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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A CIDADANIA, O CONHECIMENTO ESPIRITUAL E OS VALORES CRISTÃOS NA GESTÃO EMPRESARIAL

“O conhecimento espiritual ajuda 
a iluminar e a redimir a vida
         A flor dos campos, que desabrocha, oferece generosamente sua beleza e seu perfume sem outra finalidade a não ser a de doar-se ao Criador. O canto do pássaro e o rumor do mar, que outra coisa são senão um permanente ofício divino? Nós, seres humanos, cremos sempre ter outras coisas a fazer, coisas mais importantes do que glorificar o Criador.
         O despertar espiritual não nos leva para fora deste mundo, mas nos ajuda a iluminar a estância terrena, e a redimi-la. Quando se percorre um caminho perigoso pela vida terrena, abandona-se tudo o que é inferior e parte-se em busca do Cosmos. Nesse caso, o exercício espiritual, por meio dos caminhos de uma Lei Maior, divina, levará o homem ao despertar.
         A essência do despertar é trazer luz à obscuridade, é transformar ignorância em conhecimento, é colaborar com o processo de redenção do planeta, é servir à Luz. Só os renascidos podem despertar. O verdadeiro poder é somente aquele que se tem sem que se o imponha. Enquanto o homem prosseguir usando o poder próprio, continuará a ser escravo dele e continuará impotente, como é agora.
         Em geral, nem todos compreendem essas relações. Espera-se que quem desenvolver em si certo “poder” se dê conta disso. Porém, o despertar cósmico verdadeiro jamais pretende “compreender”, pois era o próprio tentador que, segundo a Bíblia, queria provas visíveis. E não as recebeu.
         Aqui está a diferença entre o desertar cósmico e o esoterismo malconduzido. Enquanto o homem continuar a ser curioso, as portas do Cosmos permanecerão fechadas para ele.
         Depois de vivificar sua motivação, e de ter-se assegurado de que as causas das suas ações não são nem a curiosidade, nem o poder, o indivíduo estará, então, apto a dar os primeiros passos para o despertar cósmico.
         Aqui convém advertir sobre um ponto perigoso para toda e qualquer associação. O ensinamento que abarca só uma partícula da realidade, e que é apresentado como verdade salvadora única, desperdiça energias da própria evolução em burocracia, em cruzadas e em rivalidades com os que pensam de outro modo. Sistemas tornam-se uma meta em si mesmos e fixam o indivíduo em vez de liberá-lo de fixações.
         Cada um de nós tem hoje uma opção a fazer. Recordamos de que, na etapa em que nos encontramos, o caminho do Cosmos é o caminho da luz e não o da obscuridade.
         O verdadeiro conhecimento existe como ordem cósmica, interior; é a lei do universo. Estará à disposição para nos servir até quando necessitarmos. A lei mostra o caminho da liberdade e nunca leva o ser à dependência.
         Não será a dependência de grupos ou de mestres que nos dará a luz. Cada ser tem que percorrer caminho sozinho. Se em seu trajeto necessitar de ajuda, esta lhe chegará sem que ele tenha de busca-la. Para recebe-la é preciso necessitá-la realmente.
         O despertar de uma luz interna é, para cada indivíduo, um processo singular. Se ele transcender “as dores” que caracterizam esse momento, conhecerá a alegria que vem depois. Há em todos uma fortaleza semioculta que assegura essa realização. Na raiz de tal fortaleza está a essência mesmo do eu interno.
         A consciência do ser humano é infinita, pois se aprofunda e se amplia na existência universal. Tudo o que a conduz à expansão e que a retira do envolvimento com o mundo das formas auxilia a revelação da sua essência.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 27 de setembro de 2015, caderno OPINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 2 de outubro de 2015, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Evangelho e empresários
        Parece novo e curioso relacionar o Evangelho de Jesus Cristo aos empresários, mas não se trata de novidade. A União Internacional de Dirigentes Cristãos de Empresas e a Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas, criadas em 1931, no âmbito internacional, e em 1961, em nível nacional, em seis estados brasileiros, realizam, em Belo Horizonte, seu Congresso Mundial, junto do 10º Seminário Internacional de Sustentabilidade. Empresários, políticos, construtores da sociedade pluralista, religiosos e outros representantes da sociedade civil, num ato inteligente e humanitário, aproximam o que é próprio do mundo empresarial dos valores do Evangelho. O horizonte é o indispensável parâmetro da responsabilidade social.
