“Ensino
a distância é coisa do passado?
Há quase uma década, o
ensino a distância (EAD) é uma realidade crescente no país. Nos EUA e na
Europa, o ensino on-line é reconhecido como um método eficaz, sendo amplamente
utilizado por empresas tradicionais.
A
popularização do EAD possibilitou que plataformas de ensino on-line ganhassem
cada vez mais espaço no Brasil. No final do ano passado, portaria da Capes
(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) regulamentou os
mestrados e doutorados a distância. Entre 2016 e 2017, houve um aumento de
17,6% da modalidade no país, segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
A
possibilidade de ter horários flexíveis, interatividade e as mensalidades
competitivas motivam cada vez mais alunos a optar pelo modelo de educação a
distância. A popularização da internet e dos smartphones propiciaram o
arcabouço necessário para a consolidação do EAD como alternativa real de
evolução de carreira. Apenas no último ano, a procura para cursos de EAD para
cursos de graduação e pós-graduação, mestrado e doutorado cresceu 72%.
Por
outro lado, o conceito de EAD vem sendo associado aos modelos em que os alunos
interagem de forma assimétrica com professores e colegas, usando ferramentas
tradicionais baseadas em videoaula, fóruns e e-mails. Nesse contexto, a
experiência de aprendizado do aluno fica limitada, assemelhando-se ao estudo
autônomo.
Venho
observando no mercado algumas instituições inovadoras que estão promovendo uma
silenciosa revolução no EAD. Cada vez mais, as instituições buscam se adaptar à
nova realidade investindo na interatividade e experiência do aluno e permitindo
que esteja tão próximo do professor e colegas quanto em uma aula presencial.
Hoje, alunos e professores passaram a estabelecer uma comunicação em tempo
real, derrubando barreiras físicas e permitindo que a educação a distância
atingisse novo nível de agilidade, interatividade e eficiência.
Creio
que o marco dessa evolução tenha se dado a partir do momento em que os
resultados das avaliações oficiais do MEC de alunos que cursaram disciplinas a
distância passaram a ser iguais ou superiores aos daqueles que concluíram
cursos presenciais.
O termo
EAD, como existe hoje, está ultrapassado. Graças às novas exigências por parte
dos órgãos reguladores da educação e dos alunos. Com isso, as instituições
educacionais estão, cada vez mais, buscando reformular currículos e
metodologias, além de investir, constantemente, na qualidade dos cursos
oferecidos. Isso aumenta a credibilidade do mercado e é algo positivo, tanto
para as escolas quanto para os alunos, pois aproxima quem está em busca de
conhecimento e capacitação daqueles que o detêm.
A meu
ver, esse é o futuro da educação. Pessoas conectadas entre si investindo na
troca de experiências com docentes e discentes no escasso tempo disponível que
têm. Creio, também, que o modelo de educação a distância que conhecemos está
cada vez mais fadado ao fim, pois as tecnologias e modelos emergentes serão
capazes de encurtar distâncias e construir pontes cada vez mais sólidas de
conhecimento.”.
(VINICIUS BOZZI
NONATO. CEO e fundador do IGTI, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 27 de
setembro de 2019, caderno OPINIÃO,
página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de DOM
WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e
presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece
igualmente integral transcrição:
“Ouvidos
aos clamores
Ouvir os clamores é
indispensável para combater indiferenças que configuram uma ordem social e
política contrária à dignidade humana neste complexo momento da
contemporaneidade. Verifica-se que há grande dificuldade para escutar clamores
dos sofredores, pobres, enfermos, indefesos e idosos. Comprometida a escuta,
consequentemente, estarão também prejudicados os diálogos e entendimentos.
“Quem tem ouvidos, ouça”. Exercer a escuta é a recomendação pedagógica de
Jesus.
Com
frequência, dá-se ouvidos a muitas coisas que alimentam o mal. De maneira
patológica, dedica-se atenção ao cardápio de perversidades que alimentam
sentimentos destrutivos. Um sinal desse comportamento é a consideração,
popularizada, de que, “notícia boa é notícia ruim”. Configura-se, assim, um
inconsciente coletivo que gera interesse e envolvimento com o que é cruel e tem
força destrutiva sobre imagens e reputações, ainda mais quando se ancora em
inverdades. Há uma crescente perda de encantamento pelo bem. E é o bem que gera
o sentido necessário para o sustento da vida, a inspiração para intuições que
renovam dinâmicas, permitindo encontrar caminhos e respostas novas ante as
carências de toda a sociedade.
