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segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DA HUMANIDADE NA SOCIEDADE 5.0 E O PODER TRANSFORMADOR DAS LIÇÕES E PROPÓSITOS NA SUSTENTABILIDADE


“Sociedade 5.0
        Se na Revolução 4.0 as tecnologias são desenvolvidas com focos na indústria e na produtividade, a fim de agilizar operações e gerar lucro, na Sociedade 5.0 o objetivo é trazer o ser humano ao centro de tudo, visando ao desenvolvimento de soluções para o bem-estar da sociedade, para melhorar sua qualidade de vida e solucionar seus problemas.
         A Sociedade 5.0 surgiu no Japão e já trouxe uma grande discussão para as empresas no Brasil, que agora buscam entender os impactos e os benefícios da adoção desse conceito.
         A Sociedade 5.0 nada mais é do que a convergência de todas as inovações com o objetivo de facilitar a vida dos seres humanos. O novo conceito chega para atender as pessoas da melhor forma possível e de maneira ágil e prática, por meio de tecnologias como inteligência artificial, computação em nuvem, robótica e big data. Essas soluções possuem o papel importante para que o novo conceito funcione dentro de empresas das mais diversas áreas como saúde, educação, financeiro, entre outras. No segmento de saúde, a ideia está presente no momento em que, por meio da inteligência artificial, as pessoas consigam reduzir tempo e custos na hora de obter um atendimento médico, por exemplo.
         Desta forma, os principais benefícios da implementação desse conceito dentro das empresas envolvem a agilidade na entrega e facilidade de encontrar as informações. Além disso, muitos resultados internos podem ser otimizados, já que haverá mais tempo para identificar problemas e, consequentemente, facilidade para resolvê-los. No entanto, para colocar em prática o conceito de Sociedade 5.0, é necessário que as empresas realmente entendam quais são os principais problemas do usuário, para colocá-lo no centro de toda operação e, posteriormente, resolver seu problema de forma rápida e eficiente.
         Este tipo de mudança é de extrema importância para o mercado, pois estudar o comportamento do usuário para oferecer a melhor experiência e qualidade de vida por meio de resolução de problemas promove tanto a agilidade para executar tarefas quanto o aproveitamento de dados de relatórios de forma muito mais rápida e organizada.
         A Sociedade 5.0 engloba transformar as empresas de dentro para fora, unindo várias tecnologias, que a partir de uma consultoria para identificação dos problemas sejam unificadas para atender melhor os seus usuários.”.