         Ora, é obsoleto, tirano e arbitrário produzir e negociar nos horizontes estreitos e perversos do lucro a qualquer custo ou do consumo doentio e predador. Responsabilidade social é escolha que aponta saídas para crises. Remete ao sentido humanístico que motiva a construção de uma sociedade justa e solidária. Trata-se de um ideal exigente, mas possível, quando é buscado a partir do Evangelho de Jesus Cristo, fonte incontestável e inesgotável de valores.
         A convicção a respeito da iluminação que o Evangelho traz para se alcançarem novos rumos nas dinâmicas sociais é consolidada. Por isso, o Congresso Mundial e o Seminário Internacional são esperança na construção de caminhos para superar o corrosivo veneno que a lógica do mercado impõe à humanidade. Esses eventos são particularmente importantes para ajudar os processos de reconfiguração da sociedade brasileira, imersa em caos político e em descompassos de crises que impactam o âmbito econômico. Os resultados são conhecidos por todos: aumento do número de desempregados e de pessoas que sofrem com a miséria.
         Na pauta do Congresso Mundial e do Seminário Internacional, não estão simplesmente as taxas, juros, números, dívidas, superávits e outros conceitos que compõem o “economês”. As reflexões incidem sobre a responsabilidade de empresas, governos e sociedade civil, reafirmando a importância e a urgência de todos trabalharem para construir o bem comum. Nessa tarefa, o papel do empresário e do dirigente de empresa é determinante, pois a iniciativa econômica é expressão da inteligência e da exigência de responder às necessidades da humanidade de modo criativo e colaborativo.
         À luz dos valores cristãos do Evangelho de Jesus Cristo é buscar, juntos, as soluções mais adequadas para se responder às necessidades dos cenários sociais e políticos. Inquestionável é a importância da participação de empresários e dirigentes de empresas na superação das muitas crises. Esses líderes ocupam lugar estratégico no coração das redes que abrangem aspectos técnicos, comerciais, financeiros e culturais. Por isso, a importância de cultivarem valores humanistas. É justamente a falta de referências que gera descompassos e sofrimentos – como a corrupção endêmica que fere a sociedade mundial e brasileira – com impactos mais graves na vida dos pobres. Valores cristãos são remédio para a corrupção. Possibilitam um horizonte de compreensão sempre novo e corajoso, inteligente e humanitário no apoio aos projetos, grandes e pequenos, que estimulam novas experiências humanitárias e democráticas.
         Não há outra fonte inspiradora mais completa e inesgotável que o Evangelho. Conhecê-lo e vivenciá-lo é uma experiência de grande impacto. É preciso coragem e disposição para aprender e praticar os valores que brotam dessa fonte. Os resultados serão imediatos e com força revolucionária capaz de modificar cenários, levar ao alcance de metas que efetivarão o sonho de sociedades mais democráticas, civilizadas e solidárias. Investir nos valores do Evangelho é caminho para que parâmetros humanísticos se desenvolvam com velocidade.
         Nesse urgência de se construir uma nova sociedade, o papa Francisco faz sábia advertência, na sua Exortação apostólica à alegria do Evangelho: “A dignidade de cada pessoa humana e o bem comum são questões que deveriam estruturar toda a política econômica”. Somente assim é possível promover um verdadeiro desenvolvimento integral. Para isso, é imprescindível o horizonte espiritual e humanístico do Evangelho de Jesus Cristo, capaz de despertar, em cada empresário, o compromisso de viver a sua vocação. O papa ensina que a vocação do empresário é “uma nobre tarefa, desde que se deixe interpelar por um sentido mais amplo da vida; isto permite-lhe servir verdadeiramente o bem comum com o seu esforço por multiplicar e tornar os bens deste mundo mais acessíveis a todos”. Eis a inteligência e a possibilidade de se alcançarem as respostas necessárias: reconhecer a importância indispensável de se aproximarem Evangelho e empresários.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)      a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)      o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a estratosférica marca de 350,79% ao ano; e mais, também em agosto, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 9,52%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

