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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL E OS DESAFIOS DA SEGURANÇA DIGITAL E DO RIO SÃO FRANCISCO NA SUSTENTABILIDADE

Segurança da informação digital
        Um dos maiores desafios que enfrentamos na área da segurança da informação é encontrar – e manter – profissionais talentosos e capacitados para lidar com as transformações digitais. Ouvimos de nossos clientes as dificuldades de encontrar candidatos, até de vagas de alto escalão, como a de CSO (chief security officer), que atendam aos requisitos da vaga, que atualmente, vão além do conhecimento técnico.
         Segundo o estudo Networking Skills, encomendado pela Cisco à IDC, cerca de 49% do déficit de profissionais de rede, em 2015, na América Latina, foi especificamente por falta de especialistas em segurança. Em 2019, os profissionais de segurança representarão ainda 46% da lacuna na região. E o Brasil deve seguir essa tendência.
         Quais são as razões para isso? Tamanha demanda aponta que existe uma relação intrínseca das novas habilidades requeridas para os profissionais deste setor, pois implica trabalho em conjunto das áreas de tecnologia e segurança com as áreas de negócio das empresas.
         Hoje, qualquer organização que tenha uma presença on-line é confrontada com um problema duplo: enquanto os cibercriminosos estão rapidamente evoluindo suas táticas, as instituições sofrem com a falta de mão de obra qualificada para antecipar-se às vulnerabilidades. E os riscos não se limitam ao setor privado, obviamente. Enquanto nas empresas os prejuízos são de ordem financeira, em hospitais, municípios, agências governamentais e outras entidades, o que estão em jogo são os dados e a privacidade de milhares de cidadãos, sem contar o risco de morte, também.
         Ou seja, a segurança da informação já não é mais um problema somente dos departamentos de tecnologia, mas uma questão que afeta diretamente todos, seja cada área de uma empresa ou pessoa física.
         Por isso, a segurança não é só preocupação das grandes empresas, uma vez que o negócio das empresas depende mais e mais de conectividade, independentemente do seu porte. A relevância do profissional de segurança incrementa proporcionalmente, iniciando pela segurança da rede e do usuário final e evoluindo para ameaças mais avançadas do cibercrime.
         O estudo Networking Skills da IDC também apontou que 86% das empresas na América Latina já têm alguma estratégia – mesmo que ainda em fase inicial – para segurança. Porém, apenas 42% indicaram a inclusão do gerenciamento de vulnerabilidade. O que comprova oportunidades para o profissional especializado.
         Além disso, se antes a segurança se restringia muito mais aos terminais (desktops, smartphones, etc.), com o mundo conectado tudo mudou. Agora, com todas as coisas interligadas, não há mais “bordas” nas redes, e a proteção das informações deve se estender por todas as camadas da infraestrutura. Para se adicionar frente a este cenário, a tecnologia evolui constantemente, e, muitas vezes deixa os profissionais de TI sem o conhecimento das novas soluções necessárias para proteger suas organizações. Ora, com tantas transformações, é mais que natural que o papel do profissional de segurança também tenha mudado.
         Hoje, o mercado abre portas para novos profissionais na área de TI, com perfil dinâmico, conhecimento nas diferentes esferas do negócio, para justamente poder contextualizar a segurança, que atua como uma alavanca para aumentar a receita e a geração de negócios das empresas. Habilidades como criatividade e proatividade somam-se aos critérios técnicos já que com a integração de diversos setores a segurança está muitas vezes presente na estratégia de marketing, no desenvolvimento de produtos e serviços e interligada a outras áreas. O profissional não apenas deve ser capaz de monitorar, identificar, isolar e mitigar ameaças em tempo real, como também de gerenciar a segurança como um todo – desde educação (e conscientização), por meio de treinamentos de todos os usuários de rede sobre as práticas de segurança e privacidade, a insights valiosos para as organizações.
         Para isso, entendo que devemos juntar esforços e ajudar a indústria e os usuários de internet a enfrentar os desafios atuais e futuros de segurança das redes, ajudando nas transformações e evoluções da economia digital.”.

