“Em
seu fluir, a vida universal
prossegue e nunca descansa
Uma energia positiva
potente está hoje na superfície da Terra mais atuante que no passado, embora
muitas vezes não seja notada. Revela sua face aos que não ambicionam vê-la.
Quando presente, os ares se movem e no interior dos indivíduos se acende uma
chama, poderoso convite para prosseguirem no Caminho. Apesar de a grande
maioria desta humanidade continuar adormecida, prisioneira de interesses
pessoais, pensando apenas em usufruir os bens que a existência material ainda
lhes possa oferecer, a vida sobre a Terra continua. Isso, por si só, é uma
prova inquestionável da atuação dessa energia.
Podem-se
seguir diferentes sendas rumo ao portal de ingresso na vida espiritual;
entretanto, um único impulso conduz a ele: o chamado para a integração cósmica.
Sob esse impulso, qualquer movimento em direção à personalidade equivale a
interromper um processo em expansão; deixar-se perder em questões humanas é
fragmentar um campo de excelsa energia que gradualmente amplia as fronteiras do
mundo interior.
O
estado de abertura interna pode parecer distante e inatingível para a mente do
homem que necessita ver as margens da estrada por onde caminha. Em silêncio, no
entanto, esse estado se instala e, por obra da compaixão e da supremacia da
vida espiritual, inesperadamente se descortina à consciência uma realidade
superior, que transcende seus limites humanos e se traduz como totalidade.
De
certo ponto de vista, o planeta estaria em condições de manifestar harmonia e
perfeição desde sua origem. Tal possibilidade, presente na própria concepção
humana do “paraíso”, foi guardada no seio da Terra e esteve pulsando sempre,
sem jamais deixar de existir. Assim foi cultivada em muitos a certeza de
compartilhar desse sublime estado.
A vida
interior, caminho de libertação, é fruto do trabalho que a perfeição realiza
sobre a consciência, polindo-lhe arestas e dando-lhe sua própria imagem. A
perfeição conduz a consciência a sucessivas metamorfoses, transforma barro em
ouro, ou seja, faz com que o ser deixe o estado de identificação com a forma e
se reconheça como ente divino.
Existem
leis específicas para cada plano de consciência. As leis são os trilhos por
onde o viajante avança; mas quando ele chega ao destino, os trilhos não são
mais necessários.
Poucos
aplicaram em suas vidas o que compreenderam; dos que fizeram, a maioria esperou
recompensas. Grandes dádivas lhes foram oferecidas, muitas vezes recusadas.
Mas, se elevarem ao alto um clamor por liberação, a Luz neles aprisionada
romperá a densa camada que se depositou sobre ela e por todos os rincões da
Terra, e, mais além, es espargirá.
Quando
o indivíduo se polariza no nível humano, une-se com as forças materiais e,
assim, torna-se instrumento delas e enfraquece sua ligação com o mundo
interior. Mas, quando vivem em conformidade com a Lei divina, une-se com Ela e nada
de externo o pode tirar desse estado.
A
coisa alguma se deve temer. O medo apenas existe onde as sementes das trevas
podem brotar. Um reto viver, uma conduta pautada pelo que é internamente
indicado, não deixa espaço para predominarem as forças opressoras do medo.
O medo
nasce do envolvimento com as forças da matéria e suas ilusões. A consciência
nos planos interiores é Luz e Clareza; nesses planos, o Amor é a energia
plasmadora. Portanto, não há o que temer se está conectado com a própria
essência.”
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 21 de fevereiro de 2016, caderno O.PINIÃO, página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de
fevereiro de 2016, caderno OPINIÃO, página
7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Riacho
que não seca
Riacho
que não seca é poesia inspiradora do profeta Amós –
presente no capítulo cinco de sua profecia –, lema da Campanha da Fraternidade
Ecumênica 2016, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
e pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic). O profeta refere-se ao
desejo de “ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que
não seca”. Direito e justiça, um binômio para alicerçar as mudanças que
precisam ser realizadas nas dinâmicas da cultura brasileira. A partir da
Campanha da Fraternidade 2016, todos que assumem o compromisso de testemunhar a
fé em Jesus Cristo, em diferentes denominações religiosas, são convocados a
contribuir para transformar a realidade. O foco está na exigência de novas
posturas diante da natureza, nesse horizonte interpelador de olhar o mundo como
“casa comum”. Nesse sentido, cada pessoa é convocada a refletir sobre a
distribuição dos bens materiais, que deve ocorrer de forma mais justa. É
preciso encontrar caminhos para que os bens sejam utilizados na edificação de
uma sociedade com mais igualdade, exatamente na contramão de apropriações que
alimentam a ganância de muitos.
