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quarta-feira, 16 de outubro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DOS CUIDADOS COM A CASA COMUM E A FORÇA DA SINERGIA ENTRE ECONOMIA E FILOSOFIA NA SUSTENTABILIDADE


“Falta d’água ou de solo, afinal?
        Existe analogia perfeita entre corpo humano e médico, de um lado, e, de outro, entre sistema geológico e seus possíveis “médicos”, pois, afinal, se o corpo humano está doente ou ferido, será tratado por médicos ou por substitutos eventuais. De modo em tudo semelhante, o sistema geológico pode apresentar ferimentos ou doenças naturais ou provocadas por ações humanas. Enquanto o dever de tratar o corpo humano é cumprido, ainda que com falhas mais ou menos lamentáveis, o sistema geológico deixa quase sempre de ser tratado por quem possa curá-lo. Por que seria? Cito exemplo do qual tenho conhecimento: Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto (MG), viu passar para lá e para cá centenas dos melhores geólogos do mundo, desses que, para ficarmos em casos bem conhecidos, participaram, porque não o fizeram sozinhos, de descobertas de petróleo, como o campo de Majnoon, no Iraque, e dos campos do nossos chamado pré-sal.
         Por que bom número deles não foi chamado a solucionar o problema das voçorocas de Cachoeira do Campo, infinitamente mais fácil que o das notáveis descobertas? É porque não existe a percepção de que as voçorocas, tormento físico maior da localidade, não são apenas problema ambiental local, que se completaria em Amarantina, além de participarem da ruína de grandes partes da terra cachoeirense. Digo não apenas porque as terras movimentadas pelo fenômeno erosivo de Cachoeira assoreiam, completamente, o reservatório de Rio de Pedras, em Itabirito, e têm de seguir além por não caber mais no leito do Maracujá, e muito menos no pequeno reservatório, tendo de seguir para Rio Acima, Raposos, Sabará, Santa Luzia, ganhando o Rio São Francisco e, finalmente, as grandes represas da Bahia e do Nordeste.
         Trata-se, como se vê, de mal de extensão territorial subcontinental. Não obstante, portanto, a grandeza da desgraça, da cura dessa doença, a lei não quer participar e, contrariamente ao que recomenda ao doente humano, a lei mal concebida, sem solo das altas cabeceiras suficiente para hospedar a água, seu papel geológico não menos importante que o de nutrir as plantas que matam a fome dos homens e animais.
         Uma humanidade geologicamente não alfabetizada não percebe que o solo tanta falta faz nas alturas, por ser o primeiro reservatório das águas pluviais. Além disso, é amplamente um recurso ambiental não renovável, de modo que deve ser buscado de volta... Mas como? Ora, o único empecilho é a lei, que, ao nascer das voçorocas, em que o sangue da terra se esvai em mortíferas feridas como as de um corpo humano que sucumbe à hemorragia, proíbe a contenção do processo como se essa contenção fizesse mal à água. Pois bem, essa contenção faria bem à água porque isso evitaria seu retorno precoce ao mar! Além disso, a água que se esvai nunca de levar consigo o solo, e, portanto, essa perda de superior hierarquia geoambiental estaria sendo reduzida. Então pensemos num consagrado filósofo da história, um certo Heráclito de Éfeso, que disse o seguinte; “Um homem e um rio nunca se encontram mais de uma vez em suas vidas, porque nem o rio nem o homem serão, no segundo, os mesmos do primeiro encontro”. É claro que não sei tudo o que se escreveu sobre ele, mas sei que sabia ser perfeitamente normal que o homem sempre evolui aproximando-se da morte, mas o rio não pode porque cabe a ele sustentar as gerações seguidas de gerações, e isso é geologicamente incompatível com a falta ou com a irregularidade do abastecimento de água. Fica evidente que o que de fato não pode faltar é o solo, sem o qual não se controla a água.”.

