilo de vida? Os que perderam seu emprego, certamente. Os que ganham pouco, assalariados, sem dúvida. E as faixas que estão acima dessas duas situações – pessoas que mantiveram seus altos rendimentos? Mudaram seus estilos de vida? Em que proporção? Em tempo de crise, diante na necessidade de se investir no âmbito social, quem tem coragem para partilhar os seus ganhos?
         Nesse tempo de carências, indicam o rumo a ser seguido os que adotam um estilo de vida simples, mesmo ganhando muito em suas instituições e empreendimentos. Depositam a sobra de seus altos salários não na própria conta, para ajuntar cada vez mais, mas em um fundo que ampara quem precisa de suporte. São pessoas que se dedicam a projetos importantes para o conjunto da sociedade. Imaginemos a força revolucionária dessas atitudes cidadãs. Trata-se, certamente, de remédio para curar males como a corrupção, a mesquinhez de disputas no interior das famílias e em outras instituições, atrasando a composição de horizontes promissores.
         Muitos são os entraves que impedem mudanças significativas nos quadros das crises. Entre eles, a falta de habilidade e sabedoria para se construir com pouco. Os números da corrupção são astronômicos. Incontroláveis e descontrolados são os gastos das estruturas governamentais e de outras instituições. Uma sociedade incapaz de disciplinar o uso de recursos, com dinâmicas que incidam nos estilos de vida de cada pessoa até nas operações mais sistêmicas, tem mais dificuldade para sair das crises. Indivíduos e grupos fecham-se na mesquinhez da defesa de interesses próprios e na indiferença em relação ao que está fora de sua zona de conforto. Terrível é cada um esperar a solução produzida por outro. Na contramão das lamentações e distribuição de responsabilidades, todos – cidadãos, instâncias governamentais, religiosas, empresariais – devem reconhecer a importância de sua própria atuação e ajudar na edificação de uma nova realidade.
         Construir com pouco é um jogo inteligente e solidário de articular realismo com ousadia, inventividade com simplicidade, disciplina e generosidade. É cuidar do que se tem e respeitar o que é do outro, participar de modo solidário de iniciativas que busquem o bem da coletividade. Nesse caminho, vale recordar o que o diz o profeta Ageu, com força de advertência e indicação de caminho: “Acaso para vós é tempo de morardes em casas revestidas de lambris, enquanto esta casa está em ruínas? Considerai, como todo o coração, a conjuntura que estais passando: tendes semeado muito e colhido pouco; tende-vos alimentado e não vos sentis satisfeitos; bebeis e não vos embriagais; e estais vestidos e não vos aqueceis; quem trabalha por salário guarda-o em sacola furada. Subis o monte, trazei madeira e edificais a casa; ela me será aceitável, nela me glorificarei, diz o Senhor”. É preciso aprender a (re)construir com pouco.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a estratosférica marca de 350,79% ao ano; e mais, também em agosto, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 9,52%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

     c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”  
  
     



   

