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segunda-feira, 25 de maio de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DA DIMENSÃO HUMANA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA ALEGRIA E AUTENTICIDADE DA ECOLOGIA INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE


“A dimensão humana
        O período da epidemia Covid-19 é algo absolutamente desafiador. Vivemos todos numa expectativa de adoecer, um pânico generalizado. O distanciamento social, até pelo nome, já demonstra que é uma medida alienadora e cada vez mais alimentada pelas manchetes diárias – aterrorizantes.
         Em verdade, apesar de ser uma doença potencialmente grave, a mortalidade não é muito elevada e não há motivo para pânico. A morte é destino certo para todos. Algumas de suas causas são tão banais que nos acostumamos a elas: mortes no trânsito (mais de 40 mil ao ano) ou por dengue, zika e outros flagelos esquecidos e massificados.
         O que diferencia a atual epidemia é sua globalização, são as manchetes nos diversos cantos do mundo. Não nos esqueçamos de que no Brasil, por sua dimensão continental, estamos em situação relativamente boa em comparação com países superdesenvolvidos e com estrutura hospitalar maior.
         Não podemos desconsiderar o risco, mas é preciso que todos eles sejam considerados. A sociedade funciona ao modo de um organismo vivo. A divisão de tarefas é sua base e, qual uma engrenagem complexa e integrada, ela precisa girar, senão perece. A interdependência é a norma, não a exceção. Embora muitos saibam, é preciso lembrar que a economia, apesar de lidar com números, é uma ciência humana, e não há motivo de vergonha de, nesse contexto, considerarmos os impactos de todas as medidas adotadas na saúde da economia.
         O isolamento acaba por gerar a paralisação de um sem-número de atividades e se torna um motivo de extrema privação para aqueles que trabalham por produção, sem vínculos estabelecidos, ou mesmo para aquelas empresas que se inserem no universo mais afetado. A repercussão disso nas pessoas é grave – para se ter uma ideia, nos últimos 45 dias o cartório de Venda Nova, em Belo Horizonte, registrou apenas quatro mortes por Covid, e, no mesmo período, oito suicídios.
         As formas de transmissão da doença são conhecidas. Uso de máscara e a correta higiene pessoal – posto que o vírus também habita o trato gastrointestinal – são as armas que temos. Cada um tem que se responsabilizar por sua segurança e saber que, se não aderir aos cuidados, se expõe ao risco de morrer.
         Os municípios tiveram tempo para se preparar, adequando suas estruturas de saúde. Assim, é preciso que o retorno ao trabalho ocorra, de forma planejada, impedindo principalmente que nos meios de transporte ocorra superlotação. Que possamos todos superar o momento e entender que a dignidade não se encontra na reclusão em nossas casas; está na coragem de enfrentar mais uma doença, dando a ela o devido peso específico e usando as armas preventivas de que dispomos.”.

(Luiz Antônio F. Paulino. Médico, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de maio de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 22 de maio de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Dom precioso de Francisco
        A Igreja Católica no Brasil promove uma semana pela ecologia integral, interpelando a sociedade, adoecida, com feridas expostas, a encontrar novo modo de viver. É a celebração pelos cinco anos da carta encíclica Laudato si’ – sobre o cuidado com a Casa Comum, publicada pelo papa Francisco, no dia 24 de maio de 2015. Esta Semana busca ecoar o que pede a carta encíclica do papa sobre o cuidado com a Casa Comum, a partir da exemplaridade inigualável de São Francisco de Assis, considerado o pai da ecologia, respeitado pelos que são, ou não, cristãos, em razão da universalidade de seus ensinamentos. Passados mais de outo séculos, os sentimentos, escolhas e hábitos de São Francisco permanecem como sinal luminoso, oferecendo aprendizados indispensáveis. O papa Francisco, assim, revisita o “pobrezinho de Assis”, contribuindo para que a civilização contemporânea redesenhe seus funcionamentos, faça novas escolhas e se afaste do caminho que pode levá-la a diferentes extermínios e a graves pandemias.
