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quarta-feira, 22 de julho de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA PRIMEIRA INFÂNCIA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A IMUNIDADE VIBRACIONAL NA QUALIFICAÇÃO DA HUMANIDADE NA SUSTENTABILIDADE


“A primeira infância e a pandemia
        A Unesco estima que 1,5 bilhão de alunos estão sem aula no mundo em razão da pandemia. As crianças e os jovens, confinados em casa, diminuem a sociabilidade, regridem emocionalmente e pedagogicamente, com efeitos possivelmente duradouros no seu desenvolvimento, em especial diante da ausência de políticas públicas que minorem o impacto do isolamento.
         O Brasil, em razão da desigualdade brutal, pobreza e descaso com a educação básica, ainda possui muitas crianças sem acesso a creches e a pré-escola, apesar da notável melhoria nesse quesito ao longo das últimas décadas. Embora a taxa de cobertura, entre 2002 e 2018, tenha pulado de 14,9% 35,7%, em creches, e de 67% para 93,8%, na pré-escola, nada justifica nosso atraso secular. Não tratamos nossas crianças como deveríamos, e a pandemia agravou ainda mais os problemas existentes.
         As crianças pobres, num ambiente desprovido de infraestrutura básica e de menor estímulo, acabam por ser as maiores vítimas da pandemia. A questão se torna ainda mais grave na chamada “primeira infância”, que corresponde às crianças com idade entre 0 e 6 anos.
         A primeira infância é o momento mais importante para o desenvolvimento humano. É nesse período que as habilidades motoras, cognitivas e emocionais são mais desenvolvidas. Uma boa infância, com os estímulos e apoios necessários, aumenta enormemente as chances de um melhor desempenho pessoal, educacional e profissional, com reflexos permanentes em toda a vida adulta. Pode-se afirmar, sob qualquer perspectiva, inclusive infanceira, que o melhor investimento que um país pode fazer é na primeira infância (o Banco Mundial estima em 17 vezes o retorno do valor investido).
         O papel do governo e da sociedade é crucial para ajudar as famílias na travessia de um dos maiores desafios do nosso tempo. O foco deve ser minorar os efeitos da pandemia, proteger as crianças e estabelecer as condições para que as consequências não sejam permanentes.
         No curto prazo é imprescindível uma política de apoio às famílias e às crianças, com o estabelecimento de estratégias nacionais e em rede de apoio emocional, pedagógico e financeiro para superar as consequências de um isolamento prolongado. Deve-se, ainda, sobretudo nas discussões urgentes a respeito do Fundeb, aprimorar os mecanismos de financiamento, com vistas a estimular o acesso e a melhoria da educação para a primeira infância. Por fim, no momento em que se discutem mudanças nos programas sociais, nada pode ser mais importante que priorizar ainda mais a assistência às crianças pobres e suas famílias, seja com mais renda, seja com a promoção de ações integradas na área de saúde, educação e assistência.
         A primeira infância é a chave para o nosso desenvolvimento. Investir com alta prioridade nas crianças não é só vantajoso, mas um imperativo ético de qualquer sociedade. Almejar a igualdade de oportunidades – ao menos do ponto de partida de cada cidadão – é um propósito que deve mobilizar toda a sociedade brasileira. Que o próximo ministro ajude a coordenar e a promover as mudanças necessárias. Os desafios são gigantescos, e já perdemos muito tempo com devaneios pseudoideológicos.”.