(João Paulo Nieto. Diretor de operações da Digisystem, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 29 de dezembro de 2019, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 03 de janeiro de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Lições e propósitos
        A memória é uma reserva técnica e experiencial de lições consolidadas na vivência, a serem aprendidas e, muitas delas, revisitadas. Para isso, exige-se humildade, qualidade daqueles que têm alma de peregrino aprendiz, livre da habitual pretensão humana de acreditar que tudo sabe – cegueira que estreita horizontes e leva, até mesmo, à desconsideração de evidências interpelantes. E o começo de um ano novo depende da memória e de suas muitas lições para que sejam assumidos propósitos capazes de alimentar a esperança.
         Nesse sentido, a mensagem do papa Francisco para o Dia Mundial da Paz de 2020 apresenta importante indicação: “A nossa comunidade humana traz, na memória e na carne, os sinas das guerras e conflitos que se sucedem, com crescente capacidade destruidora, afetando especialmente os mais pobres e frágeis. Há nações inteiras que não conseguem libertar-se das cadeias de exploração e corrupção que alimentam ódios e violências. A muitos homens e mulheres, crianças e idosos, ainda hoje se nega a dignidade, a integridade física, a liberdade – incluindo a liberdade religiosa –, a solidariedade comunitária, a esperança no futuro. Inúmeras vítimas  inocentes carregam sobre si o tormento da humilhação e da exclusão, do luto e da injustiça, se não mesmo os traumas resultantes da opressão sistemática contra o seu povo e os seus entes queridos”. Torna-se urgente aprender as lições que emergem desses tristes cenários, para a formulação inteligente e humanitária de soluções capazes de dar novo rumo à civilização contemporânea.
         No Brasil, dolorosa memória está prestes a completar um ano: a tragédia-crime ocorrida em Brumadinho, no dia 25 de janeiro de 2019. A dor revivida grita como lição, que não pode se restringir a investimentos midiáticos para limpar a imagem enlameada dos responsáveis pela tragédia. Urgente é alcançar a sabedoria que permite reconhecer a necessidade de se viver uma ecologia integral. A partir desse reconhecimento, é possível corrigir disparates que ameaçam o Brasil e o mundo, com ações rápidas e incisivas para derrubar a idolatria do dinheiro – hoje seu domínio é pacificamente aceito por pessoas e sociedades. Não se consegue considerar, adequadamente, a desafiadora questão antropológica que permeia diferentes dinâmicas sociais: em nome do apego ao dinheiro, que se acumula para além do necessário, tudo se justifica, até a corrupção. O que vale é ganhar sempre mais, mesmo na contramão do bem de quem é mais pobre.
         É preciso, pois, reconhecer as contradições do antropocentrismo no cenário contemporâneo, que coloca a razão técnica acima da própria realidade – dilui a força experiencial alicerçada no amor, que transforma, gera esperança e cura. Apegar-se apenas à razão técnica, desconsiderando a força experiencial com fundamentos no amor, conduz pessoas ao caos, por não saberem qual o seu verdadeiro lugar. Sem se autocompreender, de modo qualificado, o ser humano entra em contradição com a sua própria realidade. Aprenda-se a lição: é um erro depositar tanta confiança apenas na dimensão racional. Deve-se ir além e, em todas as práticas cotidianas, hábitos e decisões, investir no rico horizonte da ecologia integral. O ponto de partida é admitir que ninguém, individualmente, é capaz de tudo conhecer, assumindo que se sabe menos do que se pensa saber.
         A perspectiva da ecologia integral oferece novos sentidos e, assim, possibilita enfrentar adequadamente as diferentes crises que ameaçam o mundo. Oportuno é retomar o significado da ecologia integral, conceito que remete às relações entre todos os seres vivos no ambiente onde vivem e se desenvolvem. Entre os desafios para fortalecer a harmonia necessária à vida de todas as criaturas está a consideração do risco devastador do consumismo, incentivado por diferentes mecanismos da economia global. Esses mecanismos deturpam as culturas, como denuncia o papa Francisco, na carta encíclica sobre a Casa Comum. Debilitam a imensa variedade cultural que é um tesouro da humanidade.
         Quando tudo se submete ao consumo e ao dinheiro, convive-se com a indiferença diante de situações muito graves, a exemplo dos extermínios em curso – de indígenas, moradores de rua, mulheres, crianças. Extermínios até dos hábitos simples e saudáveis, a partir de uma mentalidade que alimenta outros tipos de violência. Percebe-se, assim, a necessidade do aprendizado de uma grande lição: cuidar da fragilidade que arruína o alicerce do existir humano. É bem-vindo um amor civil e político, assumido como propósito, para qualificar práticas e serviços; avançar na direção de uma nova etapa civilizatória, capaz de substituir o atual cenário, tão ferido pelas desigualdades, mentiras e hipocrisias disseminadas.
         As lições são muitas e exigem humildade, para cada pessoa adotar a condição de aprendiz. E no conjunto de aprendizados necessários, merece destaque a sábia interpelação do papa Francisco, na exortação apostólica Alegria do Evangelho: “A pior discriminação que sofrem os pobres é a falta de cuidado espiritual”. Seja aprendido o caminho para o cuidado espiritual, necessidade de todos, sem exceção – um rumo para lições e propósitos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 318,3% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 306,6%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,27%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
    

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA CIDADE EXPERIMENTAL E A SUBLIME LIÇÃO DA HUMANIDADE NA SUSTENTABILIDADE