         No horizonte da carta encíclica Laudato si’ está a adoção inteligente e imediata dos parâmetros da ecologia integral, com suas dinâmicas que podem garantir dois bens fundamentais, procurados a todo custo: alegria e autenticidade. Uma alegria que dura e sem a qual não se consegue viver adequadamente. Sem essa alegria, a vida perde sentido, torna-se dolorosamente pesada. Já a autenticidade, outro bem necessário, refere-se à capacidade bonita de se exercer a liberdade sem jamais perder o horizonte da própria identidade. A autenticidade gera razões e iluminações condizentes com o grande dom da vida. O ponto de partida inteligente para alcançar alegria e autenticidade parece ingênuo e, por isso, é irracionalmente desconsiderado: dedicar amorosa reverência aos mais pobres da Terra e atenção particular à Criação de Deus.
         Esse olhar sensível dedicado à Criação e aos pobres faz abrir o coração, leva à alma valores nobres, cultiva na interioridade humana bons sentimentos e modula cada gesto na dinâmica inigualável da solidariedade. Quando o ser humano verdadeiramente dedica atenção à Criação e aos pobres consegue perceber prioridades que são indissociáveis: a busca pela paz interior, o respeito à natureza e a consciência do dever de trabalhar na edificação de uma sociedade justa e fraterna, com a defesa dos mais pobres. Essas prioridades precisam nortear a conduta social, política, econômica, religiosa, cultura e cidadã. A paz interior, que todos buscam, exige a vivência das lições de uma ecologia integral, para livrar o ser humano do domínio das idolatrias do lucro e do dinheiro, da indiferença ante os clamores dos empobrecidos. Esse domínio do lucro e da indiferença é raiz do uso desenfreado, extrativista e criminoso dos bens da Casa Comum, da adesão à lógica dos privilegiados que é condescendente com o colapso da vida dos vulneráveis.
         Parecerá romântico às mentes teleguiadas pelos endurecimentos que alicerçam as pandemias evocar a atitude de São Francisco de Assis. Ao olhar, enamorado, o sol, a lua, minúsculos animais, ele cantava e, consequentemente, envolvia o seu coração com uma sabedoria solidária e uma reverência nobre dedicada a todos – entendia que todos os seres e elementos do universo são irmãos uns dos outros. Assim, ensina o caráter essencial da simplicidade, frequentemente desconsiderada no mundo contemporâneo, dominado por uma irracionalidade fundamentada na desmedida ambição por dinheiro. Em vez da opção pela simplicidade, prioriza-se o acúmulo de bens que compromete a qualidade de vida, gerando distanciamento de toda gratuidade, o que produz massacres e pandemias.
         A carta encíclica do papa, inspirada nas lições de São Francisco de Assis, está para além de uma avaliação intelectual ou de um cálculo econômico. Oferece à sociedade contribuições para que se viva novo ciclo, alicerçado em sabedoria que se desdobra em compromisso: é preciso cuidar de tudo e de todos. Eis o apelo do papa Francisco, dever inadiável que deve unir a família humana em busca de um desenvolvimento sustentável. O dom precioso é reconhecer e adotar a inteligência criativa fundamentada nos parâmetros da ecologia integral, para superar a indiferença em relação a graves problemas.
         A ecologia integral é o caminho mais adequado a ser seguido pela humanidade no seu desafio de repensar condições de vida e de sobrevivência em um mundo adoecido, com sintomas evidentes nos descompassos políticos e sociais, religiosos e econômicos. Há de prevalecer os parâmetros da ecologia integral, em diferentes contextos. O ponto de partida, antes de se pensar nas cúpulas, instâncias legislativas ou conferências, é a vida cotidiana, a atitude de cada pessoa. Chegou a hora, e de agora não se pode passar, considerados os esgotamentos do mundo e da civilização contemporânea, de novas lições a serem aprendidas, necessárias para surgir um novo tempo, broto da esperança. Todos, humildemente, possam assumir a condição de aprendizes, na vivência do que ensina a carta encíclica Laudato si’, um dom precioso de Francisco.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a estratosférica marca de 326,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 130,0%; e já o IPCA, em abril, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,40%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.





