“Ser
feliz
Todo mundo procura, mas
pouca gente sabe o que é. Afinal, o que é a felicidade? Quem responde é Maura
Albanesi, mestre em psicologia e religião da Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo (PUC-SP): “A felicidade é um estado de alma que não consiste em
ter as coisas, mas em ser aquilo que você almeja. Então, ela é um estado
(interno) duradouro, não momentâneo. Picos de alegria não representam necessariamente
felicidade”.
De
acordo com a especialista, quando uma pessoa se sente feliz, ela vibra o tempo
todo na alegria, na gratidão, do reconhecimento e fica satisfeita naquilo que
faz. “Essa pessoa aceita a vida como ela é – sem que isso se transforme em uma
zona de conforto obviamente. Porque, às vezes, a gente olha para o mundo e
pensa: ‘Nossa, está tudo errado!’ e isso nos deixa infeliz. Então, a felicidade
vem de um estado perene de aceitação dos fatos como são e, com isso, nos
sentimos gratos da forma como são. Isso não implica em não nos esforçarmos para
melhorarmos como pessoas – sem que isso seja uma tortura – mas que seja um ato
de prazer”, destaca a psicoterapeuta. “A felicidade vem junto com prazer em
tudo o que fazemos. A felicidade consiste em trazer para o dia a dia o prazer
de viver das coisas como elas são e não deveriam ser segundo o nosso
julgamento”, completa.
Apesar
de a felicidade estar alinhada com os atos de prazer, a psicoterapeuta descarta
que bens materiais, viagens e outros prazeres da vida, por si só, façam com que
alguém seja feliz. “Hoje, creio que não poderia dizer que as pessoas são mais
felizes, apesar de termos tantas oportunidades e coisas para nos divertirmos e
sermos mais felizes, como viagens mais acessíveis, facilidade de ir e vir a
vários lugares – em relação ao contexto dos nossos avós e tataravós”, compara.
“Mas creio que tudo isso também gera para a pessoa uma certa obrigação, já que
existem todas essas opções. Essa agitação nos obriga a resolver as coisas e se
feliz a qualquer custo. Então, a pessoa pode se sentir infeliz, pois ela não
tem uma força interna de se disponibilizar para absorver tudo isso” opina, acrescentando
que ainda falta dentro do ser humano a crença de ser feliz com aquilo que tem.
“Você pode estar no maior parque de diversões, como na Disney, por exemplo, e
não estar se sentido feliz. Não importa o externo. A felicidade é algo
interno.”
Mas,
enfim, como ser feliz? “Creio que a felicidade é uma decisão. Nós decidimos ser
felizes ou decidimos ser infelizes – independentemente das coisas que
acontecem. Porque é da nossa natureza sermos felizes, sermos alegres e vivermos
a vida plenamente”, enfatiza. Mas, segundo Maura, nós vamos contra essa
natureza, pois o esforço que fazemos para ficarmos tristes é maior do que
faríamos para ficarmos alegres.
“A
tristeza tem ganhos secundários, principalmente, quando traz a atenção das
pessoas para conosco. A gente também atrai essa tristeza como uma forma de
receber carinho. E quando estamos felizes e radiantes também tememos a inveja”,
explica. “Então, qual é o caminho? O caminho é uma decisão. Decida hoje e
pronto, do jeito que está a sua vida, sem depender da aprovação e do afeto que
o outro possa dar.”
E
existem dicas práticas da especialista para isso:
1) Fazer
o que se gosta – ter momentos de lazer, aprender a ter prazer na vida (tanto no
que faz quanto nas diversões);
2) Aplicar
nos relacionamentos – investir em construir relacionamentos sociais e construir
amizades, tanto as íntimas quanto as não tão íntimas, porque é bom ter um rol
de amigos;
3) Conhecer
novos lugares – fazer coisas diferentes a tudo que estamos acostumados nos traz
felicidade, porque nos lembra que estamos vivos e nos permite ver a beleza das
coisas;
4) Desenvolver
a espiritualidade – é importante desenvolver toda a nossa espiritualidade, a
transcendência, e não se apegar tanto apenas às questões materiais, mas saber
que a matéria é necessária, é fundamental, mas não essencial;
5) Paz
de espírito – o essencial, pois adquirimos paz de espírito no desenvolvimento
do nosso autoconhecimento e espiritualidade, que nos traz esperança, tolerância
e fé.”.
