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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

A CIDADANIA, OS DESAFIOS DA BOA ESCOLA E OS DUELOS ENTRE OPINIÕES

“Salvemos a escola pública
        Antes de ingressar na faculdade, em 1964, estudei oito anos em escola pública. Como ocorre agora com as universidades, em geral elas superavam em qualidade os colégios particulares. Além da inigualável vantagem de serem gratuitas.
         Hoje, nossas escolas públicas de ensino básico estão sucateadas. Foram deterioradas pela má administração pública, a corrupção, o descaso para com alunos e professores. Há, no Brasil, 55 mil escolas públicas. Segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), apenas 0,2%, ou seja, 160 alcançam um índice de desempenho considerado médio.
         Adota-se no Brasil, para classificar nossas escolas de ensino básico, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), feito por amostragem, e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que dá nota de 0 a 10 às instituições de ensino, tendo por critério o desempenho dos alunos na Prova Brasil, exame aplicado a todos os alunos de 4ª e 8ª séries.
         Em todo o país, apenas 110 escolas mereceram nota seis ou acima. Nas séries iniciais do ensino fundamental nossa nota é 3,8. Os cursos de 5ª a 8ª séries ganharam nota 3,5. No ensino médio, 3,4. A meta do Ministério da Educação (MEC), estimulado pela Campanha “Compromisso todos pela educação”, é que a maioria de nossas escolas atinja a nota seis em 2021. O Ideb atual da Holanda é 7; do Reino Unido, 6,5. Há no Brasil colégios, raros, que receberam nota 8,5, como a Escola Professora Guiomar Gonçalves Neves, em Trajano de Morais (RJ). É a de melhor qualidade no país.
         Será que daqui a 15 anos – véspera do bicentenário da independência do Brasil – alcançaremos a meta almejada? No estado do Rio, 20 mil crianças não frequentam salas de aula por falta de professores. O índice nacional de reprovação é de 11,9%. A distorção idade/série é de 17,3%.
         O que faz uma boa escola? Muitos fatores, entre os quais disciplina, ou seja, não tolerar atrasos de alunos; contar com professores efetivos e qualificados (mestrado, doutorado ou especialização) trabalhando em tempo integral; remunerar dignamente o corpo docente; aumentar a permanência do aluno na escola; contar com oficinas de música, teatro e artes plásticas; laboratórios de idiomas, ciências e informática; grêmio estudantil; salas de leitura e vídeos etc.
         O MEC promete que o governo haverá de liberar, ainda este ano, R$ 30 milhões para as escolas urbanas, e R$ 66 milhões para as rurais. As 5 mil escolas com piores índices no Ideb terão direito, cada uma, a módicos R$ 6 mil para investirem em infra-estrutura, material pedagógico e apoio metodológico. Por meio de sistema de educação a distância – a Universidade Aberta do Brasil –, o MEC pretende qualificar 2 milhões de professores do ensino básico.
         Recente pesquisa realizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em parceria com o governo federal, comprovou que 82,4% dos alunos reprovados no ensino fundamental culpam a si mesmos pelo atraso. A mesma pesquisa indica que a culpa não pode ser atribuída às crianças. Ela recai na falta de motivação dos professores, na péssima infra-estrutura das escolas e no fato de diretores e professores não darem importância à realidade pessoal e familiar do estudante.
         Não se pode culpar uma criança de 10 anos pelo fracasso escolar. No entanto, se isso não fica claro para ela, se não se sente valorizada na escola e querida pelos professores, ficará com sentimento de derrota, o que pode revoltá-la ou levá-la ao desânimo precoce.
         A maioria de nossos estudantes chega à 4ª série com dificuldade de leitura e redação. Falta estímulo ao professor, muitas vezes submetido a carga excessiva de trabalho, sem condições de aprimorar sua qualificação e humilhado por salário irrisório.
         Em fins de junho, o Banco Mundial divulgou o relatório Jovens em situação de risco no Brasil. As conclusões preocupam: nossos jovens matam em morrem mais, iniciam a vida sexual cada vez mais cedo e são vulneráveis às drogas. Dados da Secretaria Nacional da Juventude mostram que, hoje, 9,5 milhões de brasileiros entre 15 e 29 anos não estudam e estão desempregados. Desses, 4,5 milhões não completaram o ensino fundamental. É entre esses que se inclui a maioria dos assassinos e dos assassinados.
         O que fazer diante desse quadro aflitivo? Pressionar o poder público? Sim. Votar ano que vem em vereadores e prefeitos comprometidos com a prioridade à educação? Também. Mas por que não reunir as famílias de seu bairro ou comunidade e promover um mutirão para a melhoria das escolas públicas da região? Por que não assegurar instrução e/ou emprego a um ou dois desses 9,5 milhões de jovens vulneráveis ao narcotráfico?”.

