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quinta-feira, 2 de abril de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS GRAVES CLAMORES DAS DESIGUALDADES SOCIAIS E OS ILUMINADOS CAMINHOS DA ECOLOGIA INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE (41/129)


(Abril = mês 41; faltam 129 meses para a Primavera Brasileira)

“Desigualdade social e coronavírus
        No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde decretou que há uma pandemia no mundo causada pelo novo coronavírus chamado Sars-Cov-2, que a causa a doença Covid-19. As recomendações das autoridades sanitárias, de saúde e de infectologia são acessíveis para a maioria da população e se resumem em medidas de higiene e confinamento, evitando-se aglomeração das pessoas para frear a capacidade de contágio do vírus e não sobrecarregar o sistema de saúde.
         Essas recomendações, entretanto, não são simples para moradores  de assentamentos informais, conhecidos também por favelas, principalmente aquelas muito adensadas, cujos imóveis são pequenos e com pouca ventilação e que não possuem saneamento básico, com o agravante de que seus habitantes trabalham, em sua grande maioria, em atividades informais, o que pode provocar a falha no plano de contenção dessa doença infectocontagiosa.
         Neste contexto, a pandemia do coronavírus se tornou uma oportunidade para evidenciar que a desigualdade social traz reflexos perversos para toda a sociedade e não apenas para os desafortunados que nela estão inseridos.
         Estudos sugerem uma relação intrínseca entre a desigualdade de renda e a criminalidade, ou seja, quanto maior a desigualdade social, maior a violência.
         O Brasil, de acordo com o índice Gini, está entre os países mais desiguais, e suas capitais mais populosas, como São Paulo, apresentam altas taxas de homicídios, índices usados para medir a violência. Esse quadro é nefasto para grande parte da sociedade: para aqueles que possuem o suficiente para viver, há o medo do assalto, roubos e furtos; e os que nada possuem também são violentamente humilhados por uma sociedade de consumo, já que não podem ter nada daquilo que é vendido como necessidade.
         Especialistas estão chamando a atenção para a prevenção do coronavírus nas favelas, e o consenso é que nos locais onde o acesso à água se dá de forma irregular e que não há ao menos saneamento, o atendimento às recomendações de isolamento social e de higienização das mãos não poderá ser suficiente, aumentando consideravelmente o risco de esses  locais tornarem-se um foco de contaminação, impactando o restante da sociedade.
         As desigualdades sociais devem ser combatidas não apenas por altruísmo, mas pelo próprio instinto de sobrevivência. É inaceitável que seres humanos não possam ter ao menos um local digno de moradia servido de água, luz e saneamento básico, condições mínimas para se viver saudavelmente. No momento, além de injusta, essa situação se mostra contraproducente para se tentar conter um vírus com alta capacidade de transmissão.
         Além das condições de higiene, os moradores de favelas que vivem no mercado informal terão sua renda comprometida com o rápido desaquecimento da economia, paralisação de vários setores e aumento de desemprego, especialmente no comércio. Há várias iniciativas para se pensar no estabelecimento de uma renda mínima que estão na contramão das políticas neoliberais recentemente implantadas e em expansão.
         O momento deve ser de cuidado, mas também de reflexão sobre a sociedade que queremos. O estabelecimento de políticas públicas como a renda mínima para desempregados e trabalhadores informais é somente uma das primeiras medidas que podem ser tomadas. Outras devem ser viabilizadas para alcançar os objetivos preconizados em nossa Constituição Federal – de uma sociedade justa e solidária, na qual a diminuição da pobreza é uma meta.”.