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

A CIDADANIA E OS DESAFIOS DA UNIVERSALIDADE E QUALIDADE DA EDUCAÇÃO

“Há modelo de educação?
        Ao olharmos para a história da educação no Brasil descobrimos – ou relembramos – que ela é recentíssima. Há um século, frequentar a escola ou ter professores tutores era para poucos seletos. Ilustres nobres. Essa realidade vem mudando, mesmo que lentamente. E de lá para cá não é possível negar as tecnologias, as mudanças e os paradigmas que o mundo em constante transformação impôs e impõe a cada dia.
         A partir das nossas vivências aprendemos que as pessoas se transformam ao longo de suas vidas e trajetórias. Os conceitos vão mudando e a educação muda na mesma velocidade. Hoje, há certa exigência para que a educação “acorde”. É como se uma pressão forçasse os muros da escola para que a “vida real” entrasse no seu espaço. O modelo do passado e o que vigora hoje se distinguem, mas têm a mesma essência: existe um conteúdo a ser seguido, um livro a ser concluído, um planejamento pronto. O mundo mudou à revelia na última década, mas na escola permaneceu o “modelo”, apesar de toda a diferença global. Resistir às diferenças e às mudanças é impor padrões a pessoas e a “brasis” tão diversos. Existo um nó a ser desfeito nessa relação de transformação. De tempos em tempos há alguém para provocar olhares para o “novo”. Nos tempos atuais, o que se instala é o “novo modelo” de educação. Se as pessoas são diferentes e mudam, como encontrar um modelo educacional? Não há modelo! O momento é de quebra de uma bengala que amparava um caminhada de pouco investimento na educação. É preciso trocar a bengala por lentes de aumento. Muitos e grandes teóricos já falavam sobre letramento há décadas e, hoje, se discute leiturização. Em vez de o professor retirar da cartola algo do currículo, ele fomenta uma discussão a partir do que está acontecendo no mundo, no que o atinge de maneira direta. Existe a preocupação em estimular para, a partir de então, juntos estudarem as questões propostas. É premente uma sala de aula interdisciplinar, que propõe uma quebra dos muros que separam o que é bom de ser estudado. Antes, o professor detinha o conhecimento e sozinho ensinava, do seu jeito, da maneira como aprendeu. Caso acontecesse algo que o sujeito destoasse do grupo, a culpa da não aprendizagem era dele e da família.
         Na escola que se pretende fora do modelo, inclusão é a palavra de ordem. As pessoas são diferentes e por isso aprendem de formas diferentes. Trocam-se os métodos para se adequarem as dificuldades do aluno.
         O letramento amplia as possibilidades de o aluno chegar ao conhecimento por formas diversas. Como o professor pode ser detentor do conhecimento num mundo globalizado? Impossível! O professor detém vários conhecimentos, mas sua maior especialização é na metodologia. Hoje, a compartimentalização que antes era considerada didática é rompida. Uma escola que se organiza a partir de experiências é uma escola mais humanizada. É premente mudar o mundo e a mudança começa na escola de cada bairro para que o lastro seja de oportunidade de mudança e de crescimento de fato e direito.”

(CAROLINA SANTANA. Professora de pedagogia do Uni-BH, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de agosto de 2015, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 18 de agosto de 2015, mesmo caderno e página, de autoria de VIVINA DO C. RIOS BALBINO, Psicóloga, mestre em educação, professora aposentada pela Universidade Federal do Ceará e autora do livro Psicologia e psicologia escolar no Brasil, e que merece igualmente integral transcrição:

“Reflexões sobre o Enem
        Em 2014, quase 16 mil escolas de todo o país foram às provas objetivas e de redação do Enem, totalizando quase 1,3 milhão de estudantes, mas, infelizmente, a presença de escolas públicas com as melhores médias do Brasil nas provas continua minoritária. A escola pública com melhor média aparece somente na 22ª posição do ranking: o Instituto Federal do Espírito Santo, em Vitória, colégio técnico que seleciona seus alunos. A melhor escola pública é o Colégio Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (UFV), que ocupa a nona posição no ranking e é a única pública entre as 20 melhores escolas do Enem 2014.
         As outras escolas públicas que aparecem entre as 100 melhores no Enem são: Colégio Aplicação do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco (21º); Instituto Federal do Espírito Santo – IFES Vitória (32º); Colégio Militar de Belo Horizonte (66º); Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (88º); Colégio Militar de Juiz de Fora (92º); Câmpus I BH – Cefet – MG (94º); Colégio Pedro II – Câmpus Centro (99º); e Colégio Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ (100º). Fato importante a destaca: todas elas são escolas públicas diferenciadas: técnicas, militares ou ligadas a alguma universidade. As escolas públicas tradicionais continuam com baixo resultado, e isso deve ser objeto de discussões e melhorias.
         O ranking nacional por médias novamente é liderado pelas particulares com perfis de alunos de classe média alta: Objetivo Integrado de SP pelo sexto ano consecutivo tem a maior média dos alunos, com 742,96 pontos; Colégio de Aplicação Farias Brito de Fortaleza, com 737,88; Olimpo de Goiânia, com 735,02; Christus Colégio Pré-Universitário de Fortaleza, com 731,38; e Bernoulli Unidade Lourdes de Belo Horizonte, com 730,33 pontos. Entre as 20 melhores escolas com as melhores médias nas provas objetivas (linguagens e códigos, matemática, ciências humanas e ciências da natureza) e que tiveram índice de permanência na escola superior a 60%, 18 são particulares e duas são federais.
         Infelizmente, observa-se cada vez mais que, estrategicamente e visando lucros, muitas grandes escolas particulares selecionam turma de “alunos com alto rendimento” com CNPJ diferente, formando uma pequena e nova escola anexa à grande e que compete garantindo as notas altas do Enem e muitos lucros. Penso que a qualidade do ensino brasileiro em geral deve ser a meta de todos os exames do Ministério da Educação (MEC), desestimulando qualquer estratégia de manipulação de dados. O ranking 2014 confirma a desqualificação do ensino público e mostra o aumento das perversas práticas das grandes escolas particulares de “querer a alta performance” de um pequeno grupo talentoso no topo das médias tão distantes da situação real das escolas públicas brasileiras. Esse panorama precisa ser repensado e, principalmente, as escolas públicas precisam melhorar. Continuam os antigos problemas: má formação do educador, más condições de trabalho, baixo salário e dificuldade de colocar em prática um currículo com foco na competências e habilidades. De posse dos dados de Prova Brasil, Provinha Brasil, Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e Enade, o MEC deveria apresentar também projeto de melhorias.
         Penso que os amplos dados dos exames, MEC precisam ser mais debatidos e melhorados. Afinal, esses exames têm alto custo e visam melhorias de ensino para todos os alunos, e não para turmas segmentadas de “talentosos” representando um grande colégio particular para fins lucrativos. Enquanto a média nacional é de 517,60 pontos, a médias das 20 escolas com pontuação mais alta sobe para 717,60. Considerando a nota da redação, a diferença entre as 20 melhores escolas e a média brasileira é ainda muito maior. Essa desproporção absurda e injusta precisa ser analisada, e melhorias, promovidas, para que os alunos do ensino médio de todas as escolas, especialmente públicas, de norte a sul, possam ser beneficiados com o ensino de qualidade, proporcionando também o acesso às universidades públicas brasileiras.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em  junho a marca de 372,0% ao ano... e mais, em julho, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 9,56%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

     c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br) (e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!  
  
            


  