quinta-feira, 2 de abril de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS GRAVES CLAMORES DAS DESIGUALDADES SOCIAIS E OS ILUMINADOS CAMINHOS DA ECOLOGIA INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE (41/129)


(Abril = mês 41; faltam 129 meses para a Primavera Brasileira)

“Desigualdade social e coronavírus
        No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde decretou que há uma pandemia no mundo causada pelo novo coronavírus chamado Sars-Cov-2, que a causa a doença Covid-19. As recomendações das autoridades sanitárias, de saúde e de infectologia são acessíveis para a maioria da população e se resumem em medidas de higiene e confinamento, evitando-se aglomeração das pessoas para frear a capacidade de contágio do vírus e não sobrecarregar o sistema de saúde.
         Essas recomendações, entretanto, não são simples para moradores  de assentamentos informais, conhecidos também por favelas, principalmente aquelas muito adensadas, cujos imóveis são pequenos e com pouca ventilação e que não possuem saneamento básico, com o agravante de que seus habitantes trabalham, em sua grande maioria, em atividades informais, o que pode provocar a falha no plano de contenção dessa doença infectocontagiosa.
         Neste contexto, a pandemia do coronavírus se tornou uma oportunidade para evidenciar que a desigualdade social traz reflexos perversos para toda a sociedade e não apenas para os desafortunados que nela estão inseridos.
         Estudos sugerem uma relação intrínseca entre a desigualdade de renda e a criminalidade, ou seja, quanto maior a desigualdade social, maior a violência.
         O Brasil, de acordo com o índice Gini, está entre os países mais desiguais, e suas capitais mais populosas, como São Paulo, apresentam altas taxas de homicídios, índices usados para medir a violência. Esse quadro é nefasto para grande parte da sociedade: para aqueles que possuem o suficiente para viver, há o medo do assalto, roubos e furtos; e os que nada possuem também são violentamente humilhados por uma sociedade de consumo, já que não podem ter nada daquilo que é vendido como necessidade.
         Especialistas estão chamando a atenção para a prevenção do coronavírus nas favelas, e o consenso é que nos locais onde o acesso à água se dá de forma irregular e que não há ao menos saneamento, o atendimento às recomendações de isolamento social e de higienização das mãos não poderá ser suficiente, aumentando consideravelmente o risco de esses  locais tornarem-se um foco de contaminação, impactando o restante da sociedade.
         As desigualdades sociais devem ser combatidas não apenas por altruísmo, mas pelo próprio instinto de sobrevivência. É inaceitável que seres humanos não possam ter ao menos um local digno de moradia servido de água, luz e saneamento básico, condições mínimas para se viver saudavelmente. No momento, além de injusta, essa situação se mostra contraproducente para se tentar conter um vírus com alta capacidade de transmissão.
         Além das condições de higiene, os moradores de favelas que vivem no mercado informal terão sua renda comprometida com o rápido desaquecimento da economia, paralisação de vários setores e aumento de desemprego, especialmente no comércio. Há várias iniciativas para se pensar no estabelecimento de uma renda mínima que estão na contramão das políticas neoliberais recentemente implantadas e em expansão.
         O momento deve ser de cuidado, mas também de reflexão sobre a sociedade que queremos. O estabelecimento de políticas públicas como a renda mínima para desempregados e trabalhadores informais é somente uma das primeiras medidas que podem ser tomadas. Outras devem ser viabilizadas para alcançar os objetivos preconizados em nossa Constituição Federal – de uma sociedade justa e solidária, na qual a diminuição da pobreza é uma meta.”.

(Cleide Aparecida Nepomuceno. Defensora pública em atuação na Defensoria Especializada em Direitos Humanos, Coletivos e Socioambientais (MG), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 1 de abril de 2020, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com.br, edição de 27 de março de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Voz do pobre, coro de lucidez
        O Brasil e o mundo estão sob o embargo de um exigente silêncio obsequioso. A exigência de não sair de casa, um dos incontestáveis remédios capazes de interromper a disseminação do Covid-19, enquanto se trata e recupera os contaminados, faz prevalecer no ambiente doméstico e nos lugares públicos um grande silêncio, incontrolável, a exemplo do vírus que contamina, fortemente, a sociedade contemporânea. Essa sociedade que é tão habituada a um ritmo frenético, fonte de adoecimento para a humanidade e a natureza, de distorções em sistemas sociais, políticos, econômicos e culturais, que levam à perda de rumos e à desconsideração do sentido da vida – dom e compromisso. O incômodo deste silêncio, fecundado por medos e inseguranças, por vezes emoldurado por indiferenças e considerações inconsequentes, irresponsáveis, pode guardar força terapêutica de grande valia. Este obsequioso silêncio confronta-se com a avalanche de palavrórios, propalados na ânsia de querer falar muito sobre aquilo que pouco entende, na ousadia de considerar saber mais do que, de fato, conhece.
