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segunda-feira, 23 de setembro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ QUE ATRAI E RETÉM TALENTOS EM TECNOLOGIA E O PODER DA SINERGIA ENTRE EMPRESAS E UNIDADES DE ENSINO NA SUSTENTABILIDADE


“Como atrair e reter talentos em tecnologia
        O setor de tecnologia da informação emprega 845 mil pessoas, atualmente, e a expectativa é gerar mais 350 mil oportunidades no setor até 2024, segundo a Associação Brasileiras das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom). Além disso, o mercado conta, ainda, com poucos profissionais capacitados, fazendo com que 25 mil vagas fiquem em aberto nesse setor até o final deste ano.
         Com a desaceleração da economia, atrair e reter bons profissionais dessa área tem sido um desafio para as organizações. Prova disso é que o Brasil tem um dos piores índices de mão de obra qualificada do mundo, com taxa de escassez de talentos de 63%, frente à média internacional de 36%, segundo levantamento da recrutadora ManpowerGroup.
         E acreditem, o universo dos desenvolvedores da geração atual mostra o quão peculiar os profissionais desse mercado são. Altos salários não são o principal atrativo para eles, tendo expectativas bem diferentes de profissionais de outras áreas, inclusive. Eles, definitivamente, chegaram ao mercado para desafiar empregadores.
         Os profissionais desse setor têm necessidade de pertencimento e de se enxergar nos valores defendidos pela companhia. Querem fazer parte de algo maior, não apenas bater ponto e receber o salário. Almejam trabalhar por um propósito claro. Seis a cada 10 entrevistados em um estudo, realizado pela Deloitte elegeram esse ponto como fundamental na hora de escolher se querem trabalhar para determinada organização. Eles querem ser encarados como parceiros, não como meros empregados, que podem ser facilmente substituídos por outros que mecanicamente cumprem metas.
         Então, como as empresas podem atrair e, principalmente, reter esses profissionais? A primeira sugestão é ter foco nas pessoas e no propósito. Enfatizar o que a companhia faz para apoiar o desenvolvimento dos funcionários pode ser um grande atrativo para essa nova geração. Também é importante conduzir o colaborador para a evolução dentro de sua função.
         É preciso deixar claro que é uma mão de via dupla: você vai ajudá-lo a desenvolver competências e habilidades e ele, se sentindo participante ativo de um propósito maior, vai retribuir com essa carga de novos conhecimentos e com a disposição de fazer mais e melhor, sempre. Esse novo público quer ter a perspectiva de aprendizagem no novo ambiente de trabalho. Eles buscam ser guiados por líderes que os inspirem, que pensem de forma estratégica.
         Outro ponto é que não adianta apenas um currículo invejável de alguém que se mostra desinteressado ou inacessível. Você atrai bons profissionais e os retém, se acima deles estiver quem exerça liderança com os mesmos valores que você “vende” aos candidatos. Invista tempo para identificar talentos in loco, frequentando os locais que os desenvolvedores circulam. Assim, será possível entender melhor suas aspirações, fazer networking e garantir boas indicações para suas vagas.
         O perfil comportamental do candidato é bastante importante na escolha, também. Para isso, há tecnologias desenvolvidas especialmente para traçar o perfil dos interessados a uma função, além de plataformas focadas em otimizar tempo de recrutamento e seleção, identificando os melhores perfis para as empregadoras.
         Em suma, identificar e garimpar os melhores talentos é uma questão de sobrevivência para as empresas e o principal obstáculo apontado pela maioria dos CEOs de startups. A notícia animadora é que existem atalhos e muitas formas de se destacar frente à concorrência, garantindo qualificação.”.