(Thiago Camargo. Advogado e sócio do Escritório Marcelo Guimarães e da Sinapse Consultoria e Projetos, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 15 de julho de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 20 de julho de 2020, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“A imunidade vibracional
        Para quem leu e gostou do livro “A Grande Síntese”, de Pietro Ubaldi, será fácil entender o texto a seguir. Para quem não teve essa felicidade, é possível refletir sobre o primeiro versículo do Evangelho de João: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... Tudo foi feito por Ele; e nada do que tem sido feito, foi feito sem Ele. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (João 1:1-4).
         São João descreve a manifestação do universo como o verbo, o som, a vibração.
         As ondas vibracionais são classificadas, segundo a sua natureza, como mecânicas ou eletromagnéticas. Um exemplo de onda mecânica é o som, e um de onda eletromagnética é a luz, que se propaga no vácuo, assim como as ondas de calor.
         A frequência de uma onde é decorrente da vibração da fonte que a produziu. Diz Celso Costa, terapeuta quântico brasileiro, que “ velocidade vibracional determina se a energia ase apresenta na forma física, líquida, gasosa e outros estados não visíveis. Tudo é uma interpretação de estados vibracionais. Inicialmente, gera-se por vibrações inaudíveis que se tornam, ao caminharem para a manifestação, perceptíveis. Tudo tem uma frequência que mantém sua forma e substância. Muda-se a frequência, muda-se a forma”.
         Ubaldi explica que as frequências são perceptíveis ao ser humano dotado de faculdade de receptor e transmissor.
         As cores são frequências, e não conseguimos enxergar o infravermelho nem ver além do ultravioleta; a percepção fica entre 4,3.101   Hz e 7,3.101 Hz, é o que o olho humano capta e o cérebro interpreta. As outras frequências, também, geram impactos sobre nossa consideração consciente. O mesmo efeito se dá com os infrassons e ultrassons, situados entre 20 Hz e 20.000 Hz, que são perceptíveis ao homem.
         Qualquer ser vivente possui uma frequência única, e um vírus também.
         O vírus da Covid-19 é uma proteína, que se manifesta com vibração baixa e com uma estrutura de circuito eletromagnético fechado, com ressonância entre 5,5 Hz e 14,5 Hz.
         Nas faixas mais altas, não é ativo e, a partir de 25,5 Hz, se extingue. Essas informações foram divulgadas por vários cientistas e publicadas recentemente pelo Instituto Midra, de São Paulo.
         “Para uma pessoa que vive em altas vibrações, isto é, ativamente ligada à alma, a Covid-19 não é mais perigosa do que infecções respiratórias agudas, porque o corpo de um homem saudável ‘vibra’ em faixas bem superiores às da Covid-19”. A saúde não é fortuita, tem relação com o equilíbrio vibratório. A psicossomática explica a relação entre a doença e o interior da personalidade (alma), e a psicanálise freudiana a comprova.
         “Ocasionalmente, quando, por várias razões, as vibrações se tornam mais baixas, abre-se a possibilidade de mal-estar e doença, e até de morte”. Dizem os pais de santo que corpo fechado é inatacável.
         Os distúrbios dependem do equilíbrio energético, pesam a fadiga, a exaustão emocional, a hipotermia, a tensão nervosa, a depressão, a insatisfação, a falta de autoestima etc.
         Neste momento planetário, a ressonância de frequência média total da Terra é de 27,4 Hz e, portanto, suficiente para inviabilizar o vírus, que se extingue com 25,5 Hz, mas há lugares em que essa frequência é menor, ou seja, zonas geopáticas criadas natural ou artificialmente. Hospitais, prisões, linhas de energia, veículos elétricos subterrâneos e públicos, shopping centers, escritórios, estabelecimentos de bebidas possuem vibrações comumente abaixo de 20 Hz. Piores ainda são os locais de sofrimento de seres vivos, como abatedouros.
         Copio aqui uma tabela para se entender o índice vibracional que emana de algumas experiências: medo, de 0,2 Hz a 2,2 Hz; ressentimento, de 0,6 Hz a 3,3 Hz; irritação, de 0,9 Hz a 3,8 Hz; ruído entediante, de 0,6 a 1,9 Hz; temperamento exaltado, 0,9 Hz; raiva, 1,4 Hz; orgulho, 0,8 Hz; megalomania, 3,1; abandono, 1,5 Hz; arrogância, 1,9 Hz.
         No oposto encontramos: generosidade, 95 Hz; manifestação de gratidão (‘obrigado”), 45 Hz; agradecimentos efusivos, 140 Hz; unidade com outras pessoas, 144 Hz; compaixão sincera, a partir de 150 Hz; amor comum, 50 Hz; amor com o coração voltado a todas as pessoas, acima de 150 Hz; amor incondicional, sacrificial e universal, a partir de 205 Hz. Como é fácil entender, as altas vibrações não dão possibilidade à Covid-19 de gerar estragos.
         Por milênios, a frequência do nosso planeta tem sido estável em torno de 7,6 Hz. Os físicos chamam essa frequência de “ressonância Schumann”, devido à batida gerada por um raio na cavidade entre a Terra e a ionosfera. Um homem se sentia confortável, no passado, nessas condições, uma vez que ele estava num campo de energia com os mesmos parâmetros – de 7,6 a 7,8 Hz.
         No entanto, a frequência de Schumann passou a crescer rapidamente: janeiro de 1995, 7,80 Hz; janeiro de 2000, 930 Hz; janeiro de 2007, 9,80 Hz; janeiro de 2012, 11,10 Hz; abril de 2014, 15,15 Hz. Não disponho de dados atualizados, mas resta evidente que, se as pessoas não acompanharem o aumento das vibrações do planeta, enfrentarão um desajuste vibracional, e nem todo o dinheiro acumulado as conseguirá manter com saúde e vivas.
         As emoções negativas, de baixa frequência, surgem na falta de positivas, assim como a escuridão na ausência do sol. Disso a necessidade de evoluir no controle interno.
         Como dizia o abade Eliphas Levi: “A beleza (e a saúde) é um empréstimo que a natureza faz à virtude”. Nisso pode estar o segredo da vacina natural que a ciência busca.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a estratosférica marca de 303,43% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 117,06%; e já o IPCA, em junho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,13%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade   “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.







