“Como ensinar uma geração hiperconectada?
No
mesmo ano em que a Sociedade Americana de Dialetos identificava “app” como a
palavra mais usada em 2010, nasciam as crianças da Geração Alpha, primeiras
nascidas inteiramente no século 21. Hiperconectividade é a palavra que define
esse grupo, estimulado a interatividade e acostumado à presença de telas desde
o primeiro dia de vida, com crianças chegando ao mundo com uma grande
quantidade de estímulos e tendendo a se tornar independentes, adaptáveis,
livres e questionadoras. Com isso, surge, também um questionamento importante:
como ensinar uma geração inteiramente hiperconectada?
A
resposta não é simples e nem exata, como tudo o diz respeito a essa geração.
Talvez para essas crianças, o método tradicional no ensino não tenha tanto
sucesso, podendo contribuir para o desinteresse de um grupo que não está
“programado” para passar horas olhando para uma lousa e ouvindo palestras sobre
um mesmo assunto. Um estudo de 2018 da editora Person indicou que os alunos das
gerações mais conectadas já evitavam livros e apontaram vídeos como a sua forma
favorita de aprendizado. Dessa forma, a tecnologia pode ser o “pulo do gato” na
hora de ensinar os Alphas.
Ensinar uma criança da
Geração Alpha significa utilizar métodos mais dinâmicos, modernos,
personalizados e, principalmente, interativos. Os Alphas funcionam com
estímulos sensoriais a todo o momento, e eles aprendem com isso, seja por meio
de animações, aplicativos ou jogos interativos. O importante é que eles
interajam com o que estão aprendendo. Além disso, os recursos digitais
despertam interesse e prendem muito mais a atenção, além de se aproximar da
realidade da criança que aprende, tornando-a muito mais engajada. Mas, afinal,
como trazer, na prática, a tecnologia para o aprendizado da criança?
Hoje, existem várias
formas: realidade aumentada, jogos, livros digitais, vídeos, animações e até
aplicativos reunindo todos esses conteúdos ao mesmo tempo são apenas algumas
das ferramentas que podem ser usadas no processo ensino-aprendizagem, tanto em
casa quanto na escola. Em algumas escolas nos EUA, os professores utilizam
lembretes no Instagram para lembrar os alunos de suas tarefas. Alguns distritos
já usam até uma plataforma específica para isso: o Google Classroom, que
funciona como uma espécie de agenda escolar digital, e permite que pais e
alunos monitorem suas notas e tarefas futuras.
É claro que nem sempre é
possível ensinar com tecnologia, ainda mais em um país como o Brasil, em que
nos falta estrutura e estímulo para isso. Ainda assim, é possível inserir
pequenas iniciativas na rotina da criança e tornar o aprendizado misto, já que
não é possível, e nem saudável, que esse se torne totalmente tecnológico.
Um bom exemplo é começar
a inserir tecnologia em aulas específicas, como as de inglês, por exemplo. Por
que não ensinar uma segunda língua de forma totalmente natural e interativa? Já
existem aplicativos e plataformas que podem ensinar uma outra língua desde
muito cedo, sem que os pais precisem expor seus filhos a ambientes que não são
100% seguros na internet, como o Youtube, por exemplo.
É importante lembrar que
a Geração Alpha que está aprendendo hoje será a que estará no mercado de
trabalho amanhã. Unir aprendizado e tecnologia pode gerar profissionais mais
preparados para um mercado de trabalho também em transformação.”.
(JOÃO CHEQUER. Administrador e pós-graduado em
marketing pela FGV, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS,
edição de 14 de maio de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo, edição de 29 de maio de 2019, mesmo caderno
e página, de autoria de PATRICIA MOTA GUEDES, gerente de Pesquisa e
Desenvolvimento do Itaú Social, e que merece igualmente integral transcrição:
“Educação para o desenvolvimento
Por
que a educação é fundamental para o desenvolvimento de um país? Para responder
essa pergunta, é necessário primeiro definir o que consideramos desenvolvimento.
Desde a Cúpula das Nações Unidas de setembro de 2015, os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) têm dado o tom a este debate, com uma agenda
que, para além do discurso econômico, dá luz à erradicação da pobreza e redução
das desigualdades, preservação do planeta, padrões sustentáveis de produção e
consumo, garantia de direitos à saúde e educação, entre outros.
