“As
cidades sustentáveis
Você sabia que pode
transformar a sua cidade em mais sustentável?
Sim, é
possível. Existem vários movimentos para tornar as cidades mais inclusivas,
amigáveis, agradáveis, transitáveis, menos impactantes ao meio ambiente, com
menos lixo na rua, enfim, um sonho que muitos desejam.
Interessante
que, todas as vezes em que trocamos ou viajamos para outras cidades, seja no
Brasil ou fora dele, conseguimos enxergar coisas boas que não conseguimos ver
no nosso dia a dia. Dizem que a grama do vizinho é sempre mais verde, talvez
porque cada dia estamos vendo o que está do lado de lá, do lado de cá. Mais as
fotos dos outros nas mídias sociais do que dentro da sua casa.
Na
reunião do nosso “condomínio” chamado planeta Terra, em setembro de 2015, os
193 países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) adotaram,
formalmente, os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) com 169 metas
para 2030, sendo um desses objetivos referente a Cidades e Comunidades
Sustentáveis. Segundo a ONU, seria tornar as cidades e assentamentos humanos
inclusivos, resilientes e sustentáveis.
Mas o
que seriam estas cidades sustentáveis? Uma parceria da Arcadis com o Centre for
Economic and Business Research (Cebr) lançou, em setembro, a versão 2016 do
Índice de Cidades Sustentáveis. Por meio de 32 indicadores, os pesquisadores
elencaram as 100 cidades globais nas três dimensões da sustentabilidade: planeta,
pessoas e prosperidade financeira.
A
cidade da Suíça Zurich ficou no topo da lista, com ações bem avançadas, como a
meta de ter dois mil watts de energia per capita, com investimentos em energias
renováveis, prédios com certificações de sustentabilidade, além de a mobilidade
ser um exemplo para o resto do mundo, com todos os tipos de transportes
públicos. No topo das 15 mais sustentáveis estão 13 cidades do Velho
Continente, a Europa.
As
cidades asiáticas Cingapura (2ª do ranking) e Hong Kong (16ª) se destacam,
principalmente, pelos índices de prosperidade financeira. São Paulo aparece em
79º, seguido de Buenos Aires, e o Rio de Janeiro como 81º, com bons índices
ligados ao planeta.
Se
pegarmos somente um desses indicadores, como os resíduos, existe um movimento
que é o Zero Waste, que busca com que as pessoas, empresas e cidades não enviem
nenhum lixo para aterros, que aproveitem o máximo, reciclando ou ainda fazendo
compostagem.
No
Brasil, o movimento Lixo Zero é referência pela mobilização e engajamento de
alguns grupos empresariais e cidades. Existe uma lista com todas as Zero Waste Municipalities que
estão no plano de zerar os seus resíduos, e um bom exemplo é a cidade de Venlo,
no Sul da Holanda. Desde 2006, tem adotado estes princípios de técnicas do
“berço ao berço”, ou seja reutilizar tudo o que é gerado.
Precisamos
ficar atentos não só à grama do vizinho, mas como ele deixa a grama verde.
Buscar soluções com nossos governantes, e às vezes não ficar só ficar
esperando, se juntar aos vizinhos, às ONGs, associações comunitárias e colocar
a mão na massa, ou melhor, na Terra.”.
(MARCUS
NAKAGAWA, sócio-diretor do iSetor, professor da graduação e MBA da ESPM,
idealizador e diretor da Associação Brasileira dos Profissionais de
Sustentabilidade, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de janeiro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
30 de setembro de 2016, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Gestão
e política em compasso
Gerir processos e
funcionamentos é complexo desafio principalmente quando são consideradas as
exigências, necessidades e prioridades. Ao gestor requerem-se resultados e não
é permitido um planejamento que busque apenas a manutenção burocrática do que
já se conquistou. Mas, lamentavelmente, existem certos hábitos culturais que
impõem atrasos e inviabilizam o caminhar na direção das inovações. Esses
costumes também alimentam a baixa autoestima da população e precisam ser
superados para se alcançar o êxito.
Há de
se considerar que toda cultura guarda, nos hábitos e práticas, idiossincrasias
que devem ser corrigidas para não se tornar furos por onde as energias escapam.
E muitos são os procedimentos que podem eliminar tudo o que impede a limpidez,
a velocidade e a objetividade nos processos capazes de vencer descompassos.
