“Namoro
e vida a dois
A vida a dois tem a sua
beleza e a sua complexidade. A beleza está nos sonhos, no romantismo, nas
superações, no diálogo, na partilha. A complexidade, na particularidade de cada
pessoa, sua história de vida, suas expectativas, desejos e perspectivas.
A história
de duas vidas que se unem e propõem a caminhar lado a lado é única,
irrepetível. Entre encontros e desencontros, construções e desconstruções, o
casal vai desenhando e escrevendo o seu relacionamento.
Ao
contrário do que muitas vezes se imagina e idealiza, a vida a dois é um caminho
cheio de curvas, com altos e baixos, que precisa ser enfrentado de forma
compartilhada. As bases que sustentarão a relação serão sempre o respeito e o
amor.
O
respeito de uma para com o outro é imprescindível, uma vez que pequenos
deslizes, se não corrigidos a tempo, podem se tornar frequentes, crescer e
invadir o espaço e a dignidade alheia, comprometendo a continuidade do
relacionamento. E é preciso amar. Se é certo que “amar se aprende amando”, como
dizia Drummond, também podemos nos atrever a dizer que quanto mais amamos, mais
maduro fica o amor.
Respeito
e amor devem caminhar juntos para que a vida a dois tenha cor e brilho. E mais:
é fundamental saber perdoar, ter paciência, aceitar diferentes pontos de vista
e, em termos práticos, reservar os momentos para continuar namorando. Sim,
namorar sempre. E aqui cabem algumas considerações em relação ao namoro.
É
preciso continuar namorando para conhecer mais, para se encantar com os
mistérios do outro, para dialogar e permitir o amadurecimento do amor.
Infelizmente, com o passar dos meses e dos anos, muitos casais perdem o
romantismo, não saem juntos nem reservam com regularidade “tempo para conversas
e afetos”. Permitem que o relacionamento se esfrie. Deixam a rotina e a
monotonia tomar conta de suas vidas. Aos poucos a distância vai aumentando e o
relacionamento enfraquece, atrofia.
Sabemos
que com o nascimento dos filhos a vida do casal sofre mudanças. Novas demandas
e necessidades são percebidas. Podem surgir momentos críticos e situações
difíceis de lidar à medida que os filhos crescem. O mesmo pode acontecer quanto
se enfrentam as doenças, as perda, os problemas financeiros, entre outros.
Esses períodos delicados – com repercussões diferentes em cada pessoa e casal –
exigem um grande esforço para manter acesa a chama do diálogo e do afeto que
ilumina e sustenta a relação a dois.
O
namoro é o tempero fundamental para dar sabor à relação e fortalecê-la no
enfrentamento das “noites escuras” que podem surgir. É um ingrediente muito
importante. Não podemos afirmar que seja a garantia absoluta da continuidade do
relacionamento, porque alguns fatores podem interferir na estabilidade da
relação (valores, escolhas, comportamentos e atitudes, entre outros), mas o
namoro, com certeza, torna o relacionamento mais fortalecido e, também,
contribui para a saúde das pessoas envolvidas. Cabe aqui uma observação: nos
consultórios, observamos que grande parte dos problemas de saúde (doenças
psicossomáticas) tem como uma de suas prováveis causas as dificuldades nas
relações interpessoais.
Se
conversarmos com alguns casais que conseguiram construir uma boa convivência,
certamente ouviremos várias dicas. É bom que seja assim. Levando em conta as
singularidades das pessoas e dos contextos, as dicas trazem reflexões e contribuições ao sinalizar
para novas práticas e perspectivas. Cada casal, entretanto, deve amadurecer no
decorrer dos dias o seu próprio caminho.
Seja
qual for o caminho escolhido para se construir uma boa vida a dois, sempre é
importante destacar que os espaços de diálogo e namoro contribuem para o
conhecimento das pessoas e para o crescimento do amor. Essa afirmativa é
fortalecida por uma frase que constantemente repetimos: “É preciso conhecer
para a amar”.
Para
os que iniciam a vida a dois – cheios de planos e sonhos – e para aqueles que
já estão juntos há algum tempo, fica a sugestão: vivam a vida de vocês...
namorando.”.
