Mostrando postagens com marcador Luiz Augusto Pereira de Almeida. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Luiz Augusto Pereira de Almeida. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 3 de abril de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS DESAFIOS HUMANOS NAS NOVAS TECNOLOGIAS E A FORÇA DA CULTURA DE PRESERVAÇÃO NA SUSTENTABILIDADE


“Tecnologia: o próximo desafio são os humanos
        Era de se imaginar que as palestras do SXSW 2019** (South by Southwest), em Austin, nos Estados Unidos, fossem sobre alguns dos grandes avanços tecnológicos. Temas não faltam: inteligência artificial, computação quântica, edição genética, entre outros. As duas primeiras estrelas do maior evento de criatividade e inovação do planeta, no entanto, dominaram o palco principal para falar de... emoções humanas.
         Essa tendência tem sido clara desde a edição de 2018. Estamos em um momento único, em que o caminho das inovações tecnológicas começa a ficar mais evidente e que boa parte do que vemos, há décadas, nos filmes de ficção, vai mesmo acontecer. Robôs cada vez mais presentes em todas as áreas, máquinas mais inteligentes do que o homem e capazes de aprender e evoluir sozinhas, a eliminação de doenças e até carros voadores. É tudo questão de tempo. O maior desafio, agora, é sobre como vamos lidar com tudo isso.
         “Estamos desesperados buscando humanização, enquanto estamos construindo uma sociedade cada vez mais desumanizada”, afirmou Esther Perel durante o SXSW. Ela é terapeuta de casais e já tinha sido uma das atrações mais aplaudidas da edição passada, ao falar sobre as relações conjugais modernas. Ela voltou este ano para falar sobre a importância das relações interpessoais no trabalho e o quanto isso vem mudando por causa das mudanças nas nossas relações fora do trabalho.
         “Nós nunca, na história, depositamos tanta expectativa no trabalho”, diz Perel. “Nós queremos que ele se adapte a nós, que nos traga reconhecimento, que esteja de acordo com o nosso propósito. Há alguns anos, as pessoas trabalhavam para colocar pão na mesa, e não por razões emocionais.”
         A palestrante de abertura foi a pesquisadora Brenè Brown, famosa por seus best-sellers sobre a vulnerabilidade e pertencimento, e com várias obras traduzidas no Brasil. Em uma narrativa que levou muitas das quatro mil pessoas às lágrimas, Brown fez uma apaixonada defesa da necessidade dos seres humanos em se conectarem, de dialogar e, principalmente, de ter a coragem de ser eles mesmos. “Seja você mesmo. É a única coisa que você vai fazer bem. Você será péssimo em todo o resto que tentar”, afirmou a especialista.
         Na era da tecnologia, o próximo desafio parece ser mesmo os humanos.”.

(LUCIANE AQUINO. Consultora em inovação e estratégia de produto digital, mentora e investidora em startups brasileiras, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de março de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 20 de março de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de LUIZ AUGUSTO PEREIRA DE ALMEIDA, diretor da Federação Internacional Imobiliária (Fiabci-Brasil) e diretor de marketing da Sobloco Construtora, e que merece igualmente integral transcrição:

“Múltiplas tragédias, uma causa
        Qualquer ser humano, desde o mais jovem ao mais adulto, sabe que, se não mantiver o seu corpo com alimentação saudável, exercícios regulares e bons hábitos, provavelmente acabará numa cama de hospital. Qualquer pessoa tem plena ciência de que seu carro, bicicleta ou mesmo sua casa, se não passar por manutenções periódicas, perderá valor rapidamente.
         No campo do desenvolvimento urbano e infraestrutura não é diferente. O planejador urbano ao se deparar com o crescimento das cidades, precisa gastar muito tempo, não só para definir como elas irão desenvolver-se, mas também como preservarão, cuidarão e valorizarão seu patrimônio. De nada adianta prever e implantar parques, se eles ficarem sem manutenção e se tornarem lugares inóspitos para frequência. Tampouco terão retorno áreas cuja zeladoria pública esteja ausente.
         O Centro de São Paulo e de outras capitais e as áreas de mananciais das regiões metropolitanas são exemplos clássicos do absentismo do poder público quanto ao planejamento e cuidados urbanos. De nada adianta permitir a ocupação urbana em áreas de risco, colocando a vida das pessoas em jogo, se não há responsáveis para cuidar ou manter um nível aceitável de bem-estar para esses moradores. Da mesma forma, tornam-se ineficazes as várias restrições urbanísticas impostas ao Centro das principais cidades do país, se levam os proprietários de imóveis a abandoná-los. A manutenção não precisa constituir-se em ônus para a administração pública. Também pode representar custo zero, seja através de investimentos da iniciativa privada, ou de incentivos a ela conferidos.
         Recentemente, temos sido surpreendidos por uma série de acidentes que revelam o quanto o assunto “manutenção” é importante, mas deixado de lado. Os viadutos de São Paulo estão sob ameaça de queda. Já são dois interditados e agora de fala em outros. Quando há excesso de chuvas as cidades alagam, aflorando a ineficiência de seus sistemas de drenagem e escoamento de águas. Também ficam sem energia, indicando não haver suficiente investimento em renovação e manutenção das instalações elétricas. Sem falar dos casos mais dramáticos, como Mariana e Brumadinho (MG), com centenas de vítimas de morte.
         Nunca foi costume do Brasil investir na preservação de seu patrimônio cultural, ambiental, esportivo ou mesmo na sua infraestrutura urbana. Aliás, há uma ironia em tudo isso. Enquanto nossos legisladores, no afã de constituir um legado para as futuras gerações, continuam tombando prédios urbanos, criando áreas de preservação, ou mesmo projetando equipamentos públicos gigantescos, como os estádios da Copa do Mundo ou o Parque Olímpico no Rio de Janeiro, constata-se a absoluta falta de planejamento aos recursos humanos e financeiros necessários para sua manutenção. Não é surpresa, portanto, vermos, periodicamente, essas tragédias e dramas nos veículos de imprensa. A rigor, todos os acidentes têm a mesma causa, atrelada a essa questão cultural de nosso país.
         Mas não precisa ser assim, pois ao redor do mundo, e mesmo no Brasil, bons exemplos de investimentos em manutenção não faltam. Tomemos a cidade de Orlando, na Flórida. São mais de 60 milhões de visitantes, anualmente, frequentando os parques e a cidade, atraídos por sua beleza urbana e segurança, aportando quase US$ 50 bilhões aos cofres do município. No litoral paulista temos a Riviera de São Lourenço, em Bertioga, onde, há mais de 30 anos, centenas de milhares de pessoas frequentam o bairro, encantadas com sua praia sempre limpa, água e esgotos tratados, sem problemas relacionados ao lixo ou inundações. Essa frequência proporciona transferência permanente de renda de seus proprietários e usuários de R$ 200 milhões, por ano, para o município. Manutenção não é despesa. É investimento. É geração de riqueza e bem-estar.
         Estamos na era digital, das cidades criativas ou smart cities, cujo sucesso ou fracasso será pautado pela inovação, a tecnologia, a capacidade intelectual e de investimento de seus administradores e empreendedores, aliadas aos cuidados e manutenção dos espaços urbanos, por meio de processos regulatórios e fiscalizatórios. Está aí um desafio para os nossos administradores.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 295,53% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 317,93%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,89%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