     c)       a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”  
  
     


  

                

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A CIDADANIA E A BUSCA DA FELICIDADE, DA ÉTICA E DA SUSTENTABILIDADE

“Nada será como antes, amanhã
        O espanto com a existência e a procura do sentido da vida são bases da filosofia, assim como a história é a tentativa do homem de saber para onde vai, a partir de onde veio. No centro dessa incerteza, a eterna busca de orientar-se no mundo.
         É mundial, a propósito, a desorientação oriunda de um ambiente em transformação frenética em que pessoas nascem da engenharia genética, vivem em um ambiente virtual, surpreendem-se a cada momento com a biotecnologia e a nanotecnologia, e a emigração já não é para mudar de vida, mas para salvar a vida diante do horror da luta, sendo indiferente se a destruição é de instalações ou de lares.
         No Brasil, à desorientação dos tempos chamados pós-modernos acresce, como trágica herança de uma quadrilha que veio tomar a República e saquear seus cofres, a quebra da coluna vertebral da sociedade – seus valores – e, com isso, a desagregação dos laços sociais e a perplexidade que anula a capacidade de discernir e de agir.
         No entanto, onde tudo conduz à fixação no momento, à tensão com o agora, ao espanto, justamente agora cenários e previsões cedem lugar a um vislumbre, esse alumiar tênue que permite quase adivinhar o que temos em torno. O brasileiro é tomado por aquele estado de espírito que lhe é mais próprio quando desconfia: passa a cismar. Não interessa mais a perda do grau de investimento expressando que estamos privados da confiança dos investidores; já não importa que a presidente da República detenha inédito índice de aprovação de 7%; chega de lamentar a corrupção, a recessão econômica, a dívida pública irresponsável, o Orçamento que já chega com um rombo vergonhoso, o traiçoeiro avanço da inflação – tudo notícias velhas do jornal de ontem. Basta: Já sabemos onde estamos. Interessa saber para onde vamos. Em tempo: interessa saber para onde queremos conduzir o país que é nosso e pelo qual somos todos responsáveis. Quem cortou nosso selo de “bom pagador”, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s, arremata com a possibilidade de o país enfrentar três anos seguidos de déficit e dívida crescente. Vamos esperar por isso?
         Alguma coisa liga desorientação a coragem. Comte-Sponville escreveu um livro desconcertante intitulado A felicidade, desesperadamente. E também escreveu o Pequeno tratado das grandes virtudes. No primeiro livro, ensina a não esperarmos pela felicidade, mas a lutarmos por ela. No segundo, situa, lado a lado com a prudência e tolerância, a coragem. Adverte que a virtude é um esforço e, por isso, a coragem pressupõe vencer o primeiro impulso que pede o repouso, conduz à frouxidão e pode resultar na fuga. Então, Sponville enfatiza a relação entre coragem e o instante: “Coragem é a intenção do instante em instância”, sentencia e chega ao alvo, cravando a coragem como “nosso ponto de tangência com o futuro próximo”.
         Tratando dessa forma a crise que parece trazer de volta o fantasma do “fim da história”, quero dizer que, ao contrário, esta conjuntura insólita, resultante de uma aberração ética, vai receber em troca o despertar dos brasileiros para o futuro. As manifestações de 2013 sinalizaram que o futuro desejado tem muito pouco a ver com a realidade que vivemos hoje. Nada a ver com o modelo político, a conduta, as práticas e muito menos com os personagens que nos são oferecidos. O que está no ar nesse “mal-estar comum” é uma derrubada de paradigmas, com a mudança fundamental de pensamentos, percepções e valores. Um modelo inteiramente novo é o que deve imperar e ele deve partir de perspectivas variadas, todas elas a serem utilizadas à exaustão, porque a intenção deve ser a de descobrir tudo é possível descobrir. Criaram-se tantas incubadoras de empresas, mas ninguém ainda se mostrou capaz de criar uma “incubadora do novo”. Que tal uma “incubadora Brasil século 21”?
         Na agenda desse projeto maior, a erradicação do atraso dever o primeiro item, por ser esse o mal endêmico de nosso país. Atraso, falta de cultura, ausência de civilização. Aquilo que embaraça, atrasa, retarda e prejudica. Atraso na educação, na saúde, na capacitação, atraso no comportamento, atraso que se pode perceber em um simples gesto. E é de se desejar que essa incubadora de uma nação desenvolvida e dirigida para a felicidade das pessoas tenha no conhecimento sua chave para o futuro, com a atenção voltada para a inovação, ciência e tecnologia. É que a educação seja a base de todo o esforço para a realização de um novo Brasil, por ser condição para que sejamos quem sonhamos ser.”