sexta-feira, 12 de junho de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA QUALIFICAÇÃO DA ESCOLA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS LUZES DO DIÁLOGO E ECOLOGIA INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE


“E a educação?
        É certo, o país nunca tratou o tema com a importância estratégica observada em outras nações. Avanços importantes aqui e acolá não foram suficientes para tirarmos o país dos últimos lugares no ranking de qualidade da educação. Não se trata de um governo e/ou de um grupo partidário. Somos uma nação que parece desprezar a educação. É certo, também, que a gestão da crise em relação à pandemia tem sido um verdadeiro desastre. Não há coordenação, não há liderança nacional, e o país parece um barco à deriva.
         Entretanto, mesmo se relevarmos a ausência de compromisso histórico com a educação e a incapacidade política e de gestão que vivenciamos em relação à pandemia, nada é tão comprometedor, triste e impactante no longo prazo do que o que ocorre na área.
         Crianças, adolescentes, pais, professores e gestores permanecem com a incerteza do momento que estamos vivendo. Professores exaustos e frustrados; secretários de Educação procurando alternativas na gestão do sistema e preocupados com os altos custos decorrentes do retorno; escolas privadas com risco de falência; alunos, sobretudo os mais novos e os mais pobres, perdendo ações pedagógicas e estímulos essenciais. A desigualdade exacerba e mostra uma de suas faces mais cruéis, ao impor um abismo intransponível, decorrente da condição socioeconômica das famílias, com impacto direto na vida e no futuro das crianças.
         Nossa omissão não é nova, mas a realidade nunca foi tão dramática – e se agrava com a atuação do Ministério da Educação. A ausência completa de uma política educacional e as ações pontuais desconexas são o retrato da mediocridade. Infelizmente, o atual ministro está concentrado numa cruzada ideológica, quando não está ocupado em despejar impropérios contra o STF e outras instituições.
         Não há uma política de apoio concreta aos sistemas educacionais para o enfrentamento dos efeitos da pandemia. Abertura ou não? Quais protocolos? Qual idade? Como acolher crianças e famílias no retorno às aulas? Quem financia os custos? O que fazer com as escolas privadas? Como apoiá-las? Novo Fundeb? Enem? Como atenuar os problemas, envolver a comunidade escolar, as empresas e os governos em busca de soluções, alternativas e saltos de qualidade? A pandemia e seus efeitos são simplesmente ignorados pelo maior responsável pela área.
         A educação está completamente sem rumo. Especialistas da área estão desesperados. A situação é tão bizarra que levou Priscila Cruz, presidente do Todos pela Educação, instituição referência na área, a dizer em recente entrevista que “as palavras ‘absurdo’, ‘indecente’ e ‘injusto’ não dão conta do que a gente presencia no Brasil”.
         A pandemia e o MEC atual agravam de forma assustadora os problemas estruturais na área educacional. A novidade é a ausência de preparo, compostura, programas e políticas. Um total desprezo pela educação. Com quase nenhuma reação concreta da sociedade, dos políticos e das instituições, permaneceremos à deriva. Até quando hipotecaremos o futuro?”.