Em 17
pontos elencados para serem atingidos até 2030, o Objtivo 4 determina que será
preciso “garantir educação inclusiva para todos e promover oportunidades de
aprendizagem equitativa e de qualidade ao longo da vida”. Portanto, para seu
desenvolvimento pleno, um país tem que assegurar o direito à educação de
qualidade para todas e todos.
E como
está o Brasil nesse caminho de concretizar o Objetivo 4 dos ODS? Embora o gasto
em educação no Brasil em termos de porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB)
tenha se destacado como um dos mais altos entre os países membros e não membros
da OCDE, nosso gasto por aluno ainda é um dos mais baixos, sobretudo na
educação básica. A divulgação do último Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica (Ideb) mostrou onde temos conseguido avanços significativos, e ao mesmo
tempo as grandes desigualdades que ainda nos marcam. Por exemplo, são evidentes
as desigualdades de aprendizagem entre estudantes por nível socioeconômico das
escolas, embora haja alguns estados que estejam conseguindo reduzir esse abismo
com sucesso. De forma geral, as desigualdades regionais persistem.
Por
outro lado, considerando que o município acaba sendo o elo mais frágil do nosso
sistema federativo – inclusive em termos de recursos disponíveis –, merece
atenção o sucesso das redes municipais em alcançar suas metas educacionais onde
justamente houve maior colaboração entre Estado e municípios, e/ou entre
municípios de uma mesma região. São experiências importantes que precisam
continuar inspirando iniciativas semelhantes nos próximos anos.
Como
desenvolvimento sustentável não se constrói sem redução das desigualdades, a
qualidade da nossa educação pública precisa estar diretamente associada à sua
capacidade de oferecer uma ótima escola para todos. Envolve a redução tanto das
desigualdades entre redes e suas escolas, quanto as existentes dentro de cada
escola; e em suas mais distintas manifestações, como por nível socioeconômico,
raça, pessoas com deficiência, gênero e região geográfica. Trata-se de investir
de forma sistêmica em áreas-chave como a valorização e formação de professores
e gestores escolares, desenvolvimento de proposta curricular, recursos
financeiros e capacidade gerencial, mobilização e liderança. Em termos de
liderança, precisamos dela não apenas nos escalões do Executivo e no
Legislativo. Tomada de decisão também acontece no dia-a-dia do fazer da escola,
de quem está mais próximo do estudante. Nesse sentido, o engajamento de
professores e demais membros da comunidade escolar é fundamental. Uma recente
pesquisa nacional com docentes mostrou como querem ser bem mais escutados e
envolvidos nas políticas e programas educacionais.
Não pode
haver qualidade na educação sem equidade, da mesma forma que não há
desenvolvimento sustentável sem educação. As novas lideranças e equipes que
assumiram o Executivo e o Legislativo precisam estar prontas para esse desafio,
se inspirando nas experiências de sucesso, inovando sem descontinuar o que tem
funcionado bem nas gestões anteriores. Enquanto sociedade civil, precisamos nos
manter ativos na cobrança para que promessas se concretizem, mas também no
nosso papel específico de colaborar nos esforços de melhoria da educação
pública em nosso país. Mesmo tendo avançado, não podemos perder os ganhos
obtidos, tampouco desacelerar o ritmo de transformação, tão urgente para os
próximos anos.”.
Eis, portanto, mais
páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que
acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de
valores –, para a imperiosa e
urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a
efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a) a excelência
educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade...);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda
estratosférica marca de 298,57% nos últimos
doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos
323,31%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a
4,94%); II – a corrupção, há
séculos, na mais perversa promiscuidade
– “dinheiro público versus
interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e
comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador
chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela
trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é
que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter
transnacional; eis, portanto, que todos
os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos,
pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina,
fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso
patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas
modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente
irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na
Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das
empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da
União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão
Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de
juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica,
previsão de R$ 758,672 bilhões), a
exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e
ainda a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos,
gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande
cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura,
além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências
do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações,
da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o
nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!
“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público
(1961 – 2019)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.