(PAULO BREITENVIESER. Diretor de segurança da Cisco Brasil, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de fevereiro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de OSVALDO FERREIRA VALENTE, engenheiro florestal, professor aposentada da UFV e especialista em hidrologia e manejo de pequenas bacias hidrográficas, e que merece igualmente integral transcrição:

“O cansaço do Velho Chico
        Ao ler as reportagens publicadas no Estado de Minas sobre a situação do nosso Velho Chico, o cantado e decantado rio da integração nacional, fiquei imaginando que se ele tivesse o dom da fala estaria reclamando de cansaço. Cansaço não de ainda estar singrando por corredeiras e remansos entre nascentes e foz, mas de atitudes daqueles que mais exploram suas desgraças do que ajudam na sua salvação.
         Em primeiro lugar, acho que reclamaria do cansaço de ficar exposto em reunião intermináveis de comitês e associações diversas, simpósios e seminários. Ver quase sempre as mesmas pessoas falando sobre as mesmas agruras sofridas por ele: diminuição de vazão, assoreamento, poluição de suas águas etc., etc. E sempre falando que é preciso fazer isso e aquilo. Fica sempre com a impressão de não estar em novo atividade, mas apenas assistindo à apresentação de vídeos gravados de atividades anteriores.
         Em segundo lugar, tenho a certeza de que cobraria, para aliviar a sua exaustão, um pouco mais de atenção para o fato de ser ele o produto do ciclo hidrológico desenvolvido ao longo de sua bacia hidrográfica, aquela área responsável por coletar e processar os volumes de água de chuva recebidos. Reclamaria da falta de cuidado no manejo desses volumes recebidos, às vezes escassos, às vezes exagerados, mas fundamentais para a sua existência. Diria que nas reuniões, de quaisquer naturezas, já tem ficado irritado em ver as preocupações concentradas em seu leito e nos arredores bem próximos. Parece-lhe que a sua bacia só serve para nomear o comitê.
         Em terceiro lugar, diria estar preocupado em ver que os ambientalistas não perceberam ainda que a sua bacia está velha e precisa ser tratada com novas tecnologias disponíveis. Não há como devolvê-la a seu estado de juventude. O seu organismo já está desequilibrado pelos maus tratos sofridos ao longo do tempo e remédios antigos já não terão mais efeitos positivos. Ver, de novo, a sua bacia quase toda coberta de vegetação nativa, como era no passado, não faz mais parte de suas aspirações. Prefere ver a implantação de tecnologias de conservação de solos que favoreçam a infiltração e garantam o abastecimento dos seus aquíferos subterrâneos.
         Em quatro lugar, esqueceria o cansaço e passado, com ênfase, a cobrar maior integração de instituições públicas e entidades particulares que vivem e até exploram a sua bacia. Nada de ficar esperando recursos federais. Programas como o “Novo Chico” não passam de propaganda enganosa e nunca saem das gavetas. Ficam bem guardadinhos lá e, depois de certo tempo, são substituídos por outro, com nova denominação e destinado a outra gaveta. Cobraria mais ações simples e que possam ser espalhadas por toda a bacia. Que tal o incentivo a trabalhos voluntários para levar conhecimentos hidrológicos à população, preparando-a para ter mais eficiência no manejo das chuvas? Que tal diminuir a fixação nos reflorestamentos e nas matas ciliares e olhar para outras tecnologias que possam conviver com atividades espalhadas por toda a área da bacia?
         Pois é, o rio teria dado o seu recado. Reclamado, sugerido e cobrado mais conhecimento hidrológico dos comitês. Não dá para salvar o Velho Chico sem a aplicação de conceitos hidrológicos aplicados à produção de água. Tais conceitos precisam ser levados, com linguagem adequada às diversidades da bacia, para que os parcos recursos arrecadados possam ser aplicados com eficiência em tecnologias apropriadas de conservação.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 484,06% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,6%; e já o IPCA também acumulado nos últimos doze meses, em janeiro/2017 chegou a 5,35%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 
 






  

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A CIDADANIA, OS CAMINHOS DA ÁGUA E AS INUNDAÇÕES E ALAGAMENTOS

“Os caminhos da água

Vejo com preocupação a chuva cair e “torço” para que as bocas de lobo não funcionem tão bem. A televisão mostra boca de lobo jogando água para cima. Ouço o comentário de que não está dando conta da enxurrada. Em verdade, quem comenta não percebe que ela não está entupida, mas devolvendo a água que vem de ponto mais alto da galeria. Por que minha “torcida” contra as bocas de lobo? Porque sei que, se os mais bem posicionados dividirmos parte do incômodo do excesso de água com os mal posicionados, talvez contribuamos para salvar vidas ou economias precariamente protegidas.