sexta-feira, 15 de maio de 2015

A CIDADANIA, O PODER DA VISÃO E OS SONHOS DE JOVENS LÍDERES GLOBAIS

“O Brasil esquecido
        A crise hídrica e a possibilidade de falta de energia, devido ao problema do baixo regime pluvial, revelam algo que permeia a trajetória do Brasil neste século, como no passado: ausência de planejamento de longo prazo para a sustentabilidade dos sistemas essenciais à vida das pessoas, à economia, à produção e ao desenvolvimento. É inadmissível que o país, com a maior reserva hídrica e o maior potencial hidrelétrico do planeta, submeta sua população a riscos de fornecimento devido ao fato de ter chovido menos. Nossa cultura, infelizmente, leva o país a consolidar o improviso, com soluções paliativas de curto prazo, à base do desgastado jeitinho, no enfrentamento de crises, no ritmo da pressão da mídia e de algumas poucas manifestações sérias da sociedade. Passado o momento agudo do problema, tudo é relegado e se retorna à rotina do não planejado.
         Tais características sugerem que o Brasil é um país esquecido por todos. Privilegiam-se, aqui, os interesses individuais e de grupos. A sociedade reage apenas sob a pressão de situações iminentes de crises. Essa peculiaridade de comportamento atingiu sua condição superlativa no exercício da política. Inverteu-se a lógica filosófica do conceito de Estado: este, em vez de servir à população, como se supõe nas democracias, parece colocar-se a serviço dos partidos. Essa distorção reforça a tendência do improviso e a visão de curto prazo, norteadas sempre pelo horizonte das eleições, a cada dois anos. As propostas à sociedade, na disputa pelo voto, são sempre focadas nas situações prementes. Ninguém mostra ao eleitor como se pretende construir uma nação desenvolvida, com infraestrutura moderna e eficiente, oferta de energia e água, tão suscetíveis às variações climáticas, e sustentável sob aspectos socioeconômico e ambiental.
         Uma das consequências mais graves da falta de planejamento, já que medidas paliativas e o improviso não resistem às mudanças conjunturais, é a ausência de regras consistentes para a indústria, o comércio, os serviços, a construção civil, a incorporação imobiliária, o sistema financeiro e até o agronegócio, que tem sido o salvador de nossa balança comercial. Advém daí a insegurança jurídica, tão reclamada por todos, acentuada, muitas vezes, por atitudes exageradas na interpretação e aplicação das leis. Exemplo disso é a constatação de numerosos embargos, por motivos relativos ao licenciamento ambiental, de empreendimentos dos setores público e privado que já foram aprovados nesse quesito. Assim, enquanto o risco de falta de energia afugenta investimentos, bloqueiam-se obras de grandes hidrelétricas.
         A história mostra que sem metas definidas e planejamento não se vai a lugar algum. Hoje, mais do que nunca, estamos sentindo isso na pele: inflação; desemprego em alta; índice de confiança baixo, tanto do empresário quanto do consumidor; corrupção, impunidade e uma frustração generalizada. Está na hora de o Brasil saber, de fato, o que deseja ser. Para ser, é preciso, nas instâncias federal, municipal e estadual, colocar o Estado a serviço da sociedade e não de partidos e de governos. A esses cabe exatamente fazer com que a máquina pública sirva à nação. A prioridade, definitivamente, é o país, que não pode continuar esquecido, como se não fosse a terra de todos nós.”

(LUIZ AUGUSTO PEREIRA DE ALMEIDA. Diretor da Fiabci/Brasil, diretor de Marketing do Sobloco Construtora, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de maio de 2015, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de EDUARDO ATHAYDE, diretor do WWI-Worldwatch Institute no Brasil, e que merece igualmente integral transcrição:

“Jovens líderes globais
        O Fórum de Jovens Líderes Globais (YGLs) – criado pelo World Economic Forum (WEF) – é uma comunidade composta de cerca de 900 jovens considerados como líderes ousados e corajosos, orientados com visão empresarial holística, que investem tempo e talento para fazer do mundo um lugar melhor. A comunidade é formada por jovens com menos de 40 anos, de todas as partes do mundo, escolhidos por meio de rigorosos critérios de seleção, formando um corpo diverso, qualificado e representativo, demonstrando o compromisso de servir a sociedade. O YGLs têm três objetivos: 1) colaboração – construir uma comunidade global diversificada de pessoas que buscam soluções inovadoras para os problemas enfrentados pela humanidade; 2) aprendizagem – transformar a próxima geração de líderes por meio de experiências pessoais, gerando uma melhor compreensão das agendas globais e regionais; 3) ação – impactar positivamente os desafios globais, envolvendo-se em iniciativas relacionadas com os desafios identificados.
         Muito trabalho pela frente terão os YGLs para lidar com as visões de diferentes sistemas culturais de governança, com velocidades diferenciadas nas economias na geopolítica global. Segundo Akio Morita, fundador da Sony Corporation, do Japão, “inovação é fazermos melhor o que fazemos hoje, de forma que se torne obsoleto”. Na visão da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido), que conduz um programa de cooperação técnica com foco em ciência, tecnologia e inovação voltado para países em desenvolvimento, inovar significa quebrar padrões. É o que vem fazendo a China, com reservas de US$ 3,8 trilhões e carga tributária de 18% do Produto Interno Bruto (PIB) – a do Brasil é de 37%. O gigante asiático investe 2% do seu PIB em inovação, o dobro do Brasil. O comércio China-Estados Unidos é de US$ 600 bilhões (Pequim superavitário em US$ 320 bilhões). Com a União Europeia (EU) os chineses têm US$ 430 bilhões de intercâmbio comercial, estando a China superavitária em US$ 132 bilhões. Trocas comerciais entre Brasil e China estão na casa dos US$ 90 bilhões. Na Coreia do Sul, onde mais de 80% da população em idade universitária frequenta o ensino superior, 4,2%  do PIB são direcionados à pesquisa e desenvolvimento. Lá, os nomes dos ministérios mostram a preocupação com o além do presente: a pasta da inovação chama-se Ciência, Tecnologia e Planejamento do Futuro; a da Fazenda, Ministério de Finanças.
         Nos EUA, a Apple que lidera, com o Google, uma comunidade de jovens líderes, lançou sua loja de aplicativos iTunes, em 10 de julho de 2008, com apenas 500 aplicativos disponíveis. Três dias depois, mais de 10 milhões de apps tinham sido baixados. Em seis meses, 15 mil apps estavam disponíveis, chegando a 500 milhões de downloads. O primeiro bilionésimo app baixado ocorreu em 23 de abril de 2009, oito meses após o lançamento – no fim de 2013, mais de 102 bilhões de apps haviam sido baixados. A velocidade das ações inovadoras é revelada em números: em 2013, os aplicativos geraram uma receita de US$ 25 bilhões, e tendências apontam para US$ 70 bilhões em 2017 e um pulo para US$ 500 bilhões em 2023. Hoje, 280 milhões de aplicativos são baixados diariamente em todo o mundo. Atenta à conectividade entre inovações, a PricewaterhouseCoopers (PWC) lançou o relatório anual Global Innovation 2014, mostrando que jovens executivos de inovação em grandes empresas multinacionais acham que investimentos vão mudar substancialmente durante a próxima década. Encontros desses jovens líderes, brasileiros e estrangeiros, acontecem a todo instante no ambiente virtual dos smartphones, que, inovando em soluções tecnológicas, fazem parte do vestiário do dia a dia global, e, à noite, juntam-se aos travesseiros – os cliques não param.
         No Brasil, os líderes da Associação de Jovens Empresários (AJI), ligada à Confederação Nacional de Jovens Empresários (Conaje) – conectados aos YGLs via apps, consumidores de produtos norteamericanos, coreanos e chineses –, são reféns de um país de baixo investimento em ciência e tecnologia e, igualmente, de escolaridade. Têm como objetivo o imenso desafio de contribuir para o desenvolvimento econômico e social com nova mentalidade empresarial e cidadã. São jovens heróis do presente, que enfrentam uma pesada concorrência mundial lutando para construir o nosso futuro comum.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças – Anefac –, a alta de abril dos juros  do cartão de crédito chegou a 295,48%  ao ano...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a simples divulgação do balanço auditado da Petrobras, que, em síntese, apresenta no exercício de 2014 perdas pela corrupção de R$ 6,2 bilhões e prejuízos de R$ 21,6 bilhões, não pode de forma alguma significar página virada – eis que são valores simbólicos –, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (haja vista as muitas faces mostrando a gravidade das crônicas paralisações de obras e serviços públicos, gerando perdas bilionárias...   );

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2015, segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!...