(Thiago Camargo. Advogado e sócio do escritório Marcelo Guimarães Advogados e da Sinapse Consultoria e Projetos, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 5 de junho de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, mesma edição, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Outro estilo de vida
        Conquistar um estilo de vida diferente é inadiável desafio inscrito na pauta da civilização contemporânea. Trata-se de clamor que não é novo, mas que ganhou ainda mais urgência ante o esgotamento humanístico e os adoecimentos enfrentados atualmente pela humanidade. De diferentes esferas que tratam o meio ambiente – conferências mundiais, fóruns internacionais, eventos e congressos – vêm indicações sobre a necessidade imediata de se conquistar renovado estilo de vida. Há relação entre os esgotamentos da natureza e as crises humanitárias, que geram pandemias e outros descompassos – ameaças à vida de todos, especialmente dos mais pobres.
         Conquistar um estilo de vida diferente exige reconhecer a complexa e hegemônica realidade cultural da atualidade. Essa realidade tem força que é, ao mesmo tempo, avassaladora e sedutora, exercendo domínio em diferentes campos, sem mesmo poupar a ascese da vida religiosa. É quase impossível calcular os investimentos necessários para superar os obscurantismos, proselitismos, fundamentalismos, exibicionismos, extrativismos, sectarismos. São graves problemas que se somam a tantos outros “ismos”, formando uma relação de superficialidades que desfiguram a preciosidade do dom de viver e a Casa Comum.
         Eleja-se como ponto de partida na busca por outro estilo de vida superar o consumismo. Trata-se de um fenômeno alimentado de modo selvagem pelo mercado, que cria mecanismos compulsivos para levar pessoas a se submeterem aos gastos supérfluos. O papa Francisco, na sua carta encíclica sobre o cuidado com a Casa Comum, afirma, de modo interpelante, que o consumismo obsessivo é o reflexo subjetivo do paradigma técnico-econômico contemporâneo. Obviamente, considerando os problemas atuais, são urgentes avanços na infraestrutura e na área da saúde para garantir celeridade à superação da pandemia e de seus desdobramentos econômicos. Mas não se pode contentar com paliativos: há de ser enfrentado o paradigma hegemônico, aquele técnico-econômico, que sustenta a ilusão de uma liberdade para consumir ilimitadamente.
         O ser humano, dominado por esse paradigma, não consegue converter processos destrutivos, permanece incapaz de adotar um modo de viver diferente. Por isso, a civilização contemporânea, no enfrentamento desta pandemia, precisa conquistar uma cidadania renovada, marcada por hábitos orientados pela simplicidade e pela leveza. Uma tarefa difícil, pois a cultura mundial parece se pautar pelos exageros, raízes de doenças e outros males. A humanidade deve, pois, cultivar compreensão de si mesma e desses exageros, a démarche dos processos de radicalização, para reorientar seus rumos, suas dinâmicas e fazer escolhas acertadas, sob de encontrar o autoextermínio. Permanecer sob o domínio da hegemonia do consumo é conviver, cotidianamente, com a ameaça de novas pandemias, agravadas pelas que ainda não foram superadas.
         Faz-se necessário um estilo de vida diferente, asseverado por novos protocolos e providências que vão de pequenas atitudes a medidas estruturantes, com impactos mais amplos. Há muito a ser mudado. Basta pensar que ainda hoje, em uma civilização de tantos avanços tecnológicos, falta, a muitos, adequada educação sobre atitude básica de higiene: o ato de lavar as mãos.
         De fato, o encastelamento na autorreferencialidade a que as pessoas têm se submetido, com consequências nefastas como a indiferença ou a idolatria do dinheiro, fermenta a voracidade que distancia todos de hábitos saudáveis, frugais, comprometendo vínculos, deteriorando e incapacitando para relações solidárias. Um novo estilo de vida não apenas resguardará a humanidade de fenômenos climáticos, de grandes desastres naturais ou mesmo de doenças desconhecidas – ajudará também a debelar crises sociais e políticas. Por isso mesmo, reconfigurar hábitos – do simples ato de sempre lavar as mãos aos novos modos de consumo, convivência e trabalho – é imprescindível. Trata-se de uma necessidade deste tempo, demandando força de exemplaridade das instituições e dos segmentos da sociedade, na contramão de insanidades – em atitudes ou falas.
         A meta que deve ser busca é dar rumo diferente à humanidade a partir de novos modos de viver, a serem cultivados no diálogo, com o coração de aprendiz. Assim é possível conquistar, para cada realidade, na família, Igreja, instituições diversas e segmentos sociais, um estilo de vida diferente.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a estratosférica marca de 313,43% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 119,32%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,40%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