(EDÉZIO TEIXEIRA DE CARVALHO. Engenheiro geólogo, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 28 de agosto de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 26 de setembro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de JOSÉ PIO MARTINS, economista e reitor da Universidade Positivo, e que merece igualmente integral transcrição:

“Economia e filosofia
        Vários dos maiores economistas eram também filósofos. Adam Smith (1823-1790), autor do clássico A riqueza das nações, publicado em 1776, é até hoje considerado um dos principais pensadores da economia de mercado e das vantagens da liberdade econômica para o progresso material e o desenvolvimento social. Durante muito tempo, Smith foi professor de filosofia moral, área em que publicou a obra Teoria dos sentimentos morais.
         Stuart Mill (1806-1873), autor de Princípios da economia política, fez fama como forte defensor da liberdade econômica e das liberdades individuais e ainda é tido por muitos como um dos mais influentes filósofos de língua inglesa. Ele produziu estudos em vários campos do conhecimento humano, destacando-se na economia e na filosofia, e muito do que foi produzido em matéria de teoria economia, nos últimos 150 anos, teve por base as ideias de Mill.
         Entre os críticos do capitalismo no tempo da Revolução Industrial, Karl Marx (1813-1883) se destaca, e sua produção é volumosa, tanto na economia quanto na filosofia. Sobre Marx não é necessário falar muito, pois sua influência na história humana, desde 1850 até hoje, é fartamente conhecida. Ludwig von Mises (1881-1973), ícone genial das ideias liberais, talvez o mais importante pensador da chamada “escola austríaca”, somente adentrou o campo das teorias econômicas, da teoria política e das liberdades individuais depois de ter estudado profundamente as ideias dos principais filósofos da história.
         Joan Maynard Keynes (1883-1946), considerado o maior economista do século 20 – embora, para meu gosto, Ludwig von Mises foi bem maior  –, também foi estudioso e escritor em assuntos de filosofia. Keynes se situava entre as ideias liberais e as ideias de que o Estado deveria ter presença maior na economia, sobretudo em períodos de recessão, como meio de elevar a demanda agregada por meio do gasto público. Ainda hoje, é grande o debate no interior do capitalismo entre as ideias liberalizantes e antiestatizantes de Mises e as ideias de forte presença estatal de Keynes.
         Friedrich Hayek (1899-1992), autor de várias obras na área do direito, economia e filosofia, é considerado um dos maiores representantes da escola austríaca. Defensor do liberalismo, Hayek organizou o pensamento liberal clássico e o adaptou para o século 20, e suas obras versam sobre filosofia do direito, economia, epistemologia, política, história das ideias, história econômica, psicologia, entre outras.
         Aqui no Brasil, Roberto Campos (1917-2001), um dos maiores intelectuais e homem de Estado, primeiro se formou em filosofia e teologia para somente depois, trabalhando na embaixada do Brasil nos Estados Unidos, formar-se em economia, na graduação e no mestrado, em Washington e Nova York. Roberto Campos ocupou vários cargos públicos desde que ingressou na carreira diplomática, em 1939, foi um incansável doutrinador das ideias liberais e, até sua morte, em 2001, um crítico das escolhas políticas e econômicas feitas pelo Brasil nos últimos 100 anos, as quais ele responsabiliza pelo país ter permanecido no atraso, na pobreza e na inexpressividade no cenário mundial.
         Olhando a história, percebe-se que a instrução em filosofia, formal ou não, é requisito essencial para quem quer entender com profundidade a econômica (a ciência) e desvendar os meandros da economia (o sistema produtivo). Quando falo a estudantes de economia, recomendo que busquem, em algum momento, instrução em filosofia. Sugiro que estudem os filósofos clássicos, não gurus que se intitulam filósofos e nada mais são que palestrantes de autoajuda simplória.
         A filosofia cobre, entre outras, seis áreas importante para o desenvolvimento intelectual. A metafísica, que estuda o universo e a realidade. A lógica, que estuda o raciocínio, os métodos de indução e dedução, e como criar um argumento válido. A epistemologia, que é o estudo do conhecimento e de como o adquirimos. A estética, que é o estudo da arte e da beleza. A política, que estuda os direitos políticos, o governo e o papel dos cidadãos na vida comum. A ética, que é o estudo da moralidade (costumes e condutas) e de como viver.
         Um tema relevante diz respeito à possibilidade do conhecimento. A descoberta da verdade e a apreensão da essência da realidade se dão pela relação entre sujeito (o ser humano) e o objeto (a realidade exterior do homem). Aqui reside um dos mais complexos problemas da filosofia e do conhecimento. Mas isso é tema para outro artigo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de 307,20% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 306,86%; e já o IPCA, em setembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,89%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


        



          