A escuta
daquilo que alimenta o mal compromete uma indispensável competência humana: dar
ouvidos aos clamores que brotam das diferentes formas de sofrimento. Há de se
recuperar essa capacidade. Ao se dar ouvidos aos clamores dos que sofrem, nas
muitas periferias – geográficas e existenciais –, ocorrem transformações
profundas na interioridade humana, na espiritualidade de cada pessoa, nas
sinapses cerebrais. São alimentados os muitos sentimentos que podem sustentar o
sentido do viver, inspirar escolhas, qualificar processos e garantir
competência assertiva no exercício de responsabilidades legislativas,
judiciárias e executivas. Permite, também, a qualificação da insubstituível
competência cidadã de ser solidário e de cultivar a compaixão. Certamente, aí
está um dos remédios para curar a sociedade da violência.
A
insensibilidade para se ouvirem os clamores explica, também, o enfraquecimento
de mentes, que se tornam incapacitadas para lidar com desafios mais exigentes.
Por isso, há tanta impaciência e precipitações, que levam a escolhas cegas e
desistências fatais ante a nobreza e o dom que é viver. Não menos suicida é a
configuração de situações regidas pelas inteligências e escolhas, decisões e
orientações de que, ainda que ocupando cargos importantes, não tem a necessária
sensibilidade cultivada a partir da prática espiritual e cidadã de se dar
ouvido a clamores.
Sábia é
a mãe que sai à procura de oportunidades para que seus filhos exercitem, por
inserções no mundo dos pobres e sofredores, a capacidade de ouvir clamores
enquanto prestam serviço abnegado e oblativo. Assim, não se deixa assorear a
fonte do sentimento de compaixão e de solidariedade, tão e quase sempre mais
importante que a fonte luminosa da razão. Práticas religiosas, exercício de
poderes em governos, relacionamentos sociais e humanitários não podem dispensar
o recurso simples, mas com força educativa e terapêutica, que é ouvir os
clamores.
É
significativa a referência religiosa dos primeiros cinco livros da sagrada
escritura, o Pentateuco, ao indicar rumos na busca de equilíbrio na ordem
social e política do povo de Deus: indispensável é o exercício permanente de se
ouvirem os clamores dos pobres e sofredores. E não se trata, absolutamente, de
conivência com algum tipo de configuração meramente ideológica. Trata-se de
caminho em direção a Deus e para conquistar uma espiritualidade necessária na
relação entre semelhantes e com o Criador de todas as coisas. Os ouvidos dados
aos clamores dos sofredores e pobres permitem a arquitetura do genuíno sentido
da pobreza – remédio para a doentia mesquinhez que enjaula almas e corações sob
a égide da idolatria do dinheiro. O destrutivo apego aos bens leva à
indiferença. Orienta posturas de quem até fala sobre os pobres, tem discursos
em sua defesa, mas, mesmo com os cofres cheios, não abre mão de centavos para
ajudá-los.
Ora, no
coração de Deus, os pobres e sofredores ocupam lugar preferencial. Ele escuta
seus clamores e deles se compadece. Sobre eles se debruça. Dedica-se à
humanidade pobre, pecadora e esgarçada por se distanciar de seu amor. Sua
compaixão se desdobra em gestos de salvação, no ato maior e perfeito de amor, a
oferta de seu filho amado, Jesus Cristo, o Salvador. O mundo doente, homens e
mulheres doentes, necessitados de fecunda terapêutica para mudar rumos e
recompor cenários, podem encontrar saídas, soluções e conquistar um tempo novo.
Mas, para isso, devem investir na experiência-exercício de se dar ouvido aos
clamores dos pobres.
O
convite é dirigido a todos, sem exceção: dar ouvido aos clamores que vêm de
longe e de perto, de muitos lugares. Os resultados serão surpreendentes no
coração de cada pessoa, tocado pelo bálsamo da compaixão. Será alcançado o
sentido para se lutar e fazer o bem, impulsos para novas práticas, a partir da
solidariedade. É uma experiência espiritual para dar sustento ao viver, com
mais sabedoria nos diferentes modos de agir no mundo. Hoje, agora, não feche os
seus ouvidos. Por um novo tempo na sua vida e na qualificação de sua cidadania,
de toda a sociedade, dê ouvidos aos clamores. “Quem tem ouvidos, ouça”.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de
307,20% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial chegou em históricos 306,86%; e já o IPCA, também
no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,43%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI, OUVI
E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.