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segunda-feira, 30 de setembro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A QUALIFICADA SUPERAÇÃO DA DISTÂNCIA NO ENSINO E A ESCUTA AMOROSA AOS EXIGENTES CLAMORES NA SUSTENTABILIDADE


“Ensino a distância é coisa do passado?
        Há quase uma década, o ensino a distância (EAD) é uma realidade crescente no país. Nos EUA e na Europa, o ensino on-line é reconhecido como um método eficaz, sendo amplamente utilizado por empresas tradicionais.
         A popularização do EAD possibilitou que plataformas de ensino on-line ganhassem cada vez mais espaço no Brasil. No final do ano passado, portaria da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) regulamentou os mestrados e doutorados a distância. Entre 2016 e 2017, houve um aumento de 17,6% da modalidade no país, segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
         A possibilidade de ter horários flexíveis, interatividade e as mensalidades competitivas motivam cada vez mais alunos a optar pelo modelo de educação a distância. A popularização da internet e dos smartphones propiciaram o arcabouço necessário para a consolidação do EAD como alternativa real de evolução de carreira. Apenas no último ano, a procura para cursos de EAD para cursos de graduação e pós-graduação, mestrado e doutorado cresceu 72%.
         Por outro lado, o conceito de EAD vem sendo associado aos modelos em que os alunos interagem de forma assimétrica com professores e colegas, usando ferramentas tradicionais baseadas em videoaula, fóruns e e-mails. Nesse contexto, a experiência de aprendizado do aluno fica limitada, assemelhando-se ao estudo autônomo.
         Venho observando no mercado algumas instituições inovadoras que estão promovendo uma silenciosa revolução no EAD. Cada vez mais, as instituições buscam se adaptar à nova realidade investindo na interatividade e experiência do aluno e permitindo que esteja tão próximo do professor e colegas quanto em uma aula presencial. Hoje, alunos e professores passaram a estabelecer uma comunicação em tempo real, derrubando barreiras físicas e permitindo que a educação a distância atingisse novo nível de agilidade, interatividade e eficiência.
         Creio que o marco dessa evolução tenha se dado a partir do momento em que os resultados das avaliações oficiais do MEC de alunos que cursaram disciplinas a distância passaram a ser iguais ou superiores aos daqueles que concluíram cursos presenciais.
         O termo EAD, como existe hoje, está ultrapassado. Graças às novas exigências por parte dos órgãos reguladores da educação e dos alunos. Com isso, as instituições educacionais estão, cada vez mais, buscando reformular currículos e metodologias, além de investir, constantemente, na qualidade dos cursos oferecidos. Isso aumenta a credibilidade do mercado e é algo positivo, tanto para as escolas quanto para os alunos, pois aproxima quem está em busca de conhecimento e capacitação daqueles que o detêm.
         A meu ver, esse é o futuro da educação. Pessoas conectadas entre si investindo na troca de experiências com docentes e discentes no escasso tempo disponível que têm. Creio, também, que o modelo de educação a distância que conhecemos está cada vez mais fadado ao fim, pois as tecnologias e modelos emergentes serão capazes de encurtar distâncias e construir pontes cada vez mais sólidas de conhecimento.”.

