quinta-feira, 9 de março de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS CAMINHOS DA FELICIDADE E A LUZ DAS MULHERES NA SUSTENTABILIDADE

“Ser feliz
        Todo mundo procura, mas pouca gente sabe o que é. Afinal, o que é a felicidade? Quem responde é Maura Albanesi, mestre em psicologia e religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP): “A felicidade é um estado de alma que não consiste em ter as coisas, mas em ser aquilo que você almeja. Então, ela é um estado (interno) duradouro, não momentâneo. Picos de alegria não representam necessariamente felicidade”.
         De acordo com a especialista, quando uma pessoa se sente feliz, ela vibra o tempo todo na alegria, na gratidão, do reconhecimento e fica satisfeita naquilo que faz. “Essa pessoa aceita a vida como ela é – sem que isso se transforme em uma zona de conforto obviamente. Porque, às vezes, a gente olha para o mundo e pensa: ‘Nossa, está tudo errado!’ e isso nos deixa infeliz. Então, a felicidade vem de um estado perene de aceitação dos fatos como são e, com isso, nos sentimos gratos da forma como são. Isso não implica em não nos esforçarmos para melhorarmos como pessoas – sem que isso seja uma tortura – mas que seja um ato de prazer”, destaca a psicoterapeuta. “A felicidade vem junto com prazer em tudo o que fazemos. A felicidade consiste em trazer para o dia a dia o prazer de viver das coisas como elas são e não deveriam ser segundo o nosso julgamento”, completa.
         Apesar de a felicidade estar alinhada com os atos de prazer, a psicoterapeuta descarta que bens materiais, viagens e outros prazeres da vida, por si só, façam com que alguém seja feliz. “Hoje, creio que não poderia dizer que as pessoas são mais felizes, apesar de termos tantas oportunidades e coisas para nos divertirmos e sermos mais felizes, como viagens mais acessíveis, facilidade de ir e vir a vários lugares – em relação ao contexto dos nossos avós e tataravós”, compara. “Mas creio que tudo isso também gera para a pessoa uma certa obrigação, já que existem todas essas opções. Essa agitação nos obriga a resolver as coisas e se feliz a qualquer custo. Então, a pessoa pode se sentir infeliz, pois ela não tem uma força interna de se disponibilizar para absorver tudo isso” opina, acrescentando que ainda falta dentro do ser humano a crença de ser feliz com aquilo que tem. “Você pode estar no maior parque de diversões, como na Disney, por exemplo, e não estar se sentido feliz. Não importa o externo. A felicidade é algo interno.”
         Mas, enfim, como ser feliz? “Creio que a felicidade é uma decisão. Nós decidimos ser felizes ou decidimos ser infelizes – independentemente das coisas que acontecem. Porque é da nossa natureza sermos felizes, sermos alegres e vivermos a vida plenamente”, enfatiza. Mas, segundo Maura, nós vamos contra essa natureza, pois o esforço que fazemos para ficarmos tristes é maior do que faríamos para ficarmos alegres.
         “A tristeza tem ganhos secundários, principalmente, quando traz a atenção das pessoas para conosco. A gente também atrai essa tristeza como uma forma de receber carinho. E quando estamos felizes e radiantes também tememos a inveja”, explica. “Então, qual é o caminho? O caminho é uma decisão. Decida hoje e pronto, do jeito que está a sua vida, sem depender da aprovação e do afeto que o outro possa dar.”
         E existem dicas práticas da especialista para isso:
         1) Fazer o que se gosta – ter momentos de lazer, aprender a ter prazer na vida (tanto no que faz quanto nas diversões);
         2) Aplicar nos relacionamentos – investir em construir relacionamentos sociais e construir amizades, tanto as íntimas quanto as não tão íntimas, porque é bom ter um rol de amigos;
         3) Conhecer novos lugares – fazer coisas diferentes a tudo que estamos acostumados nos traz felicidade, porque nos lembra que estamos vivos e nos permite ver a beleza das coisas;
         4) Desenvolver a espiritualidade – é importante desenvolver toda a nossa espiritualidade, a transcendência, e não se apegar tanto apenas às questões materiais, mas saber que a matéria é necessária, é fundamental, mas não essencial;
         5) Paz de espírito – o essencial, pois adquirimos paz de espírito no desenvolvimento do nosso autoconhecimento e espiritualidade, que nos traz esperança, tolerância e fé.”.