(LINDOLFO PAOLIELLO. Presidente da Associação Comercial e Empresarial de Minas – ACMinas, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de setembro de 2015, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Ética e sustentabilidade
        A capital mineira tem a singular oportunidade de receber, entre os dias 30 de setembro a 2 de outubro, o Congresso Mundial Uniapac e o Seminário Internacional de Sustentabilidade. Esses eventos têm marcas e balizamentos que sublinham diferenciais muito evidentes. Reúnem empresários que pautam suas atividades e empreendimentos por valores cristãos. São gestores que integram a União Internacional de Dirigentes Cristãos de Empresa (Uniapac) e, em âmbito regional, a Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE). Investem no desenvolvimento humano integral, na verdade e na caridade. Trata-se de grande diferencial, pois o crescimento econômico sem parâmetros como a ética e a sustentabilidade leva a situações que comprometem seriamente a humanidade.
         Esses grandes encontros são, pois, um facho de luz sobre sombras que pairam nos horizontes empresariais. Há um enorme desafio a ser enfrentado: eliminar a união entre os descompassos da política e as razões ilegítimas de empreendedores, fonte de corrupção. Essas sombras trazem prejuízos incontáveis, conhecidos e lastimáveis para a vida do povo. O Congresso e o seminário são valiosas oportunidades para renovar o compromisso de se trilhar o caminho do bem comum. A simples presença dos empresários constitui o esforço desses participantes de se trabalhar para construir uma nova dinâmica para o empreendedorismo na sociedade contemporânea. Também é antídoto contra o risco, sempre existente, de deixar-se mover por outras lógicas distantes da ética e da sustentabilidade. Renova-se, assim, o empenho para construir um mundo melhor, que não se edifica simplesmente a partir da lógica do lucro.
         A rentabilidade buscada não pode se desvincular da responsabilidade social, sob pena de se elegerem lógicas perversas do mercado como guia das escolhas, vitimando o planeta, a “casa comum”, com inúmeros descompassos: os focos de guerra e o desrespeito aos refugiados, o descaso com os excluídos que vivem nas ruas das cidades e com os pobres que estão no cinturão das protegidas áreas ocupadas pelos mais ricos e por quem deveria ser protagonista na construção do bem comum. O Congresso Mundial Uniapac e o Seminário Internacional de Sustentabilidade podem oferecer respostas indispensáveis diante da urgência na elaboração de novas pautas e na adoção de critérios para juízos adequados, escolhas inteligentes e éticas. O horizonte cristão desses eventos será possibilidade de iluminação: o inspirador propósito de buscar novos caminhos para maior cooperação entre governo, terceiro setor e empresários, visando à melhoria das relações sociais, à construção de uma economia sustentável e inclusiva e a uma sociedade ética com foco no ser humano e no bem comum.
         Esses objetivos não se alcançam apenas passeando pelos números. Deve-se priorizar cada pessoa. A inspiração cristã, comprometimento da Uniapac e ADCE, com o importante suporte da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, atrai empresas e empresários para um singular momento de reflexões. É genuína contribuição que pode e já faz a diferença em tantos ambientes, na reconfiguração de lógicas de governar e empreender. A dinâmica dos números, os arranjos indispensáveis para as organizações, a clarividência necessária aos gestores e o olhar com sensibilidade social têm duas valiosas referências de ensinamentos  cristãos: a carta encíclica do papa Emérito Bento XVI, Caritas in Veritate – sobre o desenvolvimento humano integral –, e a carta encíclica do papa Francisco, Laudato Si – sobre o cuidado da casa comum.
         A leitura dessas publicações é recomendada aos participantes dos encontros como preparação prévia, pois pode fecundar o terreno onfr sementes qualificadas serão lançadas a partir das palavras de competentes e relevantes conferencistas. Os textos também trazem ricos ensinamentos para todos os cidadãos. A bem arquitetada organização do congresso da Uniapac e do seminário de sustentabilidade é um investimento esperançoso e consistente. São redes novas lançadas em tentativas mais audaciosas de avançar rumo aos luminosos ensinamentos do Evangelho de Jesus Cristo. Uma solução inteligente para graves problemas sociais capaz de superar distâncias que existem em razão do desconhecimento do Evangelho e de sua força criativa e humanitária. A construção de um mundo melhor, incontestavelmente, uma meta alcançável quando se trilha o caminho da ética e da sustentabilidade.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a estratosférica marca de 350,79% ao ano; e mais, também em agosto, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 9,52%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

     c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”  
  
     



         

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A CIDADANIA, AS VIRTUDES REPUBLICANAS E O CAPITALISMO

“A solidez das virtudes republicanas
Houve um tempo, não muito distante, em que a palavra da moda, sobretudo na boca de alguns membros do governo, era “republicano”. Quando queriam defender o rigor na administração federal, diziam que a atitude ou a medida fora rigorosamente republicana.

A palavra república representa uma instituição romana e sua origem é latina: “res-publica” – coisa pública. Ao contrário, a cidade-Estado foi uma instituiçõ eminentemente grega, significando uma certa independência da cidade e uma fórmula de governo matriz da democracia direta, em que os cidadãos decidem os destinos da cidade, em votação nas praças públicas.

Em Roma, antes da instituição da República, havia o império, com imperadores recrutados entre os etruscos, cujo último foi Tarquínio. Os eleitos e eleitores eram exclusivamente os patrícios e os cidadãos romanos espalhados pelo império. A plebe e os escravos não votavam. Isso motivou uma guerra civil, que tem seu fim em 496 a.C., no monte Aventino, com a vitória da plebe, que introduziu no governo das cidades a figura do edil ou vereador.

Pelo próprio nome se vê que os edis, hoje vereadores, cuidavam dos edifícios, dos serviços públicos, das cidades. Os edis formavam as primeiras Câmaras Municipais, chamadas de “consilia plebis”, ou os “curatori urbis” na definição de Cícero. Essa assembleia hierarquicamente se submetia ao Senado.

É por isso que, até hoje, os serviços públicos de Roma são marcados com placa com as letras “S P Q R – O Senado e o Povo Romano”, “Senatus Populusque Romanus”. Isso leva à lembrança de todos que as obras públicas são feitas pelo povo, guiado pelo Senado.

Esse pequeno histórico nos dá uma dimensão da palavra “republicano”: significa compromisso com a coisa pública, austeridade.

Roma copiou também uma velha instituição grega, a “liturgia”; vale dizer, o serviço público não remunerado. O termo foi apropriado pela Igreja para designar os serviços de culto: a liturgia.

A defesa da moralidade como parte essencial da República foi feita por Cícero, em três memoráveis discursos no Senado, chamados “catilinárias”, pelas quais o velho tribuno condenava veementemente o cônsul Catilino, por sua conduta condenável e a ausência de ética pública: “Até quando, Catilino, abusará da nossa paciência?”.

