segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A LICENÇA SOCIAL E O PODER DO CIDADÃO (17/43)

(Novembro = mês 17; Faltam 43 meses para a COPA DO MUNDO DE 2014)

“Governança corporativa

[...] Entendemos que as corporações do século 21, que darão as cartas no mundo globalizado, estarão atentas às “novas condicionantes” do planeta. Os conselhos de administração precisam se posicionar estrategicamente e monitorar a forma como esses temas vêm sendo tratados em suas organizações. Também as diretorias executivas precisam focar na otimização de resultados, para diminuir as externalidades negativas já existentes e cuidar para que a sua gestão não acelere ações de curto prazo que possam gerar outras externalidades negativas no médio e longo prazo. O nosso ponto de vista passa pelo racional: consciência de ser versus consequência de não ser. Na primeira perspectiva, a sociedade, como um todo, entende a importância da sustentabilidade como legado e valor a ser garantido às próximas gerações. Já a consequência de não ser sustentável será sentida em todas as dimensões, por meio do aumento do número das regras/leis que poderão ficar a cada mais fortes, punitivas, cerceadoras e impeditivas da atividade empresarial. Nesse caso, a sociedade se transformará em testemunha passiva e conivente no processo de destruição do planeta.

O rompimento desse repetido vício passa pelo desapego do atual modus operandi, que já se mostrou totalmente ineficaz, ultrapassa a questão do consenso ou eleição do mais votado, indo na direção da busca legítima da sociedade por uma maneira diferente de entender e atuar. Isso significa inovação e discussão, fatores determinantes para a chegada de um tempo em que, nas empresas, o lucro máximo possa ser substituído pelo lucro ótimo, para que a harmonização de interesses de todos os stakeholders (partes afetadas pelo mundo empresarial) esteja, de certa forma, legitimamente contemplada, por meio da qual a competência técnica específica possa ser ampliada pela aquisição de outras competências e vivências em outros setores. A única certeza é que a resposta passa pelo interesse legítimo, colaboração, persistência e firmeza de propósitos, a partir dos principais atores da sociedade.”
(ADRIANA ANDRADE, Professora convidada da Fundação Dom Cabral-MG, e ROSSANO BASTOS, Arqueólogo do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de outubro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 26 de outubro de 2010, Caderno OPINIÃO, página7, de autoria de SÉRGIO CAVALIERI, Presidente da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas de Minas Gerais (ADCE-MG), que merece INTEGRAL transcrição:

“Poder do cidadão

Da era industrial à sociedade do conhecimento, o mundo percorreu um longo caminho e continuará mudando aceleradamente, impondo a todos, em todos os segmentos da sociedade, uma postura contemporânea do século 21. No mundo empresarial e dos negócios, não é diferente: empresários, executivos, dirigentes de empresas e empregados devem se acostumar aos novos padrões, bem diferentes daqueles vigentes até há pouco tempo. Nas asas e nas ondas da tecnologia da informação que viabiliza a comunicação em tempo real, os fatos e a sua divulgação ocorrem simultaneamente. Turbinados pelas redes sociais, que asseguram conexões e interconexões, todos tomam conhecimento de tudo, ao mesmo tempo. Todos têm noção clara de seus direitos e deveres e estão cada vez mais dispostos a fiscalizar seu cumprimento.

Felizmente, não dá mais para esconder nada, nem há espaço para varrer malfeitos para debaixo do tapete. É desse cenário que está emergindo a sociedade do século 21, com um novo perfil, com ideais, valores e princípios, consciente de seus direitos. Se a China prende e isola o Prêmio Nobel da Paz, expõe-se à execração pública mundial e paga com a mesma moeda de sua imagem perante o mundo. Se o Chile se mobiliza em vigília para salvar os 33 mineiros soterrados a 700 metros de profundidade no Deserto de Atacama, o mundo aplaude e comemora junto. Na Hungria, o presidente da empresa responsável pelo vazamento de lama tóxica de uma indústria de alumínio está preso e a empresa foi desapropriada até todas as falhas sejam corrigidas.

A verdade é que a era do conhecimento democratiza a informação e, via de consequência, confere maior poder aos cidadãos, tornando-os sujeitos do seu próprio destino. A forma como as pessoas e grupos passaram a enxergar o mundo e a expressar livremente suas convicções, suas posições, suas expectativas, suas aspirações e suas demandas mudou drasticamente, como reflexos inexoráveis na política, na economia e nas empresas. Em tempo de plena informação, as exigências sobre as empresas e seus líderes se ampliaram significativamente. A vigilância da sociedade, clientes, funcionários, fornecedores, concorrentes, governo e das comunidades é permanente e severa.

Não há mais espaço para atitudes que ignorem padrões éticos e morais que contrariem o bem comum, atentem contra a vida presente ou futura e agridam o meio ambiente. Um exemplo: hoje, a concessão de licenças para funcionamento de empreendimentos deixou de ser exclusividade de instâncias de governo, como prefeituras, órgãos ambientais, Corpo de Bombeiros e tantos outros; são fortemente e cada vez mais influenciadas pela vontade dos grupos de interesses que interagem com o negócio – os chamados stakeholders. Pelo elevado nível de conhecimento de que dispõem, pela consciência que têm de seus direitos e por sua enorme capacidade de mobilização, podem, em poucos minutos, insurgir-se contra a empresa, influenciar seus clientes e consumidores, levando-os a refletir sobre sua importância econômica e social. Não são raros os episódios em que empresas foram levadas a fechar as portas por não corresponder às expectativas das comunidades nas quais estão inseridas. Enfim, neste começo de século, as licenças administrativas oficiais para instalação e operação de empreendimentos se curvam sob a força prevalente da licença social – aquela que vem da própria sociedade, do conjunto dos cidadãos, e não mais apenas dos órgãos públicos normatizadores e fiscalizadores.

Nesse novo contexto, que referencia as relações entre pessoas, entre pessoas e empresas, entre empresas e governo – enfim, entre todos, o tempo todo – , a Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE) e a Uniapac, entidade que congrega ADCEs do mundo inteiro, propõem que, sem abrir mão das ferramentas mais modernas de gestão, o empresário contemporâneo incorpore os conceitos que sustentam a gestão baseada em valores e como foco nas pessoas. Afinal, quando as mudanças são intensas, constantes e rápidas, a resposta que a empresa precisa dar ao mercado também deve ser ágil, como um organismo vivo que reage ao menor sinal de ameaça. Para que isso seja possível, é preciso delegar, assegurar que o poder esteja nas pontas, como as equipes de frente. Não há mais tempo nem espaço para estruturas verticalizadas, hierarquizadas, paquidérmicas.

Na verdade, em um mundo no qual tudo ocorre ao vivo, também as respostas devem ser ágeis e em tempo real. Para que o gestor tenha a garantia de que sua equipe saberá responder e corresponder autonomamente às demandas da comunidade com a qual interage, dentro de padrões de comportamento que não coloquem em risco a imagem e a reputação da sua empresa, é indispensável que prevaleçam, como paradigmas permanentes, os valores e os princípios fundamentais que dizem respeito ao caráter, moral, ética, verdade, honestidade, o discernimento entre o certo e o errado. Afinal, na era do conhecimento, a nova fronteira da administração de empresas é a lastreada em valores. O resto é commodity.”

São, portanto, mais páginas com APROPRIADAS e CONCISAS ponderações e ADVERTÊNCIAS a exigir sério APROFUNDAMENTO em torno dos rumos requeridos a nova SOCIEDADE, que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...