         Esse silêncio pode oferecer à humanidade a oportunidade de escutar mais, reconhecer aquelas direções que foram negligenciadas, os entendimentos desprezados, as vozes que não são ouvidas e, consequentemente, os sentidos que passam desapercebidos. Este tempo, com o seu silêncio, indica a necessidade de superar a idolatria do dinheiro, o absurdo das ganâncias dos que se apegam à falsa segurança do acúmulo de posses, que enfraquecem os seres humanos a ponto de a humanidade se desestabilizar. É preciso reconhecer: a vida é dom. Neste dom, inscreve-se o compromisso de estar a serviço do semelhante, que é irmão.
         Por isso, causa perplexidade ver que ainda há gente indiferente, convivendo pacificamente com outras pandemias – a da exclusão social, dos desmandos políticos responsáveis por migrações forçadas, dos extermínios de mulheres, indígenas e de pobres moradores nas ruas, dentre tantas outras. Agora chega uma pandemia que bate à porta de todos, igualmente, desmontando sociedades e suas economias, comprovando que o meio ambiente precisa ser balizado pelos princípios e lições sábias no horizonte da ecologia integral. O mundo tem gritado pelas vozes dos mais pobres, dos que nada têm. Já os que muito possuem e têm de sobra, precisam, a partir do atual silêncio, escutar essas vozes, reconhecendo-as como um coro de lucidez. A partir dessa sensibilidade, debelar as pandemias das irresponsabilidades e de palavras inconsequentes, exigir providências urgentes para superar incompetências humanísticas, governamentais e de indivíduos deletérios.
         O ciclo novo almejado, a ser construído pela sociedade brasileira, não permite ufanismos. Requer intuições que fortaleçam as instituições governamentais, livres de fisiologismos ideológicos e dos atendimentos de interesses oligárquicos, para que cumpram adequadamente suas responsabilidades no contexto democrático. Para fazer surgir nova realidade, é preciso se renovar, exigência comum a empreendimentos e empreendedores, a instituições políticas e governamentais, não poupando o mundo religioso e cultural. Qualquer indiferença ou relativização ante a exigência de renovação, perpetuará hábitos que merecem ser revistos e fará com que outras pandemias enfraqueçam ainda mais a humanidade.
         Urge, na batalha contra o Covid-19, com investimento em práticas solidárias, reconhecer a tarefa prioritária de se escutar a voz dos pobres, deixar-se interpelar pelo coro de lucidez para, humildemente, contribuir na constituição de novo ciclo humanitário. Pela via da solidariedade, que exige renúncias, partilhas e o reconhecimento da igualdade humana no direito à vida digna, todos se sintam envergonhados pelas exclusões, 0para fazer surgir lógica diferente, capaz de orientar programas dedicados ao amparo dos mais pobres, dos vulneráveis, no horizonte incontestável da ecologia integral. Cada pessoa reconheça que tudo está interligado, o tempo e o espaço não são independentes entre si, como assevera o papa Francisco, na sua carta encíclica sobre a casa comum. O papa sublinha ainda que os vários componentes do planeta – físicos, químicos e biológicos – se relacionam, assim como as espécies vivas formam uma trama que nunca acabaremos de individuar e entender. Que a humanidade comece a pensar a sua nova etapa civilizatória, sensível à voz do pobre, coro de lucidez.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a estratosférica marca de 322,6% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 135,6%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,01%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER TRANSFORMADOR DA INCLUSÃO E AS LUZES E DESAFIOS DA ESCADA DE HUMANISMO NA SUSTENTABILIDADE


“Empresas e profissões inclusivas se sobressaem
        Se o segredo do sucesso é saber se adaptar e sobreviver às mudanças, os tempos atuais representam uma ótima oportunidade para comprovar se essa máxima funciona ou não.
