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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

A CIDADANIA, A ESSÊNCIA DA VIDA ESPIRITUAL E A FONTE PERENE DO DIREITO E DA JUSTIÇA

“Em seu fluir, a vida universal 
prossegue e nunca descansa
        Uma energia positiva potente está hoje na superfície da Terra mais atuante que no passado, embora muitas vezes não seja notada. Revela sua face aos que não ambicionam vê-la. Quando presente, os ares se movem e no interior dos indivíduos se acende uma chama, poderoso convite para prosseguirem no Caminho. Apesar de a grande maioria desta humanidade continuar adormecida, prisioneira de interesses pessoais, pensando apenas em usufruir os bens que a existência material ainda lhes possa oferecer, a vida sobre a Terra continua. Isso, por si só, é uma prova inquestionável da atuação dessa energia.
         Podem-se seguir diferentes sendas rumo ao portal de ingresso na vida espiritual; entretanto, um único impulso conduz a ele: o chamado para a integração cósmica. Sob esse impulso, qualquer movimento em direção à personalidade equivale a interromper um processo em expansão; deixar-se perder em questões humanas é fragmentar um campo de excelsa energia que gradualmente amplia as fronteiras do mundo interior.
         O estado de abertura interna pode parecer distante e inatingível para a mente do homem que necessita ver as margens da estrada por onde caminha. Em silêncio, no entanto, esse estado se instala e, por obra da compaixão e da supremacia da vida espiritual, inesperadamente se descortina à consciência uma realidade superior, que transcende seus limites humanos e se traduz como totalidade.
         De certo ponto de vista, o planeta estaria em condições de manifestar harmonia e perfeição desde sua origem. Tal possibilidade, presente na própria concepção humana do “paraíso”, foi guardada no seio da Terra e esteve pulsando sempre, sem jamais deixar de existir. Assim foi cultivada em muitos a certeza de compartilhar desse sublime estado.
         A vida interior, caminho de libertação, é fruto do trabalho que a perfeição realiza sobre a consciência, polindo-lhe arestas e dando-lhe sua própria imagem. A perfeição conduz a consciência a sucessivas metamorfoses, transforma barro em ouro, ou seja, faz com que o ser deixe o estado de identificação com a forma e se reconheça como ente divino.
         Existem leis específicas para cada plano de consciência. As leis são os trilhos por onde o viajante avança; mas quando ele chega ao destino, os trilhos não são mais necessários.
         Poucos aplicaram em suas vidas o que compreenderam; dos que fizeram, a maioria esperou recompensas. Grandes dádivas lhes foram oferecidas, muitas vezes recusadas. Mas, se elevarem ao alto um clamor por liberação, a Luz neles aprisionada romperá a densa camada que se depositou sobre ela e por todos os rincões da Terra, e, mais além, es espargirá.
         Quando o indivíduo se polariza no nível humano, une-se com as forças materiais e, assim, torna-se instrumento delas e enfraquece sua ligação com o mundo interior. Mas, quando vivem em conformidade com a Lei divina, une-se com Ela e nada de externo o pode tirar desse estado.
         A coisa alguma se deve temer. O medo apenas existe onde as sementes das trevas podem brotar. Um reto viver, uma conduta pautada pelo que é internamente indicado, não deixa espaço para predominarem as forças opressoras do medo.
         O medo nasce do envolvimento com as forças da matéria e suas ilusões. A consciência nos planos interiores é Luz e Clareza; nesses planos, o Amor é a energia plasmadora. Portanto, não há o que temer se está conectado com a própria essência.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 21 de fevereiro de 2016, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de fevereiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Riacho que não seca
        Riacho que não seca é poesia inspiradora do profeta Amós – presente no capítulo cinco de sua profecia –, lema da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic). O profeta refere-se ao desejo de “ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”. Direito e justiça, um binômio para alicerçar as mudanças que precisam ser realizadas nas dinâmicas da cultura brasileira. A partir da Campanha da Fraternidade 2016, todos que assumem o compromisso de testemunhar a fé em Jesus Cristo, em diferentes denominações religiosas, são convocados a contribuir para transformar a realidade. O foco está na exigência de novas posturas diante da natureza, nesse horizonte interpelador de olhar o mundo como “casa comum”. Nesse sentido, cada pessoa é convocada a refletir sobre a distribuição dos bens materiais, que deve ocorrer de forma mais justa. É preciso encontrar caminhos para que os bens sejam utilizados na edificação de uma sociedade com mais igualdade, exatamente na contramão de apropriações que alimentam a ganância de muitos.
         O progresso econômico que não produz igualdade é insustentável, alimento de injustiças. Gera prejuízos como a corrupção e o aumento da violência. É dinâmica que ameaça a todos, mesmo os que se refugiam em verdadeiras fortalezas, com sofisticados esquemas de segurança, e acreditam estar protegidos. Imprescindível é buscar garantir a efetivação de direitos fundamentais à vida humana e cuidar bem do planeta. Isso é parte fundamental da justiça, que precisa ser como “um riacho que não seca”. Sem ela, não há como combater a corrupção e a violência que estão destruindo a ordem e a harmonia da criação de Deus. A falta do sentido de justiça alimenta o caos social e empurra inexoravelmente o planeta rumo ao colapso ambiental.
         A justiça não pode ser apenas mecanismo para mensurar a própria honestidade. Ela requer o compromisso de todos os cidadãos, que devem intervir mais decisivamente em processos de transformação social, buscando acabar com sofrimentos que pesam sobre os ombros dos mais pobres, principalmente. Em uma lista de urgências, ao se considerar o cuidado com a “casa comum” como responsabilidade de todos, a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 busca a união de esforços para assegurar que sejam ampliados os serviços de saneamento básico, o que é indispensável para efetivar o adequado cuidado com o meio ambiente e com as pessoas. Esse é um tema relevante no contexto brasileiro, que precisa qualificar e ampliar a oferta de inúmeros serviços relacionados ao abastecimento de água, ao adequado manejo dos esgotos sanitários, águas pluviais e resíduos sólidos, ao controle de reservatórios e dos agentes transmissores de doenças. Esses serviços refletem diretamente na saúde das pessoas e, consequentemente, nas condições de vida das comunidades.
                   As questões ligadas ao saneamento básico abrangem, assim, justiça social e cuidado ambiental. Por isso, têm que ser prioridade. Estudos a partir de números e estatísticas devem mostrar a real situação de municípios, bairros e comunidades. Sem os investimentos adequados, a sociedade continuará a sofrer com defasagens nos serviços de saneamento básico, um peso injusto, sobretudo sobre os ombros dos mais pobres. O ponto de partida da discussão é efetivamente reconhecer o saneamento básico como essencial; direito do cidadão e dever do Estado. Nesse sentido, governar bem, de modo adequado e justo, é investir na universalização desse serviço. No Brasil, mesmo considerando avanços nesse campo, permanece um enorme desafio a ser vencido.
         Quando se consideram estatísticas sobre o saneamento básico, constata-se que há, ainda, carência de investimentos. Sem robustos programas nessa área, fica comprometida a saúde. Sabe-se que, a cada dois minutos e meio, no planeta, uma criança morre por não ter acesso a água potável e por falta de condições básicas de higiene. Assim, neste ano eleitoral, será importante avaliar, entre outros aspectos, se os candidatos contemplam em suas propostas as ações concretas relacionadas ao saneamento básico. O ponto de partida será sempre, no coração e no entendimento de cada cidadão, o desejo de querer "ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca (Am 5,24).".

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca de 410,97% para um período de doze meses; e mais, também em janeiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,71%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...