sexta-feira, 17 de julho de 2015

A CIDADANIA, A RIQUEZA DO MUNDO INTERIOR E OS DESAFIOS DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

“O mundo interior é receptivo às nossas perguntas
        Poucos sabem que se perguntarem algo ao inconsciente poderão obter resposta. O importante seria estar sempre receptivos a ela. Na verdade, há várias maneiras de interrogar o inconsciente. Certas pessoas conversam consigo mesmo, outras escrevem, outras formulam perguntas mentalmente, voltadas para o interior de si próprias. Há também as que buscam orientação interna sem chegar a formular perguntas – simplesmente se colocam em um estado expectante e tranquilo. A forma como sucede o contato com o inconsciente é determinada pelo temperamento de cada um.
         Um aspecto que conta muito para esse contato com o inconsciente efetivar-se é a intensidade com que emitimos a indagação. É importante plasmar as ideias de modo claro e coerente, estando bem consciente do seu princípio, meio e fim, e entrega-las com desapego ao mundo interior. Desse desapego vem o equilíbrio e a paz que propiciam à intuição revelar-se.
         Se nos concentramos excessivamente e fazemos a pergunta com ansiedade, impedimos que a resposta venha, pois nossas expectativas agem como um obstáculo entre nós e a realidade interna. Por outro lado, se não dedicarmos a isso amor e atenção suficientes, o apelo não chega às camadas profundas do nosso ser, onde a solução está pronta. Há, pois, um delicado equilíbrio a ser conseguido tanto na maneira de fazer a pergunta quanto na espera tranquila pela resposta.
         O grau de energia necessário para emitir a pergunta é descoberto com a prática, com a dedicação. É um processo rico de ensinamentos.
         Depois de formular a pergunta com clareza e enviá-la corretamente, devemos pôr de lado o assunto, para que o mundo interior possa agir sem perturbações nem interferências. Se, por exemplo, insistirmos na mesma pergunta, se ficarmos pensando no assunto ou se cobrarmos a resposta, atrairemos novamente para a superfície da consciência o que deveria estar sendo trabalhado em quietude, nas áreas profundas do ser. Impediremos, assim, que nos seja revelada a solução.
         Um meio de evitarmos que a mente interfira é fazer a pergunta antes de adormecer ou antes de nos ocupar com alguma tarefa que nos vá absorver toda a atenção.
         Suponhamos que nos acometam dúvidas sobre se fizemos a pergunta corretamente, ou que queiramos perguntar de novo, ou que o assunto insista em voltar à mente. Se surgirem esses ou outros impasses com os quais não saibamos lidar, torna-se necessário esquecer por completo a pergunta e nos despreocupar. Devemos agir como se nada estivesse acontecendo e como se não tivéssemos feito pergunta alguma. Temos de nos desligar de tudo e não insistir mais, até que a tranquilidade seja reencontrada.
         Não haverá dificuldade a partir do momento em que se instala em nós a certeza de que, ao fazermos uma pergunta, a resposta estará sendo elaborada pelo inconsciente. O fator fé é essencial. Fé em que a alma, no nível intuitivo, está sempre pronta a nos atender e atenta às nossas necessidades.
         Se não temos fé na sabedoria desse nosso ser interno, envolvemo-nos com questões psicológicas e intelectuais, e a mente, que deveria estar calma para refletir o que vem do profundo, inquieta-se e não cumpre seu papel de espelho refletor.
         O mecanismo intuitivo de cada um de nós é original e único. Não devemos, pois, ter ideias preconcebidas de como deve funcionar.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 5 de julho de 2015, caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de julho de 2015, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de VIVINA DO C. RIOS BALBINO, psicóloga, mestre em educação, professora da Universidade Federal do Ceará e autora do livro Psicologia e psicologia escolar no Brasil, e que merece igualmente integral transcrição:

“Violência contra mulheres
        Infelizmente, nem com a Lei Maria da Penha de 2006 o Brasil consegue aplacar os altíssimos índices de violência contra mulheres. Os dados são alarmantes e os fatos diários na mídia são horripilantes. Somente nos últimos dias, quatro episódios de horror ganharam a mídia: uma grávida teve a barriga corta com uma lâmina, seu bebê retirado e roubado, sendo ela morta em Minas; um marido em briga com a esposa arrancou o olho da companheira, deixando-a cega na Bahia; estupro coletivo e morte de adolescentes no Distrito Federal, e outras duas jovens foram espancadas, estupradas e sendo uma morta no Ceará. Relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência conta a Mulher, de 2013, apontou o assassinato de 43,7 mil mulheres no país entre 2000 e 2010 – 41% delas absurdamente mortas em suas próprias casas, muitas por companheiros ou ex-companheiros. Como fechar os olhos contra tamanha crueldade em pleno século 21, com a vigência de tantos tratados nacionais e internacionais de cumprimento dos direitos humanos?
         Infelizmente, esses crimes diários contra mulheres não ganham a grande mídia, especialmente televisiva, muito menos a comoção nacional e condenação exemplar dos agressores. Agressões e mortes de mulheres ocorrem Brasil afora em todos os rincões. Nas capitais, periferia e interior do país, mulheres são vítimas de atrocidades e mortes a cada minuto. A perplexidade maior é a indiferença da população frente a esses horrores cometidos contra mulheres, crianças, adolescentes, adultas e idosas. Até mulheres autoridades têm sido alvo de agressões nas redes sociais. As cruéis violências contra meninas e mulheres causam repugnância e a indignação da população deve ser forte, punindo com rigor esses crimes. A presidente da República sancionou, recentemente, a Lei do Feminicídio, que o assassinato por razões de gênero. Menosprezo ou discriminação contra mulheres agora é crime hediondo. De acordo com o Código Penal Brasileiro, a pena para esses crimes vai de 12 a 30 anos de prisão. Esse tempo ainda pode ser aumentado em um terço se o crime ocorrer enquanto a vítima estiver na condição de gestante ou nos três meses após o parto.
         Outro fato positivo foi constatar o empenho do Supremo Tribunal Federal no combate aos crimes contra mulheres – o Projeto Justiça pela Paz em Casa, envolvendo o Judiciário e todas as universidades brasileiras, na sua segundo edição, a ser realizada em agosto. Coordenado pela ministra Cármen Lúcia, o objetivo é dar solução a processos pendentes de julgamento em crimes que envolvem mulheres como vítimas. Defendendo o compromisso das universidades com os desafios sociais, constatar a inclusão das universidades e dos acadêmicos nesse trabalho conjunto com o Supremo Tribunal Federal nesse grande desafio social é fator altamente positivo a ser seguido para outras campanhas. Recentemente, reitores das universidades brasileiras estiveram reunidos para definir ações para essa segunda campanha. Há convênios e concessão de estágios nas áreas de psicologia, direito e serviço social para atender às varas especializadas, como as d violência doméstica e familiar contra a mulher. Sem dúvida, um importantíssimo trabalho e que envolve também a prevenção.
         Um esforço conjunto do Judiciário com as instituições de ensino superior na criação de uma cultura de paz a começar nos lares da população. Outras instituições que defendem os direitos das mulheres integram esse importante projeto contra a violência doméstica. Segundo a juíza Elaine Cavalcante, “essas instituições são instrumentos de educação e transformação da sociedade brasileira para a eliminação da discriminação racial, sexual e pela universalização dos direitos sociais, civis e constitucionais inerentes à cidadania das mulheres em geral”. Sem dúvida, um longo caminho que ainda precisa ser percorrido pela busca da igualdade de gênero no Brasil.
         Torna-se necessário e urgente realizar um grande “mutirão” organizado pelo Estado, sociedade civil e mídia para maior eficácia da prática da Lei Maria da Penha e da Lei do Feminicídio, além de exaustivas, necessárias e continuadas campanhas preventivas na mídia, escolas e locais de grande circulação de pessoas, como ônibus e metrôs sobre essas cruéis e continuadas violências contra a mulher no Brasil. Os homens precisam ser reeducados desde pequenos e saber que agredindo mulher vão sofrer severa punição.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do IBGE, a inflação de junho medida pelo IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo – e acumulada nos últimos doze meses atingiu 8,89%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a simples divulgação do balanço auditado da Petrobras, que, em síntese, apresenta no exercício de 2014 perdas pela corrupção de R$ 6,2 bilhões e prejuízos de R$ 21,6 bilhões, não pode de forma alguma significar página virada – eis que são valores simbólicos –, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, e segundo o estudo “Transporte e Desenvolvimento – Entraves Logísticos ao Escoamento de Soja e Milho, divulgado pela Confederação Nacional do Transporte, se fossem eliminados os gastos adicionais devido a esse gargalo, haveria uma economia anual de R$ 3,8 bilhões...);

     c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!    
     
