Segurança
da informação digital
Um dos maiores desafios
que enfrentamos na área da segurança da informação é encontrar – e manter –
profissionais talentosos e capacitados para lidar com as transformações
digitais. Ouvimos de nossos clientes as dificuldades de encontrar candidatos,
até de vagas de alto escalão, como a de CSO (chief security officer), que
atendam aos requisitos da vaga, que atualmente, vão além do conhecimento
técnico.
Segundo
o estudo Networking Skills, encomendado pela Cisco à IDC, cerca de 49% do
déficit de profissionais de rede, em 2015, na América Latina, foi
especificamente por falta de especialistas em segurança. Em 2019, os profissionais
de segurança representarão ainda 46% da lacuna na região. E o Brasil deve
seguir essa tendência.
Quais
são as razões para isso? Tamanha demanda aponta que existe uma relação
intrínseca das novas habilidades requeridas para os profissionais deste setor,
pois implica trabalho em conjunto das áreas de tecnologia e segurança com as
áreas de negócio das empresas.
Hoje,
qualquer organização que tenha uma presença on-line é confrontada com um
problema duplo: enquanto os cibercriminosos estão rapidamente evoluindo suas
táticas, as instituições sofrem com a falta de mão de obra qualificada para
antecipar-se às vulnerabilidades. E os riscos não se limitam ao setor privado,
obviamente. Enquanto nas empresas os prejuízos são de ordem financeira, em
hospitais, municípios, agências governamentais e outras entidades, o que estão
em jogo são os dados e a privacidade de milhares de cidadãos, sem contar o
risco de morte, também.
Ou
seja, a segurança da informação já não é mais um problema somente dos
departamentos de tecnologia, mas uma questão que afeta diretamente todos, seja
cada área de uma empresa ou pessoa física.
Por
isso, a segurança não é só preocupação das grandes empresas, uma vez que o
negócio das empresas depende mais e mais de conectividade, independentemente do
seu porte. A relevância do profissional de segurança incrementa
proporcionalmente, iniciando pela segurança da rede e do usuário final e
evoluindo para ameaças mais avançadas do cibercrime.
O
estudo Networking Skills da IDC também apontou que 86% das empresas na América
Latina já têm alguma estratégia – mesmo que ainda em fase inicial – para
segurança. Porém, apenas 42% indicaram a inclusão do gerenciamento de
vulnerabilidade. O que comprova oportunidades para o profissional
especializado.
Além
disso, se antes a segurança se restringia muito mais aos terminais (desktops,
smartphones, etc.), com o mundo conectado tudo mudou. Agora, com todas as
coisas interligadas, não há mais “bordas” nas redes, e a proteção das
informações deve se estender por todas as camadas da infraestrutura. Para se
adicionar frente a este cenário, a tecnologia evolui constantemente, e, muitas
vezes deixa os profissionais de TI sem o conhecimento das novas soluções
necessárias para proteger suas organizações. Ora, com tantas transformações, é
mais que natural que o papel do profissional de segurança também tenha mudado.
Hoje,
o mercado abre portas para novos profissionais na área de TI, com perfil
dinâmico, conhecimento nas diferentes esferas do negócio, para justamente poder
contextualizar a segurança, que atua como uma alavanca para aumentar a receita
e a geração de negócios das empresas. Habilidades como criatividade e
proatividade somam-se aos critérios técnicos já que com a integração de
diversos setores a segurança está muitas vezes presente na estratégia de
marketing, no desenvolvimento de produtos e serviços e interligada a outras
áreas. O profissional não apenas deve ser capaz de monitorar, identificar,
isolar e mitigar ameaças em tempo real, como também de gerenciar a segurança
como um todo – desde educação (e conscientização), por meio de treinamentos de
todos os usuários de rede sobre as práticas de segurança e privacidade, a
insights valiosos para as organizações.
Para
isso, entendo que devemos juntar esforços e ajudar a indústria e os usuários de
internet a enfrentar os desafios atuais e futuros de segurança das redes,
ajudando nas transformações e evoluções da economia digital.”.
