“A
importância de se adotar a transparência como valor
Comunicar fatos
desfavoráveis ao negócio é uma atitude que enfrenta resistência entre muitos
empresários e gestores. Afinal, ninguém quer pôr sua imagem em risco. No
entanto, muitas vezes essas fragilidades acabam sendo expostas contra a vontade
da empresa, e a atitude de omiti-las pode ser interpretado como desonestidade.
Por isso, a falta de transparência pode trazer grandes prejuízos para a imagem
da organização.
Deixar
de se posicionar diante de um problema ou ocultar informações como resultados
negativos e conflitos internos pode parecer uma ideia tentadora. No entanto,
tal atitude pode tirar credibilidade da empresa perante os stakeholders, ou
seja, fornecedores, investidores, clientes ou grupos de interesse de modo
geral.
A
transparência empresarial é cada vez mais valorizada no mercado. De acordo com
o relatório Social Media & Evolution of Transparency, realizado pela
empresa de mídia social Sprout Social entre mil consumidores dos Estados
Unidos, 86% deles consideram importante que a empresa seja transparente. A
pesquisa perguntou ainda se os consumidores estariam dispostos a dar uma
segunda chance a marcas transparentes depois de uma má experiência, e a
resposta foi positiva para 85% dos entrevistados.
O
surgimento de problemas é natural em uma organização, sejam expectativas que
não foram atendidas, imprevistos que impediram a concretização de planos
anunciados anteriormente ou até mesmo acidentes. Porém, na maioria das vezes, o
fator decisivo é a forma como a empresa se posiciona diante deles. Nesse
momento, a transparência é importante não somente para superar esses
obstáculos, mas também como uma oportunidade para demonstrar know-how,
conquistar confiança dos stakeholders e adquirir credibilidade.
Um
exemplo de política de transparência utilizada de forma bem-sucedida foi a gestão
de crise da Johnson&Johnson na década de 80, quando a empresa foi vítima de
uma sabotagem. As decisões da diretoria diante do problema foram totalmente
pautadas pela honestidade. Os produtos defeituosos foram recolhidos
imediatamente, os atingidos foram devidamente indenizados, e as demandas da
imprensa foram prontamente atendidas.
Utilizando
essa estratégia, a empresa conseguiu contornar a crise e resguardar seu legado,
que dura até os dias atuais.
No
entanto, para usar a transparência a seu favor, é preciso planejamento e
estratégia. É necessário ser capaz de visualizar os limites e distinguir as
informações relevantes daquelas sensíveis e sigilosos. Saber agir de maneira
honesta sem deixar de se preservar é uma características das empresas que são
referência em governança corporativa, se desta no mercado e enxergam
oportunidades nos problemas que surgem.”.
(Matheus Vieira
Campos. Coordenador regional da Câmara Americana de Comércio de Belo
Horizonte (Amcham_BH), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 7 de março de 2020, caderno OPINIÃO, página 17).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 6 de março de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo
Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e
que merece igualmente integral transcrição:
“Vozes
e profecias
Vozes e profecias
contracenam nos cenários que marcam circunstâncias da sociedade contemporânea.
As vozes são muitas. Não poderia ser diferente, pois a contemporaneidade também
se caracteriza pelo direito irrestrito de se expressar – uma necessidade e
também um dever. Os diálogos são tecidos com os elos do que se diz. E as vozes
são muitas, ante a autonomia, a necessidade e o dever de se expressar. Dessa
realidade, surgem desafios para enunciar falas coerentes, sensíveis às muitas
vozes que precisam se fazer ouvir. A escuta se torna, pois, uma exigência.
Condição indispensável para o diálogo. Há, assim, a dicotomia entre os direitos
de poder, de dever dizer, e a exigência de também saber escutar. Sem escuta,
não há diálogo e, consequentemente, relações ficam prejudicadas, crescem
radicalismos, polarizações, preconceitos e juízos inadequados.
Interessante
é recordar o dito popular: “Quem diz o que quer ouve o que não quer”.