“A cidade experimental de Brumadinho
        Dez meses se passaram desde a tragédia. As iniciativas emergenciais ainda são percebidas no dia a dia, e ainda há muito a ser feito. Sem a mineração, Brumadinho não sabe como será o seu futuro. Ter o mais belo museu a céu aberto do mundo e uma estrutura de pousadas e restaurantes aponta para algumas de suas potencialidades. Contudo, será preciso mais.
         Nossa proposta é um tanto inovadora e passa pelo conceito de “charter city” (na falta de uma tradução melhor, “cidade experimental”). Uma cidade experimental, seguindo a concepção do vencedor do Nobel de Economia de 2018, Paul Romer, é uma cidade na qual seria possível adotar um sistema legal inspirado em experiências internacionais exitosas para a solução de um problema local. Uma forma menos radical seria uma cidade na qual se permitiria haver leis diferenciadas das do resto do país.
         Imagine que amanhã o governo mineiro e a sociedade local conseguissem, junto ao governo federal, fazer de Brumadinho uma cidade experimental. Esta poderia adotar, por exemplo, o código comercial de Hong Kong, de Shenzen ou de Singapura, a legislação trabalhista do Reino Unido ou as práticas ambientais da Noruega. Ou uma combinação inovação de tudo isso!
         Existe algo assim no mundo? Porto Rico e o canal do Panamá são exemplos aproximados de cidades experimentais. A já citada Hong Kong é outro – que foi, inclusive, imitada pelo governo chinês na construção do celebrado exemplo de cidade experimental de sucesso: Shenzen. Há também o caso de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
         Brumadinho, apesar de fazer parte da Grande Belo Horizonte, não tem facilidade de acesso, como outras cidades no entorno da capital. Isso dificulta a instalação de indústrias ou de outras atividades que dependam de vantagens logísticas.
         Aos que, não sem razão, preocupam-se com o meio ambiente, sim, uma Brumadinho aberta à experimentação poderia adotar as melhores práticas ambientais do mundo. No distrito de Casa Branca, onde residem muitos moradores fugidos do estresse da capital, há movimentos ambientais atuantes de longa data em defesa da água e do Parque Estadual da Serra do Rola Moça. Vale dizer: as sociedades locais são capazes de criar soluções próprias para problemas coletivos, como dizia a falecida Elinor Ostrom, Nobel de Economia de 2009. Por que não potencializar essas forças?
         O sucesso dessa nova Brumadinho poderia ser medido por indicadores como a atração de novos residentes, o crescimento da renda, a chegada de novos investimentos e, claro, seu protagonismo como exemplo para outros municípios – e não somente os de Minas Gerais. Talvez a maior inovação da governança, numa cidade como essa, seja a cessão da autoridade de monitoramento dos indicadores a algum conselho externo com independência em relação ao governo, de forma a garantir o acompanhamento das metas.
         Não existe um único modelo a ser seguido. Ele pode ser aperfeiçoado se houver liberdade de experimentação e a promoção de boas práticas. Nossa intenção é mostrar que existem boas – e desafiadoras – ideias que podem ser aplicadas em prol de uma Brumadinho que deixe para trás as tragédias e sirva de exemplo para todos.”.

(Claudio D. Shikida (Coordenador geral de pesquisa da Escola Nacional de Administração Pública) e Marcus R.S. Xavier (economista da Usiminas), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 7 de dezembro de 2019, caderno OPINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de setembro de 2018, mesmo caderno, página 9, de autoria de ALELUIA HERINGER, diretora do Colégio Santo Agostinho – Contagem, doutora em educação pela UFMG, e que merece igualmente integral transcrição:

“A lição que nos resta aprender
        A instituição escolar é um sistema aberto, portanto, sensível àquilo que está no seu entorno. Muros ou catracas são incapazes de bloquear modos, modas e costumes, que entram e saem, assim como quem por suas portas passa. Seria apropriado utilizar a expressão membrana escolar, para denominar aquilo que a contém e situa. Isso porque essa fina camada permite trocas e, o mais importante, ela é definidora de uma célula ou órgão. Imprescindível essa propriedade, pois somente assim é possível identificar e nomear: ali está uma escola. Ao assim dizer, fica anunciado também aquilo que ela não é: hospital, shopping, clube etc. Deduzimos, assim, que há um escopo específico para tal instituição, bem como aquilo que não é sua razão primeira, tal como propor tratamentos de saúde, praticar comércio ou oferecer atividades de lazer.
         Sendo, por excelência, a instituição da socialização infantil e sociabilidade juvenil, a escola é talvez a única que sobreviveu nesses tempos de fluidez. Aquela que era para ser um elo de toda a tribo que educa uma criança, recebeu sobre si todas as grandes expectativas e responsabilidades: a felicidade e sucesso do “meu filho”; a responsabilidade por uma gravidez precoce; pelas lesões autoprovocadas; o consumo de drogas e álcool; a incumbência de cercar e alertar sobre qualquer nova ameaça da internet; a percepção de sinais mínimos de doenças e se possível, para facilitar, ofertar campanhas de vacinações na própria escola.
         Pode parecer exagero, mas essas cenas são bem mais corriqueiras do que pensamos e têm implicações, sendo a mais séria o desvio da função primeira da escola que é o ensino e, de forma mais ampla, a educação cidadã. Vemos uma sobrecarga de professores e pedagogos que investem grande parte de sua energia e tempo não pensando em melhorias dos processos pedagógicos, mas sim em como resolver algum conflito relacionado aos temas acima citados.
         Como não podemos e nem devemos nos isolar, também lidamos com os efeitos da depressão, que, segundo a OMS, já afeta uma a cada cinco pessoas no mundo. Para esses, o amanhecer é sempre cinza e carregam o fardo da tristeza, pessimismo, baixa autoestima e ansiedade. Já fragilizados, não encontram energia para lidar com as pressões da vida ou com qualquer tipo de frustração, seja o término de um namoro, um feedback do patrão ou uma baixa nota em uma prova. Tudo fica dramático.
         Estamos adoecidos como humanidade e as causas são múltiplas. Imputar a alguma método específico de uma determinada escola ou profissão é simplificar demais a questão. É mais honesto pensar que experimentamos as marcas do nosso tempo em nós e que essas englobam o trabalho, a família, a ausência de algum princípio ativo em nosso organismo e tudo mais que define nosso modo de viver, inclusive, a escola.
         Já há algum tempo, as mais diversas telas e fones acentuaram o nossos sedentarismo físico e social. O fone de ouvido, constantemente ligado, desconectou-nos do entorno. Ficamos deslumbrados com a tecnologia e entregamos, sem resistência, nossa vida off-line pela on-line, sem perceber que nossos pés ainda pisavam um chão e não uma nuvem. Os likes nos seduziram, entretanto, não conseguiram entregar o calor de um abraço. Implantavam-se de um modo silencioso vários descompassos.
         No seu novo livro – 21 lições para o século 21, o historiador Yuval Noah Harari comenta sobre a desintegração das comunidades íntimas, aquelas próximas de nós, feitas de irmãos e amigos próximos. Harari afirma que comunidades físicas têm uma profundidade que comunidades virtuais não são capazes de atingir, pelo menos por agora.
         Em vez de experiência, entendida por Jorge Larrosa como aquela que nos passa, nos acontece e nos toca, vemos pessoas em trânsito, “nas nuvens”, indo e nunca chegando, nunca pertencendo, desprovidas de ideias e de causas. Será preciso alguém nos lembrar de que somos terra e que temos um corpo? Parece tão óbvio, assim como sabemos que temos fome e nosso, mas Harari pontua que pessoas separadas de seus corpos, sentidos e entorno físico sentem-se alienadas e desorientadas. Faz então uma bela e grave afirmação: “Se você não se sente em casa dentro de seu corpo, nunca se sentirá em casa dentro do mundo”.
         Estando nos últimos 37 anos dentro da escola, vendo e observando crianças e jovens chegando e partindo, não posso desconsiderar o impacto dessas mudanças e talvez uma pista a ser considerada para entendermos  essa condição que tem abatido e retirado a ânima de tantos. Corpos sem vínculos e desprovidos de histórias para contar como quem tem saudade de algo que não viveu. Beto Guedes canta que “já choramos muito. Muitos se perderam no caminho, mesmo assim não custa inventar uma nova canção que venha nos trazer sol de primavera”. A vida é off-line e é assim que nosso corpo opera. Ainda não inventaram um smiley ou emoji que substitua o calor humano, a conversa e o abraço. Esta lição “sabemos de cor. Só nos resta aprender”.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca de 317,24% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 305,89%; e já o IPCA, em novembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,27%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
  