(VINICIUS BOZZI NONATO. CEO e fundador do IGTI, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 27 de setembro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Ouvidos aos clamores
        Ouvir os clamores é indispensável para combater indiferenças que configuram uma ordem social e política contrária à dignidade humana neste complexo momento da contemporaneidade. Verifica-se que há grande dificuldade para escutar clamores dos sofredores, pobres, enfermos, indefesos e idosos. Comprometida a escuta, consequentemente, estarão também prejudicados os diálogos e entendimentos. “Quem tem ouvidos, ouça”. Exercer a escuta é a recomendação pedagógica de Jesus.
         Com frequência, dá-se ouvidos a muitas coisas que alimentam o mal. De maneira patológica, dedica-se atenção ao cardápio de perversidades que alimentam sentimentos destrutivos. Um sinal desse comportamento é a consideração, popularizada, de que, “notícia boa é notícia ruim”. Configura-se, assim, um inconsciente coletivo que gera interesse e envolvimento com o que é cruel e tem força destrutiva sobre imagens e reputações, ainda mais quando se ancora em inverdades. Há uma crescente perda de encantamento pelo bem. E é o bem que gera o sentido necessário para o sustento da vida, a inspiração para intuições que renovam dinâmicas, permitindo encontrar caminhos e respostas novas ante as carências de toda a sociedade.
         A escuta daquilo que alimenta o mal compromete uma indispensável competência humana: dar ouvidos aos clamores que brotam das diferentes formas de sofrimento. Há de se recuperar essa capacidade. Ao se dar ouvidos aos clamores dos que sofrem, nas muitas periferias – geográficas e existenciais –, ocorrem transformações profundas na interioridade humana, na espiritualidade de cada pessoa, nas sinapses cerebrais. São alimentados os muitos sentimentos que podem sustentar o sentido do viver, inspirar escolhas, qualificar processos e garantir competência assertiva no exercício de responsabilidades legislativas, judiciárias e executivas. Permite, também, a qualificação da insubstituível competência cidadã de ser solidário e de cultivar a compaixão. Certamente, aí está um dos remédios para curar a sociedade da violência.
         A insensibilidade para se ouvirem os clamores explica, também, o enfraquecimento de mentes, que se tornam incapacitadas para lidar com desafios mais exigentes. Por isso, há tanta impaciência e precipitações, que levam a escolhas cegas e desistências fatais ante a nobreza e o dom que é viver. Não menos suicida é a configuração de situações regidas pelas inteligências e escolhas, decisões e orientações de que, ainda que ocupando cargos importantes, não tem a necessária sensibilidade cultivada a partir da prática espiritual e cidadã de se dar ouvido a clamores.
         Sábia é a mãe que sai à procura de oportunidades para que seus filhos exercitem, por inserções no mundo dos pobres e sofredores, a capacidade de ouvir clamores enquanto prestam serviço abnegado e oblativo. Assim, não se deixa assorear a fonte do sentimento de compaixão e de solidariedade, tão e quase sempre mais importante que a fonte luminosa da razão. Práticas religiosas, exercício de poderes em governos, relacionamentos sociais e humanitários não podem dispensar o recurso simples, mas com força educativa e terapêutica, que é ouvir os clamores.
         É significativa a referência religiosa dos primeiros cinco livros da sagrada escritura, o Pentateuco, ao indicar rumos na busca de equilíbrio na ordem social e política do povo de Deus: indispensável é o exercício permanente de se ouvirem os clamores dos pobres e sofredores. E não se trata, absolutamente, de conivência com algum tipo de configuração meramente ideológica. Trata-se de caminho em direção a Deus e para conquistar uma espiritualidade necessária na relação entre semelhantes e com o Criador de todas as coisas. Os ouvidos dados aos clamores dos sofredores e pobres permitem a arquitetura do genuíno sentido da pobreza – remédio para a doentia mesquinhez que enjaula almas e corações sob a égide da idolatria do dinheiro. O destrutivo apego aos bens leva à indiferença. Orienta posturas de quem até fala sobre os pobres, tem discursos em sua defesa, mas, mesmo com os cofres cheios, não abre mão de centavos para ajudá-los.
         Ora, no coração de Deus, os pobres e sofredores ocupam lugar preferencial. Ele escuta seus clamores e deles se compadece. Sobre eles se debruça. Dedica-se à humanidade pobre, pecadora e esgarçada por se distanciar de seu amor. Sua compaixão se desdobra em gestos de salvação, no ato maior e perfeito de amor, a oferta de seu filho amado, Jesus Cristo, o Salvador. O mundo doente, homens e mulheres doentes, necessitados de fecunda terapêutica para mudar rumos e recompor cenários, podem encontrar saídas, soluções e conquistar um tempo novo. Mas, para isso, devem investir na experiência-exercício de se dar ouvido aos clamores dos pobres.
         O convite é dirigido a todos, sem exceção: dar ouvido aos clamores que vêm de longe e de perto, de muitos lugares. Os resultados serão surpreendentes no coração de cada pessoa, tocado pelo bálsamo da compaixão. Será alcançado o sentido para se lutar e fazer o bem, impulsos para novas práticas, a partir da solidariedade. É uma experiência espiritual para dar sustento ao viver, com mais sabedoria nos diferentes modos de agir no mundo. Hoje, agora, não feche os seus ouvidos. Por um novo tempo na sua vida e na qualificação de sua cidadania, de toda a sociedade, dê ouvidos aos clamores. “Quem tem ouvidos, ouça”.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de 307,20% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 306,86%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,43%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



