segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS DESAFIOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E O ANO NOVO DA SUSTENTABILIDADE (3/167)

(Janeiro = mês 3; faltam 167 meses para a Primavera Brasileira)

“Mudanças climáticas
        O governo brasileiro deve manter sua determinação em participar do esforço mundial no combate às mudanças climáticas, que a cada dia deixam os cientistas mais preocupados com o futuro do planeta. O ano que está se findando assistiu, praticamente ao mesmo tempo, a ratificação do Acordo de Paris – 197 signatários se comprometeram a limitar a 2ºC o crescimento do aquecimento global até 2100, e se possível reduzir esta meta para 1,5ºC – e a eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos, que em sua campanha eleitoral deixou claro que não pretende diminuir a dependência de seu país dos combustíveis fósseis, fonte maior na liberação de gases do efeito estufa, e que cancelaria a assinatura dos EUA nos acordos do clima.
         O desafio que se coloca para a comunidade internacional é se a humanidade caminhará para uma economia verde, com o enfrentamento sistemático às fontes poluidoras, em todos os seus níveis, ou se escolherá continuar na trilha de uma economia predatória, sem qualquer preocupação com a sustentabilidade do planeta.
         Neste contexto, o Brasil tem relevante papel, por ser um dos maiores emissores de gases do efeito estufa – os esforços terão que se concentrar na agropecuária, responsável por 69% das emissões no país – e por ter em seu território a maior floresta tropical do mundo, a Amazônia. Causa grande preocupação nos meios científicos o aumento da taxa de desmatamento na região amazônica, com crescimento de 3,5% nas emissões de gases-estufa, de acordo com levantamento do Observatório do Clima.
         Cientistas e ambientalistas cobram um envolvimento maior do governo federal nos esforços para mitigar os impactos das mudanças climáticas no país, nas mais diversas áreas. Não se trata apenas de controlar as emissões dos gases do efeito estufa, mas também de encarar questões como a redução das fontes de água potável, mais consumo de energia, maior risco de catástrofes naturais nas cidades.
         Pelas estimativas dos especialistas, dentro de três anos 90% da população brasileira estará vivendo em conglomerados urbanos, e toda essa massa humana precisará de mais energia no seu dia a dia – hoje, 70% do consumo de energia se dá nas cidades, onde produzem 40% das emissões dos gases-estufa. Uma das preocupações da comunidade científica é que existem poucos inventários de gases do efeito estufa, da potabilidade da água e do consumo de energia, entre outros, que dificulta o desenvolvimento de políticas consistentes para o enfrentamento das causas e consequências das mudanças climáticas que já afetam todo o globo.”.

