“Dia
mundial da internet
O mundo celebra amanhã,
17 de maio, o Dia Internacional da Internet, data estabelecida pela Organização
das Nações Unidas (ONU), em 2006. A rede mundial de computadores surgiu em um
dos momentos mais tensos do século passado, rodeada por segredos de Estado,
para se transformar em uma ferramenta que poderia decidir os rumos da Guerra
Fria entre Estados Unidos e a então União Soviética. Quatro décadas se passaram
e o que era guardado a sete chaves virou um dos principais expoentes de uma
nova era: a sociedade da informação. O surgimento dessa ferramenta configurou
uma revolução em todos os setores e, principalmente, no comportamento humano. A
internet tornou-se um instrumento de trabalho, de estudo e de lazer. Diversos
serviços podem se realizados por meio de um clique ou um toque, como comprar
pela internet, ensinar a distância, localizar um estabelecimento e pagar
contas. Para se ter ideia da importância da rede mundial de computadores,
apenas no Brasil, o número total de usuários ativos na internet, tanto em casa
quanto no trabalho, atingiu 52,3 milhões de pessoas, excluindo os meios móveis.
O país é a sétima audiência da internet e o maior mercado na América Latina, ou
seja, 35% dos 131 milhões de usuários estão em terras brasileiras, segundo
relatório publicado pela comScore. A pesquisa mostra também que o tempo gasto
na internet é de 27 horas/mês, sendo que a média global é de 24 horas/mês, e a
da América Latina, 22 horas/mês.
Como
as pessoas passam muito tempo conectadas, cada vez mais as empresas estão valorizando
as negociações on-line e até segmentos tradicionais, como a Enciclopédia Britânica, estão investindo
no mundo virtual. A digitalização chega como um tendência comportamental, não
apenas para profissionais, mas, também, na dinâmica dos negócios a longo prazo.
Podemos destacar o comércio eletrônico como uma das revoluções da internet. Até
poucos anos atrás, ninguém imaginaria que fazer compras pela web seria
possível, e no entanto, o e-commerce cresce a cada ano. A estimativa de
faturamento do setor para 2013 é de R$28 bilhões, segundo a empresa
especializada e-bit. Não podemos negar que é um fenômeno e um verdadeiro marco
na história da internet. As redes sociais também fazem sucesso no Brasil. Os
sites de relacionamento tiveram seu boom
em 2006, com o Orkut. Hoje, os maiores acessados são o Facebook, o Orkut e o
Twitter, de acordo com a pesquisa da comScore. Em 2012, o relatório constou que
apenas no Facebook, plataforma com o
maior número de usuários no mundo, os brasileiros gastaram mais de 90% do
tempo. O Facebook está no topo do ranking das redes sociais, com 67 milhões de
usuários, alta de 458% entre 2011 e 2012, segundo afirmação do vice-presidente
do Facebook na América Latina, Alexandre Hohagen.
Os
números relativos à internet no Brasil e no mundo mostram a revolução que a
rede mundial de computadores causou e ainda causa na vida das pessoas e como
está mudando a maneira de relacionamento e de fazer negócios. As histórias, os
marcos e as conquistas são enormes, tanto no campo empresarial quanto no
pessoal. A internet ainda vai evoluir bastante e a tecnologia continuará nos
ajudando em situações que jamais poderíamos imaginar.”
(LEONARDO
BORTOLETTO. Diretor-presidente da Web Consult e vice-presidente-executivo
da Sucesu Minas, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de maio de 2013, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
15 de maio de 2013, caderno OPINIÃO, página
9, de autoria de FREI BETTO, que é
escritor, autor de O que a vida me
ensinou, que a editora Saraiva faz chegar esta semana às livrarias, e que
merece igualmente integral transcrição:
“Médicos
de Cuba?
O Conselho Federal de
Medicina (CFM) está indignado diante do anúncio da presidente Dilma de que o
governo trará 6 mil médicos de Cuba, e outros tantos de Portugal e Espanha,
para atuarem em municípios carentes de profissionais da saúde. Por que aqui a
grita se restringe aos médicos cubanos? Detalhe: 40% dos médios do Reino Unido
são estrangeiros.
Também
em Portugal e Espanha há, como em qualquer país, médicos de nível técnico
sofrível. A Espanha dispõe do 7º melhor sistema de saúde do mundo, e Portugal
do 12º. Em terras lusitanas, 10% dos médicos são estrangeiros, inclusive
cubanos, importados desde 2009. Submetidos a exames, a maioria obteve
aprovação, o que levou o governo português a renovar a parceria em 2012.
Ninguém
é contra o CFM submeter médicos cubanos a exames (Revalida), como deve ocorrer
com os brasileiros, muitos formados por faculdades particulares que funcionam
como verdadeiras máquinas de caça-níqueis. O CFM reclama da suposta validação
automática dos diplomas dos médicos cubanos. Em nenhum momento isso foi
defendido pelo governo. O ministro Padilha, da Saúde, deixou claro que pretende
seguir critérios de qualidade e responsabilidade profissionais.