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LIÇÕES E EXIGENTES CUIDADOS COM A AMAZÔNIA E AS LUZES DA LOGÍSTICA REVERSA NA SUSTENTABILIDADE (36/134)


(Outubro = mês 36; faltam 134 meses para a Primavera Brasileira)


“O capital e o meio ambiente
        De todos os modos de produção conhecidos e vivenciados pela sociedade ocidental, o capitalismo, do ponto de vista ambiental, foi o mais cruel e prejudicial para o planeta. A balança desigual entre os homens e a natureza no nosso país, facilmente ao descobrimento. No século 16, o mesmo da chegada dos colonizadores, a costa brasileira foi ferozmente desmatada em valioso pau-brasil, uma vez que sua excelente madeira e seiva eram bem empregadas em Portugal. No século 18, foi a vez de o solo mineiro enfrentar as profundas perfurações dos mineradores lusitanos à procura de ouro e outros metais preciosos. Vistos do tempo presente, os desastres de Mariana (2015) e Brumadinho (2019) são apenas um resultado de um longo e doloroso processo que vem acometendo nosso estado há séculos.
         Todavia, um outro desastre ambiental nos é mais próximo. A queima da maior floresta do planeta, a Amazônia. Essa notícia, evidentemente, foi acolhida por todos com imensa tristeza e desalento. A destruição de uma floresta, ou reserva natural, não se restringe apenas à destruição de árvores. Sua queima afeta, diretamente, todo o ecossistema, sem pensar nas populações próximas às chamas. Entretanto, com a chegada da nuvem de fumaça na capital paulista, há alguns dias, as pessoas começaram a tomar consciência dos desdobramentos advindos das queimadas nas florestas brasileiras, uma vez que aparentavam não compreender a real gravidade dessa sequência de eventos. Em plena tarde, o dia tornou-se noite.
         Esse tipo de consequência, resultante de um processo muito mais profundo, não é inédito na história ocidental. Em 26 de outubro de 1890, o jornal A Folha Sabarense publicava o artigo “O nevoeiro em Londres”. Nesse texto, os redatores comentavam sobre um acontecimento muito próximo ao vivenciado em São Paulo e chamavam a atenção dos leitores para os resultados do avanço capitalista na capital inglesa do mesmo período: “Pouca gente imagina qual é o valor real e o peso do célebre nevoeiro em Londres. Tão explorado pelos poetas e romancistas e que outra coisa não é senão uma enorme nuvem de fumaça produzida pelas inúmeras chaminés das fábricas, usinas e casas da moderna Babylonia”.
         Apesar de ambos fatos narrados se distanciarem em mais de um século, o mesmo problema nos acomete, o descaso com o meio ambiente. Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de agosto de 2018 a julho deste ano, cerca de 6,8 mil quilômetros quadrados vêm sendo desmatados na região da floresta amazônica, o que preocupa diversos segmentos sociais. Nesta perspectiva, o apelo é feito em prol da conscientização e responsabilização das pessoas em detrimento do futuro que plantamos hoje.”.