(Cleide Aparecida Nepomuceno. Defensora pública em atuação na Defensoria Especializada em Direitos Humanos, Coletivos e Socioambientais (MG), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 1 de abril de 2020, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com.br, edição de 27 de março de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Voz do pobre, coro de lucidez
        O Brasil e o mundo estão sob o embargo de um exigente silêncio obsequioso. A exigência de não sair de casa, um dos incontestáveis remédios capazes de interromper a disseminação do Covid-19, enquanto se trata e recupera os contaminados, faz prevalecer no ambiente doméstico e nos lugares públicos um grande silêncio, incontrolável, a exemplo do vírus que contamina, fortemente, a sociedade contemporânea. Essa sociedade que é tão habituada a um ritmo frenético, fonte de adoecimento para a humanidade e a natureza, de distorções em sistemas sociais, políticos, econômicos e culturais, que levam à perda de rumos e à desconsideração do sentido da vida – dom e compromisso. O incômodo deste silêncio, fecundado por medos e inseguranças, por vezes emoldurado por indiferenças e considerações inconsequentes, irresponsáveis, pode guardar força terapêutica de grande valia. Este obsequioso silêncio confronta-se com a avalanche de palavrórios, propalados na ânsia de querer falar muito sobre aquilo que pouco entende, na ousadia de considerar saber mais do que, de fato, conhece.
         Esse silêncio pode oferecer à humanidade a oportunidade de escutar mais, reconhecer aquelas direções que foram negligenciadas, os entendimentos desprezados, as vozes que não são ouvidas e, consequentemente, os sentidos que passam desapercebidos. Este tempo, com o seu silêncio, indica a necessidade de superar a idolatria do dinheiro, o absurdo das ganâncias dos que se apegam à falsa segurança do acúmulo de posses, que enfraquecem os seres humanos a ponto de a humanidade se desestabilizar. É preciso reconhecer: a vida é dom. Neste dom, inscreve-se o compromisso de estar a serviço do semelhante, que é irmão.
         Por isso, causa perplexidade ver que ainda há gente indiferente, convivendo pacificamente com outras pandemias – a da exclusão social, dos desmandos políticos responsáveis por migrações forçadas, dos extermínios de mulheres, indígenas e de pobres moradores nas ruas, dentre tantas outras. Agora chega uma pandemia que bate à porta de todos, igualmente, desmontando sociedades e suas economias, comprovando que o meio ambiente precisa ser balizado pelos princípios e lições sábias no horizonte da ecologia integral. O mundo tem gritado pelas vozes dos mais pobres, dos que nada têm. Já os que muito possuem e têm de sobra, precisam, a partir do atual silêncio, escutar essas vozes, reconhecendo-as como um coro de lucidez. A partir dessa sensibilidade, debelar as pandemias das irresponsabilidades e de palavras inconsequentes, exigir providências urgentes para superar incompetências humanísticas, governamentais e de indivíduos deletérios.
         O ciclo novo almejado, a ser construído pela sociedade brasileira, não permite ufanismos. Requer intuições que fortaleçam as instituições governamentais, livres de fisiologismos ideológicos e dos atendimentos de interesses oligárquicos, para que cumpram adequadamente suas responsabilidades no contexto democrático. Para fazer surgir nova realidade, é preciso se renovar, exigência comum a empreendimentos e empreendedores, a instituições políticas e governamentais, não poupando o mundo religioso e cultural. Qualquer indiferença ou relativização ante a exigência de renovação, perpetuará hábitos que merecem ser revistos e fará com que outras pandemias enfraqueçam ainda mais a humanidade.
         Urge, na batalha contra o Covid-19, com investimento em práticas solidárias, reconhecer a tarefa prioritária de se escutar a voz dos pobres, deixar-se interpelar pelo coro de lucidez para, humildemente, contribuir na constituição de novo ciclo humanitário. Pela via da solidariedade, que exige renúncias, partilhas e o reconhecimento da igualdade humana no direito à vida digna, todos se sintam envergonhados pelas exclusões, 0para fazer surgir lógica diferente, capaz de orientar programas dedicados ao amparo dos mais pobres, dos vulneráveis, no horizonte incontestável da ecologia integral. Cada pessoa reconheça que tudo está interligado, o tempo e o espaço não são independentes entre si, como assevera o papa Francisco, na sua carta encíclica sobre a casa comum. O papa sublinha ainda que os vários componentes do planeta – físicos, químicos e biológicos – se relacionam, assim como as espécies vivas formam uma trama que nunca acabaremos de individuar e entender. Que a humanidade comece a pensar a sua nova etapa civilizatória, sensível à voz do pobre, coro de lucidez.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a estratosférica marca de 322,6% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 135,6%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,01%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




sábado, 21 de março de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA PRODUTIVIDADE NAS ORGANIZAÇÕES E A TRANSCENDÊNCIA DA MIGRAÇÃO NA SUSTENTABILIDADE


“Produtividade no trabalho
        É curioso notar que ainda estamos no primeiro trimestre do ano, e as pessoas já estão sem tempo em suas agendas. As rotinas iniciam junto com o nascer do sol e não têm hora para acabar. Li recentemente uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelando que no Brasil trabalha-se mais seis horas do que em vários países ricos no mundo.