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A CIDADANIA, OS CAMINHOS DA ÁGUA E AS INUNDAÇÕES E ALAGAMENTOS

“Os caminhos da água

Vejo com preocupação a chuva cair e “torço” para que as bocas de lobo não funcionem tão bem. A televisão mostra boca de lobo jogando água para cima. Ouço o comentário de que não está dando conta da enxurrada. Em verdade, quem comenta não percebe que ela não está entupida, mas devolvendo a água que vem de ponto mais alto da galeria. Por que minha “torcida” contra as bocas de lobo? Porque sei que, se os mais bem posicionados dividirmos parte do incômodo do excesso de água com os mal posicionados, talvez contribuamos para salvar vidas ou economias precariamente protegidas.

Desde que as cidades passaram de dez quilômetros de diâmetro, perdeu o sentido insistirmos em descarregar todas as águas pluviais por um só caminho, o dos cursos d’água. Tenho insistido num ponto: a gestão urbana da água tem 12 campos que devem ser objeto de gestão integrada para serem mutuamente solidários. Esses campos, reconhecíveis por lógica, dispensando trabalhosa pesquisa científica, são: quatro fontes de água (superficiais, subterrâneas, servidas e pluviais) vezes três dimensões de gestão (suprimento, processos hidrogeodinâmicos, controle de poluentes e contaminantes) são iguais a 12 campos de gestão.

As cidades trabalham com apenas dois ou três campos, destacando-se o do suprimento, baseado quase exclusivamente nas águas do campo, e o processo hidrogeodinâmicos, baseado quase exclusivamente na drenagem, que, em verdade, não livra toda a cidade das inundações, mas apenas 99% dela, expondo mais o restante. É preciso introduzir o conceito de vazão admissível.

Explicar os 12 caminhos seria inoportuno aqui, mas podemos falar de alguns deles, simples e eficazes, sem complicar a questão: agregar ao suprimento as águas subterrâneas é importante por duas razões ambientais; alivia o patrimônio hidrológico do campo e estimula a infiltração urbana, reduzindo as inundações. Incluir águas pluviais na dimensão suprimento retira de circulação parte das águas que hoje erodem e inundam. Sem uma só canaleta e boca de lobo, a estrutura urbana já promove a drenagem por bloquear a passagem do nível da edificado para baixo. Para neutralizar ou reduzir esse efeito, podemos introduzir as águas pluviais dos telhados diretamente no sedento aquífero superficial (que em alguns lugares não viu uma gota d’água dessa chuvada toda porque a placa não deixa); e colocar aterros de resíduos sólidos porosos em vales, voçorocas e outras depressões do terreno pode capturar quantidades colossais de água. Avenidas e ruas com greides muito baixos criaram rigidezes urbanísticas localmente insuperáveis. Cidades são estruturas complexas. Leis de ordenamento mal interpretadas mais ampliam problemas do que os evitam. Leitura técnica legítima delas deve ser no sentido de fazer o que determinam ou o que seja melhor (regra áurea para o bem da sociedade). Agir de modo diverso é negar a ela esse benefício.”
(EDÉZIO TEIXEIRA DE CARVALHO, Engenheiro geólogo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte,edição de 21 de dezembro de 2011, Caderno O.PINIÃO, página 19).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de dezembro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 5, de autoria de OSVALDO FERREIRA VALENTE, Engenheiro florestal, especialista em hidrogeologia e manejos de pequenas bacias hidrográficas, professor aposentado da Universidade Federal de Viçosa, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Inundações e alagamentos

Apesar de serem fenômenos hidrológicos distintos, as inundações e os alagamentos, principalmente em áreas urbanas, provocam conseqüências quase sempre semelhantes, causando desconfortos, prejuízos materiais, ferimentos e mortes. As inundações são resultantes de extravasamentos de bloqueios das enxurradas em determinados pontos, normalmente em partes baixas de grotas com encostas declivosas e impermeabilizadas.

O encontro de tais fenômenos com as imprevidências humanas acaba provocando os desastres comuns nas épocas de chuvas. E aí surgem as críticas, as cobranças e as promessas de soluções, que não vingam depois de cessadas as chuvas. Falta-nos a tradição do planejamento e sobra-nos o encantamento com soluções mirabolantes, escolhidas muito mais por interesses eleitorais do que por fundamentos científicos e técnicos.