Desde que as cidades passaram de dez quilômetros de diâmetro, perdeu o sentido insistirmos em descarregar todas as águas pluviais por um só caminho, o dos cursos d’água. Tenho insistido num ponto: a gestão urbana da água tem 12 campos que devem ser objeto de gestão integrada para serem mutuamente solidários. Esses campos, reconhecíveis por lógica, dispensando trabalhosa pesquisa científica, são: quatro fontes de água (superficiais, subterrâneas, servidas e pluviais) vezes três dimensões de gestão (suprimento, processos hidrogeodinâmicos, controle de poluentes e contaminantes) são iguais a 12 campos de gestão.

As cidades trabalham com apenas dois ou três campos, destacando-se o do suprimento, baseado quase exclusivamente nas águas do campo, e o processo hidrogeodinâmicos, baseado quase exclusivamente na drenagem, que, em verdade, não livra toda a cidade das inundações, mas apenas 99% dela, expondo mais o restante. É preciso introduzir o conceito de vazão admissível.

Explicar os 12 caminhos seria inoportuno aqui, mas podemos falar de alguns deles, simples e eficazes, sem complicar a questão: agregar ao suprimento as águas subterrâneas é importante por duas razões ambientais; alivia o patrimônio hidrológico do campo e estimula a infiltração urbana, reduzindo as inundações. Incluir águas pluviais na dimensão suprimento retira de circulação parte das águas que hoje erodem e inundam. Sem uma só canaleta e boca de lobo, a estrutura urbana já promove a drenagem por bloquear a passagem do nível da edificado para baixo. Para neutralizar ou reduzir esse efeito, podemos introduzir as águas pluviais dos telhados diretamente no sedento aquífero superficial (que em alguns lugares não viu uma gota d’água dessa chuvada toda porque a placa não deixa); e colocar aterros de resíduos sólidos porosos em vales, voçorocas e outras depressões do terreno pode capturar quantidades colossais de água. Avenidas e ruas com greides muito baixos criaram rigidezes urbanísticas localmente insuperáveis. Cidades são estruturas complexas. Leis de ordenamento mal interpretadas mais ampliam problemas do que os evitam. Leitura técnica legítima delas deve ser no sentido de fazer o que determinam ou o que seja melhor (regra áurea para o bem da sociedade). Agir de modo diverso é negar a ela esse benefício.”
(EDÉZIO TEIXEIRA DE CARVALHO, Engenheiro geólogo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte,edição de 21 de dezembro de 2011, Caderno O.PINIÃO, página 19).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de dezembro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 5, de autoria de OSVALDO FERREIRA VALENTE, Engenheiro florestal, especialista em hidrogeologia e manejos de pequenas bacias hidrográficas, professor aposentado da Universidade Federal de Viçosa, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Inundações e alagamentos

Apesar de serem fenômenos hidrológicos distintos, as inundações e os alagamentos, principalmente em áreas urbanas, provocam conseqüências quase sempre semelhantes, causando desconfortos, prejuízos materiais, ferimentos e mortes. As inundações são resultantes de extravasamentos de bloqueios das enxurradas em determinados pontos, normalmente em partes baixas de grotas com encostas declivosas e impermeabilizadas.

O encontro de tais fenômenos com as imprevidências humanas acaba provocando os desastres comuns nas épocas de chuvas. E aí surgem as críticas, as cobranças e as promessas de soluções, que não vingam depois de cessadas as chuvas. Falta-nos a tradição do planejamento e sobra-nos o encantamento com soluções mirabolantes, escolhidas muito mais por interesses eleitorais do que por fundamentos científicos e técnicos.