Sublinha-se, pois, o aspecto de que a liberdade de dizer não dispensa o
compromisso ético com a verdade. Não é tarefa fácil. O ato de falar depende de
determinada interpretação, pois há certa parcialidade que se evidencia com um
olhar hermenêutico. São vozes e vozes que buscam se fundamentar na verdade, ao
menos na verdade de seu território. A partir dessa premissa, quando se observa
diferentes enunciados na contemporaneidade, constata-se que está em curso a
consolidação de uma Babel, acirrada pelas estreitezas de diferentes
interpretações dos que pensam possuir a verdade, quando, em vez disso, falam a
partir de interesses dos lugares que ocupam.
Nesta
Babel de vozes está o enfraquecimento da capacidade profética do ser humano,
seja feito pelo silêncio permissivo perante as injustiças ou pela incapacidade
de escutar os diferentes clamores. As profecias gradativamente perdem espaço
para as convivências e o ser humano torna-se incapaz de cultivar o sentimento
de indignação frente a situações que precisam ser mudadas. Trata-se de um sinal
da crise do compromisso comunitário. O que passa a valer hegemonicamente é o
que está garantido no horizonte sedutor do consumismo, advindo a lógica
mercantilismo e da sedução de um bem-viver egoísta, mesquinho. Essas lógicas e
dinâmicas são tão traiçoeiras e cegam a tal ponto que não se consegue revestir
discursos com a coerência de um testemunho revelado na própria conduta. Isso
faz lembrar Jesus numa invectiva forte, contundente e atual, a respeito de seus
contemporâneos: eles falam, mas não praticam o que pregam.
Sem
profecias, o mundo se perde. A voz profética incomoda, por tocar o âmago de
feridas, com a assertividade sustentada pela indignação, aspecto que não pode
faltar, sob pena de alimentar a indiferença e incapacitar para aquele olhar que
gera a compaixão e disposição de cuidar. Por isso mesmo, as vozes múltiplas do
tempo atual, quando é necessário construir novos entendimentos e formatar novos
sistemas, são desafiadas a retornar e fazer renascer as profecias. Existem
medos, desconfianças, titubeios, rigidez, disputas cegas contracenando com a
demanda reprimida de vozes proféticas capazes de abrir caminhos, com lucidez,
no horizonte dos anseios da humanidade.
Os
cidadãos estão desafiados a unir suas vozes, nos seus diferentes tons, por uma
sintonia humanística que emoldure a caminhada da sociedade. Importante é
deixar-se interpelar, esperançosamente, pelos sonhos do Papa Francisco, na sua
recente Exortação Pós-Sinodal, “Querida Amazônia”, nos largos horizontes dos
sonhos social, cultural, ecológico e eclesial. O primeiro passo da profecia
será sempre reconhecer a própria condição de aprendiz, aberto a remodelações,
correções e a novas práticas, particularmente pelo convencimento de que a hora
exige um falar com força para desencadear transformações.
Assim, a
Igreja Católica, intrinsecamente fundamentada na profecia, pelas exigências
irrenunciáveis do Evangelho de Jesus, vive agora interpelante desafio, com sua
voz própria – sem empréstimo de outras vozes, mas contracenando, para que haja
harmonia: contribuir para que os muitos “dizeres” constituam um coro profético,
na contramão clara e corajosa de desmandos do conservadorismo político, de
atentados insanos contra a democracia, de sandices contra a Constituição,
cultivando indignação diante de qualquer ameaça às pessoas e aos direitos.
Dessa forma, ajudar na consolidação de uma sociedade cada vez mais democrática,
balizada em marcos civilizatórios que possibilitem a superação de atrasos e de
descompassos, produzidos por lógicas perversas, alicerçadas na idolatria do
dinheiro. Continuem as vozes, renasçam as profecias.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno desenvolvimento
da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos
depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de
uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças
vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da
ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação,
da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca
de 316,79% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 165,60%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,19%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar, sim,
até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência,
eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com
menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.