         Nossos filhos já nascem muito mais aliados da diversidade e da inclusão do que nós, e nos dão broncas, diariamente, por causa das colocações preconceituosas ou excludentes que faziam parte, normalmente, de nosso vocabulário. Eles sabem que não fazemos por mal, mas não admitem que continuemos agindo como no passado. E não podemos mais colocar a culpa na educação ou na cultura. A paciência curta dos mais jovens mostra que estamos fora de sintonia com o modus operandi do mundo de hoje.
         As novas empresas parecem sofrer desse mesmo tipo de impaciência em relação às empresas tradicionais. Elas nascem na velocidade das startups e parecem se abastecer da energia da diversidade e da inclusão para ditar novo modus operandi no mercado.
         A diversidade e a inclusão alavancam resultados e deixam para trás quem quer enxergar tudo de forma padronizada. Quando uma empresa abre espaço para as diferenças e consegue ouvir a pluralidade de ideias, ela produz mais soluções, elimina pontos cegos do processo e melhora sua tomada de decisão. Em tempos de crise, isso significa economizar recursos e talentos. E é assim, incluindo todo mundo e evoluindo de forma sustentável, que o lucro aparece.
         Assim acontece com as startups financeiras, ou fintechs, das quais a Nubank é um dos exemplos entre tantos já presentes em nosso mercado. Usando uma linguagem solta e descontraída, a empresa desafiou as instituições financeiras tradicionais ao apostar em um único serviço: o cartão de crédito sem taxa ou anuidade. Com um departamento exclusivo da diversidade e inclusão a Nubank mostra para seus colaboradores e clientes que se preocupa em caminhar na direção de uma comunicada igualitária, fazendo disso parte de sua missão.
         Outro mercado que surgiu nos últimos anos é o de youtubers, ou influenciadores digitais. Uma das principais características desses produtores de conteúdo é a pluralidade. Jovens negras, que não se viam representadas pelos padrões de beleza dos comerciais, assim como corpos fora do padrão e o público LGBTQI+, hoje ditam novos padrões comportamentais e estéticos em seus canais e atraem empresas que querem abraçar essa diversidade e garantir mais consumidores para seus produtos e serviços.
         Companhias que já nascem diversas e inclusivas saem na frente na disputa de mercado, pois conseguem atrair mais talentos para seus ambientes colaborativos e produtivos. De acordo com a pesquisa da Harvard Business Review, os conflitos são reduzidos em 50%, nesses casos. Ter diferentes pontos de vista, mas acima de tudo expressar as ideias e conduzir as relações com respeito e empatia, é característica que os novos gestos devem adquirir, além de ser valores essenciais para empresas que desejam se manter competitivas e se tornar realmente inovadoras.
         Então, como empresários, precisamos sair das bolhas corporativas, entender rapidamente a diversidade que nos cerca e garantir que essa diversidade esteja representada em nosso negócio. Quando abrimos espaço para a diversidade e incluímos as diferenças, multiplicamos as possibilidades de solucionar os desafios que enfrentamos todo dia. Não dá mais para rotular este assunto como “mimimi”. Diversidade e inclusão são poderosas estratégias de transformação. Acredite.”.

(RONALDO FERREIRA JR.. Conselheiro da Associação Nacional das Agências de Live Marketing (Ampro) e sócio-fundador da um.a.#diversidadeCriativa, agência especializada em eventos, campanhas de incentivo e trade, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 3 de julho de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 07 de fevereiro de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVERIA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e que merece igualmente integral transcrição:

“Audácia de recomeçar
        O olhar sobre a sociedade e seus muitos territórios específicos precisa, neste momento, ser iluminado pela luz da audácia de recomeçar. As devastadoras chuvas desse janeiro de 2020, causando mortes e perdas materiais, enlutando precocemente as famílias, comprometendo infraestruturas, são consequências de uma natureza enfurecida pelo tratamento impiedoso recebido daqueles que deveriam ser os guardiões da Casa Comum. As vidas perdidas são o clamor surdo e interpelante dirigidos especialmente aos que governam: é preciso ser audacioso e recomeçar.
         No horizonte interpelante delineado e indicado pela Ecologia Integral, a audácia do recomeço requer a iluminação de que o primeiro passo deve sr a aceitação e a humildade para reconhecer as evidentes lições a serem aprendidas. Não bastam ações paliativas. É indispensável ser audacioso nas concepções, nos gestos, e ter competência para discernir a respeito de prioridades e investimentos.