O recurso ao tema “república” me veio à mente nesses tempos difíceis em que parece haver um verdadeiro assalto aos cofres públicos, à coisa pública por políticos que se apropriam do dinheiro coletivo, arrancado através de impostos do contribuinte.

Houve um tempo, neste país, em que os políticos morriam empobrecidos. Hoje, costumam fazer fortunas na vida pública, deixando ao morrer grandes patrimônios e pendurando os parentes e afilhados em polpudos empregos. Queira Deus a presidente Dilma Rousseff consiga sanear o país e diminuir ao mínimo o número de cargos de recrutamento amplo. Isso é inaugurar a República.”
(GERALDO MAGELA TEIXEIRA, Reitor do Centro Universitário Una, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 9 de setembro de 2011, Caderno DEBATE, página 21).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de setembro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de SÉRGIO CAVALIERI, Presidente da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE-MG), que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Capitalismo solidário

Vivemos tempos preocupantes. No cenário mundial, a crise econômica que vem desde 2008 devasta inclusive economias consideradas sólidas, quebra países, como vemos ocorrer na Zona do Euro, indica uma recessão sem precedentes e sinaliza que o modelo de capitalismo vigente está exaurido precisa ser revisto. No Brasil, os recorrentes episódios de corrupção que resultam do conluio entre os setores público e privado parecem indicar que o país chegou ao fundo do poço no que se refere à mais absoluta ausência de princípios e valores éticos e denunciam o esgotamento do sistema político. Felizmente, a reação da presidente Dilma, pouco tolerante às atitudes antiéticas, ao afastar ministros e servidores, mostra que ainda há um fiapo de luz no fim do túnel e abre espaço para que a sociedade brasileira se mobilize para mudar o que precisa ser mudado, inclusive cassando pelo voto, democraticamente, políticos indignos dos cargos para os quais foram eleitos.

A Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE), fundada na Europa em 1931, com a denominação de Uniapac, e no Brasil, em 1961, portanto há exatos 50 anos, já fez a sua opção: atuar na formação dos dirigentes de empresas, mostrando a importância e as vantagens da adoção de valores e princípios cristãos, que também são valores humanos milenares, que tratam da ética e do respeito ao ser humano na prática diária dos negócios. É uma posição clara que prega, como contraponto ao capitalismo selvagem, o capitalismo solidário, no qual a rentabilidade visada pelas organizações empresariais deixa de ser apenas econômica e passa a também englobar a rentabilidade social.

A premissa é a de que a nova economia é principalmente humana – o conceito de sustentabilidade já não se restringe ao meio ambiente e assume uma dimensão mais ampla, incorporando as questões sociais e culturais. Desenvolvimento sustentável e responsabilidade social se transformam em questões estratégicas que devem ser conduzidas pelos líderes das organizações, incorporando valores fundados na dignidade, amor ao próximo, participação, transparência, ética, integridade e bem comum. É uma revolução na maneira de conduzir e fazer negócios, alinhada com as demandas do mundo atual e coerente com o que se antevê para o futuro.

O capitalismo selvagem mostra-se ineficaz para garantir o desenvolvimento justo e harmônico do planeta. É um modelo desumanizado, eivado de distorções que o homem do século 21 não aceita mais, uma vez que não abre mão da participação, da inclusão e da transformação social. É nesse contexto que vemos prosperar a proposta da ADCE, com ideias que representam uma evolução na direção de uma economia social de mercado, na qual o ser humano é colocado em primeiro lugar e deve ser considerado em todas as decisões e ações das entidades privadas e no governo.

Enfim, a gestão baseada em valores é a mais apropriada nos dias de hoje por alinhar visões de negócios dentro das organizações públicas e privadas, criar sentido e significado para o trabalho e estabelecer regras que se impõem como compromissos naturais – e não apenas em função de controle e fiscalização externos. Esse é o tipo de gestão que reduz os custos de transações, aumenta a transparência, cria vínculos com as equipes e com a sociedade, retém talentos e conquista o respeito da sociedade, fazendo com que a empresa seja mais sustentável, competitiva e socialmente responsável.

Todo cuidado ainda é pouco e toda vigilância é necessária. Não é mais possível viver indefinidamente em um país onde as empresas sejam bem-sucedidas enquanto a sociedade vai mal. A crise econômica e financeira, de escala mundial, e os escândalos recentes, no Brasil, comprovam, mais uma vez, que existem pessoas dispostas a usurpar o poder para se locupletar, acumpliciados com a iniciativa privada, esquecendo-se dos valores mais básicos – não roubar, por exemplo. Regras e leis são necessárias, mas só serão efetivamente cumpridas se os valores estiverem arraigados no DNA dos gestores, nas pessoas, nas organizações públicas e privadas. Esse é o principal desafio que a ADCE se propõe a enfrentar, semeando valores e princípios, regando-os diariamente para que cresçam, deem frutos, se alastrem e contagiem todos os ambientes de trabalho e de negócios. No mundo do século 21, mais que as empresas, as marcas das organizações, sua reputação pertencem também aos consumidores que as julgam conforme critérios que advém da percepção das atitudes corretas e coerentes e não mais em função de uma propaganda bonita e sedutora, mas descolada da boa prática empresarial. Para isso não há mais espaço, e quem quiser insistir pagará a conta.”