(MATEUS ROQUE DA SILVA. Professor de história, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de setembro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 23 de janeiro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de MICHELE SHAYO, diretora de relações governamentais da Owens Illinois, e que merece igualmente integral transcrição:

“Logística reversa e reciclagem
        Muito tem se falado sobre consumo consciente e descarte adequado do lixo. Iniciativas sustentáveis são observadas em diferentes cidades no mundo e sinalizam uma forte tendência a novos hábitos de vida, novas formas de comprar, morar e adquirir serviços. Aos poucos, o homem tem percebido que o consumo desenfreado esgotará, em algum momento, os recursos naturais e se tornará insustentável.
         A reciclagem de resíduos sólidos é a solução mais inteligente e financeiramente viável para controlar o volume de lixo acumulado em aterros sanitários e o descarte inadequado no meio ambiente. Além das vantagens ecológicas, a reciclagem gera, também, economia nos custos de produção, pois exige menos insumos e energia no processo. Outro fator positivo é a geração de renda a catadores e cooperativas de reciclagem.
         O caco também permite à indústria de vidro ter mais eficiência energética e menos emissão de gases de efeito estufa: a cada 10% de cacos colocados nos fornos, são reduzidos em média 2,9% do consumo de energia elétrica e 5% das emissões de gás carbônico na atmosfera.
         O Brasil, no entanto, ainda tem entraves para o bom funcionamento da logística reversa dos materiais, isto é, o caminho que o lixo percorre até ser transformado em algo novo de novo. O vidro, por exemplo, é o único material infinitamente reciclável, o que significa que pode ser usado para refazer o mesmo produto diversas vezes, sendo que um quilo de cacos vira um quilo de vidro novo. Nossos índices de reciclagem, porém, ainda são baixíssimos em comparação a países da Europa.
         A grande dificuldade está no retorno desses cacos à indústria, que se deve por um conjunto de fatores motivadores, como falta de conscientização da população para o descarte adequado do vidro, pouco efetividade das políticas públicas de coleta seletiva e educação ambiental e, por último, problemas na estruturação das cooperativas, tanto no que diz respeito à infraestrutura quanto à formalização.
         Diante do cenário problemático da logística reversa do vidro, algumas empresas e organizações sem fins lucrativos têm encontrado, juntas, alternativas para solucionar o impasse e promover a destinação adequada do material de ponta a ponta. Projetos como o realizado pelo Instituto Ecozinha, no Distrito Federal, mostram que é possível mudar a situação ecológica de uma região reduzindo a quantidade de lixo no meio ambiente. A iniciativa propõe uma solução simples e financeiramente viável, que é disponibilizar para estabelecimentos de alimentação (bares, restaurantes, lanchonetes) depositarem as embalagens de vidro usadas no dia a dia. Essas embalagens são, posteriormente, recolhidas e enviadas para reciclagem.
         Cada depósito tem capacidade para receber até 800 quilos de vidro. Eles são estrategicamente instalados próximos aos estabelecimentos parceiros, de modo a facilitar o descarte adequado das embalagens.
         O objetivo do projeto é incentivar o gerenciamento de resíduos e permitir que esses locais possam se adequar à Lei dos Grandes Geradores de Lixo, que prevê responsabilidade aos estabelecimentos que produzem mais de 120 litros de lixo por dia. Bares, restaurantes e lanchonetes que estejam enquadrados na regra devem ficar responsáveis pelo próprio descarte. A iniciativa é inteiramente apoiada por instituições privadas. Os estabelecimentos interessados podem se credenciar junto ao Instituto Ecozinha e contribuir com uma taxa de manutenção mensal. Também participam obrigatoriamente de um programa de compostagem de resíduos orgânicos.
         Temos muito ainda a percorrer no caminho para a sustentabilidade, mas estimular o pensamento consciente da população é o primeiro grande passa a ser dado. Podemos, sim, melhorar os índices de reciclagem nmo país. Temos de agir de forma consciente e fazer a melhor escolha para o meio ambiente e para a sociedade.
         Ações como essa, mesmo que incipientes, atuam em seus microcosmos e não representam solução completa. Ainda é necessária a ação em cadeia de todos os agentes por meio de mais projetos e campanhas que estimulem a logística reversa. O ciclo positivo se inicia com a oferta maior de cacos e mais cooperativas de catadores envolvidas. Quanto maior o volume de reciclagem, melhor para o meio ambiente.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de 307,20% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 306,86%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,43%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.