“Evolução
do ensino médio
Diante das diversas
discussões acerca da reforma do ensino médio, destaca-se o formato obsoleto que
sustenta esse nível da educação, principalmente nas escolas públicas
brasileiras. Na opinião do diretor institucional do Conselho Nacional de
Secretários de Educação (Consed), professor Antônio Vieira Paiva Neto, o modelo
atual foi estruturado de forma fabril, pois proporciona a fragmentação do
conhecimento.
Para
Paiva Neto, o pensamento de organização da escola é antiquado e avesso ao
pensamento crítico e ao desenvolvimento do jovem. De fato, a realidade
identificada nas salas de aula comprova que o professor assume a
responsabilidade sobre uma disciplina e precisa trabalhar com conteúdo e
horário predeterminados pela instituição de ensino. Sem flexibilização, o
docente é desafiado a usar sua criatividade para fazer o estudante compreender
o que está sendo ensinado, independentemente da aplicação prática do conteúdo
em seu dia a dia. Em muitos casos, o professor está despreparado para
desenvolver e estimular o pensamento crítico do aluno.
Devemos
ter consciência de que a qualidade do ensino dos nossos jovens é uma
responsabilidade da sociedade como um todo e depende de investimentos na
preparação adequada de professores. Portanto, as discussões para uma
reformulação que atenda às demandas atuais devem envolver diretores e gestores
de escolas, educadores, estudantes, familiares, bem como representantes de
instituições e organizações contratantes desses futuros talentos como
profissionais no mercado de trabalho.
Quanto
às deficiências percebidas no modelo atual, essas são consequência da falta de
uma política pública séria voltada para a educação e que deveria contemplar
investimentos na melhoria da estrutura das escolas, na qualificação e formação
dos professores, nos recursos tecnológicos, bem como ações que permitam a
discussão, a interatividade e o estímulo do pensamento crítico no ambiente
escolar e para fora dele.
O
Consed vem discutindo, desde 2013, mudanças na educação que tem como ponto alto
a flexibilização do currículo no ensino médio, para que as escolas tenham uma
carga horária mais flexível, com a valorização da prática como complemento da
teoria.
A
promoção e o estímulo de atividades práticas farão com que o jovem seja
desafiado a pensar diferente e coloque em prática seus conhecimentos para
resolver questões reais, relacionadas ao seu dia a dia ou da sua comunidade. Da
busca de soluções para os problemas do cotidiano, poderão surgir ideias e ações
empreendedoras que possibilitarão que o estudante se transforme em protagonista
de seu próprio sucesso.
O
sucesso do aluno que deixa para trás o papel de coadjuvante do saber para assumir
o de protagonista do fazer, consolidará o êxito dessa mudança no nível médio do
ensino. A mesma passará ainda por muitas discussões e adaptações antes de ser
sancionada, mas a sociedade precisa acompanhar e participar desse processo
visando garantir que, por meio da nova proposta, a educação brasileira evolua
para um patamar melhor, acompanhando o movimento que ocorre em outros países.”.
(ALEXANDRE
CÉZAR DE OLIVEIRA MELO. Professor, administrador e mestre em educação
tecnológica e supervisor de comunicação do Centro de Integração Empresa-Escola
de Minas Gerais, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 4 de janeiro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de RONALDO
MOTA, reitor da Universidade Estácio de Sá, e que merece igualmente
integral transcrição:
O
futuro da alimentação
No início do século
passado, as ocupações rurais eram responsáveis por algo da ordem de 90% dos
empregos e, hoje, respondem por menos de 5%. Mesmo assim, a cadeia que envolve
produção, armazenagem, transformação, transporte e consumo de alimentos tem
crescido sistematicamente e é um dos setores econômicos que permanecerão
crescendo nos cenários futuros. O ciclo completo, desde a produção ao consumo,
responde por, no mínimo, 6% do PIB global e representa, para uma cidadão de
classe média, em torno de 15% das despesas diárias.
Peter
Diamandis, visionário e fundador da Singulary University (https://su.org/),
tem apresentado interessantes discussões acerca do tema alimentos no futuro.
Segundo Diamandis, atualmente, para alimentar os mais de sete bilhões de
habitantes do planeta, cuidamos de mais de 60 bilhões de animais, os quais
ocupam mais de um terço do território, consomem 8% da água disponível e são
responsáveis por 18% dos gases do efeito estufa. A empresa Modern Meadow (http://www.modernmeadow.com/)
já produz, em laboratórios, carnes bovinas, de suínos e de frangos, bem como
couros, via sofisticadas engenharias de alimentos e impressoras 3D. Tais
inovações podem contribuir com a diminuição de danos ambientais, sendo que, com
essas tecnologias, usaremos 99% menos água, 45% menos energia e poderemos
reduzir os efeitos nocivos de gases na ordem de 96%. Não é claro onde estas inovações
nos conduzirão, mas melhor entende-las bem até mesmo para evitarmos exageros.
Os
alimentos em seu prato, por incrível que pareça, percorreram algumas centenas,
às vezes, milhares de quilômetros a partir de onde foram produzidos, fazendo
com que mais da metade do custo final de varejo decorra de transporte,
armazenagem e demais cuidados decorrentes. Portanto, soluções que viabilizem
aproximar os centros produtores e consumidores podem significar grandes ganhos,
em custos e em qualidade. A solução passa, também, por fazendas verticais, onde
cada andar ou setor seja dedicado a um tipo diferente de alimento, todos
controlados por inteligência artificial regulando as necessidades de luz, água
e demais nutrientes. Ambientes monitorados e limpos podem dispensar pesticidas
e herbicidas, além de estarem imunes às intempéries climáticas e produzindo com
muito mais eficiência. Tal conceito já contou com investimentos de mais de US$
1 bilhão, em 2015, e há projetos em curso com previsão de investimentos de mais
de US$ 6 bilhões para os próximos anos. É possível explorar a permacultura nas
fazendas verticais, ou seja, um sistema de justaposição de plantas
complementares para a criação de ambientes humanos sustentáveis e produtivos em
equilíbrio e harmonia com a natureza.
Hoje,
como regra geral, todos comemos de tudo, a partir do que está disponível e
daquilo que nos apetece. Um novo ingrediente estará cada vez mais presente: o
que efetivamente necessitamos, individualmente e a cada momento. É a chamada
alimentação personalizada e customizada. Biosensores, a partir da genética
específica e das peculiaridades de cada um, aconselharão os ingredientes mais
indicados e os melhores horários de ingestão dos mesmos. Obviamente, espera-se,
resguardando os legítimos prazeres de podermos preparar e degustar o que mais
gostamos e na hora que melhor nos agrada.
Por
fim, do ponto de vista da entrega de alimentos em sua porta, além das incríveis
facilidades já existentes (quase todos os supermercados e restaurantes já têm
disponível, via internet, esta opção, incluindo até drones de entrega),
acredito que teremos, em breve, algo ainda mais revolucionário. Cada família,
ao fazer sua alimentação doméstica, em caso de excedentes (pequenas porções),
poderá colocar, via aplicativos de compartilhamento, à disposição de seus
vizinhos pratos saudáveis e diversificados a custos muito acessíveis.
A
escola contemporânea, neste novo cenário, terá de lidar com temas que vão desde
alimentação saudável e obesidade às discussões envolvendo a adoção de
tecnologias inovadoras, sustentabilidade, economia doméstica, hábitos e
costumes que marcarão os próximos tempos.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca
de 482,05% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial registrou históricos 330,65%; e também em
novembro o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 6,99%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura,
ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4
bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da
paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI, OUVI
E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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