         O problema é que a produtividade do brasileiro é baixa. Na Alemanha, por exemplo, a média semanal de trabalho é de 38 horas, contra 44 horas no Brasil. E, mesmo com seis horas a menos de trabalho, o alemão consegue ser quatro vezes mais produtivo que nós.
         É um forte indício que a gestão de tempo se faz necessária para a produtividade no trabalho. Quando relacionamos isso às ofertas do setor de TI, algumas medidas podem suavizar essa falta de tempo, como, por exemplo, a terceirização das atividades de gestão de TI.
         Essa é uma prática comum e otimiza o tempo de colaboradores e gestores, que podem focar esforços nas estratégias do negócio. Girando essa “chave”, é possível criar rotinas mais inteligentes e eficazes.
         A utilização de um suporte em todo processo do negócio é uma maneira de assegurar que, além de aumentar a produtividade, esta ação seja custo-eficiente. Isso porque alguns serviços de TI costumam demandar tempo desde a implantação até a execução, mas são fundamentais para as empresas que estão de olho na questão da produtividade. Para nomear alguns exemplos, temos as soluções integradas na nuvem, como o Microsoft 365 e o Microsoft Azure, além da gestão de ambientes on-premises, que demandam atenção e trabalho na implantação.
         Para além da questão do uso das horas dos profissionais em atividades que realmente tenham impacto no negócio, os serviços gerenciados proporcionam um monitoramento 24 horas por dia, evitando falhas de conectividade e perdas de performance e possibilitando proatividade na correção de problemas. Outro ponto significativo é o ganho de vantagem competitiva, pelo qual, por meio de um ambiente gerenciado, é possível proteger as informações confidenciais da empresa de ameaças e vazamentos.
         A preocupação com a transformação digital atinge desde as pequenas empresas, as startups e até as multinacionais. Todos podem se beneficiar de soluções integradas para reduzir custos, aumentar a qualidade técnica dos produtos e obter o máximo de desempenho com eles. Por essa infraestrutura sólida de TI já é possível enxergar mais produtividade, deixando o caminho livre para as pessoas expressarem o que as máquinas nunca serão capazes de ter: criatividade, sentimentos e interações sociais.”.

(Max Camargo. Diretor comercial da Solo Network, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 18 de março de 2020, caderno OPINIÃO, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 13 de março de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Todos migrantes
        A mobilidade humana, com seus intensos fluxos, rompe cada vez mais as fronteiras em todo o mundo, o que exige uma nova consciência global. As misérias, violências e descompassos são universalizados: batem às portas de governos, oligarquias acomodadas nos seus confortos e exigem novas posturas, de todos os cidadãos e cidadãs. Equívoco é pensar que o migrante é um problema, pois, mais que simples slogan de campanhas humanitárias, a verdade é que somos todos migrantes. Nesse sentido, o fenômeno doloroso e desafiador das migrações, motivadas pela violência e pela miséria, em escala assustadora, exige a mobilização da sociedade na busca por solução.