Para
que esses mecanismos se efetivem, sempre será necessário o exercício cidadão
das avaliações e análises. Uma permanente disponibilidade para derrubar os
obstáculos que impedem avanços e progressos. São muitas as barreiras, de todo
tipo, e várias delas são desconsideradas. Assim, não recebem os tratamentos
adequados e continuam a minar forças. Acabam alimentando comodismos com a
justificativa de que “sempre foi assim”.
Entre
esses graves hábitos culturais que precisam ser superados, há um que merece
atenção especial: o descaso com o qual é tratado o patrimônio histórico,
cultural e religioso de um povo. A desconsideração é generalizada, indicando a
necessidade de se promover, inclusive a partir de processos educativos, o desabrochar
da consciência sobre a grandeza desse patrimônio. É grave quando uma ambiência
cultural não contribui para a difusão do conhecimento e a valorização dos
próprios bens históricos, culturais e religiosos. Principalmente, quando se
costuma valorizar somente o que pertence aos outros, em lugares distantes.
A
consequência dessa visão distorcida é o inadequado tratamentos nos campos da
preservação e promoção, por parte dos cidadãos e governantes. É lastimável o
desconhecimento da riqueza da própria história. Parece que tudo começou hoje.
Perde-se, no esquecimento, a herança dos antepassados, com prejuízos para
identidades e sua preservação. Nesse horizonte, é deplorável a incapacidade
para lidar, usufruir e valorizar as diferentes culturas que compõem o tecido de
uma sociedade.
É
condenável a tendência jocosa de “rifar” a própria riqueza cultural,
enfraquecendo o amálgama consistente que pode advir desse patrimônio. Sem esses
bens, a contribuição cidadã fica sempre muito comprometida, pois se perde componente
determinante para a promoção da autoestima. Perde-se a capacidade para a
inovação e a audácia. Habitua-se ao que é mediano e contenta-se em admirar o
que é extraordinário, mas pertencente a outros lugares e pessoas.
Nessa
direção, convive-se com prejuízos – na economia, no turismo e na
infraestrutura. Potencialidades são desperdiçadas. Esses comprometimentos, com
uma lista de tantos outros, precisam ser considerados, pois não é possível admitir as
perdas acirradas pelas irresponsabilidades ou incompetências das instâncias
administrativas e governamentais. É preciso que se contemple os patrimônios de
outras culturas, não para simples contemplação, mas como gesto capaz de mexer
com os próprios brios e, assim, suscitar um espírito de luta – força para ações
que busquem valorizar o que se tem e o que se é. Os que governam necessitam de
uma sabedoria que lhes permita incursões no domínio da cultura para promover e
fortalecer valores com a insubstituível consciência da prioridade que merecem
os mais pobres. O desenvolvimento de uma sociedade, para ser duradouro, tem que
ser sustentável e integral.
A gestão, pois, para além de resultados
econômicos, deve se pautar na relação entre princípios e valores, alicerçados
nos parâmetros da justiça, liberdade e da verdade. Esse modo de pensar
processos gerenciais é conflitante com o que se percebe na dimensão da política
partidária. Os representantes do povo, no Executivo e no Legislativo, gastam
tempo demais na arquitetura de conchavos, coligações, discussões, muitas delas
de caráter apenas partidário, motivadas por interesses pessoais ou de pequenos
grupos. Sobra pouco tempo para assuntos verdadeiramente urgentes, de interesse
da população, que requerem sabedoria, agilidade, priorização. Prevalecem a
pouca assertividade, a velocidade similar a passos de tartaruga, a busca por
soluções a partir de velhas respostas, sem inventividade. Vangloria-se sobre o
que já foi feito, quase sempre aquém das necessidades e das potencialidades.
Gasta-se
tempo demais com disputas por cargos e para a satisfação de interesses
partidários. Certamente, esses são alguns hábitos que inviabilizam o
desabrochar de autênticos líderes. No complexo âmbito de gestão e política, há
urgências que exigem ousadia, correções de elementares posturas. De modo mais
amplo, torna-se urgente corrigir dinâmicas que atrasam processos, promovem a
mediocridade, demolindo patrimônios culturais, históricos e religiosos em razão
de vícios e descompassos na relação entre a gestão e a política.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, em
dezembro e no acumulado dos últimos doze meses, a taxa de juros do cartão de
crédito atingiu a estratosférica marca de 484,6%; a taxa de juros do cheque
especial registrou históricos 328,6%; e, finalmente, o IPCA chegou a 6,29%); II
– a corrupção, há séculos, na mais
perversa promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4
bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da
igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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