         O tamanho do desafio é imensurável e a oportunidade de se inaugurar um novo tempo é única. Requer magnanimidade, almas distanciadas dos moldes apequenados que se evidenciam nos gestos nos pronunciamentos e nas soluções propostas ante as dificuldades e atrasos que se arrastam nas muitas realidades da sociedade brasileira, em que os pobres pagam a maior parte da conta. Enquanto isso, a penúria é justificada pela falta de recursos que, de fato, tornam-se minguados também pela incompetência na gestão e estreitezas na escolha de prioridades.
         O ponto de partida para quem vive uma cidadania qualificada precisa ser a vergonha de tudo o que se refere às condições inumanas e perigosas impostas aos mais pobres. As catástrofes e as perdas precisam agora do antídoto, que deve brotar célere e incidente na audácia do indispensável recomeço. Não cabem paliativos. Requer-se abertura à iluminação advinda das interpelações da Ecologia Integral, que reclama ordem e dinâmicas econômicas diferentes das atuais, responsáveis pelo descompasso na igualdade, que é direito de todo cidadão.
         Uma nova inteligência na gestão, particularmente governamental, exige a consideração articulada entre compreensão ecológica e infraestrutura: é preciso considerar o conjunto dos elementos envolvendo as pessoas, as condições e circunstâncias da Casa Comum, ou seja, tudo o que diz respeito aos funcionamentos da sociedade. A responsabilidade primeira dos governos não pode ser exercida exclusivamente pelo norte do viés político, menos ainda, partidário. Aponta-se na direção de fóruns permanentes, em que tomam assento arquitetos, urbanistas, economistas, para uma nova ordem justa e solidária, no horizonte da Economia de Francisco. Ambientalistas e detentores de uma compreensão sobre a “escada de humanismo” se mobilizam para formatar projetos e ações com força para interferir favoravelmente na realidade, com mudanças radicais, a partir da implantação de novas estruturas com arrojadas e corajosas propostas – evidências com práticas consolidadas em outras ações.
         Dentre os segmentos que requerem essas necessárias e urgentes intervenções, um exemplo emblemático é a extração de minério que não pode continuar utilizando processos ultrapassados, nem mesmo para justificar a geração de empregos e renda, pois beneficiam temporariamente parcela ínfima da população, enquanto os prejuízos decorrentes dessa atividade atingem o conjunto da sociedade. O tema da água, primordial – desde a ocorrência das chuvas torrenciais desastrosas, ao consumo humano de água potável – é vigoroso neste debate, capaz de pautar a audácia de se recomeçar. É inadiável pensar-se um projeto – independentemente dos altos custos que possa significar –, que acabe com o uso criminado de rios, riachos e córregos usados como esgoto, a exemplo do rio da Velhas que polui o rio São Francisco com os mais abomináveis rejeitos produzidos na Capital mineira.
         A audácia de recomeçar – como resultado de lições aprendidas, considerados os crimes e descompassos ambientais – não perdoará governantes e construtores da sociedade que não se empenharem na escuta dos especialistas para encontrar novos modos de sustentabilidade, a partir de intervenções urbanísticas adequadas, particularmente nos âmbitos da política habitacional, da recuperação dos rios – o rio Arrudas, em Belo Horizonte, pode se tornar limpo e, quem sabe, até navegável em alguns trechos, seguindo a mesma linha de outros grandes centros urbanos.
         Sem a compreensão dos recursos e das dinâmicas no horizonte da ecologia integral, em que todos, sem exceção, são aprendizes, aliados da visão técnica de urbanistas e arquitetos, as cidades e regiões metropolitanas caminharão resvalando na direção do caos, arriscando-se ao esgotamente das possibilidades de solução. A urgência deste momento singular aponta para a importância dos conhecimentos técnicos. Não aqueles engessados pela burocracia ou pela ignorância de exercer o poder, atrasando processos, mas o que constrói equipamentos sustentáveis, com rapidez inusitada para instalar novo tempo agora, é requerido. Do cidadão ao governante mais responsabilizado, o que se exige, sob pena de se arcar com um prejuízo maior, é a tarefa insubstituível de adotar novas propostas, novos hábitos e práticas, novas estruturas – a comprovada audácia de recomeçar.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 318,85% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 302,48%; e já o IPCA, em janeiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,19%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.