         No contexto brasileiro, as migrações, ao longo da história, trouxeram sempre novas exigências e ajudaram a compor novo mapa civilizatório, possibilitaram conquistas, mas trouxeram também problemas, a exemplo dos preconceitos e discriminações. Um processo de avanços e retrocessos. Mais recentemente, há aproximadamente cinco anos, o Brasil tornou-se destino dos que buscam sobreviver dentro da crise humanitária contemporânea, que afeta o contexto geopolítico mundial. Um cenário que envolve a Venezuela e a sua realidade desafiadora, com complexidades que estão urgindo soluções capazes de evitar a multiplicação de refugiados.
         No Brasil, o Estado de Roraima é a porta de entrada de venezuelanos e haitianos em fluxo migratório que desmascara lógicas políticas e econômicas na contramão da paz e da justiça. Dos órgãos internacionais e nacionais diretamente envolvidos são exigidas medidas que garantam a superação dessas lógicas, o que requer também novas posturas e lúcida compreensão da sociedade mundial. Sinaliza a gravidade do desafio contemporâneo a constatação de que o cenário laboral despreparado na sociedade brasileira precisa, ainda, conseguir promover a inclusão de migrantes. Uma situação que urge velocidade em ações pela força de irrenunciável solidariedade. A dura realidade da migração venezuelana, na rede de outras migrações, é um clamor gritante, a ser ouvido por todos, com urgentes providências, adotadas por diferentes segmentos sociais e instâncias de poder. As realidades migratórias devem inspirar nova e urgente compreensão da vida como dom e compromisso.
         Desconhecer a realidade dos migrantes ou assumir uma “capa acética”, distante, tentando tornar-se imune à dor do outro, significa contribuir para o próprio fracasso ou para alimentar estreitamentos de todo o tipo. A cobrança será cara e amarga. A sociedade está convocada a conhecer e a se envolver cada vez mais, de modo adequado, na busca de soluções para as crescentes crises humanitárias em curso. Iniciativas solidárias, a exemplo da Operação Acolhida do Exército Brasileiro, contracenando com o trabalho de ONG’s internacionais, com as ações efetivas de diferentes confissões religiosas, incluindo a Igreja Católica, com suas instituições e programas, articulados pela Diocese de Roraima.
         No horizonte do compromisso com os migrantes, reconhecendo a urgência de novas ações solidárias e de se fortalecer as que já estão em curso, a Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), neste tempo da Quaresma, se une e se dedica ainda mais aos refugiados, gerando fortes ecos no coração da Igreja Católica no Brasil, com o objetivo de contribuir para superar as situações dolorosas. Muito se está fazendo, louvavelmente. Mas, ainda é grande a lista de carências, o que demanda diferentes formas de generosidade, partilhas e novas posturas. A Região Centro-Sul do Brasil, pelos muitos quilômetros que a separam de Roraima, ainda tem uma visão distante da realidade dos muitos que atravessam a fronteira do País. Precisa, pois, trilhar longo caminho de aprendizagem e escuta, para ajudar mais, nos vários modos possíveis – partilhar bens e garantir aos que sofrem o fundamental para a sobrevivência digna; contribuir para a inclusão no mercado de trabalho, com medidas que, de fato, ajudem a diminuir o problema do desemprego no Brasil.
         Impossível não se comover ao encontrar dezenas de crianças que necessitam de carinho e de cuidados, da alimentação à educação. Não se pode deixar de acolher a advertência de que a realidade dos refugiados é desafio que diz respeito a todos, não importa a região que se habita. A mobilidade humana provocada por crises humanitárias, as crescentes violências, os vírus que se proliferam e tantas outras dolorosas realidades não vão deixar ninguém sossegado no bem viver que achou ter encontrado. Somos todos migrantes, convocados a deixar lugares e a nos mover pelas exigências do viver humano, que requer solidariedade.