(TOMÁS FERRARI. Sócio fundador da GeekHunter, plataforma digital com soluções voltadas para o mercado de recrutamento de desenvolvedores de software, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de setembro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de ANDRÉ GATTI, diretor de telecomunicações, mídia e tecnologia da Cognizant no Brasil, e que merece igualmente integral transcrição:

“As empresas e a educação
        Empresas e instituições de ensino têm um objetivo em comum: ambas sabem que precisam preparar pessoas para trabalhos muito diferentes no futuro. Abordagens preditivas e ágeis para identificação de habilidades, alterações de currículos e modelos de ensino baseados em soluções digitais serão essenciais. Mas será que elas já estão preparadas para isso?
         Estudo recente realizado com empresas e instituições de ensino superior identificou que muitas empresas globais têm sido lentas para adaptar seus programas e abordagens de ensino, e muitas delas ainda estão em estágio inicial de identificação das habilidades mais relevantes no futuro.
         Enquanto acima de 70% das empresas e instituições de ensino concordam que é extremamente importante a preparação de colaboradores e estudantes para atuar com as tecnologias digitais emergentes, elas estimam que apenas 25% dessas pessoas estejam preparadas atualmente.
         A previsão é que esse percentual mais do que dobre, subindo de 25% para cerca de 60%. Isso significa que que um grande investimento em capacitação será necessário para preparação das pessoas para os empregos do futuro. Atualmente, grande parte do investimento das instituições de ensino superior é focado em infraestrutura e formas digitais de entrega de conteúdo. Embora isso seja importante, essas empresas também indicam que precisam focar, urgentemente, no ensino das habilidades que serão mais importantes no futuro, identificando gaps existentes e adequando seus programas.
         Um ponto comum entre as empresas e as instituições de ensino é a preocupação com as habilidades de seus líderes e educadores para que possam preparar os profissionais do futuro. Para endereçar esses pontos, as companhias precisam eleger a capacitação de seus colaboradores como prioridade estratégica, assegurando que os objetivos do negócio estejam alinhados com a estratégia da força de trabalho.  Já no caso das instituições de ensino, os educadores devem mudar sua forma de atuação, deixando de ser controladores dos sistemas de ensino e passando a atuar como facilitadores de educação. O foco não deverá mais ser em definir o que estudantes devem aprender, mas sim oferecer liberdade para que eles decidam o que querem aprender, guiando-os nessa jornada.
         Com relação às habilidades e aos conhecimentos que deveriam ser priorizados, existe senso comum de que áreas como robótica, inteligência artificial (IA), ética e habilidades técnicas, como desenvolvimento de apps e design de interfaces com usuários, serão essenciais. Mas quando o assunto é o conjunto de habilidades humanas que nos diferenciam das máquinas – comunicação, flexibilidade, capacidade de resolução de problemas –, existe uma grande discrepância entre o que pensam as empresas, das quais 80% consideram importante esse tipo de habilidade, e as instituições de ensino, das quais somente 46% acham que isso deveria ser prioridade para elas.
         Outro grande desafio é como criar currículos de ensino dinâmicos. Atualmente, cerca de 70% das instituições de ensino superior atualizam seus currículos apenas a cada dois e até seis anos. Nesse ponto, as empresas estão mais adiantadas, e cerca de 43% delas atualizam os currículos a cada um e até dois anos, e 75% pretendem atualizar seus currículos com frequência muito maior, algumas até planejando modelos de atualização contínua. Uma forma de acelerar a atualização dos currículos é mover de um modelo de criação de conteúdos para outro de curadoria de conteúdos disponíveis.
         O futuro da educação passa não somente pelo conteúdo, mas como ele é entregue às pessoas. Tanto as empresas como as instituições de ensino superior entendem que tecnologias como realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR) serão essenciais no futuro. Também existe um certo consenso de que o uso de inteligência artificial para criação de treinamentos totalmente personalizados e a identificação em tempo real da performance de colaboradores e estudantes são uma tendência. No entanto, quando se trata da importância de aulas e treinamentos presenciais no futuro da educação, mais de 70% das instituições de ensino acreditam que elas continuarão sendo relevantes, enquanto somente 44% apostam nessa abordagem.
         Uma consequência de todos os desafios que foram descritos é que as organizações estão percebendo a importância de tornar as pessoas mais responsáveis por seu desenvolvimento, para que continuem relevantes. Para isso, é necessário que seja criada uma cultura de aprendizado, em que os indivíduos se sintam motivados a aprender cada vez mais.
         Resumindo, são três as principais áreas de foco para que as organizações se preparem para o futuro da educação.
         Velocidade para monetização dos dados: como a coleta e análise de informações são utilizadas para criação e curadoria de conteúdo, além de alimentar sistemas para criação de currículos personalizados.
         Simplificação da infraestrutura tecnológica: soluções baseadas em inteligência artificial, AR/VR e outras, terão de se integrar com os sistemas atuais. Caso sistemas antigos sejam uma barreira para essa integração, talvez seja o momento para modernizá-los.
         Inovação: muito em breve, os tempos dos ciclos atuais para desenvolvimento de cursos e treinamentos não serão mais aceitáveis, e é nesse ponto que entra a possibilidade de se juntar a ecossistemas externos, por meio de plataformas ou parcerias.
         Mas de quem seria a responsabilidade da preparação da força de trabalho atual e futura? A maioria das empresas e instituições de ensino superior acredita que a outra parte é quem deveria ter a responsabilidade maior no desenvolvimento de um amplo conjunto de habilidades humanas. Além disso, ambos se preocupam com a capacidade da outra parte na preparação das pessoas para os empregos do futuro. O lado positivo é que tanto empresas como instituições de ensino já enxergaram que a colaboração entre elas será fundamental na preparação das pessoas para o futuro.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho a ainda estratosférica marca de 300,29% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 318,65%; e já o IPCA, em agosto, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,43%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