 

terça-feira, 6 de agosto de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A ARTE, OS DESAFIOS E A TRANSCENDÊNCIA DO ENSINO E AS LUZES DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA SUSTENTABILIDADE


“A difícil arte da magia na educação
        Professores enfrentam muitos desafios, diariamente, e isso é de conhecimento de todos. Qualquer pessoa pode relacionar muitos deles em questão de segundos. Para exercer essa profissão, há que se ter não apenas muito conhecimento e preparação, mas também coragem e criatividade. No entanto, fazer a mágica de ensinar o que não se sabe é quase impossível para qualquer um, inclusive os docentes. De acordo com novos estudos do Anuário Brasileiro da Educação Básica 2019, divulgado no final do mês passado, preparar adequadamente os professores, em especial nas áreas críticas com falta de professores, como faz a ONG Educando (cujo foco está na formação de docentes de escolas públicas em métodos práticos nas disciplinas de matemática, física, química e biologia), passa a ser uma necessidade primordial e de extrema urgência.
         A razão é simples. Segundo a pesquisa, 33,5% dos educadores brasileiros dos ensinos acima mencionados não tinham, até o final de 2018, formação adequada para lecionar na área de atuação escolhida. Ao todo, 37,8% dos professores dos anos finais do ensino fundamental (entre o 6º e o 9º anos) e 29,2% dos docentes do ensino médio.
         Os percentuais mostram profissionais sem qualquer licenciatura ou complementação pedagógica nas disciplinas pela qual eram responsáveis (os cinco primeiros anos do ensino fundamental não entraram na pesquisa em razão da nomenclatura diferenciada das matérias, que não são divididas como nos anos sequenciais).
         O anuário é elaborado com dados do censo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) – ambos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – e outras pesquisas do nicho e publicado em parceria entre o movimento Todos pela Educação e a Editora Moderna.
         Não à toa, a Unesco, braço de educação e cultura da Organização das Nações Unidas (ONU), mostra o Brasil em 88º lugar em 127 países no desempenho da educação, segundo o documento The education for All (EFA)/ Global Monitoring Report (GMR). No país da evasão escolar (o mais recente censo escolar elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira/Inep aponta para mais de dois milhões de crianças e adolescentes fora das salas de aula), o “efeito dominó” do declínio da educação brasileira parte da falta de investimentos em infraestrutura, merenda e materiais. Mas continua em curso com falhas clamorosas no que tange aos professores; falta de incrementos salariais, planos de carreira e, como já citado, formação adequada.
         Sobre salários e planos de carreira, o anuário mostra que, em 2018, docentes da educação básica tinham rendimentos 30% menores em relação ao salário médio dos profissionais de curso superior. Ao comparar apenas com profissionais das áreas de exatas ou saúde, a queda é de 50%.
         Sobre formação, vislumbramos saídas? Além do árduo trabalho de instituições independentes do terceiro setor (como a ONG Educando), cujo intuito é auxiliar ao máximo em certas lacunas abertas na educação brasileira, a garantia da formação docente na educação básica é uma das 20 metas previstas no Plano Nacional da Educação (PNE), em vigência desde junho de 2014. O texto, entre outros pontos, assegura aos professores da educação básica formação de nível superior na específica área de atuação. E a base nacional foi além: apresentou ao Ministério da Educação (MEC), em dezembro do ano passado, proposta de uma avaliação anual para habilitação de educadores.
         Falta-nos, apenas, portanto, direcionamento correto das políticas de investimentos na educação básica e, ainda, fazer uma “mágica” – em uso convergente da mesma verba – para transformar documentos oficiais em objetos animados, que funcionem na prática. Em união, como um comboio, auxiliando professores, alunos e a educação em geral a caminhar para frente com segurança e assertividade.
         Capacitar e valorizar professores ao fornecer-lhes suportes pedagógico, psicológico e planos de carreira justos é garantir um futuro com mais educação e estímulo ao constante aprendizado.”.