(PAULO
BREITENVIESER. Diretor de segurança da Cisco Brasil, em artigo publicado no
jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22
de fevereiro de 2017, caderno OPINIÃO,
página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de OSVALDO
FERREIRA VALENTE, engenheiro florestal, professor aposentada da UFV e
especialista em hidrologia e manejo de pequenas bacias hidrográficas, e que
merece igualmente integral transcrição:
“O
cansaço do Velho Chico
Ao ler as reportagens
publicadas no Estado de Minas sobre a situação do nosso Velho Chico, o cantado
e decantado rio da integração nacional, fiquei imaginando que se ele tivesse o
dom da fala estaria reclamando de cansaço. Cansaço não de ainda estar singrando
por corredeiras e remansos entre nascentes e foz, mas de atitudes daqueles que
mais exploram suas desgraças do que ajudam na sua salvação.
Em
primeiro lugar, acho que reclamaria do cansaço de ficar exposto em reunião
intermináveis de comitês e associações diversas, simpósios e seminários. Ver
quase sempre as mesmas pessoas falando sobre as mesmas agruras sofridas por
ele: diminuição de vazão, assoreamento, poluição de suas águas etc., etc. E
sempre falando que é preciso fazer isso e aquilo. Fica sempre com a impressão
de não estar em novo atividade, mas apenas assistindo à apresentação de vídeos
gravados de atividades anteriores.
Em
segundo lugar, tenho a certeza de que cobraria, para aliviar a sua exaustão, um
pouco mais de atenção para o fato de ser ele o produto do ciclo hidrológico
desenvolvido ao longo de sua bacia hidrográfica, aquela área responsável por
coletar e processar os volumes de água de chuva recebidos. Reclamaria da falta
de cuidado no manejo desses volumes recebidos, às vezes escassos, às vezes
exagerados, mas fundamentais para a sua existência. Diria que nas reuniões, de
quaisquer naturezas, já tem ficado irritado em ver as preocupações concentradas
em seu leito e nos arredores bem próximos. Parece-lhe que a sua bacia só serve
para nomear o comitê.
Em
terceiro lugar, diria estar preocupado em ver que os ambientalistas não
perceberam ainda que a sua bacia está velha e precisa ser tratada com novas
tecnologias disponíveis. Não há como devolvê-la a seu estado de juventude. O
seu organismo já está desequilibrado pelos maus tratos sofridos ao longo do
tempo e remédios antigos já não terão mais efeitos positivos. Ver, de novo, a
sua bacia quase toda coberta de vegetação nativa, como era no passado, não faz
mais parte de suas aspirações. Prefere ver a implantação de tecnologias de
conservação de solos que favoreçam a infiltração e garantam o abastecimento dos
seus aquíferos subterrâneos.
Em
quatro lugar, esqueceria o cansaço e passado, com ênfase, a cobrar maior
integração de instituições públicas e entidades particulares que vivem e até
exploram a sua bacia. Nada de ficar esperando recursos federais. Programas como
o “Novo Chico” não passam de propaganda enganosa e nunca saem das gavetas.
Ficam bem guardadinhos lá e, depois de certo tempo, são substituídos por outro,
com nova denominação e destinado a outra gaveta. Cobraria mais ações simples e
que possam ser espalhadas por toda a bacia. Que tal o incentivo a trabalhos
voluntários para levar conhecimentos hidrológicos à população, preparando-a
para ter mais eficiência no manejo das chuvas? Que tal diminuir a fixação nos
reflorestamentos e nas matas ciliares e olhar para outras tecnologias que
possam conviver com atividades espalhadas por toda a área da bacia?
Pois
é, o rio teria dado o seu recado. Reclamado, sugerido e cobrado mais
conhecimento hidrológico dos comitês. Não dá para salvar o Velho Chico sem a
aplicação de conceitos hidrológicos aplicados à produção de água. Tais
conceitos precisam ser levados, com linguagem adequada às diversidades da
bacia, para que os parcos recursos arrecadados possam ser aplicados com
eficiência em tecnologias apropriadas de conservação.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e sem
tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I –
a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca
de 484,06% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,6%; e já o IPCA
também acumulado nos últimos doze meses, em janeiro/2017 chegou a 5,35%); II –
a corrupção, há séculos, na mais
perversa promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4
bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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