(FREI BETTO. Escritor, autor de Alfabetto – autobiografia escolar (Ática), entre outros livros, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de agosto de 2007, caderno CULTURA, página 10).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 9 de janeiro de 2015, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Duelos entre opiniões
        Há uma palavra magistral de Jesus, no templo de Jerusalém, dirigida aos judeus, que acreditaram nele, conforme narra São João no seu Evangelho: “Se permanecerdes em minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Essa palavra é a indispensável evocação de que existem princípios e valores inegociáveis que permitem à humanidade aproximar-se da verdade que liberta. Trata-se de um ensinamento que não impede a diversidade das opiniões, mas adverte a respeito da verdade como condição insubstituível para que haja autêntica liberdade.
         Compreende-se que há um perene e exigente percurso na busca da aproximação da verdade. Ninguém dela é dono ou a possui na sua inesgotável inteireza. Afastar-se desse entendimento produz consequências sérias e abomináveis, como os fundamentalismos religiosos, políticos e outros, que muitas vezes são usados para justificar a perpetração de crimes, atentados e outros tipos de desrespeitos à dignidade humana. Especialmente na contemporaneidade, diante de tantos avanços e conquistas no âmbito dos direitos e cidadania, não se pode encastelar a verdade nas estreitezas de parâmetros culturais, religiosos e políticos que cegam e tentam justificar ações inaceitáveis.
         As muitas ameaças à liberdade e à cidadania que ocorrem pelo mundo, em razão de opiniões equivocadamente elaboradas – particularmente as que nascem de convicções religiosas e políticas –, são motivo de grande preocupação. Não menos preocupantes são os cenários que se formam no interior de culturas e nações quando mecanismos degradam o erário, a violência ceifa vidas, as disputas desumanas intermináveis destroem sonhos e possibilidades. Cada relato de violência, vandalismo, atentado e outras abominações deve levar a um exame de consciência e a uma postura mais cidadã que indiquem a necessidade permanente de se buscar a verdade para balizar opiniões.
         Esse processo educativo e civilizado é uma urgência no contexto do mundo contemporâneo que, na contramão de seus avanços e conquistas, continua a alimentar barbáries e inseguranças. Uma triste realidade em que cada pessoa busca justificar suas ações apenas a partir do próprio ponto de vista. O distanciamento da verdade é o caminho mais curto para todo tipo de terrorismo, corrupção e atentados contra grupos, sociedades e culturas.
         O exercício civilizatório que o contexto atual preocupante exige é desafiador, urgente e precisa ser considerado em todos os âmbitos. Não pode restringir-se às estratégias de Estado em defesa de sua integridade, ou às instituições na preservação de suas identidades, nem mesmo à família, na sua indispensável condição de ordenar a sociedade. Inclui também, e de modo muito especial, a postura cidadã de cada um diante do outro, da realidade, dos projetos e das diversas situações. Não se pode viver da alimentação indiscriminada e facilitada pelos meios todos disponíveis de um duelo entre opiniões. Continuar nesse caminho é viver sob a ameaça constante de uma “bomba-relógio”, que pode explodir aqui ou em qualquer outro lugar, com danos de toda a natureza para povos, culturas, grupos e indivíduos, acabando drasticamente com projetos, sonhos e possibilidades.
         É preciso averiguar e mapear fundamentalismos de todo tipo, lacunas sérias em processos educativos, para desenvolver programas e dinâmicas que garantam aos indivíduos, nas diferentes culturas e realidades, um sentido de apreço pela verdade. Somente assim será possível a convivência de opiniões que contribuam para as escolhas e para a adoção de novas posturas, pois prevalecerá a perspectiva de que o mais importante, e está acima de tudo, é o respeito a direitos e a dignidades. Oportuno lembrar o que diz o papa Francisco, na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano: “A Boa Nova de Jesus Cristo – por meio de quem Deus renova todas as coisas – é capaz de redimir também as relações entre os homens, incluindo a relação entre um escravo e o seu senhor, pondo em evidência aquilo que ambos têm em comum: a filiação adotiva e o vínculo de fraternidade em Cristo”.
         Essa referência é um exemplo de princípio e valor que deve incidir sobre dinâmicas culturais e modificá-las na direção de uma incontestável qualificação. Trata-se de um ensinamento que promove a fraternidade, gera a paz e sustenta o sentido de igualdade que convence sempre, mentes e corações, sobre a importância de se respeitar a integridade do outro, seus direitos e a riqueza de sua cidadania. É preciso investir permanentemente nas dinâmicas sociais, políticas, religiosas e culturais presididas por valores e princípios capazes de preservar a vida em sociedade. Assim, será possível trilhar o caminho da verdade, distante das tiranias que sempre serão fonte de prejuízos e dos inaceitáveis “duelos entre opiniões” que comprometem o bem, a justiça e a paz.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País  no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches – a propósito, a revista VEJA desta semana traz fecunda matéria sob o título UMA BELA SINFONIA PUERIL: “ Nos três primeiros anos de vida de uma criança, o cérebro realiza mais conexões neurais do que na idade adulta. Um dos campos da medicina que mais avançam é o da investigação de como os estímulos podem exercitar os mecanismos mentais de um bebê...”; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2015, segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO! 
        