         Diante do que está ocorrendo e que exige mudanças de hábitos e práticas – a partir da compreensão de que a vida é dom e compromisso –, deve-se orar e deixar-se tocar pela súplica saída do coração do Papa Francisco: “Deus de misericórdia e Pai de todos, acordai-nos do sono da indiferença, abri nossos olhos às tribulações dos migrantes, e libertai-nos da insensibilidade, fruto do bem-estar mundano e do confinamento em nós mesmos”. Cresça a consciência de que todos são migrantes – estamos sempre a percorrer um caminho – para alcançar a lucidez existencial da solidariedade, fundamental para edificar um mundo novo, na justiça e na paz.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca de 316,79% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 165,60%; e já o IPCA, em fevereiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,01%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



       

sábado, 7 de março de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA TRANSPARÊNCIA E CREDIBILIDADE NA BOA GOVERNANÇA E AS SUPREMAS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA SINFONIA HUMANÍSTICA NA SUSTENTABILIDADE


“A importância de se adotar a transparência como valor
        Comunicar fatos desfavoráveis ao negócio é uma atitude que enfrenta resistência entre muitos empresários e gestores. Afinal, ninguém quer pôr sua imagem em risco. No entanto, muitas vezes essas fragilidades acabam sendo expostas contra a vontade da empresa, e a atitude de omiti-las pode ser interpretado como desonestidade. Por isso, a falta de transparência pode trazer grandes prejuízos para a imagem da organização.
         Deixar de se posicionar diante de um problema ou ocultar informações como resultados negativos e conflitos internos pode parecer uma ideia tentadora. No entanto, tal atitude pode tirar credibilidade da empresa perante os stakeholders, ou seja, fornecedores, investidores, clientes ou grupos de interesse de modo geral.
         A transparência empresarial é cada vez mais valorizada no mercado. De acordo com o relatório Social Media & Evolution of Transparency, realizado pela empresa de mídia social Sprout Social entre mil consumidores dos Estados Unidos, 86% deles consideram importante que a empresa seja transparente. A pesquisa perguntou ainda se os consumidores estariam dispostos a dar uma segunda chance a marcas transparentes depois de uma má experiência, e a resposta foi positiva para 85% dos entrevistados.
         O surgimento de problemas é natural em uma organização, sejam expectativas que não foram atendidas, imprevistos que impediram a concretização de planos anunciados anteriormente ou até mesmo acidentes. Porém, na maioria das vezes, o fator decisivo é a forma como a empresa se posiciona diante deles. Nesse momento, a transparência é importante não somente para superar esses obstáculos, mas também como uma oportunidade para demonstrar know-how, conquistar confiança dos stakeholders e adquirir credibilidade.
         Um exemplo de política de transparência utilizada de forma bem-sucedida foi a gestão de crise da Johnson&Johnson na década de 80, quando a empresa foi vítima de uma sabotagem. As decisões da diretoria diante do problema foram totalmente pautadas pela honestidade. Os produtos defeituosos foram recolhidos imediatamente, os atingidos foram devidamente indenizados, e as demandas da imprensa foram prontamente atendidas.
         Utilizando essa estratégia, a empresa conseguiu contornar a crise e resguardar seu legado, que dura até os dias atuais.
         No entanto, para usar a transparência a seu favor, é preciso planejamento e estratégia. É necessário ser capaz de visualizar os limites e distinguir as informações relevantes daquelas sensíveis e sigilosos. Saber agir de maneira honesta sem deixar de se preservar é uma características das empresas que são referência em governança corporativa, se desta no mercado e enxergam oportunidades nos problemas que surgem.”.

(Matheus Vieira Campos. Coordenador regional da Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte (Amcham­_BH), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 7 de março de 2020, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 6 de março de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Vozes e profecias
        Vozes e profecias contracenam nos cenários que marcam circunstâncias da sociedade contemporânea. As vozes são muitas. Não poderia ser diferente, pois a contemporaneidade também se caracteriza pelo direito irrestrito de se expressar – uma necessidade e também um dever. Os diálogos são tecidos com os elos do que se diz. E as vozes são muitas, ante a autonomia, a necessidade e o dever de se expressar. Dessa realidade, surgem desafios para enunciar falas coerentes, sensíveis às muitas vozes que precisam se fazer ouvir. A escuta se torna, pois, uma exigência. Condição indispensável para o diálogo. Há, assim, a dicotomia entre os direitos de poder, de dever dizer, e a exigência de também saber escutar. Sem escuta, não há diálogo e, consequentemente, relações ficam prejudicadas, crescem radicalismos, polarizações, preconceitos e juízos inadequados.
