segunda-feira, 15 de março de 2010

A CIDADANIA FORTALECE A OPINIÃO PÚBLICA

"[...] Acesso a conhecimentos e informações

A questão do acesso a informações não é debate abstrato; é uma ferramenta essencial da cidadania. O conhecimento amplia horizontes, permite que pessoas façam opções bem fundamentadas e fortaleçam sua capacidade de exigir direitos. Garantir o acesso a conhecimentos e informações é absolutamente essencial para que pessoas em situação de pobreza superem as desigualdades em termos de poder e participação que aprofundam a desigualdade em todo o mundo. Em âmbito nacional, a capacidade de absorver, adaptar e gerar conhecimentos e transformá-los em tecnologia determina, cada vez mais, as perspectivas de uma economia.”
(DUNCAN GREEN, in DA POBREZA AO PODER – Como cidadãos ativos e estados efetivos podem mudar o mundo; tradução de Luiz Vasconcelos. – São Paulo: Cortez; Oxford: Oxfam International, 2009, páginas 56/57).

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de março de 2010, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de Dom WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, que merece INTEGRAL transcrição:

“Opinião pública

A opinião pública é um gigante. Mesmo estando, muitas vezes, adormecido, é de uma força inestimável. Os meios de comunicação tem um força que é poder e, ao contracenar e lutar com a opinião pública, é preciso refletir sobre os ganhos ou prejuízos para a indispensável consciência social e política que deve presidir a vivência de toda cidadania. Na verdade, a opinião pública é que é o verdadeiro poder. O poder da mídia é compreensível enquanto serviço educativo prestado à opinião pública, porém, esta é que tem a prerrogativa de discernir, decidir, escolher.

Não raramente o poder dos meios de comunicação se arvoram em força de dominação da opinião pública para direcionar, de acordo com interesses, que não só contrariam como definem dinâmicas, escolhas e exercícios na contramão do bem, da justiça e da paz. É preciso impedir toda tentativa de barganha para a amordaçar a opinião pública e, também, evitar os entendimentos equivocados a respeito de pessoas, instituições ou situações políticas. O serviço informativo e formativo da mídia, quando são considerados os parâmetros da ética na comunicação, não pode cometer o engano, por exemplo, de desdourar o sentido da ação e da participação política, gerando descrédito e desconsideração de cidadãos, comprometendo essa sua indispensável atuação política.

É direito da opinião pública ter a mídia a seu serviço, como tarefa informativa e educativa. Há um coração comum que une as duas forças: a que é inerente à opinião pública e a que está presente no serviço prestado pelos meios de comunicação. O coração da opinião pública é a moralidade. Há um imperativo que exige a regência da vida segundo princípios e valores. Existe um anseio, escondido no coração humano, por uma vida pautada nos valores morais, nas suas exigências pela certeza do gozo vitorioso que se conquista percorrendo esse caminho. Contudo, é preocupante – e merece convocação para que se redobre a atenção – quando os meios de comunicação escolhem a perspectiva de comprometimento dessa moralidade.

É determinante a construção de uma mundividência na opinião pública e que a mídia – hoje, mais do que nunca – tem o dever e o sentido de fidelidade profissional a construir. Particularmente, esse serviço precisa ser bem prestado quando se refere à política. Um ano eleitoral, especialmente, como 2010, se torna cenário dessa consideração. É preciso encontrar no serviço que a mídia presta à opinião pública um permanente processo de purificação de interesses e do poder que deslumbram a inteligência humana, configurando-se num perigo nunca totalmente eliminado. A purificação indispensável da razão e a formação ética inadiável são sustentáculos importantes para adequada configuração da opinião pública. Assim, a mídia, como outras prestadoras de serviços à opinião pública, não pode distanciar-se das suas responsabilidades na formação da consciência. Há um desejo de moralização, contracenando, em ritmo de luta e conflito, com uma apreciada e cultivada permissividade, que seduz a razão humana e os seus afetos. É preocupante e requer reações da sociedade, dos seus diferentes segmentos, fazer frente ao império da baixaria custeada com altas somas.

É curioso e lamentável o nível de muitos programas no mundo midiático. Como entender e explicar a atratividade da espetacularização do ridículo, como se constata em programas, especialmente televisivos, ou a pornografia na internet, milionariamente custeadas pela exploração da morbidez da curiosidade ou da condição patológica na afetividade? Há um comprometimento moral que frontalmente atinge e vicia a consciência política, gerando cidadanias medíocres, por não serem sustentadas pelas forças dos princípios e valores.

A opinião publica, pois, há de recuperar e cuidar, com esmero, de sua pérola: a busca da verdade. O serviço da mídia não pode deixar de atender a essa demanda. A propaganda eleitoral não pode ser simples jogo de cena ou amordaçamento da opinião pública. A coragem de mostrar a verdade, propósito da lei de iniciativa popular (Ficha Limpa), é a tarefa adiada e temida por quem é ficha suja. A necessidade de discernir, conhecendo a verdade, é do povo. E o direito de escolher pertence não aos partidos e aos pretensiosos, mas à opinião pública.”

São páginas, pois, que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nessa grande CRUZADA NACIONAL visando a construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, AMANTE DA VERDADE, EDUCADA, LIVRE, SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, segundo as exigências de uma NOVA ERA, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL, do CONHECIMENTO e da INFORMAÇÃO, que possa PARTILHAR com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS...

Este é o nosso SONHO, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...


O BRASIL TEM JEITO!...

Um comentário:

Marcia disse...

A mídia série e comprometida com a ética pode ser uma grande aliada nas mudanças em nosso país. Com certeza a força da opinião pública pode mudar um processo político marcado pela corrupção e a roubalheira sem medidas. Sim, há um forte aliado do cidadão e da ética: os meios de comunicação. Mas infelizmente, sabemos que o "poder do dinheiro" fala alto também entre nossos meios de comunicação e os "grandes empresários" e as "agencias que detém altas contas" ditam regras, e o jornalismo não tem quase nada de "imparcial" já que para ir ao ar precisa do "capital" que muitas vezes está nas mãos de grúpos comprometidos com os políticos corruptos de nosso país, e é como o efeito cascata ou efeito borboleta.... uma mexidinha aqui atinge nossa mídia ali......Mas ainda cremos que em nosso jornalismos os profissionais que prezam a ética e a verdade podem fazer a diferença.....