(EDITORIAL do jornal ESTADO DE MINAS, edição de 30 de dezembro de 2016, caderno OPINIÃO, página 6).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição e caderno, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Por um ano novo
        Os descompassos da vida cotidiana de cada cidadão fazem aflorar no coração o desejo, a prece e o sonho de um ano verdadeiramente novo. Uma novidade que não se refere ao início da inevitável contagem dos próximos 365 dias. São esperadas, principalmente, novas atitudes, amadurecimento da cidadania e a competência para reinventar projetos, programas e ações que tirem a sociedade brasileira de sua preocupante situação. Para isso, as instituições sociais, em todos os seus segmentos, devem se tornar capazes de oferecer novas respostas, o que inclui aproveitar, de modo mais inteligente e humanitário, as riquezas do Brasil e as potencialidades do povo brasileiro.
         A primeira e mais determinante ação para se efetivar o desejo de um ano realmente novo é voltar-se para o próprio coração. Nele deve ocorrer a intervenção mais revolucionária, configurando-o como “coração da paz”. Se você, o outro, todos, mundo afora, se tornarem “coração da paz”, a humanidade terá um tecido cultural capaz de regrar funcionamentos, reger consciências e fazer despertar o mais fecundo sentido de cidadania. Tudo seria balizado pelo princípio incondicional do respeito à vida de cada pessoa, em uma luta cotidiana para combater o que ameaça esse dom inviolável. “Coração da paz” é quem se compromete e, dentro das próprias responsabilidades e no dia a dia, a amparar as muitas vítimas de conflitos armados, dos terrorismos, das mortes silenciosas provocadas pela fome, pelo aborto e pelas discriminações.
         O sábio princípio de que todos são irmãos precisa ser reconhecido e vivido. Pois o amor rege a relação entre irmãos, fazendo-os partilhar tudo o que proporciona o bem. Assim, esse princípio é determinante no ajuste moral que cada um dos integrantes da sociedade precisa. Desconsiderá-lo inviabiliza a tarefa de encontrar saídas para os muitos problemas. E as consequências são as prisões cada vez mais cheias, os entraves para o crescimento e desenvolvimento, os conflitos entre os poderes, a expansão da pobreza e a continuidade dos privilégios que revoltam. Por tudo isso, no horizonte, há de se desenhar a silhueta da grande família humana. Não somente a família biológica, ou a que reúne pessoas conhecidas. A convocação é para que, diariamente, cada pessoas amplie as medidas do próprio coração para nele acolher princípios morais que motivam o respeito ao bem comum e o compromisso com os mais pobres.
         Diante dessa necessidade de fazer com que cada pessoa torne-se coração da paz, é preciso dedicar atenção especial à família, enquanto comunidade íntima de vida e amor fundada sobre o matrimônio entre um homem e uma mulher. Trata-se do lugar primário da humanização. Por isso, urgente e indispensável é investir na construção da vida familiar, sem fantasia, conscientes dos desafios culturais que existem, das mudanças que atropelam e confundem. A família é fonte da experiência da paz e do amor entre irmãos e irmãs, ambiente para a aprendizagem insubstituível da função da autoridade, manifestada pelos pais. É também lugar para se exercer a dedicação aos mais fracos e pobres, doentes e idosos, onde se cultiva o gosto pela ajuda mútua e se exercita a inigualável virtude de sempre perdoar. Há um léxico da paz que a escola da família tem propriedade para ensinar, exercitar e selar, como a impressão de uma indelével marca.
         Cuidar da família é fundamental para se proteger a verdade, tão ameaçada no mundo contemporâneo. E as consequências desse comprometimento se manifestam nos muitos descompassos sociais. Quando não se é transparente no que se faz, os impactos negativos incidem na rede de relações entre pessoas, no dia a dia, incluindo a prática de “mentirinhas” até os absurdos esquemas de corrupção. Deixar-se iluminar pelo esplendor da verdade é fundamental para que ela, com a sua força libertadora sem igual, construa o caminho novo, o novo ano que se quer.
         A mentira, seja qual for, é a manifestação do fracasso. Ela não é alicerce capaz de sustentar os cidadãos e os projetos exitosos. Já a verdade, com sua força de transparência, gera a prosperidade, a alegria que não morre. Dela brota o novo que se sonha alcançar. Para que cada pessoa aproxime-se da verdade e, consequentemente, ajude a construir o novo almejado no ano que se inicia, é oportuno acolher o convite e os votos do papa Francisco, apresentados em sua mensagem para o Dia Mundial da Paz: “No início deste novo ano, formulo sinceros votos de paz aos povos e nações do mundo inteiro, aos chefes de Estado e de governo, bem como aos responsáveis pelas comunidades religiosas e pelas várias expressões da sociedade civil. Almejo paz a todo homem, mulher, menino e menina, e rezo para que a imagem e semelhança de Deus em cada pessoa nos permitam reconhecer-nos mutuamente como dos sagrados com uma dignidade imensa. Sobretudo nas situações de conflito, respeitemos essa dignidade mais profunda e façamos da não-violência o nosso estilo de vida”. No compromisso de acolher o convite e os votos do papa Francisco, cada pessoa reconheça que muitos são os caminhos, mas tudo depende de cada um para que se alcance o “novo” esperado neste ano de 2017.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 482,05% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 330,65%; e também em novembro o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 6,99%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 
 



            


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