sexta-feira, 20 de junho de 2014

A CIDADANIA, A FORÇA DA ESPIRITUALIDADE E A SINFONIA DE CORPOS


“No caminho da vida é preciso aprender a amar o laborioso
        
         Em nosso caminho ascendente é preciso aprender a amar o laborioso, amar o que exige adaptações e transformações. Não se trata apenas de aceitar o que destino traz, mas de verdadeiramente amar as provas da vida. Quando se chega a amar a dificuldade, recebe-se um toque do espírito. E isso é o que dá segurança para viver a vida tal qual é, sem jamais retroceder. O elevado toque do espírito cancela toda possibilidade de fuga e liberta a alma que decide não abandonar o labor.
         O prazer que se tem por coisas materiais obscurece o entendimento das coisas do espírito. Para que a personalidade possa colaborar com a alma, deve assumir um trabalho ativo de purificação dos sentidos materiais, da memória, da imaginação e da vontade.
         Para a purificação dos sentidos materiais precisamos:
1-Não se inclinar ao mais fácil nem fugir do trabalhoso. Não buscar o saboroso, mas reconhecer no insípido um campo de treinamento da adaptabilidade. 2-Não alimentar a inércia. Buscar o equilíbrio entre dar o necessário repouso ao corpo e não procurar sempre por descanso. 3-Não almejar consolo nem compensações, pois ajudas vêm por si, no momento certo, enviadas pelo espírito. 4-Nada acumular em quantidade, nem observar em tudo a qualidade – e nisso incluem-se as companhias.
Para a purificação da memória e da imaginação:
1-Saber em que momentos é necessário cuidar das coisas da vida externa e em que momentos se deve esquecer delas. Discernir que conhecimento deve ser absorvido pelo próprio ser, tendo em conta que assuntos alheios ocupam o lugar de coisas mais profundas.
Para a purificação da vontade:
1-Perder o interesse por tudo o que leva à desunião. Dirigir a vontade para o mundo espiritual. Se for dirigida erroneamente apenas para coisas externas, a pessoa pode tornar-se presunçosa e soberba, vulnerável a elogios e adulações o que é um descaminho. 2-Não se distrair com a mente nem permitir que criaturas a povoem, pois isso tira a atenção do essencial.
O espírito nos envia continuamente ajuda para essa purificação. Leva a nossa personalidade à incerteza pelo resultado dos trabalhos que realiza. Isso é saudável, pois a torna humilde e pronta a invocar a ajuda do mundo inteiro.
Todo verdadeiro instrutor espiritual indica a necessidade de não abandonarmos as provas da vida, de amá-las e de trabalharmos com empenho para permanecer neutros diante delas. Assim, essas ajudas chegam e transformam a nossa vida. Seguindo esse mesmo caminho ascendente, lembramos que, para conhecer a realidade interior, temos de nada pretender. Nesse caminho não podemos saltar etapas, pois cada uma tem sua nota característica e prova básica. Temos de atravessá-las uma a uma e ir adiante, com inabalável fé e perseverança.
É fundamental abrir mão de todas as expectativas. O caminho requer total despojamento interior. Devemos aprender a conviver unicamente com a Lei de Deus e segui-la em todos os passos. O valor da solidão será assim reconhecido, e o uso correto do tempo advirá do correto falar e do correto ouvir.
         O contato com a nossa realidade interior é um bálsamo supremo, eleva-nos às alturas. Cura nossas dores; traz-nos a certeza da impermanência; mostra-nos o verdadeiro valor de cada situação e, encontro após encontro, faz-nos descobrir a essência secreta de todas as coisas.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 15 de junho de 2014, caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de junho de 2014, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de FREI BETTO, escritor, autor, em parceria com Leonardo Boff, de Mística e espiritualidade (Vozes), entre outros livros, e que merece igualmente integral transcrição:

“Sinfonia de corpos
        
         Na festa do Corpo de Cristo, deixarei o meu flutuar em alturas abissais. Acariciarei uma por uma minhas rugas, desvelarei histórias em meus cabelos brancos, apreenderei, na ponta dos dedos, meu perfil interior. Não recorrerei ao bisturi das falsas impressões. Nem ao espectro da magreza anoréxica. O tempo prosseguirá massageando meus músculos até torná-los flácidos como as delicadezas do espírito.
         Suspenderei todas as flexões, exceto as que aprendo na academia dos místicos. Beberei do próprio poço e abrirei o coração para o anjo da faxina atirar, pela janela da compaixão, iras, invejas e amarguras. Pisarei sem sapatos o calor da terra viva. Bailarino ambiental, dançarei abraçado à Gaia ao som ardente de canções primevas. Dela receberei o pão; a ela darei a paz.
Acesas as estrelas, contemplarei na penumbra do mistério esse corpo glorioso que nos funde, eu e Gaia, em um único sacramento divino. Seu trigo brotará como alimento para todas as bocas, e suas uvas farão correr rios inebriantes de saciedade. Na mesa cósmica, ofertarei as primícias de meus sonhos. De mãos vazias, acolherei o corpo do Senhor no cálice de minhas carências.
Dobrarei os joelhos ao mistério da vida e contemplarei o rosto divino na face daqueles que nunca souberam que cosmo e cosmético são gregas palavras, e deitam raízes na mesma beleza. Despirei os meus olhos de todos os preconceitos e rogarei pela fé acima de todos os preceitos. Como Ezequiel, contemplarei o campo dos mortos até ver a poeira consolidar-se em ossos, os ossos se juntarem em esqueletos, os esqueletos se recobrirem de carne, e a carne inflar-se de vida no Espírito de Deus.
Proclamarei o silêncio como ato de profunda subversão. Desconectado do mundo, banirei da alma todos os ruídos que me inquietam e, vazio de mim mesmo, serei plenificado por Aquele que me envolve por dentro e por fora, por cima e por baixo. Suspenderei da mente a profusão de imagens e represarei no olvido o turbilhão de ideias. Privarei de sentido as palavras. Absorvido pelo silêncio, apurarei os ouvidos para escutar a brisa de Elias e, os olhos, para admirar o que tanto extasiou Simeão.
Não mais farei de meu corpo mero adereço estranho ao espírito. Serei uma só unidade, onda e partícula, verso e reverso, anima e animus. Recolherei pelas esquinas todos os corpos indesejados para lavá-los no sangue de Cristo, antes que se soltem de seus casulos para alçar o vôo salvífico das borboletas. Curarei da cegueira os que se miram no olhar alheio e besuntarei de cremes bíblicos o rosto de todos que se julgam feios, até que neles transpareça o esplendor da semelhança divina.
Arrancarei do chão de ferro os pés congelados da dessolidariedade e farei vir vento forte aos que temem o peso das próprias asas. Ao alçar o topo do mundo, verão que todos somos um só corpo e um só espírito. Farei do meu corpo hóstia viva; do sangue, vinho de alegria. Ébrio de efusões e graças, enlaçarei num amplexo cósmico todos os corpos e, no salão dourado da Via Láctea, valsaremos até que a música sideral tenha esgotado a sinfonia escatológica.
Na concretude da fé cristã, anunciarei aos quatro ventos a certeza de ressurreição da carne e de todo o universo redimido pelo corpo místico de Cristo. Então, quando a morte transvivenciar-me, o que é terno tornar-se-á eterno.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir permanente, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que permita a partilha de suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

