quarta-feira, 24 de março de 2010

A CIDADANIA, AS UTOPIAS E POSSIBILIDADES

“A SINERGIA ESTADO-MERCADO-SOCIEDADE CIVIL

‘Uma plataforma desse tipo não poderá ser viabilizada somente pelo Estado, nem se consumará se ficar apenas ao sabor do Mercado. Ela requer uma sinergia entre os esforços do Estado e do Mercado, a qual, entretanto, jamais será obtida sem a mediação e a participação da Sociedade Civil, como um novo lugar de geração de políticas públicas e como um novo âmbito de atores capazes de se associarem à implementação dessas políticas’

160. As realidades brasileira e mundial estão mostrando, à farta, que o Estado é tão necessário quanto insuficiente; quer dizer, que o Estado, sozinho, não basta. É preciso que os entes e os processos empresariais sejam igualmente atualizados, reestruturados, aumentando sua eficiência para atingir um grau satisfatório de inserção competitiva na nova ordem mundial e para assumir um novo papel nos processos nacional, regional e local de desenvolvimento, inclusive um papel social.”
(UMA NOVA FORMAÇÃO POLÍTICA NO BRASIL – Fórum Brasil Século XXI; Instituto de Política. – Brasília, 1998, páginas 117 e 118).

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de março de 2010, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de FÁBIO CALDEIRA CASTRO SILVA, Advogado, mestre em ciência política, doutor em direito UFMG, que merece INTEGRAL transcrição:

“Utopias e possibilidades

É possível imaginarmos um país chamado Brasil em que os políticos sobrepõem o interesse público ao pessoal? Assim, será possível perceber de maneira concreta, e não por meio de propagandas e discursos oficiais, a diminuição da pobreza de forma radical, deixando o país o vergonhoso posto de mais desigual do planeta. É possível uma convivência respeitosa e séria entre governo e oposição, em que a preocupação principal seja a busca do bem comum, e não o famoso “jogar para a plateia” ? É um tremendo absurdo o fato de os atores políticos enxergarem a população simplesmente como eleitores e não como cidadãos detentores de direitos e deveres. Esses têm uma relação dupla com o poder público: clientes, na condição de destinatários das políticas públicas e verdadeiros patrões, pois mediante uma brutal carga tributária, uma vultosa receita é recolhida para, entre outros fins, pagar os salários de vereadores, deputados, senadores e chefes dos poderes executivos dos três níveis.

É possível acreditar no absoluto cumprimento aos princípios constitucionais da legalidade, da moralidade, da impessoalidade e da razoabilidade em todos os processos licitatórios realizados pelo poder público dos três níveis da Federação? É incrível como a corrupção drena os recursos públicos dos seus verdadeiros fins, sejam na construção de uma ponte, de uma estrada, de uma hidrelétrica, sejam mesmo daqueles destinados à educação e à saúde. É possível conduzirmos nossas ações do dia a dia respeitando sobremaneira o meio ambiente, direcionando a uma melhor qualidade de vida atual e das próximas gerações? A percepção é clara que os brutais crimes ambientais cometidos tanto pelos governos, tanto pelas grandes corporações, aliados às ações dos indivíduos, têm proporcionado uma acentuada queda na qualidade de vida de todos. A busca de mais lucros e ganhos tem posto as questões ambientais em plano inferior de onde realmente deveriam estar.

É possível uma sociedade em que os cidadãos, na condição de consumidores, antes de comprar os produtos, refletirem sobre em que lugares estão gerando empregos e se direitos trabalhistas são respeitados? É de extrema relevância o desenvolvimento local, principalmente no caso do Brasil, país de dimensões continentais, organizado na forma de Federação, com seus mais de 5,5 mil municípios. É possível um país sem discriminações, seja por raça, credo religioso ou por classe social? Mais do que oportuno, os ensinamentos de Rui Barbosa, acerca do princípio da igualdade: “A regra da igualdade não consiste senão em aquinhoar desigualmente aos desiguais, à medida que se desigualam. Nessa desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade.” É possível vermos nossas crianças tendo garantidos os mais elementares direitos, como saúde, educação de qualidade, lazer, ou seja, uma infância plena, dando suporte a condições para uma cidadania ampla e um futuro promissor, longe das drogas e da marginalidade, que destroem famílias e semeiam discórdias? O mesmo para nossos idosos: uma vida digna, podendo usufruir de um merecido lazer e descanso, com uma justa aposentadoria, depois de um longo tempo de labor e das devidas responsabilidades familiares? Os dados são explícitos, os brasileiros vivem cada vez mais. Destarte, cada vez mais o poder público tem que se preocupar com esse importante estrato da população.

Nesses termos, não a título de conclusão, mas como início de reflexões e de uma nova forma de enxergar nosso país e de darmos nossa contribuição como sujeitos ativos para uma nação mais justa e fraterna, revigorando o ânimo e a disposição, uma lição primorosa do escritor uruguaio Eduardo Galeano: “A utopia está lá no horizonte. Aproximo-me dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho 10 passos e o horizonte corre 10 passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.””

Eis, pois, mais lições que demonstram o AMOR À PÁTRIA que nos MOTIVA e nos FORTALECE nessa grande CRUZADA NACIONAL visando a construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, LIVRE, EDUCADA, FRATERNA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, e principalmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, fazer BENEFICIARIOS efetivos TODOS os BRASILEIROS e TODAS as BRASILEIRAS, abrindo assim mão do vergonhoso posto de CAMPEÃO das desigualdades sociais e econômicas.

Este é o nosso SONHO, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

Um comentário:

Tiago disse...

Com certeza é por acreditarmos que podemos continuar caminhando e que ainda chegará o tempo que ser ético, honesto, íntegro e com um senso de moral elevado seão características natas de quem quer se candidar a um cargo público em nosso país. Hoje estamos na contra-mão da ética e da honestidade, mas crer em mudanças parte do princípio de que queremos um país melhor. Por isto temos que criar redes de transformação. Vejam o Rio, perderia arrecadação com mudanças na divisão do petróleo e a população foi para as ruas. Em pousoc dias a cidade se mobilizou e conseguiu adesão do povo. Temos que ter esta mesma ação na política para que possamos criar uma nova geração de políticos sem os vícios e as mazelas dos atuais.