(ANNA MARINA, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 4 de março de 2017, caderno CULTURA, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 8 de março de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de MARIA AMÉLIA BRACKS DUARTE, procuradora do Trabalho em Minas Gerais, e que merece igualmente integral transcrição:

“Mulheres errantes
         Meu lado mulher incomoda-se de receber homenagens num dia do ano – 8 de março –, enquanto meu lado homem se farta com 364 dias. Talvez se faça necessária esta efeméride, dor recente de uma cicatriz antiga. Porque vive-se numa sociedade machista: matrimônio e cuidado do lar; patrimônio e domínio dos bens”. A frase é do Frei Betto, mas poderia ser bem dita e maldita por qualquer mulher.
         Apesar de se admitir que as mulheres não só são agora mais conscientes de seus direitos, mas mais capazes de exercê-los, em Moçambique, na negra e miserável África, mulheres são contaminadas pelo vírus da Aids por seus próprios maridos e, quando caem doentes e não mais podem trabalhar, são expulsas de casa e ainda perdem os filhos. Em algumas regiões, ter relações sexuais com virgem, de preferência estranha e à força, é considerado o melhor remédio para curar homens de suas doenças venéreas.
         Nos últimos 20 anos, somente no Sudeste Asiático, mais de 50 milhões de mulheres e de crianças foram vítimas do tráfico sexual. Na  Índia, mulheres são queimadas diariamente por motivos ligados aos seus dotes; pais e irmãos aceitam e participam de estupros coletivos contra meninas e moças; crimes de honra são aceitos na Jordânia, no Marrocos e no Brasil; países africanos cortam o clitóris e costuram a genitália das jovens, como repressão e controle da vidam sexual; a Nigéria sentencia à morte por apedrejamento mulher adúltera.
         Na verdade, a história e as estatísticas não favorecem a mulher. O conflito é milenar, as raízes são se sangue, a guerra é ancestral, o destino biológico ainda conviverá com a humilhação de julgamentos impiedosos, que transformam a mulher em bruxa amaldiçoada. Muitas Joanas Darcs continuarão morrendo queimadas em tribunais por transgredir normas. O preconceito ainda manchará de culpa a mulher que foi violentada por vestir uma roupa decotada. Não há absolvição para a menina que se pendura na boléia do caminhão para matar a fome em troca de favores sexuais. O perdão não ronda as crianças prostituídas no litoral do país, onde suas imagens viajam pela internet, distraindo turistas e estrangeiros, retratando o universo cruel da pornografia infantil. Essas meninas serão as mulheres deste século, maculadas em sua honra e proteção pela mesma sociedade que as homenageia no dia 8 de março de cada ano. Paradoxalmente, dos estranhos ventres das mulheres nascem os destinos do mundo. E foi do útero de uma mulher chamada Maria que nasceu o Cristo salvador.
         No entanto, não queremos muito: apenas conjugar realização profissional e crescimento pessoal; amor e parceria; sexo e compromisso. E não sermos rotuladas, como na música cantada por Paula Toller, como erradas, como errantes, sempre na estrada, sempre distantes, errando sempre, enquanto o tempo nos deixar. Dos novos tempos surge uma mulher que vem construindo nova gramática na luta pelos direitos humanos, pelas minorias raciais, pela derrubada de mitos ancestrais, denunciando a discriminação de gênero e cor, trabalhando ao lado do seu homem (ou da sua mulher) para a criação de um universo de amor e igualdade, fazendo-se ouvir pela razão e pelo coração.
         O compositor Chico César diz que sabe como pisar no coração de uma mulher: com sapatilhas de arame e alpercatas de aço. A liberdade poética da canção não esconde a realidade do novo século: mulheres que não ensarilham armas e nem queimam sutiãs, mas denunciam a violência e têm voz política para a ousadia do discurso da soberania do gênero sem o temor do destino biológico. Aí, sim, poderemos, enfim, comemorar o Dia Internacional da Mulher.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro/2017 a ainda estratosférica marca de 486,75% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,30%; e já o IPCA também acumulado nos últimos doze meses, chegou a 5,35%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 
 



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