“Tecnologia:
o próximo desafio são os humanos
Era de se imaginar que
as palestras do SXSW 2019** (South by Southwest), em Austin, nos Estados
Unidos, fossem sobre alguns dos grandes avanços tecnológicos. Temas não faltam:
inteligência artificial, computação quântica, edição genética, entre outros. As
duas primeiras estrelas do maior evento de criatividade e inovação do planeta,
no entanto, dominaram o palco principal para falar de... emoções humanas.
Essa
tendência tem sido clara desde a edição de 2018. Estamos em um momento único,
em que o caminho das inovações tecnológicas começa a ficar mais evidente e que
boa parte do que vemos, há décadas, nos filmes de ficção, vai mesmo acontecer.
Robôs cada vez mais presentes em todas as áreas, máquinas mais inteligentes do
que o homem e capazes de aprender e evoluir sozinhas, a eliminação de doenças e
até carros voadores. É tudo questão de tempo. O maior desafio, agora, é sobre
como vamos lidar com tudo isso.
“Estamos
desesperados buscando humanização, enquanto estamos construindo uma sociedade
cada vez mais desumanizada”, afirmou Esther Perel durante o SXSW. Ela é
terapeuta de casais e já tinha sido uma das atrações mais aplaudidas da edição
passada, ao falar sobre as relações conjugais modernas. Ela voltou este ano
para falar sobre a importância das relações interpessoais no trabalho e o
quanto isso vem mudando por causa das mudanças nas nossas relações fora do
trabalho.
“Nós
nunca, na história, depositamos tanta expectativa no trabalho”, diz Perel. “Nós
queremos que ele se adapte a nós, que nos traga reconhecimento, que esteja de
acordo com o nosso propósito. Há alguns anos, as pessoas trabalhavam para
colocar pão na mesa, e não por razões emocionais.”
A
palestrante de abertura foi a pesquisadora Brenè Brown, famosa por seus
best-sellers sobre a vulnerabilidade e pertencimento, e com várias obras
traduzidas no Brasil. Em uma narrativa que levou muitas das quatro mil pessoas
às lágrimas, Brown fez uma apaixonada defesa da necessidade dos seres humanos
em se conectarem, de dialogar e, principalmente, de ter a coragem de ser eles
mesmos. “Seja você mesmo. É a única coisa que você vai fazer bem. Você será
péssimo em todo o resto que tentar”, afirmou a especialista.
Na era
da tecnologia, o próximo desafio parece ser mesmo os humanos.”.
(LUCIANE
AQUINO. Consultora em inovação e estratégia de produto digital, mentora e
investidora em startups brasileiras, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de março
de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
20 de março de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de LUIZ AUGUSTO PEREIRA DE ALMEIDA, diretor da Federação Internacional
Imobiliária (Fiabci-Brasil) e diretor de marketing da Sobloco Construtora, e
que merece igualmente integral transcrição:
“Múltiplas
tragédias, uma causa
Qualquer ser humano,
desde o mais jovem ao mais adulto, sabe que, se não mantiver o seu corpo com
alimentação saudável, exercícios regulares e bons hábitos, provavelmente
acabará numa cama de hospital. Qualquer pessoa tem plena ciência de que seu
carro, bicicleta ou mesmo sua casa, se não passar por manutenções periódicas,
perderá valor rapidamente.
No
campo do desenvolvimento urbano e infraestrutura não é diferente. O planejador
urbano ao se deparar com o crescimento das cidades, precisa gastar muito tempo,
não só para definir como elas irão desenvolver-se, mas também como preservarão,
cuidarão e valorizarão seu patrimônio. De nada adianta prever e implantar
parques, se eles ficarem sem manutenção e se tornarem lugares inóspitos para
frequência. Tampouco terão retorno áreas cuja zeladoria pública esteja ausente.
O
Centro de São Paulo e de outras capitais e as áreas de mananciais das regiões
metropolitanas são exemplos clássicos do absentismo do poder público quanto ao
planejamento e cuidados urbanos. De nada adianta permitir a ocupação urbana em
áreas de risco, colocando a vida das pessoas em jogo, se não há responsáveis
para cuidar ou manter um nível aceitável de bem-estar para esses moradores. Da
mesma forma, tornam-se ineficazes as várias restrições urbanísticas impostas ao
Centro das principais cidades do país, se levam os proprietários de imóveis a
abandoná-los. A manutenção não precisa constituir-se em ônus para a
administração pública. Também pode representar custo zero, seja através de
investimentos da iniciativa privada, ou de incentivos a ela conferidos.
Recentemente,
temos sido surpreendidos por uma série de acidentes que revelam o quanto o
assunto “manutenção” é importante, mas deixado de lado. Os viadutos de São
Paulo estão sob ameaça de queda. Já são dois interditados e agora de fala em
outros. Quando há excesso de chuvas as cidades alagam, aflorando a ineficiência
de seus sistemas de drenagem e escoamento de águas. Também ficam sem energia,
indicando não haver suficiente investimento em renovação e manutenção das
instalações elétricas. Sem falar dos casos mais dramáticos, como Mariana e
Brumadinho (MG), com centenas de vítimas de morte.
Nunca
foi costume do Brasil investir na preservação de seu patrimônio cultural,
ambiental, esportivo ou mesmo na sua infraestrutura urbana. Aliás, há uma
ironia em tudo isso. Enquanto nossos legisladores, no afã de constituir um
legado para as futuras gerações, continuam tombando prédios urbanos, criando
áreas de preservação, ou mesmo projetando equipamentos públicos gigantescos,
como os estádios da Copa do Mundo ou o Parque Olímpico no Rio de Janeiro,
constata-se a absoluta falta de planejamento aos recursos humanos e financeiros
necessários para sua manutenção. Não é surpresa, portanto, vermos,
periodicamente, essas tragédias e dramas nos veículos de imprensa. A rigor,
todos os acidentes têm a mesma causa, atrelada a essa questão cultural de nosso
país.
Mas
não precisa ser assim, pois ao redor do mundo, e mesmo no Brasil, bons exemplos
de investimentos em manutenção não faltam. Tomemos a cidade de Orlando, na
Flórida. São mais de 60 milhões de visitantes, anualmente, frequentando os
parques e a cidade, atraídos por sua beleza urbana e segurança, aportando quase
US$ 50 bilhões aos cofres do município. No litoral paulista temos a Riviera de
São Lourenço, em Bertioga, onde, há mais de 30 anos, centenas de milhares de
pessoas frequentam o bairro, encantadas com sua praia sempre limpa, água e
esgotos tratados, sem problemas relacionados ao lixo ou inundações. Essa
frequência proporciona transferência permanente de renda de seus proprietários
e usuários de R$ 200 milhões, por ano, para o município. Manutenção não é
despesa. É investimento. É geração de riqueza e bem-estar.
Estamos
na era digital, das cidades criativas ou smart cities, cujo sucesso ou fracasso
será pautado pela inovação, a tecnologia, a capacidade intelectual e de
investimento de seus administradores e empreendedores, aliadas aos cuidados e manutenção
dos espaços urbanos, por meio de processos regulatórios e fiscalizatórios. Está
aí um desafio para os nossos administradores.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca
de 295,53% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 317,93%; e já o IPCA,
também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,89%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte
de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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