sexta-feira, 8 de maio de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DAS LIDERANÇAS NA BOA GOVERNANÇA E O PODER DA DEMOCRACIA, DO DIREITO, DA JUSTIÇA E DA PAZ NA TRAVESSIA DA PANDEMIA NA SUSTENTABILIDADE


“Gestão de crise em tempos de pandemia
        O mundo encontra-se quase paralisado. Não sabemos o que será do amanhã e quando voltaremos ao normal. A pandemia assola o mundo e o país de forma devastadora. Os governos, as empresas e as pessoas procuram soluções emergenciais para sobreviver aos enormes desafios. Passado o impacto inicial da pandemia, é hora de pensarmos numa estratégia mais ampla para tirarmos o país do buraco e iniciarmos uma longa jornada de retomada da economia e normalização da vida social.
         Numa crise como a atual, é necessária uma visão sistêmica, abrangente e multidisciplinar. O princípio básico a nortear as ações é o respeito à vida humana em todas as suas dimensões, sem incorrer na falsa dicotomia entre saúde e econômica. Aqui vale a regra: “Para cada problema complexo, há uma solução simples – e ela está errada”, atribuída ao ex-ministro Pedro Malan.
         Para o Brasil, vislumbro três grandes prioridades na gestão desta crise de proporções mundiais: a) acompanhar, avaliar e aprofundar as ações nas áreas social, econômica e de saúde, para mitigar os efeitos da pandemia; b) criar um plano para retomada da economia, com cautela, segurança sanitária e visão de médio e longo prazo: c) instituir um grau mínimo de coordenação entre os Poderes e os entes federados, de forma a efetivar ações e políticas públicas de maneira eficiente.
         Para a efetivação dessas prioridades, precisamos ter em mente que não existem respostas preconcebidas, sobretudo para problemas complexos e de difícil solução. Hoje, a exacerbação político-ideológica inverte a seta. Primeiro, temos a solução – “mais mercado” ou “mais Estado” – antes mesmo de sabermos qual é a real natureza do problema a ser solucionado. O resultado é uma interminável discussão, sem a resolução dos problemas concretos que afetam a qualidade de vida das pessoas. Precisamos de praticidade e sentido de urgência.
         A coordenação de todo o processo de gerenciamento da pandemia, bem como suas consequências políticas, econômicas e institucionais demandam uma enorme capacidade de liderança, persistência, diálogo e senso de responsabilidade.
         A história mundial nos apresenta exemplos de desprendimento de líderes que entenderam a gravidade do momento e seu papel diante dos desafios de seu tempo. Não se trata de abrir mão de princípios, valores e/ou ideologia. Trata-se de sinalizar a necessidade de encontro do país consigo mesmo e da imposição ética de colocar a proteção à vida acima dos interesses político-partidários, da ideologia e das brigas que dividem famílias, amigos e imobilizam a todos.
         É preciso que nossos líderes assumam as suas responsabilidades, comportem-se de acordo com a estatura do cargo que ocupam e, sobretudo, sirvam de exemplo para que possamos reconstruir o país. Precisamos de estadistas, mas se tivermos ao menos líderes minimamente responsáveis já será um começo.”.

(Thiago Camargo. Advogado; sócio do escritório Marcelo Guimarães Advogados e da Sinapse Consultoria e Projetos, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 6 de maio de 2020, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de mensagem da CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL (CNBB) –   Brasília, 30 de abril de 2020 – P – Nº. 0271/20, assinada por Dom Walmor Oliveira de Azevedo – Arcebispo de Belo Horizonte – MG, Presidente da CNBB; Dom Jaime Spengler, OFM – Arcebispo de Porto Alegre – RS, 1º Vice-Presidente; Dom Mário Antônio da Silva – Bispo de Roraima – RR, 2º Vice-Presidente, e, Dom Joel Portella Amado – Bispo Auxiliar de São Sebastião do Rio de Janeiro –RJ, Secretário-Geral da CNBB, e que merece igualmente integral transcrição:

“POSICIONAMENTO DA CNBB EM DEFESA DA DEMOCRACIA, PELA JUSTIÇA E PELA PAZ!

