“Onde
buscar a sabedoria em
um mundo carente da Verdade
Embora a expansão do
mal pareça irrefreável, atos inteiramente devotados à verdade são capazes de
sustá-lo. Assim, o orgulho, a teimosia, a ilusão de autossuficiência, a
ignorância e o medo, que impedem que se trilhem novos caminhos, podem deixar de
prevalecer desde que os homens de fato se abram para a Luz.
A
claridade de milhares de lâmpadas é insignificante diante do despontar da
aurora; analogamente, pode-se afirmar que por maior que seja o empenho dos
homens, pouco representa diante da capacidade dinamizadora da Hierarquia
Espiritual do planeta.
A
sabedoria paira sobre o universo e ao mesmo tempo permeia todos os seres,
mergulhando na sua existência, em profundidade. Não tem dono nem pode ser
encapsulada em mente alguma. Penetra onde há liberdade para sua expansão, onde
possa abrir caminhos e revelar aspectos límpidos e evolutivos da natureza do
cosmos. Por isso, é infrutífero procurar obtê-la dos homens: ela não pertence a
ninguém, embora, misteriosamente, se encontre no interior de cada um.
A
beleza do trabalho da sabedoria é inefável; a harmonia que se irradia de suas
obras o tempo não faz esquecer. A sabedoria age em consonância com a Lei, a fim
de permitir o despontar de novas luzes nos que se assenhoreiam da luminosidade
já existente. Quando uma luz atinge o auge, inúmeros indivíduos sentem-se
atraídos por sua radiância; no entanto, para se chegar à sabedoria é necessário
mais do que simpatia pelo Bem, é necessário praticá-lo em nome da Verdade maior
e única.
Quando
a negação da Verdade única chegar a limites insuportáveis, surgirá de todas as
partes um clamor intenso por ela; será então que nos homens a fé na Hierarquia
Espiritual deve estar mais firme, pois ela é capaz de dissipar as brumas
espargidas por atos ignorantes perpetrados pela humanidade.
Há uma
chave para isso: o sincero e ardente amor à Verdade. Quando se busca a Verdade
acima de tudo, sem se prender às múltiplas formas pelas quais ela pode
exprimir-se, caminha-se com segurança. Por isso, mais do que nunca é necessário
equilíbrio: ao mesmo tempo que toda a orientação segura vem do interior e se
deve prestar total obediência à fonte interna de Sabedoria, o indivíduo precisa
estar suficientemente desapegado de si e de suas percepções para distinguir o
falso do verdadeiro, pois mesmo um impulso interno genuíno pode ser desvirtuado
por tendências subconscientes. À obediência devem estar aliados, portanto, a
entrega à realidade transcendente, o desapego e o discernimento.
Somos
aprendizes de uma grande Escola, a qual conhecemos profundamente. Ela nos é,
todavia, invisível, verdadeira. Nesse processo, a entrega propicia a percepção
da Verdade; porém, há de ser uma entrega dinâmica. Por isso, muitas vezes uma
indagação serena, que não estimule demais o raciocínio, mas atue como o pulsar
de uma coração chamando pela vida, pode ser de ajuda. São oportunas perguntas
assim ao próprio mundo interior; são como um apelo da consciência externa aos
núcleos internos do ser.
Em
instante algum os mensageiros da Hierarquia Espiritual se ausentam do mundo.
Percorrem a Terra inteira; em geral são imperceptíveis e, seja trabalhando
anonimamente em meio aos que necessitam de um impulso à vida nova, seja
cortando invisivelmente o mar de éteres com seus corpos de luz, estão sempre
presentes.”.
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O
TEMPO Belo Horizonte, edição de 12 de março de 2017, caderno O.PINIÃO, página 18).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de março
de 2017, caderno OPINIÃO, página 7,
de autoria de SEBASTIÃO VENTURA PEREIRA
DA PAIXÃO JR., advogado, e que merece igualmente integral transcrição:
“O
caminho para um novo Brasil
Após tantas investigações
policiais e diversos processos criminais já instaurados, importante refletirmos
sobre as possíveis consequências institucionais do complexo e sinuoso mecanismo
de combate à corrupção atualmente em curso no Brasil. Inicialmente, oportuno
destacar que crimes de poder são cometidos justamente na crença da impunidade
dos poderosos. Sem cortinas, quando a política se une ao dinheiro, o céu desde
à terra, anestesiando o espírito crítico e calando a razão pensante. Nesse
ambiente transcendental, corruptos e corruptores passam a cheirar cifras como
se fosse cocaína, caindo, na primeira inalação, em dependência profunda. Após,
criam um mundo próprio, pensam que não existem leis e vivem como se não
houvesse o amanhã.
