quarta-feira, 17 de março de 2010

A CIDADANIA E O CONHECIMENTO NECESSÁRIO

“[...] A visão expandida do papel da educação, formulada no início dos anos 1990 pela iniciativa Educação para Todos, é ainda uma excelente formulação a respeito do que devemos almejar para o futuro, em contraste com os sistemas escolares tradicionais que ainda predominam. Estudantes diferentes – diferentes idades, culturas e condições econômicas – requisitarão diferentes tipos de escola e ambientes de aprendizagem, e diferentes sociedades, comunidades e instituições educacionais buscarão implementar seus modelos a respeito de como crêem que as escolas deveriam ser. Se a economia não consegue proporcionar aos jovens os valores e os modelos de vida que necessitam, se os governos não conseguem reunir os recursos materiais e imateriais para apoiar a educação, então é improvável que as escolas, por si mesmas, sejam capazes de substituir a todos. Mas as escolas não desaparecerão, os jovens continuarão a passar a maior parte de seus dias entre suas paredes, e os professores continuarão a ser o principal vínculo entre os estudantes e o mundo maior. Tudo que possamos fazer para melhorar as escolas, e fortalecer a competência e o compromisso dos professores com seu trabalho, valerá o esforço despendido.”
(SIMON SCHWARTZMAN, in AS CAUSAS DA POBREZA. – Rio de Janeiro: Editora FGV, 2004, páginas 172 e 173).

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de março de 2010, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de EDUARDO POCETTI, Auditor, que merece INTEGRAL transcrição:

“Conhecimento necessário

Foi amplamente noticiado o fato de o Brasil não ter alcançado as metas traçadas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) no tocante à educação. Ficamos aquém dos nossos objetivos em qualidade de ensino, erradicação do analfabetismo e diminuição da repetência e da evasão escolar. Nessas horas, procede-se a uma espécie de caça às bruxas. Pedagogos, secretários de Educação dos municípios e dos estados, professores, empresários são instados a se manifestar sobre o problema, a apontar culpados e sugerir soluções. Não sou da área da educação, por isso não vou me aventurar a discutir esses aspectos. Porém, considero fundamental salientar que essa dificuldade em suprir lacunas na educação vem impactando diretamente a vida do país.

O Brasil tem plenas condições de se tornar uma das maiores economias do mundo em menos de quatro décadas. Mas, para chegar a esse patamar, vai depender basicamente da produtividade da sua força de trabalho. Hoje, é comum os empresários se queixarem da falta de mão de obra qualificada. Há um verdadeiro “apagão” de engenheiros, geólogos, estatísticos e outros profissionais com alta especialização, sobretudo na área de exatas, para atender às necessidades do país. Essa deficiência afeta justamente as áreas em que nós temos mais potencial para crescer, tais como a construção civil, a exploração de minérios e hidrocarbonetos e o agronegócio com viés autossustentável.

Além de faltar profissionais, muitos daqueles que já são diplomados têm uma preparação insuficiente para as necessidades do mundo dinâmico e globalizado no qual estamos inseridos. No Brasil, a média de tempo de estudo da população economicamente ativa é de apenas 3,5 anos, contra 10 na China, 11 anos no Japão e 12 nos Estados Unidos. Como resultado dessa falta de qualificação, metade dos brasileiros trabalha na informalidade, dos quais 20% recebem menos de um salário mínimo por mês e mais de 50% cumprem jornada integral de trabalho.

Não basta que as pessoas obtenham certificados. É preciso que seu conhecimento seja compatível com os padrões internacionais de qualidade e desempenho. Se há 20 anos o fato de uma pessoa saber escrever o próprio nome bastava para classificá-la como “alfabetizada”, hoje ela só será considerada não analfabeta se for capaz de ler e entender um manual de instruções e de produzir textos coerentes. Essa elevação do patamar de exigência se replica, de forma proporcionalmente igual, em todas as outras esferas de formação e conhecimento.

É indispensável fortalecer a base, para que a educação se construa sobre alicerces sólidos. É no ciclo básico e no ensino médio que se estrutura o profissional apto e competente para dar conta dos desafios futuros. A matemática dos bancos de colégio é o ponto de partida para a formação de um grande físico, geólogo, programador, engenheiro etc. E a pedagogia moderna deve valer-se de seus instrumentos para ajudar a formar pessoas curiosas, criativas e abertas ao aprendizado constante. Somente assim teremos como acompanhar as novas tecnologias e, quem sabe um dia, nos antecipar a elas.”

E mais ainda, quando evocamos a advertência de ALVIN TOFFLER: “Os analfabetos do século XXI serão todos aqueles que não desenvolverem a capacidade de aprender, desaprender e reaprender.”

São mais páginas que nos MOTIVAM e nosFORTALECEM nessa grande CRUZADA NACIONAL para a EDUCAÇÃO, CIDADANIA E QUALIDADE visando a construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA que possa PARTILHAR as suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, inserindo o PAÍS definitivamente no século das NOVAS TECNOLOGIAS, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, da GLOBALIZAÇÃO e, como queremos, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

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