Eis, portanto, mais GRAVES, IMPORTANTES e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de SINCRONIA com os POSTULADOS colocados para superação das GRANDES e AVASSALADORAS e recorrentes CRISES que o mundo ATRAVESSA, exigindo em particular do nosso PAÍS, a PROBLEMATIZAÇÃO de QUESTÕES CRUCIAIS tais como:

a) a INDESVIÁVEL inserção da EDUCAÇÃO – e de QUALIDADE, como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e ACURADA vigilância;
c) a CORRUPÇÃO, campeando por TODOS os setores da VIDA nacional;
d) o DESPERDÍCIO, em TODAS suas MODALIDADES;
e) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, ultrapassando a barreira dos R$ 2 TRILHÕES com os seus monstruosos e DECORRENTES encargos.

São, e bem sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS que ainda mais, longe de ABATER o nosso ÂNIMO e ARREFECER o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO, nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL e MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013; a COPA DO MUNDO de 2104; a OLIMPÍADA DE 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A LICENÇA SOCIAL E O PODER DO CIDADÃO (17/43)

(Novembro = mês 17; Faltam 43 meses para a COPA DO MUNDO DE 2014)

“Governança corporativa

[...] Entendemos que as corporações do século 21, que darão as cartas no mundo globalizado, estarão atentas às “novas condicionantes” do planeta. Os conselhos de administração precisam se posicionar estrategicamente e monitorar a forma como esses temas vêm sendo tratados em suas organizações. Também as diretorias executivas precisam focar na otimização de resultados, para diminuir as externalidades negativas já existentes e cuidar para que a sua gestão não acelere ações de curto prazo que possam gerar outras externalidades negativas no médio e longo prazo. O nosso ponto de vista passa pelo racional: consciência de ser versus consequência de não ser. Na primeira perspectiva, a sociedade, como um todo, entende a importância da sustentabilidade como legado e valor a ser garantido às próximas gerações. Já a consequência de não ser sustentável será sentida em todas as dimensões, por meio do aumento do número das regras/leis que poderão ficar a cada mais fortes, punitivas, cerceadoras e impeditivas da atividade empresarial. Nesse caso, a sociedade se transformará em testemunha passiva e conivente no processo de destruição do planeta.

O rompimento desse repetido vício passa pelo desapego do atual modus operandi, que já se mostrou totalmente ineficaz, ultrapassa a questão do consenso ou eleição do mais votado, indo na direção da busca legítima da sociedade por uma maneira diferente de entender e atuar. Isso significa inovação e discussão, fatores determinantes para a chegada de um tempo em que, nas empresas, o lucro máximo possa ser substituído pelo lucro ótimo, para que a harmonização de interesses de todos os stakeholders (partes afetadas pelo mundo empresarial) esteja, de certa forma, legitimamente contemplada, por meio da qual a competência técnica específica possa ser ampliada pela aquisição de outras competências e vivências em outros setores. A única certeza é que a resposta passa pelo interesse legítimo, colaboração, persistência e firmeza de propósitos, a partir dos principais atores da sociedade.”
(ADRIANA ANDRADE, Professora convidada da Fundação Dom Cabral-MG, e ROSSANO BASTOS, Arqueólogo do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de outubro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 26 de outubro de 2010, Caderno OPINIÃO, página7, de autoria de SÉRGIO CAVALIERI, Presidente da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas de Minas Gerais (ADCE-MG), que merece INTEGRAL transcrição:

“Poder do cidadão

Da era industrial à sociedade do conhecimento, o mundo percorreu um longo caminho e continuará mudando aceleradamente, impondo a todos, em todos os segmentos da sociedade, uma postura contemporânea do século 21. No mundo empresarial e dos negócios, não é diferente: empresários, executivos, dirigentes de empresas e empregados devem se acostumar aos novos padrões, bem diferentes daqueles vigentes até há pouco tempo. Nas asas e nas ondas da tecnologia da informação que viabiliza a comunicação em tempo real, os fatos e a sua divulgação ocorrem simultaneamente. Turbinados pelas redes sociais, que asseguram conexões e interconexões, todos tomam conhecimento de tudo, ao mesmo tempo. Todos têm noção clara de seus direitos e deveres e estão cada vez mais dispostos a fiscalizar seu cumprimento.

Felizmente, não dá mais para esconder nada, nem há espaço para varrer malfeitos para debaixo do tapete. É desse cenário que está emergindo a sociedade do século 21, com um novo perfil, com ideais, valores e princípios, consciente de seus direitos. Se a China prende e isola o Prêmio Nobel da Paz, expõe-se à execração pública mundial e paga com a mesma moeda de sua imagem perante o mundo. Se o Chile se mobiliza em vigília para salvar os 33 mineiros soterrados a 700 metros de profundidade no Deserto de Atacama, o mundo aplaude e comemora junto. Na Hungria, o presidente da empresa responsável pelo vazamento de lama tóxica de uma indústria de alumínio está preso e a empresa foi desapropriada até todas as falhas sejam corrigidas.