No
chão da vida real, o jogo, além de fechado e extremamente pesado. O cartel do
poder é controlado por poucos, gente que não confia em ninguém e que chega a
dormir de olhos abertos. Vivem grampeando uns aos outros, na expectativa de
descobrir segredos ocultos para melhor barganhar na hora da partilha dos lucros
ilícitos. Vejam que o governo é a maior empresa do Brasil: arrecada quase 40%
do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. É dinheiro que não acaba nunca, embora
alguns heróis tenham conseguido a recente façanha de quebrar o país. Ora, onde
sobre ganância, geralmente falta inteligência.
No
lado corruptor da jogatina, temos alguns anjos profanos do mercado. Gente que
gosta de falar de livre concorrência, mas que faz de tudo para um protecionismo
para si. Segundo consta, até medida provisórias foram compradas no balcão de
negócios de Brasília S/A. Sim, a sociedade do poder é anônima, mas seus
dividendos são certos e determinados. Objetivamente, não há livre mercado no
Brasil. A retórica liberal não passa de um sonho distante. Nosso sistema
econômico é dominado por senhores feudais que, de tempos em tempos, vão dando
migalhas para os vassalos obedientes. Assim, a estrutura de dominação vai sendo
perpetuada, com concessões pontuais para os amigos do rei.
Aí,
surgiu uma inesperada Operação Lava-Jato que implodiu com as peças do cassino
brasileiro. A correria tem sido grande. Mas o que houve afinal?
Simples:
acharam o fio da meada e resolveram espremer o lado que não tinha foro
privilegiado. Após o insucesso das muitas tentativas de panos quentes, a ponta
corruptora começou a falar. E, quando o pacto de silêncio é rompido, o esquema
desaba em efeito dominó.
Aqui
chegando, a colenda Suprema Corte fica numa situação de extremo desconforto.
Sabidamente, a corrupção é um crime de duas pontas e, se o lado corruptor já
disse que pagou e mostrou as provas do pagamento indevido, não há como deixar
de condenar a face corrupta do poder. No entanto, os processos contra os
políticos andam devagar, quase parando. E isso não é bom para um país com
urgente necessidade de imediata moralização da vida pública nacional. No cair
do sol, fica a impressão de que o foro privilegiado seria uma espécie de manto
de impunidade, protegendo a classe política da aplicação pura e simples da lei.
O tema é complexo e não se exaure em algumas linhas; todavia, não podemos
fechar os olhos para nítidas assimetrias do sistema de justiça.
De
tudo, resta a clara evidência de que o equilíbrio corrupto está rompido. Temos,
portanto, uma janela de oportunidade para a implementação de medidas tópicas
com vistas a proporcionar maior lisura e qualidade na atividade política.
Todavia, a corrupção é uma engrenagem delitiva permanente que, na primeira
brecha, volta a se estabelecer, cavando raízes profundas. O combate eficaz à
desonestidade pública exige a constituição de instituições fortes, sérias e
independentes. Mais do que personalidades passageiras, precisamos de uma
institucionalidade estável. Isso porque o desenvolvimento socioeconômico
duradouro tem como pressuposto básico o estabelecimento de um corpo
institucional competente e alheio aos fugazes interesses da política pequena.
O
processo de depuração institucional em curso no Brasil poderá mudar a cara do
nosso país. Além da ação saneadora da Justiça, será imprescindível a energia do
civismo ativo e responsável. A força das ruas é absolutamente fundamental para
emparedar a política estabelecida. Os castelos do poder tremem quando as
pessoas decidem marchar pela verdade, pela ética e pela decência das
instituições. Durante muito tempo esperamos respostas da política, mas só
recebemos o silêncio do nada. Tal letargia cívica não pode continuar. A
democracia, em vez de espera, exige ação. E será dando voz aos nossos
descontentamentos e insatisfações que enfrentaremos o silêncio opaco dos
incompetentes que nos governam.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro/2017 a ainda estratosférica
marca de 486,75% nos últimos doze meses,
e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,30%; e já o IPCA
também acumulado nos últimos doze meses, chegou a 5,35%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura,
ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4
bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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