         Interessante é recordar o dito popular: “Quem diz o que quer ouve o que não quer”. Sublinha-se, pois, o aspecto de que a liberdade de dizer não dispensa o compromisso ético com a verdade. Não é tarefa fácil. O ato de falar depende de determinada interpretação, pois há certa parcialidade que se evidencia com um olhar hermenêutico. São vozes e vozes que buscam se fundamentar na verdade, ao menos na verdade de seu território. A partir dessa premissa, quando se observa diferentes enunciados na contemporaneidade, constata-se que está em curso a consolidação de uma Babel, acirrada pelas estreitezas de diferentes interpretações dos que pensam possuir a verdade, quando, em vez disso, falam a partir de interesses dos lugares que ocupam.
         Nesta Babel de vozes está o enfraquecimento da capacidade profética do ser humano, seja feito pelo silêncio permissivo perante as injustiças ou pela incapacidade de escutar os diferentes clamores. As profecias gradativamente perdem espaço para as convivências e o ser humano torna-se incapaz de cultivar o sentimento de indignação frente a situações que precisam ser mudadas. Trata-se de um sinal da crise do compromisso comunitário. O que passa a valer hegemonicamente é o que está garantido no horizonte sedutor do consumismo, advindo a lógica mercantilismo e da sedução de um bem-viver egoísta, mesquinho. Essas lógicas e dinâmicas são tão traiçoeiras e cegam a tal ponto que não se consegue revestir discursos com a coerência de um testemunho revelado na própria conduta. Isso faz lembrar Jesus numa invectiva forte, contundente e atual, a respeito de seus contemporâneos: eles falam, mas não praticam o que pregam.
         Sem profecias, o mundo se perde. A voz profética incomoda, por tocar o âmago de feridas, com a assertividade sustentada pela indignação, aspecto que não pode faltar, sob pena de alimentar a indiferença e incapacitar para aquele olhar que gera a compaixão e disposição de cuidar. Por isso mesmo, as vozes múltiplas do tempo atual, quando é necessário construir novos entendimentos e formatar novos sistemas, são desafiadas a retornar e fazer renascer as profecias. Existem medos, desconfianças, titubeios, rigidez, disputas cegas contracenando com a demanda reprimida de vozes proféticas capazes de abrir caminhos, com lucidez, no horizonte dos anseios da humanidade.
         Os cidadãos estão desafiados a unir suas vozes, nos seus diferentes tons, por uma sintonia humanística que emoldure a caminhada da sociedade. Importante é deixar-se interpelar, esperançosamente, pelos sonhos do Papa Francisco, na sua recente Exortação Pós-Sinodal, “Querida Amazônia”, nos largos horizontes dos sonhos social, cultural, ecológico e eclesial. O primeiro passo da profecia será sempre reconhecer a própria condição de aprendiz, aberto a remodelações, correções e a novas práticas, particularmente pelo convencimento de que a hora exige um falar com força para desencadear transformações.
         Assim, a Igreja Católica, intrinsecamente fundamentada na profecia, pelas exigências irrenunciáveis do Evangelho de Jesus, vive agora interpelante desafio, com sua voz própria – sem empréstimo de outras vozes, mas contracenando, para que haja harmonia: contribuir para que os muitos “dizeres” constituam um coro profético, na contramão clara e corajosa de desmandos do conservadorismo político, de atentados insanos contra a democracia, de sandices contra a Constituição, cultivando indignação diante de qualquer ameaça às pessoas e aos direitos. Dessa forma, ajudar na consolidação de uma sociedade cada vez mais democrática, balizada em marcos civilizatórios que possibilitem a superação de atrasos e de descompassos, produzidos por lógicas perversas, alicerçadas na idolatria do dinheiro. Continuem as vozes, renasçam as profecias.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca de 316,79% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 165,60%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,19%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!
“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.