Em cidades como Belo Horizonte, e são muitas espalhadas por todo o país, temos os dois fenômenos hidrológicos, com origens semelhantes. As ocupações começam pelas partes baixas, próximas dos córregos, ribeirões e rios, e avançam pelas encostas, à medida que vai aumentando a pressão populacional. As ruas são asfaltadas, as calhas jogam sobre elas todo o volume de chuva recolhida pelos telhados e lajes e os terreiros e pátios são total ou parcialmente impermeabilizados. Há uma cultura de se livrar rapidamente das águas nos domínios privados e lançá-las nas ruas. As prefeituras que tomem conta delas.

Outra coisa comum são as ruas e avenidas que se desenvolvem ao longo dos fundos dos vales, drenando o trânsito, mas drenando, também, as enxurradas que descem das encostas e se acumulam em seus leitos. Um exemplo disso em Belo Horizonte é a Avenida Francisco Sá; ela nasce no centro da grota onde está o Bairro Gutierrez e avança pela parte baixa do Bairro Prado. Em chuvas fortes e com duração de 30 minutos ou mais, as redes de drenagem pluvial não dão conta de suportar os volumes de água recebidos, as bocas de lobo passam a esguichar água para a rua, ao contrário do que deveriam fazer, e os alagamentos são inevitáveis na parte mais baixa da Francisco Sá. O fato se agrava porque ela termina numa rua transversal, que ajuda no bloqueio do fluxo.

Em hidrologia aplicada a pequenas bacias hidrográficas, dizemos que a área descrita é torrencial, com as partes mais altas do Gutierrez funcionando como produtoras de grande volume de enxurradas e a Avenida Francisco Sá atuando como canal de escoamento. O fenômeno vem se agravando nos últimos anos com o aumento de construções nas partes mais íngremes das encostas, fazendo com que os volumes de chuvas recebidos sejam, na sua maior parte, transformados nas temidas enxurradas.

Situações como a do Gutierrez se repetem em inúmeras outras pequenas bacias hidrográficas distribuídas pela Região Metropolitana de Belo Horizonte, intensamente habitadas. Essas pequenas bacias, ao convergir para os ribeirões Arrudas e Onça, por exemplo, provocam inundações em suas margens, que foram imprudentemente indadidas, com a conivência dos governantes municipais.

A solução não está na construção de novas redes de drenagem, com mais capacidade, nem na canalização de córregos e ribeirões, como os muitos que estão escondidos debaixo de várias ruas. A solução está no uso de tecnologias já existentes para reter os volumes de chuvas nos pontos de queda, evitando ao máximo que eles se transformem em enxurradas. São reservatórios em casas e prédios, valas de infiltração para água de telhados, lajes e calçadas, rede de drenagem com fundo poroso etc., tudo feito com base em estudos geotécnicos prévios. Mas para isso, é fundamental a participação dos poderes Legislativo e Executivo. O primeiro aprovando as premissas legais para que o segundo possa exigir o uso das estruturas apropriadas a cada caso. Tudo com fundamentos científicos e técnicos sobre os quais serão geradas as alternativas a serem analisadas e escolhidas pelos poderes políticos e pelas comunidades envolvidas.”

Eis, portanto, mais páginas contendo GRAVES, ORIENTADORAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nosso modo de PENSAR, GERIR e AGIR em nossas estruturas EDUCACIONAIS, POLÍTICAS, SOCIAIS, ECONÔMICAS, CULTURAIS e AMBIENTAIS de modo a promovermos a inserção do PAÍS no rol das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE a necessidade também de PROBLEMATIZARMOS questões CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) o COMBATE – vigoroso e sem TRÉGUA – a três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos, que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, com o objetivo de trazê-la e mantê-la em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, que campeia por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INESTIMÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES;
c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de desembolso do ASTRONÔMICO montante de R$ 1 TRILHÃO a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTO da DÍVIDA, a exigir também uma IMEDIATA, ABRANGENTE e QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Torna-se, pois, absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que principalmente MINA nossa ECONOMIA e nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA, e mais GRAVE ainda, afeta a CONFIANÇA em nossas INSTITUIÇÕES, ao lado de sempre crescentes NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS...

São, e sabemos bem, GIGANTESCOS DESAFIOS que, de forma alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) neste ano; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE NO RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...