        

    

quarta-feira, 22 de abril de 2015

A CIDADANIA, A VONTADE SUPERIOR E AS EXIGÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE E COMPROMISSO SOCIAL


"O momento de seguir o caminho da vida guiado pela vontade da Alma
        As escolhas mais decisivas para o curso da vida partem do centro do ser, da nossa Alma. Mas, embora seja ela que determine os rumos básicos que temos de seguir, a personalidade, o eu externo, também possui certo poder de decisão.
         Como personalidade, usamos o livre-arbítrio, e por meio dele aprendemos a escolher. É pelo exercício de inumeráveis escolhas que vamos aprendendo a abandonar o que prejudica a evolução, até o momento em que começamos a perceber a voz da Alma e a sermos atraídos por ela.
         A capacidade de decisão da personalidade varia segundo os graus evolutivos que vamos atingindo, varia de acordo com nossa receptividade ao mundo da Alma, um mundo espiritual.
         Essa capacidade de decisão é bastante forte e dominante enquanto nos deixamos conduzir pelos aspectos materiais do nosso ser: o físico, o emocional e o mental. Redimensiona-se gradualmente, todavia, à medida que optamos pela evolução, crescimento superior. A partir dessa opção, a vontade da Alma vai prevalecendo nas nossas escolhas. Passamos a aceitar razoavelmente essa orientação que vem de dentro de nós. Passamos a permitir que conduza nossos atos.
         Quando transferimos nossas decisões para a Alma, dela começam a vir oportunidades para evoluirmos. A personalidade então se vai tornando mais flexível e obediente e, por fim, compreendemos qual é a tarefa que nos cabe neste planeta.
         Para cumprir essa tarefa necessitamos de indicações do nosso interior, provindas da Alma, que conhece as Leis Maiores e o nosso destino. Assim, quando nos entregamos à vontade da Alma, quando é ela que nos guia os atos, consuma-se o que está previsto para nossa vida sobre a Terra.
         Um período de purificações e ajustes acontece antecede a vida regida pela vontade da Alma. Desse período pode fazer parte o que se costuma chamar de “fase do arrependimento”.
         No sentido espiritual, arrependimento é a predisposição para reconhecer erros e imediatamente agir de modo a equilibrá-los. Não é apenas lamentação e não deve ser confundido com a tendência de chorar pela dor que causamos ou de pedir desculpas sem que nada se transforme em nós.
         O arrependimento verdadeiro é um impulso para sanar as desarmonias que causamos no passado. Se nos arrependemos dessa maneira, isto é, se passamos a agir equilibradamente, preparamo-nos de fato para novas etapas da vida.
         Importante saber que quando estamos sendo guiados pela Alma, amplia-se a nossa capacidade de servir, de ajudar os semelhantes. Vemos dentro de cada ser uma essência espiritual. Sabemos que todos vêm de uma única fonte criadora, e que o amor é a primeira lei do sistema solar.
         O amor é a capacidade de coesão, de união. Se não existisse, prevaleceriam no universo as forças contrárias à unidade, e este se desintegraria.
         Pela lei do amor, todo ser tem seu lugar no universo, onde melhor pode desenvolver sua aptidão, sua forma de doar-se. Mas ninguém é capaz de reconhecer esse lugar usando apenas a mente ou o desejo de servir. Só no profundo do ser sabemos onde está.
         O fundamental é buscar nosso ser interior como prioridade na vida. É a partir disso que nossos dias se vão tornando puro serviço da Alma, em benefício de qualquer pessoa que precise de auxílio.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 30 de março de 2014, caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e a Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de abril de 2015, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de VIVINA DO C. RIOS BALBINO, psicóloga, mestre em educação, professora aposentada da Universidade Federal do Ceará e autora do livro Psicologia  e psicologia escolar no Brasil, e que merece igualmente integral transcrição:

“Educação, compromisso social
        Apesar de investimentos e boas políticas, o Brasil ainda não conseguiu alcançar as metas para a educação de qualidade. Dados recentes da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) mostram que o Brasil está entre os dois terços dos países que não conseguiram alcançar todas as metas traçadas para o período de 2000 a 2015. O Brasil cumpriu apenas duas das seis metas mundiais para a educação. Somente um terço dos países atingiram todos os objetivos. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o país avançou no acesso à educação e vê grandes avanços na educação na pré-escola, no ensino profissionalizante e no combate ao analfabetismo. Segundo o relatório, o Brasil atingiu duas metas: universalizar o acesso à educação primária (1º ao 5º ano do ensino fundamental) e igualdade de gênero, levando meninos e meninas para as escolas.
         As metas foram estabelecidas na Cúpula Mundial de Educação em Dakar (Senegal), em 2000, com 164 países. O objetivo global era que todos eles pudessem chegar a 2015 cumprindo seis metas: 1) expandir a educação e os cuidados na primeira infância, especialmente para as crianças mais vulneráveis; 2) alcançar a educação primária universal, particularmente para as meninas, minorias étnicas e crianças marginalizadas; 3) garantir acesso igualitário de jovens e adultos à aprendizagem e às habilidades para a vida; 4) alcançar uma redução de 50% nos níveis de analfabetismo de adultos até 2015; 5) conseguir a paridade e a igualdade de gênero, e 6) melhorar a qualidade da educação e garantir resultados mensuráveis de aprendizagem para todos. Apenas 57 países alcançaram os seus objetivos. “O Brasil faz esforço grande para expandir o ensino público de educação infantil, mas ainda precisa avançar mais para cumprir essa meta”, diz a coordenadora de educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero, em relação à meta 1.
         O Inep questiona: “Em 2002, tínhamos 3 mil creches públicas e em 2015 temos 35 mil. Implantamos boas políticas na área e trouxemos a educação da primeira infância para o centro das discussões”. A Unesco vê progressos nos programas de educação tecnológica, como o Pronatec. O país dobrou o número de matrículas em cursos profissionalizantes de 2 milhões para 4 milhões. A maior qualidade da educação e a valorização do professor no Brasil são apontadas como grande desafio, metas 4 e 6. Segundo a Unesco, faltam 4 milhões de professores no mundo. Novas metas para 2015 a 2030 serão traçadas em Seul em maio deste ano.
         O novo ministro da educação assume com boas propostas: investir ainda mais na qualificação e eficiência da educação brasileira. Apesar da crise econômica, o governo pretende construir 6 mil creches no país nos próximos quatro anos, sendo prioridade a educação básica. A proposta de engajar as universidades federais e seus estudantes na tarefa de melhorias na educação básica é muito positiva. Penso ser fundamental qualificar e estimular ainda mais os cursos de licenciatura que formam professores nas universidades, estimulando talentos com compromisso social. As nossas universidades federais constituem importante rede em todo o país com competentes profissionais e pesquisadores de todas as áreas, que muito podem contribuir para a melhoria da educação básica. Grande parte dos recursos para educação vai para as universidades federais. Em 1968, eram 100 mil estudantes universitários, hoje são 8 milhões. A responsabilidade com a educação deve começar em casa com pais incentivando os filhos para estudar. Esse importante estímulo pode formar gerações de crianças e jovens talentos comprometidos com o saber e com a educação. Felizmente, pais e escolas estão mais empenhados nessa tarefa no Brasil.
         Fomentar a responsabilidade social de professores, alunos e pais desde a educação básica é fundamental. Isso pode se dar de diversas formas: nos trabalhos e projetos escolares e nos trabalhos comunitários. Nas universidades, especialmente nas públicas, é importante que alunos  pratiquem maior compromisso social, engajando-se em projetos comunitários e grandes projetos de pesquisa nas escolas da educação básica para o salto qualitativo que tanto queremos. Essa importante contribuição social e senso de cidadania pode se dar em todas as áreas do conhecimento nas universidades – jovens estudantes em salas de aula e/ou projetos nas escolas públicas país afora, disseminando conhecimentos, ciência e inovações tecnológicas, proporcionando a maravilhosa e democrática popularização da ciência e da tecnologia para fins educativos e de cidadania.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (assim sendo, já é crítica a superação da marca de 8% no acumulado de doze meses...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, vai ganhando novos contornos que transcendem ao campo quantitativo, mensurável, econômico,  e que podem afetar até mesmo gerações futuras...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (haja vista as muitas faces mostrando a gravidade da dupla crise de falta – de água e de energia elétrica...);

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2015, segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!...