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sexta-feira, 13 de junho de 2014

A CIDADANIA, A INFINITA FONTE DA GRAÇA E A FOME DE PÃO E JUSTIÇA


“A fonte da graça é infinita, mas nem sempre ela é bem recebida
         A graça (do latim “gratia”), como a palavra já diz, é o que adquirimos gratuitamente de Deus. Paulo defendeu-a. E ela significa também ação de agradecimentos a Deus. Daí as preces e missas em ação de graças dos católicos.
         A graça procedente de Deus é infinita. E entre os teólogos, ela é inseparável da fé. Mas elas não devem ser entendidas, como acontece muito, com a ideia de se ficar na preguiça, não tendo as pessoas que fazer nada para a sua salvação ou libertação. Se fosse assim, Jesus teria vindo ao nosso mundo para perder seu tempo para nos trazer a boa nova! É que a salvação ou libertação não se consegue de modo fácil. Pelo contrário, a porta estreita do evangelho, a qual simboliza a salvação, é uma porta em que a passagem por ela é difícil. O Mestre dos mestres até disse que muitos querem passar por ela, mas não conseguem. E nós a isso acrescentamos que muitos, por enquanto, nem querem passar por ela. Porém, ainda vai chegar o dia em que eles vão querer também passar por ela, mas será que, de imediato, vão conseguir ultrapassá-la?
         São Paulo ensina que, onde abundou o pecado, superanbundou a graça (Romanos 5:20). O que quer dizer que a graça não falta nunca para ninguém. Porém, de um modo geral, nós não nos predispomos a recebê-la. Isso porque, geralmente, somos mais voltados para as coisas materiais de nosso ego. Jesus, já sabendo disso, nos aconselha a buscarmos, primeiramente, as coisas do reino dos céus. Santo Agostinho, depois de Paulo, foi quem difundiu muito as doutrinas da graça e da fé, com o que não concordava o grande teólogo Pelágio, seu contemporâneo. E a Igreja, durante séculos, seguiu mais Pelágio.
         Lutero, mil anos depois da polêmica agostiniano-pelágica, abraçou totalmente essa doutrina Paulo-agostiniana. Por isso, os protestantes e evangélicos adotaram-na. Ultimamente, a Igreja a tem aceitado discretamente.
         Ainda Paulo nos ensina que somos salvos pela graça mediante a fé, e que elas não vêm de nós, pois são dons de Deus. Ele ensinou também que a salvação não vem de obras, para que ninguém se envaideça disso (Efésios 2:8-9). Mas é errada a interpretação tradicional que, geralmente, se dá a esse texto. Tudo bem que as ganhemos sem as merecermos. Mas nem tudo que nos vem gratuitamente é bem recebido por nós.
         Ademais, as obras a que Paulo se refere são as das leis mosaicas (no total de 613), e não as de Deus (do Decálogo). Já as inseridas pelo evangelho salvam-nos, sim.
         Vejamos o que diz o próprio Paulo: “Eu posso ter uma fé que remove montanhas, posso falar a língua dos homens e dos anjos, mas se eu não tiver amor, eu nada seria” (1 Coríntios: 1 e 2).
         E as palavras “pistis” e “fides”, grega e latina, significam também fidelidade. Conforme o caso, o sentido delas é mesmo fidelidade e não de fé ou crença. Por exemplo: Quem tem fé em Jesus Cristo se salva. Nessa fase, o significado das citadas palavras é mesmo fidelidade. E poderemos até construir a frase assim: Quem é fiel a Jesus se salva.
         A graça é como o sol. Nós podemos recebê-lo em abundância e totalmente de graça, mas muitos só querem sombra e água fresca!”.