“Parai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem: buscai o direito, socorrei o oprimido, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva. Então, sim, podemos discutir” (Is 1, 16b-18ª).
            
          A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, por meio do seu Conselho Episcopal Pastoral, reafirma, com veemência, seu compromisso com o “Pacto pela Vida e pelo Brasil”, de 7 de abril passado, assinado inicialmente por seus respeitadas instituições da sociedade civil e, posteriormente, por mais de 150 entidades, considerando que “a hora é grave e clama por liderança ética, arrojada, humanística, que ecoe um pacto firmado por toda a sociedade, como compromisso e bússola para a superação da crise atual”.
         Diante da mais grave crise sanitária dos últimos tempos, com o sistema de saúde já entrando na fase de colapso, consideramos este momento dificílimo, que clama pelo efetivo exercício da solidariedade e da caridade. É tempo das palavras e atitudes serenas de paz, de fé e de esperança, de respeito às leis e à democracia. É com perplexidade e indignação que assistimos manifestações violentas contra as medidas de prevenção ao coronavírus; que ouvimos declarações enviesadas de desprezo pela vida, por parte de agentes públicos sobre a morte de milhares de brasileiros e brasileiras contaminados pelo covid-19; que vimos acontecer eventos atentatórios à ordem constitucional, com a participação de autoridades públicas, onde se defendeu o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, a volta do AI-5 e o retorno aos sombrios tempos da ditadura; que todo o Brasil soube de denúncias acerca da politização da justiça, ferindo sua necessária autonomia de investigação.
         A Doutrina Social da Igreja ensina, com clareza, a intocável harmonia e cooperação entre os Poderes, base constitutiva da República, garantia do Estado Democrático de Direito, o princípio de que “é preferível que cada poder seja equilibrado por outros poderes e outras esferas de competência que o mantenham no seu justo limite. Este é o princípio do “Estado de direito”, no qual é soberana a lei, e não a vontade arbitrária dos homens.” (CDSI, 408).
         Portanto, buscar soluções para os problemas do Brasil fora da institucionalidade democrática e em confronto com os poderes da República, coloca em risco a democracia e a integridade do povo brasileiro. Nessa perspectiva, não são toleráveis as manifestações sociais que atentam contra a Constituição, assim como não é tolerável que qualquer autoridade viole os preceitos constitucionais e despreze a vida. Espera-se das instituições republicanas, garantidoras do Estado de Direito, a devida responsabilização dos que atentam contra a ordem democrática.
         Reiterando o posicionamento contido no “Pacto pela Vida e pelo Brasil”, a CNBB conclama a sociedade e os responsáveis pelos poderes públicos a se libertarem dos vírus mortais da discórdia, da violência, do ódio e a se unirem no único confronto que a todos nos interessa nesse momento: a prevenção e o combate à Covid-19, em defesa da vida, especialmente a dos mais pobres e vulneráveis.
         O cuidado da saúde das pessoas e da economia são fundamentais para a garantia da vida em sua plenitude e não se opõem. Na perspectiva da Doutrina Social da Igreja, a economia está a serviço da vida: “o princípio da destinação universal dos bens convida a cultivar uma visão da economia inspirada em valores morais que permitam nunca perder de vista nem a origem, nem a finalidade de tais bens, de modo a realizar um mundo equitativo e solidário, em que a formação da riqueza possa assumir uma função positiva.” (CDSI, 174).
         Sob a proteção de Nossa Senhora Aparecida, Maria, mãe discípula de Jesus, irmamo-nos na luta empenhada por justiça e paz e pela democracia plena, onde deve prevalecer o bem comum e a dignidade de cada pessoa, como partícipe da construção de uma nova sociedade marcada pela solidariedade, como nos ensina o Papa Francisco: “o risco é que possamos ser atingidos por um vírus ainda pior, o da indiferença egoísta. Um vírus que se espalha pelo pensamento de que a vida é melhor se for melhor para mim e que tudo ficará bem se for bom para mim.” (Papa Francisco, 19/04/2020).”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a estratosférica marca de 326,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 130,0%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,30%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.