(MARCOS PAIM. Professor e diretor do programa Stem Brasil, da ONG Educando, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 30 de julho de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de LAÉRCIO LAMARCA, gerente de operações da Minsait no Brasil, e que merece igualmente integral transcrição:

“Medo da robotização?
        Uma das primeiras imagens que vem à mente com a palavra “robotização” é a de máquinas assumindo todos os lugares da mão de obra humana, em uma realidade bastante futurista e próxima da ficção. Questões como “qual será o papel dos trabalhadores nesse novo cenário?”, aliadas à projeções da falta de empregos nos próximos anos, traçam um cenário alarmante e podem causar repulsam à adoção das novas tecnologias no ambiente do trabalho.
         A realidade, contudo, promete ser bem mais branda do que aparenta. Hoje, os cobots (robôs colaborativos) representam a principal ajuda aos colaboradores e gestores nos próximos anos, sem eliminar o papel humano dentro das empresas.
         Alguns estudos estimam que, para cada robô colaborativo que une a indústria, três novos empregos ligados a ele serão gerados. Não se pode ignorar o fato de que nem todos poderão optar por esses novos empregos. No entanto, é inegável que a robotização abrirá uma infinidade de oportunidades para milhões de colaboradores, livres de tarefas repetitivas, motivando-os a adquirir novos conhecimentos, desafios intelectuais e aprendizagem.
         À primeira vista, essa coexistência entre robôs e humanos não deve ser percebida como algo natural: as barreiras culturais são um desafio a ser superado, especialmente porque a automação é frequentemente vista como algo “emergencial”, usado em altos picos de trabalho. Mas a implantação progressiva de tecnologia, em diferentes áreas, como uma ajuda permanente, deve levar a uma profunda transformação do mercado de trabalho, exigindo cada vez mais habilidades sociais – que as máquinas estão longe de dominar.
         Mas, a longo prazo, não há dúvidas de que a robotização levará a ambientes de trabalho formados por um híbrido entre trabalhadores humanos e digitais (chamados digiworkers). Ou, mais especificamente, os colaboradores devem aprimorar suas capacidades graças à contribuição de robôs colaborativos, com pontos de coexistência total entre pessoas e software.
         Os ganhos em produtividade são o principal motor dessa mudança. A partir do uso cada vez maior de robôs colaborativos, é possível obter ganhos significativos em produtividade, evitando o desperdício de talentos e redistribuindo cargas de trabalho. Colaboradores podem ganhar mais tempo para tarefas estratégicas, além de recuperar ideias e projetos deixados de lado. Além disso, as ferramentas ajudam o ser humano a enfrentar desafios, fornecendo o suporte necessário para que a capacidade humana alcance os maiores e melhores objetivos para as empresas.
         Apesar de toda a discussão que o tema traz, é preciso ter em mente que não é a robotização em si que gera impacto social ou desemprego, mas o plano estratégico de cada empresa. No Brasil, é possível encontrar casos de empresas líderes em seu setor de atividade que implementaram extensos programas de robotização, mas não demitiram nenhum de seus trabalhadores, transferidos para novas funções.
         Para ter sucesso, é fundamental que as empresas ofereçam aos colaboradores ferramentas e opções que lhes permitam sentir-se valorizados, além de assumir a responsabilidade com o desenvolvimento profissional deles ao longo do tempo. A transformação deve atingir todos os níveis da estrutura organizacional e novas equipes multifuncionais e cada vez mais ágeis devem estar presentes em todos os setores.
         Na economia atual, é difícil prever as múltiplas demandas e necessidades dos consumidores e, mais do que isso, é um desafio manter os níveis de produtividade em meio à incerteza que paira sobre organizações de diferentes setores. Portanto, é necessário investir na certeza do que a inovação tecnológica representa: a automação da inteligência ajuda as empresas a enfrentar novos desafios e otimiza a contribuição de valor dos trabalhadores. O trabalho híbrido entre humanos e robôs já deixou de ser um elemento supérfluo para se tornar o elemento chave de um ambiente de trabalho eficiente, dinâmico e flexível. Estar preparado desde já é sinônimo de garantir a sobrevivência no futuro.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a ainda estratosférica marca de 300,09% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 322,23%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,37%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


 

          
           

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A UNIVERSALIDADE DAS NOVAS TECNOLOGIAS E A DIVERSIDADE DOS TALENTOS NA SUSTENTABILIDADE