(ARISTIDES
JOSÉ VIEIRA CARVALHO. Médico, mestre em medicina, especialista em clínica
médica e em medicina de família e comunidade, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de
fevereiro de 2017, caderno OPINIÃO,
página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
27 de fevereiro de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e
que merece igualmente integral transcrição:
“Boa
notícia é informação
Impressiona-me o
crescente espaço destinado à violência nos meios de comunicação, sobretudo no
telejornalismo. Catástrofes, tragédias e agressões, recorrentes como chuvas de
verão, compõem uma pauta sombria e perturbadora. A violência, por óbvio, não é
uma invenção da mídia. Mas sua espetacularização é um efeito lateral que deve
ser evitado. Não se trata de sonegar informação. Mas é preciso
contextualizá-la. A enxurrada de violência na mídia pode gerar fatalismo e uma
perigosa resignação. Não há o que fazer, imaginam inúmeros leitores, ouvintes,
telespectadores e internautas. Acabamos, todos, paralisados se o impacto de uma
violência que se afirma como algo irrefreável e invencível. E não é verdade.
Podemos, todos, jornalistas, formadores de opinião, estudantes, cidadãos,
enfim, dar pequenos passos rumo à cidadania e à paz.
Mesmo
em épocas de crise (e estamos vivendo uma gravíssima crise de segurança
pública), é preciso não aumentar desnecessariamente a temperatura. O jornalismo
de qualidade reclama um especial cuidado no uso dos adjetivos. Caso contrário,
a crise real pode ser amplificada pelos megafones do sensacionalismo. À
gravidade da situação, inegável e evidente, acrescenta-se uma dose de
espetáculo. O resultado final é a potencialização da crise. Alguns setores da
mídia têm feito, de fato, uma opção preferencial pelo negativismo. O problema
não está no noticiário da violência, mas na miopia, na obsessão pelos aspectos
sombrios da realidade. É cômodo e relativamente fácil provocar emoções.
Informar com profundidade é outra conversa. Exige trabalho, competência e
talento.
O que
eu quero dizer é que a complexidade da violência não se combate com espetáculo,
atitudes simplórias e reducionistas, mas com ações firmes das autoridades e,
sobretudo, com mudanças de comportamento. O que critico não é a denúncia da
violência, mas o culto ao noticiário violento em detrimento de uma análise mais
séria e profunda.
Precisamos,
ademais, valorizar editorial e informativamente inúmeras iniciativas que tentam
construir avenidas ou ruelas de paz nas cidades sem alma. É preciso investir
numa agenda positiva. A bandeira a meio pau sinalizando a violência sem-fim não
pode ocultar o esforço de entidades, universidades e pessoas isoladas que,
diariamente, se empenha na recuperação de valores fundamentais: o humanismo, o
respeito à vida, a solidariedade. São pautas magníficas. Embriões de grandes
reportagens. Denunciar o avanço da violência e a falência do Estado no seu
combate é um dever ético. Mas não é menos ético iluminar a cena de ações
construtivas, frequentemente desconhecidas do grande público, que, sem alarde
ou pirotecnias do marketing colaboram, e muito, na construção da cidadania.
Neste
Brasil sacudido por uma tremenda crise ética, alimentada pelo cinismo e pela
mentira dos que deveriam dar exemplo de integridade, há, felizmente, uma ampla
classe média sintonizada com valores e princípios que podem fazer a diferença.
E nós, jornalistas, devemos escrever para a classe média. Nela reside o
alicerce da estabilidade democrática. O que segura o Brasil é o cidadão comum.
É o trabalho honrado e competente. É o empreendedorismo que consegue superar o
terreno minado pela incompetência do Estado. É o empresário que toca o negócio
e não dá propina. Sou otimista. Apesar de tudo.
A
juventude, por exemplo, ao contrário do que fica pairando em algumas
reportagens, não está tão à deriva. A delinquência bem-nascida, denunciada
muitas vezes neste espaço opinativo, está longe de representar a maioria
esmagadora da população estudantil. A juventude real, perfilada em várias
pesquisas e na eloquência dos fatos, está identificando valores como amizade,
família, trabalho. O futuro depende de esforços pessoais que se somam e começam
a mudar pequenas coisas. É preciso fazer o que é correto, e não o que pega bem.
Mudar os rumos exige, sobretudo, a coragem de assumir mudanças pessoais.
A boa
notícia também é informação. E, além disso, é uma resposta ética e editorial
aos que pretendem fazer do jornalismo um refém da cultura da violência.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca
de 484,06% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,6%; e já o IPCA
também acumulado nos últimos doze meses, em janeiro/2017 chegou a 5,35%); II –
a corrupção, há séculos, na mais
perversa promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4
bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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