(ANNA MARINA,
em artigo publicado no jornal ESTADO DE
MINAS, edição de 4 de março de 2017, caderno CULTURA, página 2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
8 de março de 2017, caderno OPINIÃO,
página 7, de autoria de MARIA AMÉLIA
BRACKS DUARTE, procuradora do Trabalho em Minas Gerais, e que merece
igualmente integral transcrição:
“Mulheres
errantes
Meu
lado mulher incomoda-se de receber homenagens num dia do ano – 8 de março –,
enquanto meu lado homem se farta com 364 dias. Talvez se faça necessária esta
efeméride, dor recente de uma cicatriz antiga. Porque vive-se numa sociedade
machista: matrimônio e cuidado do lar; patrimônio e domínio dos bens”. A frase
é do Frei Betto, mas poderia ser bem dita e maldita por qualquer mulher.
Apesar
de se admitir que as mulheres não só são agora mais conscientes de seus
direitos, mas mais capazes de exercê-los, em Moçambique, na negra e miserável
África, mulheres são contaminadas pelo vírus da Aids por seus próprios maridos
e, quando caem doentes e não mais podem trabalhar, são expulsas de casa e ainda
perdem os filhos. Em algumas regiões, ter relações sexuais com virgem, de
preferência estranha e à força, é considerado o melhor remédio para curar
homens de suas doenças venéreas.
Nos
últimos 20 anos, somente no Sudeste Asiático, mais de 50 milhões de mulheres e
de crianças foram vítimas do tráfico sexual. Na
Índia, mulheres são queimadas diariamente por motivos ligados aos seus
dotes; pais e irmãos aceitam e participam de estupros coletivos contra meninas
e moças; crimes de honra são aceitos na Jordânia, no Marrocos e no Brasil;
países africanos cortam o clitóris e costuram a genitália das jovens, como
repressão e controle da vidam sexual; a Nigéria sentencia à morte por
apedrejamento mulher adúltera.
Na
verdade, a história e as estatísticas não favorecem a mulher. O conflito é
milenar, as raízes são se sangue, a guerra é ancestral, o destino biológico
ainda conviverá com a humilhação de julgamentos impiedosos, que transformam a
mulher em bruxa amaldiçoada. Muitas Joanas Darcs continuarão morrendo queimadas
em tribunais por transgredir normas. O preconceito ainda manchará de culpa a
mulher que foi violentada por vestir uma roupa decotada. Não há absolvição para
a menina que se pendura na boléia do caminhão para matar a fome em troca de
favores sexuais. O perdão não ronda as crianças prostituídas no litoral do
país, onde suas imagens viajam pela internet, distraindo turistas e
estrangeiros, retratando o universo cruel da pornografia infantil. Essas
meninas serão as mulheres deste século, maculadas em sua honra e proteção pela
mesma sociedade que as homenageia no dia 8 de março de cada ano.
Paradoxalmente, dos estranhos ventres das mulheres nascem os destinos do mundo.
E foi do útero de uma mulher chamada Maria que nasceu o Cristo salvador.
No
entanto, não queremos muito: apenas conjugar realização profissional e
crescimento pessoal; amor e parceria; sexo e compromisso. E não sermos
rotuladas, como na música cantada por Paula Toller, como erradas, como
errantes, sempre na estrada, sempre distantes, errando sempre, enquanto o tempo
nos deixar. Dos novos tempos surge uma mulher que vem construindo nova
gramática na luta pelos direitos humanos, pelas minorias raciais, pela
derrubada de mitos ancestrais, denunciando a discriminação de gênero e cor,
trabalhando ao lado do seu homem (ou da sua mulher) para a criação de um
universo de amor e igualdade, fazendo-se ouvir pela razão e pelo coração.
O
compositor Chico César diz que sabe como pisar no coração de uma mulher: com
sapatilhas de arame e alpercatas de aço. A liberdade poética da canção não
esconde a realidade do novo século: mulheres que não ensarilham armas e nem
queimam sutiãs, mas denunciam a violência e têm voz política para a ousadia do
discurso da soberania do gênero sem o temor do destino biológico. Aí, sim,
poderemos, enfim, comemorar o Dia Internacional da Mulher.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro/2017 a ainda estratosférica
marca de 486,75% nos últimos doze meses,
e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,30%; e já o IPCA
também acumulado nos últimos doze meses, chegou a 5,35%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência
do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao
excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4
bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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