“O ecossistema de TI em Israel
        Recentemente, passei uma semana em Israel para conhecer um pouco sobre a veia empreendedora da região, que se tornou o terceiro maior ecossistema de tecnologia do mundo. A gênese deste fenômeno de empreendedorismo ocorreu no início dos anos 90, quando o governo resolveu fomentar a indústria de venture capital por meio dos fundos Yozma (Iniciativa em hebraico).
         Por meio desse programa, o Estado passou a oferecer incentivos fiscais para investidores interessados na nascente indústria de tecnologia do país. Em alguns casos, o governo chegou a oferecer retorno mínimo para os interessados ou o direito de recompra de sua participação a uma taxa prefixada. De lá pra cá, os resultados foram formidáveis.
         Hoje, existem mais de 6.000 empresas de tecnologia ativas em Israel. Existem mais startups em Israel, um país com 8 milhões de habitantes, do que no Brasil. O sucesso foi construído com ingredientes fundamentais: a tolerância ao erro e a contestação do status quo. Os israelenses fazem isso melhor do que ninguém.
         Eles criaram a expressão chutpah (é a qualidade da audácia, para o bem ou para o mal), parte da cultura local. Dos funcionários das empresas aos recrutas da IDF 8200, unidade de elite do Exército responsável por desenvolver tecnologia de ponta e maior celeiro de empreendedores do país, todos podem contestar os líderes e desafiar autoridades. Ou seja, os líderes precisam aprender a conviver em um ambiente em que a contestação faz parte da busca pelo sucesso e pelos melhores resultados, característica ainda difícil de encontrar nas startups brasileiras.
         Outro ponto que atraiu bastante a minha atenção na viagem foi o aguçado senso de comunidade que os israelenses têm. Eles sentem um profundo orgulho do ecossistema que criaram e sempre procuram promovê-lo. Não é incomum ver fundadores citando outras empresas e outras pessoas, exaltando as características únicas que fazem o país se destacar.
         Durante a semana em que estive por lá, visitamos diversas empresas e conversamos com muitos fundadores. É impressionante como o discurso é alinhado. Quase todos repetem os mesmos princípios que guiam a indústria: “conteste tudo”; pense como uma empresa global”; trabalhe duro”; “encontre as melhores pessoas” e “não tenha medo de errar e falhar”. Mais do que frases, esses pensamentos estão cristalizados e refletem o senso comum do que é preciso para fazer uma empresa dar certo. São passados de geração a geração de empreendedores e aplicados diariamente.
         Então, o que precisamos fazer para mudar a mentalidade no Brasil? Por que nós buscamos tanto a utopia da “estabilidade”? Creio que as respostas para essas perguntas estão na própria comunidade empreendedora do Brasil. Precisamos nos engajar mais, desenvolver um senso de coletivo e nossa própria maneira de construir empresas de sucesso. Essa receita precisa ser comprovada com casos reais de empresas brasileiras e divulgada amplamente com o intuito de influenciar novas gerações de empreendedores.
         Essa mudança já está ocorrendo, porém, ainda não atingimos o tipping point. Ainda precisamos coordenar melhor os diferentes stakeholders: empreendedores, investidores, incubadores e aceleradoras, governo, universidade e grandes empresas. Só a combinação das capacidades de cada um desses grupos permitirá que o Brasil atinja um novo patamar de desenvolvimento da indústria de tecnologia.”.

(FRANCISCO FERREIRA. Sócio-fundador da BizCapital, fintech que tem como principal objetivo desburocratizar e tornar mais eficiente o processo de concessão de crédito para o micro e pequeno empreendedor, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de dezembro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de RENATA AMBROSINI, psicóloga com mais de nove anos de experiência na área de seleção de profissionais em TI e consultora de recrutamento e seleção na Yoctoo, e que merece igualmente integral transcrição:

“Mulheres e tecnologia
        O mercado de trabalho, pouco a pouco, está se transformando para alcançar a igualdade de gênero. Há quem acredite que essa igualdade já ocorre na maioria das áreas. Mas a verdade é que ainda precisamos trilhar um longo caminho em busca da diversidade dentro das empresas, em especial na área de tecnologia e digital, onde o número de mulheres é ainda menor do que vemos em outros setores.
         A reduzida presença feminina nas áreas de tecnologia é difícil de ser explicada, uma vez que a diferença técnica e de capacidade não explica a falta de mulheres nesse mercado. Até porque, a aptidão para a tecnologia também é uma característica feminina. Prova disso é que o primeiro algoritmo da história foi desenvolvido por uma mulher chamada Ada Lovelace. O protocolo STP, procedimento que auxilia na melhor performance da rede, é invenção de Radia Perlman. E a tecnologia usada nos telefones celulares e nas redes wi-fi tem como base o trabalho da inventora e atriz Hedy Lamarr, feito na época da Segunda Guerra Mundial.
         O fato é que a diferenciação de gênero é uma questão social. Apesar de homens e mulheres serem diferentes, a capacidade técnica e as competências intelectuais não são. Infelizmente, ainda vivemos em uma sociedade que diferencia tratamentos na criação de meninos e meninas, impondo condutas diferentes para cada gênero. Portanto, essa disparidade no segmento da tecnologia é um problema cultural que começa muito cedo em nossas vidas, ainda na primeira infância.
         Quando o assunto é tecnologia, logo no início da vida muitas vezes não estimulamos o interesse das meninas pelo tema e limitamos o contato das meninas com esse universo tecnológico. Elas acabam sendo muito mais incentivadas a brincar de boneca e a fazer comidinha, enquanto os meninos recebem as multitelas dos celulares, tablets e jogos de videogame. Dessa maneira, não só deixamos de incentivá-las e de introduzi-las a todos os benefícios que a tecnologia oferece em termos de aprendizado, como simplesmente nem ofertamos essa possibilidade a elas.
         Para as meninas que vencem essa barreira e conseguem conhecer e se interessar por TI, a sociedade impõe outros obstáculos que seguem pela adolescência e culminam por se acentuar na faculdade. É no banco das universidades que o preconceito de gênero e isolamento social se encarregam de deixar claro que “esse lugar não é para mulheres”. De acordo com o Inep/MEC, as mulheres representam apenas 15% do corpo discente nos cursos relacionados à computação. Constantemente atacadas por colegas, e até mesmo por professores, as mulheres sofrem assédio moral e poucas alunas chegam a concluir o ensino superior na área. Outra pesquisa indica, ainda, que 79% das alunas dos cursos relacionados à TI desistem já no primeiro ano.
         As que bravamente sobrevivem aos preconceitos precisam correr para conquistar uma oportunidade no mercado de trabalho. Construir uma carreira, ou mesmo abrir uma empresa, é o grande desafio feminino dentro do mercado de tecnologia. Nas principais empresas de tecnologia, em média, apenas 30% do quadro de funcionários é comporto por mulheres. E, ainda, estudo feito pela Harvard Business School aponta que apenas 10% dos aportes financeiros são feitos em startups comandadas por mulheres.
         Outro dado que acho extremamente relevante é que o último levantamento do IBGE indicou que no Brasil existem 6,3 milhões de mulheres a mais que homens. Não sei você, mas isso me faz pensar o quanto as empresas ainda desperdiçam talentos. O que quero dizer é que tenho certeza de que boa parte dessas mulheres estão mais do que aptas a exercer uma série de funções e cargos, não só na área de tecnologia, mas em muitas outras áreas. No entanto, por existir barreiras culturais e sociais, elas ainda são duramente negligenciadas e excluídas do mercado de trabalho.
         Para mim, não se trata de uma exclusão de gênero, mas um desperdício de talentos, independentemente do gênero.
         Se essa realidade social lhe parece cruel e parte de uma construção social desigual, será que podemos mudar esse cenário? A resposta é sim! E o primeiro passo deve ocorrer dentro de casa. É papel da família apresentar a tecnologia para as meninas, e incentivar o interesse delas nas carreiras de exatas. O empoderamento de lutarem por aquilo que desejam será o segundo passo – e o mais importante, visto que precisarão percorrer um longo caminho de resistência contra uma maré inteira puxando-as para longe da área de TI e aproximando-as culturalmente das áreas de humanas.
         O terceiro passo, felizmente, já começa a ser dado pelo mercado de tecnologia. Aqui na Yoctoo, consultoria boutique de recrutamento e seleção especializada em TI e digital, já notamos o interesse das empresas em equilibrar as equipes e trazer diversidade para o time. Se aumentarmos a oferta de mulheres participando dos processos seletivos, consequentemente, aumentaremos também o número dessas profissionais nesses cargos.
         Não é possível afirmar quando e se seremos capazes de chegar ao tão sonhado e falado 50/50 dentro das empresas. Mas, certamente, enquanto sociedade, devemos lutar para criar ambiente menos agressivo para com as mulheres. Enquanto recrutadora para o mercado de TI, espero ver esse quadro mudando em um futuro próximo e desejo concluir muitos processos seletivos em que as mulheres sejam as escolhidas para muitas das vagas que passam por mim, não por serem mulheres, mas por serem, antes de tudo, excelentes profissionais.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro/2017 a ainda estratosférica marca de 333,8% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 323,73%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em novembro, chegou a 2,80%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!”.