(JOSÉ REIS CHAVES. Teósofo e biblista, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 9 de junho de 2014, caderno O.PINIÃO, página 14).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de junho de 2014, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de FREI BETTO, escritor, autor do romance Minas do Ouro (Rocco), entre outros livros, e que merece igualmente integral transcrição:

“Fome de pão e justiça
         
         Olivier De Schutter, belga, 45 anos, encerrou neste semestre seu mandato de seis anos como relator da ONU para o direito à alimentação. Declarou que, se dependesse de uma única decisão para erradicar a fome no mundo, optaria pela “generalização da proteção social” que, nos países pobres, representaria menos de 7% do PIB.
         Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) há 842 milhões de pessoas (12% da população mundial em situação de desnutrição crônica. De Schutter acredita que o dado da FAO está subestimado, pois considera apenas quem passa fome 12 meses por ano, e não a carência sazonal. Ele avalia em 1 bilhão o número de famintos crônicos. E admite que “cometemos o erro de apostar demasiado nos ganhos de produtividade e não investimos o suficiente na proteção e no apoio aos pequenos produtores.”
         Acrescenta que faliu a “solução” apontada pela Organização Mundial do Comércio (OMC): os países com mais poder de produção agrícola exportarem para os países com menos. A prática demonstrou que isso é mero neocolonialismo, para reforçar a dependência dos pobres em relação aos ricos e eliminar a agricultura familiar dos países importadores. Nos últimos 50 anos, a produção de alimentos aumentou anualmente 2,1%, enquanto as vítimas da fome diminuíram pouco. Dados da FAO indicam que em 1990 elas eram 900 milhões.
         Está provado que não basta ampliar a produção nem promover a desaceleração demográfica para resolver o problema. Se não há carência de alimentos nem excesso de bocas, é óbvio que a causa reside na falta de justiça social.
         De Schutter propõe um novo paradigma na produção alimentar favorável à agricultura familiar e à agroecologia: “Não nos colocamos a questão de saber se a industrialização da agricultura era compatível com o respeito pelos ecossistemas e negligenciamos a questão da saúde, da diversidade alimentar. São três dimensões: justiça social, sustentabilidade ambiental e saúde”.
         O ex-relator da ONU aponta como uma das dificuldades o descompasso entre o governo e a iniciativa privada. Das empresas surgem as decisões estratégicas. Elas vinculam o produtor ao consumidor. O grave, segundo ele, é que “tomam decisões em função do lucro esperado, e as questões de sustentabilidade, desenvolvimento rural e igualdade na compensação dos atores não as preocupam muito”.
         Acelera-se, hoje, a mercantilização dos produtos alimentares e também de suas fontes, como a terra e a água: “Os consumidores do Norte (do mundo), que querem carne e biocombustíveis, fazem concorrência aos do Sul, que querem a mesma terra e água para as suas necessidades essenciais. É um problema ético e jurídico”.
         O Brasil se gaba de ser um dos pioneiros em matéria de biocombustíveis. Eis o que destaca De Schutter: “A corrida à produção de biocombustíveis produz três tipos de impactos: primeiro, vincula o mercado alimentar ao da energia. Quanto mais sobe o preço do petróleo, mais rentável se torna a produção de biocombustíveis e mais aumenta a produção sobre o mercado agrícola. Segundo, os biocombustíveis fazem pressão sobre a terra arável do Sul. Terceiro, o mercado de biocombustíveis encoraja a especulação financeira, pois quando a União Europeia e os EUA anunciam metas de produção e consumo de biocombustíveis até 2020, eles dão um recado aos investidores : ‘Independentemente de variações, os preços vão continuar a subir. Especulem!’”.
         De Schutter elogia a preocupação de José Graziano da Silva, atual diretor-geral da FAO, quanto ao desperdício no mundo, que atinge, hoje, a cifra de 1/3 dos alimentos produzidos! Ao todo, 1,3 bilhão de toneladas por ano. Isso equivale a mais da metade dos cereais cultivados anualmente.
         Agora entendo por que minha mãe dizia quando, na infância, eu mirava inapetente o prato de comida: “Come, menino. Há muita gente passando fome”. Por uma questão de justiça.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, na pré-escola) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, severo e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis (a propósito, buscamos no texto acima: “... quanto ao desperdício no mundo, que atinge, hoje, a cifra de 1/3 dos alimentos produzidos! Ao todo, 1,3 bilhão de toneladas por ano...”);

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de estratosférico e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiros e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...