O
progresso econômico que não produz igualdade é insustentável, alimento de
injustiças. Gera prejuízos como a corrupção e o aumento da violência. É
dinâmica que ameaça a todos, mesmo os que se refugiam em verdadeiras
fortalezas, com sofisticados esquemas de segurança, e acreditam estar
protegidos. Imprescindível é buscar garantir a efetivação de direitos
fundamentais à vida humana e cuidar bem do planeta. Isso é parte fundamental da
justiça, que precisa ser como “um riacho que não seca”. Sem ela, não há como
combater a corrupção e a violência que estão destruindo a ordem e a harmonia da
criação de Deus. A falta do sentido de justiça alimenta o caos social e empurra
inexoravelmente o planeta rumo ao colapso ambiental.
A
justiça não pode ser apenas mecanismo para mensurar a própria honestidade. Ela
requer o compromisso de todos os cidadãos, que devem intervir mais
decisivamente em processos de transformação social, buscando acabar com
sofrimentos que pesam sobre os ombros dos mais pobres, principalmente. Em uma
lista de urgências, ao se considerar o cuidado com a “casa comum” como
responsabilidade de todos, a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 busca a
união de esforços para assegurar que sejam ampliados os serviços de saneamento
básico, o que é indispensável para efetivar o adequado cuidado com o meio
ambiente e com as pessoas. Esse é um tema relevante no contexto brasileiro, que
precisa qualificar e ampliar a oferta de inúmeros serviços relacionados ao
abastecimento de água, ao adequado manejo dos esgotos sanitários, águas
pluviais e resíduos sólidos, ao controle de reservatórios e dos agentes
transmissores de doenças. Esses serviços refletem diretamente na saúde das pessoas
e, consequentemente, nas condições de vida das comunidades.
As
questões ligadas ao saneamento básico abrangem, assim, justiça social e cuidado
ambiental. Por isso, têm que ser prioridade. Estudos a partir de números e
estatísticas devem mostrar a real situação de municípios, bairros e
comunidades. Sem os investimentos adequados, a sociedade continuará a sofrer
com defasagens nos serviços de saneamento básico, um peso injusto, sobretudo
sobre os ombros dos mais pobres. O ponto de partida da discussão é efetivamente
reconhecer o saneamento básico como essencial; direito do cidadão e dever do
Estado. Nesse sentido, governar bem, de modo adequado e justo, é investir na
universalização desse serviço. No Brasil, mesmo considerando avanços nesse
campo, permanece um enorme desafio a ser vencido.
Quando
se consideram estatísticas sobre o saneamento básico, constata-se que há,
ainda, carência de investimentos. Sem robustos programas nessa área, fica
comprometida a saúde. Sabe-se que, a cada dois minutos e meio, no planeta, uma
criança morre por não ter acesso a água potável e por falta de condições
básicas de higiene. Assim, neste ano eleitoral, será importante avaliar, entre outros aspectos, se os candidatos contemplam em suas propostas as ações concretas relacionadas ao saneamento básico. O ponto de partida será sempre, no coração e no entendimento de cada cidadão, o desejo de querer "ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca (Am 5,24).".
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a
educação – universal e de qualidade –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o
combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca
de 410,97% para um período de doze meses; e mais, também em janeiro, o IPCA
acumulado nos doze meses chegou a 10,71%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade –
“dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se
espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos
e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do
procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A
Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o
problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu
caráter transnacional; eis, portanto,
que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas
simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno,
propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso
patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas
modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente
irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na
Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das
empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção
e à falta de planejamento...”;
c) a
dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para
2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(ao menos com esta rubrica, previsão de R$
1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
-
pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e
ainda a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
-
Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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