A
opinião do CFM importa menos que a dos habitantes do interior e das periferias
de nosso país que tanto necessitam de cuidados médicos. Estudos do próprio CFM,
em parceria com o Conselho Regional de Medicina de São Paulo, sobre a
demografia médica no Brasil, demonstram que em 2011 o Brasil dispunha de 1,8
médico para cada l mil habitantes. Temos de esperar até 2021 para que o índice
chegue a 2,5 /1 mil. Segundo projeções, só em 2050 teremos 4,3/1 mil. Hoje,
Cuba dispõe de 6,4 médicos por cada 1 mil habitantes. Em 2005, a Argentina
contava com mais de 3/1 mil, índice que o Brasil só alcançará em 2031.
Dos 372
mil médicos registrados no Brasil em 2011, 209 mil se concentravam nas regiões
Sul e Sudeste, e pouco mais de 15 mil na Região Norte. O governo federal se
empenha em melhorar essa distribuição de profissionais da saúde por meio do
Programa de Valorização do Profissional de Atenção Básica (Provab), oferecendo
salário inicial de R$ 8 mil e pontos de progressão na carreira, para
incentivá-los a prestar serviços de atenção primária à população de 1.407
municípios brasileiros. Mais de 4 mil médicos já aderiram. O senador Cristovam
Buarque (PDT-DF) propõe que médicos formados em universidades públicas, pagas
com o seu, o meu, o nosso dinheiro, trabalhem dois anos em áreas carentes para
que seus registros profissionais seja reconhecidos.
Se a
medicina cubana é de má qualidade, como se explica a saúde daquela população
apresentar, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), índices bem melhores
que os do Brasil e comparáveis aos dos EUA? O Brasil, antes de reclamar de
medidas que beneficiam a população mais pobre, deveria se olhar no espelho. No
ranking da OMS (dados de 2011), o melhor sistema de saúde do mundo é o da
França. OS EUA ocupam o 37º lugar . Cuba, o 39º. O Brasil, o 125º!
Se não
chegam médicos cubanos, o que dizer à população desassistida de nossas periferias
e do interior? Que suporte as dores? Que morra de enfermidades facilmente
tratáveis? Que peça a Deus o milagre da cura? Cuba, especialista em medicina
preventiva, exporta médicos para 70 países. Graças a essa solidariedade, a
população do Haiti teve amenizado o sofrimento causado pelo terremoto de 2010.
Enquanto o Brasil enviou tropas, Cuba remeteu médicos treinados para atuar em
condições precárias e situações de emergência.
Médico
cubano não virá para o Brasil para emitir laudos de ressonância magnética ou
atuar em medicina nuclear. Virá tratar de verminose e malária, diarréia e
desidratação, reduzindo as mortalidades infantil e materna, aplicando vacinas,
ensinando medidas preventivas, como cuidados de higiene. O prestigioso New England Journal of Medicine, na
edição de 24 de janeiro deste ano, elogiou a medicina cubana, que alcança as
maiores taxas de vacinação do mundo, “porque o sistema não foi projetado para a
escolha do consumidor ou iniciativas individuais”. Em outras palavras, não é o
mercado que manda, é o direito do cidadão.
Por
que o CFM nunca reclamou do excelente serviço prestado no Brasil pela Pastoral
da Criança, embora ela disponha de poucos recursos e improvise a formação de
mães que atendem a infância? A resposta é simples: é bom para uma medicina cada
vez mais mercantilizada, voltada mais ao lucro que à saúde, contar com o
trabalho altruísta da Pastoral da Criança. O temor é encarar a competência de
médicos estrangeiros.
Quem
dera que, um dia, o Brasil posso expor em suas cidades o outdoor que vi nas
ruas de Havana: “A cada ano, 80 mil crianças do mundo morrem de doenças
facilmente tratáveis. Nenhuma delas é cubana”.”
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a) a
educação – universal e de qualidade, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da
modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas;
b) o
combate, implacável e sem trégua,
aos três dos nossos maiores e e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e
diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados (é
impositivo ilustrarmos: próximos de zero); II – a corrupção, com um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida
nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem;
III – o desperdício, em todas as
suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos,
indubitavelmente irreparáveis;
c) a
dívida pública brasileira, com
projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$ 1
trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma
imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tanta
sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa
capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes necessidades
de ampliação e modernização de
setores como: a gestão pública, a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
saúde; saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos
tratados, logística reversa); meio
ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte,
acessibilidade); minas e energia;
assistência social; previdência social; emprego, trabalho e renda; agregação de
valor às commodities; segurança alimentar e nutricional; segurança pública;
forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; turismo; sistema financeiro
nacional; esporte, cultura e lazer; comunicações; qualidade (planejamento –
estratégico, tático e operacional –, eficiência, eficácia, efetividade,
economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que,
de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada,
qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos
e que contemplam eventos como a Copa das Confederações em junho; a 27ª Jornada
Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa do Mundo de 2014; a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a
nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...
O
BRASIL TEM JEITO!...