A verdade é que a era do conhecimento democratiza a informação e, via de consequência, confere maior poder aos cidadãos, tornando-os sujeitos do seu próprio destino. A forma como as pessoas e grupos passaram a enxergar o mundo e a expressar livremente suas convicções, suas posições, suas expectativas, suas aspirações e suas demandas mudou drasticamente, como reflexos inexoráveis na política, na economia e nas empresas. Em tempo de plena informação, as exigências sobre as empresas e seus líderes se ampliaram significativamente. A vigilância da sociedade, clientes, funcionários, fornecedores, concorrentes, governo e das comunidades é permanente e severa.

Não há mais espaço para atitudes que ignorem padrões éticos e morais que contrariem o bem comum, atentem contra a vida presente ou futura e agridam o meio ambiente. Um exemplo: hoje, a concessão de licenças para funcionamento de empreendimentos deixou de ser exclusividade de instâncias de governo, como prefeituras, órgãos ambientais, Corpo de Bombeiros e tantos outros; são fortemente e cada vez mais influenciadas pela vontade dos grupos de interesses que interagem com o negócio – os chamados stakeholders. Pelo elevado nível de conhecimento de que dispõem, pela consciência que têm de seus direitos e por sua enorme capacidade de mobilização, podem, em poucos minutos, insurgir-se contra a empresa, influenciar seus clientes e consumidores, levando-os a refletir sobre sua importância econômica e social. Não são raros os episódios em que empresas foram levadas a fechar as portas por não corresponder às expectativas das comunidades nas quais estão inseridas. Enfim, neste começo de século, as licenças administrativas oficiais para instalação e operação de empreendimentos se curvam sob a força prevalente da licença social – aquela que vem da própria sociedade, do conjunto dos cidadãos, e não mais apenas dos órgãos públicos normatizadores e fiscalizadores.

Nesse novo contexto, que referencia as relações entre pessoas, entre pessoas e empresas, entre empresas e governo – enfim, entre todos, o tempo todo – , a Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE) e a Uniapac, entidade que congrega ADCEs do mundo inteiro, propõem que, sem abrir mão das ferramentas mais modernas de gestão, o empresário contemporâneo incorpore os conceitos que sustentam a gestão baseada em valores e como foco nas pessoas. Afinal, quando as mudanças são intensas, constantes e rápidas, a resposta que a empresa precisa dar ao mercado também deve ser ágil, como um organismo vivo que reage ao menor sinal de ameaça. Para que isso seja possível, é preciso delegar, assegurar que o poder esteja nas pontas, como as equipes de frente. Não há mais tempo nem espaço para estruturas verticalizadas, hierarquizadas, paquidérmicas.

Na verdade, em um mundo no qual tudo ocorre ao vivo, também as respostas devem ser ágeis e em tempo real. Para que o gestor tenha a garantia de que sua equipe saberá responder e corresponder autonomamente às demandas da comunidade com a qual interage, dentro de padrões de comportamento que não coloquem em risco a imagem e a reputação da sua empresa, é indispensável que prevaleçam, como paradigmas permanentes, os valores e os princípios fundamentais que dizem respeito ao caráter, moral, ética, verdade, honestidade, o discernimento entre o certo e o errado. Afinal, na era do conhecimento, a nova fronteira da administração de empresas é a lastreada em valores. O resto é commodity.”

São, portanto, mais páginas com APROPRIADAS e CONCISAS ponderações e ADVERTÊNCIAS a exigir sério APROFUNDAMENTO em torno dos rumos requeridos a nova SOCIEDADE, que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A CIDADANIA, A ÉTICA E A LIDERANÇA

“Ética no mundo corporativo

Falar de ética é falar de valores, de moral, de comportamento. O homem é um produto da natureza e da cultura, sujeito às leis naturais e da sociedade, que, por sua vez, são conflitantes. À medida que o homem organiza socialmente sua vida, a ética se estabelece na busca de orientações para “o agir” para tornar a convivência mais harmoniosa. Daí a necessidade ética estar entre as que despontam como mais prementes. A ética é moldada por valores e por princípios aceitos pela sociedade e pautada por comportamentos esperados dos indivíduos em determinadas situações. No mundo dos negócios, o estabelecimento de comportamentos e condutas, também apresentado nos códigos de ética e conduta corporativos com o propósito de uniformizar o entendimento dos princípios, normas e valores a serem seguidos pelos integrantes, é de fundamental importância para o desenvolvimento e o crescimento da organização. [...]”.
(ELMA BERNARDES SANTIAGO, Coordenadora pedagógica e professora da Faculdade IBS/Fundação Getúlio Vargas, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de setembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 28 de setembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de SÉRGIO CAVALIERI, Presidente da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE-MG), que merece INTEGRAL transcrição:

“Ética e liderança

Lucro não é pecado. Refiro-me, naturalmente, ao lucro sustentável, obtido de forma ética, limpa, por organizações que pautam sua gestão pelos valores e princípios da responsabilidade social empresarial. A explicação é necessária, pois na outra ponta encontra-se a segunda posição possível – a que preconiza o lucro predatório, desprezando as pessoas e o meio ambiente, transformando organizações diversas, inclusive as empresariais, em máquinas de produzir lucro, a qualquer preço, independentemente das leis, da ética e de valores. Da opção que fizermos agora dependerá o mundo que vamos construir neste século para nós mesmos e para legar às gerações que virão. Como a trajetória e as opções das organizações se condicionam ao modo de pensar e de agir de seus dirigentes se torna obrigatório refletir sobre os modelos de liderança compatíveis com a construção de um mundo melhor. Felizmente, este é um debate que avança com a mesma intensidade com vemos nas manchetes de jornais e no horário nobre da televisão exemplos chocantes de líderes negativos, de índole criminosa, tanto na esfera empresarial, com os escândalos corporativos, quanto na gestão pública, com a prisão de representantes dos três poderes, desde Brasília até os mais distantes municípios brasileiros.

O debate sobre os modelos de liderança é universal e atemporal – ao longo de décadas, a ciência da administração estuda o tema e produz, em abundância, livros, manuais e cursos sobre a arte da liderança. No entanto, no caso específico do Brasil, apesar do progresso econômico, do aumento do Produto Interno Bruto (PIB), da renda e da facilidade do crédito, que catapulta o consumo e produz uma aparente felicidade, falta o progresso moral. A União Internacional de Dirigentes Cristãos de Empresas (Uniapac), entidade que congrega as ADCEs de 26 países, em praticamente todos os continentes, tem insistido na mensagem de que o ser humano só será feliz e plenamente realizado se alcançar seu desenvolvimento integral – nos aspectos material, humano e espiritual.

Para que o Brasil se torne uma sociedade evoluída no seu caráter, honra e respeito, é indispensável que tenhamos líderes que transmitam bons exemplos, que pautem sua atuação por princípios, com coerência e consistência, que zelem pelo interesse coletivo, que garantam a relação equilibrada entre pessoas, entre pessoas e empresas, entre pessoas e o poder público, entre todos o tempo todo. O oposto é igualmente verdadeiro: quando falta compromisso com valores e princípios, os líderes – executivos e dirigentes de empresas – se ocupam exclusivamente do cumprimento de metas de rentabilidade financeira; gestores públicos cuidam apenas do interesse próprio, sem se preocupar com os impactos negativos que suas ações causam às comunidades. Os efeitos devastadores da última crise econômica ainda estão bem frescos, assim como os prejuízos causados a muitos, em todo o mundo, pela ganância de poucos.

Liderança deformada não se combate com novas regras e novas leis, afinal, regras e leis já existem e em profusão. A questão, evidentemente, tem o seu viés criminoso e policial, o que exige o cumprimento da legislação, com inquéritos da polícia e processos na Justiça. O tempo, no entanto, tem mostrado que isso não basta, até porque a Justiça é falha e vulnerável. É necessária uma radical mudança cultural dos líderes, que precisam alterar o seu modelo mental e atentar para os valores do mundo moderno. Assim como se pensava, há algumas décadas, que alta qualidade e custo baixo eram incompatíveis, hoje fazer bem para o mundo e ter lucro não são excludentes. Na verdade, somente alcançarão sucesso no campo empresarial e governamental aqueles líderes que forem capazes de produzir, simultaneamente, rentabilidade econômica e social. Trata-se de uma questão coletiva e inexorável, pois todos têm exatamente a noção do certo e do errado, e a sociedade está cada vez mais vigilante, consolidando e propagando os princípios e valores que defende, cobrando dos líderes a sua observância e o seu cumprimento.

Em essência, devemos lembrar e entender que tudo começa em casa, nos limites familiares, em que os valores e princípios precisam ser semeados e adubados para que germinem e, à frente, formem líderes verdadeiros, comprometidos com o que deles exige o mundo contemporâneo. É preciso formar pessoas e organizações que não façam do lucro um objetivo em si mesmo, que entendam que o crescimento da economia só tem sentido quando é capaz de induzir transformações e promover a justa e equânime distribuição dos seus frutos. A escola, em todos os níveis, incluindo aquelas que se dedicam a formar executivos e dirigentes, precisa compreender que, mais que atender a demanda dos clientes, muitas vezes equivocada, tem a missão de contribuir para a formação de líderes que se apóiem na ética, atuem com responsabilidade social e zelem pela democracia. Estes, certamente, serão os líderes verdadeiros e bem-sucedidos, capazes de construir empresas relevantes e uma sociedade regida por princípios.”

São, portanto, páginas recheadas de LÚCIDAS, CLARAS e PERTINENTES reflexões e ponderações que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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