           

sexta-feira, 11 de abril de 2014

A CIDADANIA, A NECESSIDADE DE UMA PROPOSTA NACIONAL E OS TALENTOS DESPERDIÇADOS

“Falta uma clara proposta de país
        
         Em ano eleitoral, pipocam planos de governo por partidos ou coligações. Vários profissionais e políticos ligam as antenas e o conjunto de dados reunidos forma um projeto de futuro para os quatro anos adiante. Além do plano de governo, resta saber se os políticos estão sensibilizados para a necessidade de algo mais importante e perene: um plano de nação.
         Nos idos dos anos 1970, os Tigres Asiáticos – países pobres situados no Sudeste da Ásia – estabeleceram objetivos claros visando atingir prosperidade sustentável. Ao fixar alvos de futuro, a população firmou um pacto inabalável e independente de vertentes políticas. Nesse período, pobreza e falta de saneamento básico foram erradicados, elegeram-se o ensino e a meritocracia como prioridades; fez-se o exercício obsessivo da responsabilidade fiscal e construiu-se uma infra-estrutura impecável. O resultado do árduo sacrifício gerou orgulho em seus cidadãos e atraiu sólidos investimentos mundiais, criando um ciclo virtuoso. Não houve plano de governo. Houve plano de nação.
         A Europa do pós-guerra encontrava-se atrasada, em especial a Alemanha, coberta pela vergonha do genocídio e da destruição que seus filhos causaram. Dando por inaceitável a determinação de seu fracasso, os europeus levantaram-se e miraram no futuro, visando criar prosperidade e voltar a florescer. A despeito de divisões políticas, os europeus  conjugaram ambição a sacrifício. Da união de forças, décadas depois e com profundos ajustes institucionais, a miséria do pós-guerra ficou para trás.
         Os Estados Unidos vivenciaram várias crises humanitárias e econômicas. O New Deal permitiu que o povo se unisse e por meio de sacrifício coletivo construiu-se um país que é sinônimo de oportunidade, até para imigrantes, fundado em sentimentos de igualdade, prosperidade e oportunidade.
         A China é um exemplo a ser conhecido. Seu povo, ao cabo de 20 anos de árduo trabalho e organização, conquistou lugar de importância no mundo. A China é um país temido econômica e militarmente, sua população gera prosperidade e agora passa à desafiadora tarefa de redistribuição da riqueza acumulada.
         Ao exame de exemplos surgem algumas questões. O povo brasileiro sabe para onde vai? Quando candidatos falam de planos de governo, até que ponto reeditam ideias, tapam buracos? Há visionários propondo a mobilização de capacidades internas sob uma perspectiva de preparar-nos ao mundo de 20, 30 anos adiante?
         Ainda parece faltar uma clara proposta de país. O que podemos ou queremos ser? O Brasil, pela sua magnitude, tem o dever de liderar a região quando descobrir o que quer ser.
         O povo brasileiro aparenta ter atingido o ápice do estágio de egoísmo consumista e imediatista, jamais antes visto. O acesso ao crédito barato permitiu ascensão social e sensação de prosperidade, mas ela se comprova insustentável ao longo prazo. A desesperança ainda reina.
         Um país precisa de dirigentes que traduzam suas ações em propostas de nação, indo além do curto prazo e dos planos de mero governo. Não é porque o país encontra-se desestruturado e com demandas fundamentais não atendidas que não se estabelecerão objetivos de longo prazo e meios para atingi-los. Fazê-lo é a obrigação de todo patriota e um político deve colocar o cidadão acima de suas ambições pessoais.”
(DAN M. KRAFT. Advogado no Brasil e no Canadá, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de abril de 2014, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 6 de abril de 2014, caderno MEGACLASSIFICADOSADMITE-SE, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2, de autoria de PAULETTE MELO, professora em cursos de MBA da FGV/IBS, e que merece igualmente integral transcrição:

“TALENTOS DESPERDIÇADOS
         
         Diversas pesquisas têm revelado uma escassez de profissionais talentosos em todo o mundo e em todos os setores. Um estudo sobre o tema, realizado pela Manpowergroup, exemplifica essa realidade ao constatar que o Brasil é o segundo colocado no ranking dos países que enfrentam maiores dificuldades para preencher as vagas no mercado de trabalho. Os especialistas sugerem que a solução está no aumento da oferta de trabalhadores qualificados. Contudo, há um fator que ainda não aparece nas pesquisas e tem um impacto direto na “produção de talentos”: muitos desses profissionais desaparecem por falta de incentivo dentro das próprias empresas.
         É muito comum os especialistas em recursos humanos e gestão de pessoas ouvirem relatos de gestores interessados em atrair e desenvolver os melhores talentos. As empresas até querem e conseguem atraí-los, haja vista a concorrência, por exemplo, para as posições de trainees em organizações de renome. Porém, o que tem ocorrido é que não há um interesse autêntico dos gestores pelos profissionais talentosos e também não existe uma estrutura preparada para desenvolvê-los nas organizações.
         O que se observa, na maioria esmagadora das vezes, é que esses profissionais notáveis se deparam com gerentes autoritários que os desmotivam no dia a dia, em vez de trabalhar o potencial deles. Os profissionais se sentem intimidados, ameaçados, e a consequência disso é que a proatividade e a motivação dão lugar à passividade. Os talentos aprendem com os gerentes a ficar na zona de conforto, o que é extremamente improdutivo.
         Durante os recrutamentos, os profissionais nos detalham seus sonhos de mudar o mundo, quando assumem o primeiro trabalho, sobre o desejo de oferecer às empresas o seu melhor. E tenho investido para que os talentos que contrato e entrego às empresas não se deixem vencer pela inércia e acomodação a que serão atraídos e que não se deixem conduzir pelo reducionismo e a mediocridade.
         O grande problema nesse modelo é que na Era do Talento nada se deprecia mais que o próprio talento. Os talentos que não são desenvolvidos estão fadados à extinção. Nunca os talentos foram tão desperdiçados como atualmente. A competitividade de um país nada mais é que o somatório da competitividade de sua organizações. Por isso precisamos criar uma geração de profissionais que não se sintam ameaçados pela genialidade dos outros, pois conhecem, reconhecem e trabalham a partir da própria genialidade, cuja complementaridade permitirá saltos exponenciais na performance individual e na produtividade nacional. No século 21, gerar valor econômico para a organização só se sustenta se e somente se gerar valor social aos indivíduos.
         Um gestor que mata os talentos de sua equipe aos poucos não pode ser considerado líder. Entretanto, é comum ver as chefias embotando a criatividade, mitigando a seiva da inovação e fragilizando as pessoas, aproveitando-se das riquezas delas pelo prazer de se sentirem superiores. Devemos reavaliar essa realidade e perceber que é necessário repensar o talento nas organizações. Não devemos prosseguir multiplicando a mesmice e a mediocridade. Por enquanto, o que oferecemos atualmente é um inexpressivo gerenciamento de talentos.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento – até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis (haja vista o “desperdício de talentos...”);

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$  trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, teconologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamentoestratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...


O BRASIL TEM JEITO!...