Em cidades como Belo Horizonte, e são muitas espalhadas por todo o país, temos os dois fenômenos hidrológicos, com origens semelhantes. As ocupações começam pelas partes baixas, próximas dos córregos, ribeirões e rios, e avançam pelas encostas, à medida que vai aumentando a pressão populacional. As ruas são asfaltadas, as calhas jogam sobre elas todo o volume de chuva recolhida pelos telhados e lajes e os terreiros e pátios são total ou parcialmente impermeabilizados. Há uma cultura de se livrar rapidamente das águas nos domínios privados e lançá-las nas ruas. As prefeituras que tomem conta delas.

Outra coisa comum são as ruas e avenidas que se desenvolvem ao longo dos fundos dos vales, drenando o trânsito, mas drenando, também, as enxurradas que descem das encostas e se acumulam em seus leitos. Um exemplo disso em Belo Horizonte é a Avenida Francisco Sá; ela nasce no centro da grota onde está o Bairro Gutierrez e avança pela parte baixa do Bairro Prado. Em chuvas fortes e com duração de 30 minutos ou mais, as redes de drenagem pluvial não dão conta de suportar os volumes de água recebidos, as bocas de lobo passam a esguichar água para a rua, ao contrário do que deveriam fazer, e os alagamentos são inevitáveis na parte mais baixa da Francisco Sá. O fato se agrava porque ela termina numa rua transversal, que ajuda no bloqueio do fluxo.

Em hidrologia aplicada a pequenas bacias hidrográficas, dizemos que a área descrita é torrencial, com as partes mais altas do Gutierrez funcionando como produtoras de grande volume de enxurradas e a Avenida Francisco Sá atuando como canal de escoamento. O fenômeno vem se agravando nos últimos anos com o aumento de construções nas partes mais íngremes das encostas, fazendo com que os volumes de chuvas recebidos sejam, na sua maior parte, transformados nas temidas enxurradas.

Situações como a do Gutierrez se repetem em inúmeras outras pequenas bacias hidrográficas distribuídas pela Região Metropolitana de Belo Horizonte, intensamente habitadas. Essas pequenas bacias, ao convergir para os ribeirões Arrudas e Onça, por exemplo, provocam inundações em suas margens, que foram imprudentemente indadidas, com a conivência dos governantes municipais.

A solução não está na construção de novas redes de drenagem, com mais capacidade, nem na canalização de córregos e ribeirões, como os muitos que estão escondidos debaixo de várias ruas. A solução está no uso de tecnologias já existentes para reter os volumes de chuvas nos pontos de queda, evitando ao máximo que eles se transformem em enxurradas. São reservatórios em casas e prédios, valas de infiltração para água de telhados, lajes e calçadas, rede de drenagem com fundo poroso etc., tudo feito com base em estudos geotécnicos prévios. Mas para isso, é fundamental a participação dos poderes Legislativo e Executivo. O primeiro aprovando as premissas legais para que o segundo possa exigir o uso das estruturas apropriadas a cada caso. Tudo com fundamentos científicos e técnicos sobre os quais serão geradas as alternativas a serem analisadas e escolhidas pelos poderes políticos e pelas comunidades envolvidas.”

Eis, portanto, mais páginas contendo GRAVES, ORIENTADORAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nosso modo de PENSAR, GERIR e AGIR em nossas estruturas EDUCACIONAIS, POLÍTICAS, SOCIAIS, ECONÔMICAS, CULTURAIS e AMBIENTAIS de modo a promovermos a inserção do PAÍS no rol das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE a necessidade também de PROBLEMATIZARMOS questões CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) o COMBATE – vigoroso e sem TRÉGUA – a três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos, que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, com o objetivo de trazê-la e mantê-la em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, que campeia por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INESTIMÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES;
c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de desembolso do ASTRONÔMICO montante de R$ 1 TRILHÃO a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTO da DÍVIDA, a exigir também uma IMEDIATA, ABRANGENTE e QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Torna-se, pois, absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que principalmente MINA nossa ECONOMIA e nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA, e mais GRAVE ainda, afeta a CONFIANÇA em nossas INSTITUIÇÕES, ao lado de sempre crescentes NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS...

São, e sabemos bem, GIGANTESCOS DESAFIOS que, de forma alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) neste ano; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE NO RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...