quarta-feira, 22 de março de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA LOGÍSTICA REVERSA E A VISÃO ESTRATÉGICA NA SUSTENTABILIDADE

“Importância da logística reversa
       Você sabe para onde vai o produto que você consome, no final da vida dele?
          Todos os dias, estamos em contato com centenas de embalagens e produtos que utilizamos: a caixinha de leite, o saquinho do pão, a pasta de dente, o desodorante etc.
          O que você faz com todos esses produtos e embalagens? “Limpo, separo e depois coloco em um saco e levo em um ponto de coleta de reciclagem ou o caminhão específico passa aqui”. Tomara que essa seja a sua resposta, pois esta é uma parte da logística reversa.
          Segundo a lei, logística reversa é um “instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”.
          Mas o Brasil está indo bem nesse tema?
          Em alguns tipos de embalagens sim, mas, no geral, ainda não estamos nem sequer engatinhando. Por exemplo: segundo a Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade), aproximadamente 98,4% das latas de alumínio para bebidas estão sendo recicladas. Esse índice, em 1997, era de 64%. Em garrafas tipo PET, em 1997, era de 16% e, em 2012, o número atingiu 59%.
          Conforme esses dados, o nosso país é campeão em reciclagem de latas de alumínio. Mas sempre questionamos a forma que estas latas chegam para a reciclagem, muitas vezes por meio de pessoas que as estão catando na rua, sem proteção, sujeitas a riscos de uma maneira não muito inclusiva.
          Alguns produtos e embalagens precisam ter uma logística reversa obrigatória, segundo a lei, e de forma independente da limpeza urbana, como as pilhas e baterias; agrotóxicos (embalagens e produtos); pneus; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; e produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
          Empresas específicas de logística reversa e reciclagem acabaram sendo formadas ou cresceram mais com este movimento. E diversas associações de empresas começaram a se mobilizar para conseguir cumprir as metas e os planos que a lei prevê.
          Uma delas é o Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem), uma associação sem fins lucrativos, formada por empresas de diversos segmentos, que trabalha com promoção da reciclagem dentro do conceito de gerenciamento integrado do lixo, isso desde 1992, antes da legislação.
          Ainda estamos no início deste processo de implementação da lei e de mudanças de paradigma. Precisamos de muita educação para que todos os elos da cadeia se responsabilizem por todo o processo da logística reversa.
          Portanto, se você é empresário, pense como está sendo o fim do seu produto e como melhorar isso; se você é empreendedor, veja que linda oportunidade para criar soluções inovadoras dentro desse processo; se você é comerciante, veja como ajudar e criar um relacionamento melhor com o seu cliente por meio do recolhimento de embalagens; e se você é consumidor (todos nós somos!), separe o seu lixo, eduque outras pessoas e seja um agente de transformação!”.

(MARCUS NAKAGAWA. Sócio-diretor da iSetor, professor da graduação e MBA da ESPM, idealizador e diretor da Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade e palestrante sobre sustentabilidade, empreendedorismo e estilo de vida, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de março de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 21 de março de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de RONALDO SCUCATO, presidente do Sistema Ocemg, e que merece igualmente integral transcrição:

“Enxergar oportunidades
       Experimentamos hoje a era da velocidade. O fluxo das informações, transformações de mercado e quebra de paradigmas ocorre num piscar de olhos. Mudanças que antes demoravam décadas para se concretizar, agora acontecem em meses. Esse cenário é desafiador para os gestores que precisam estar constantemente dispostos a conhecer novas estratégias de gerenciamento de negócios e pessoas.
          Em um curto espaço de tempo, assistimos a empresas que surgiram pequenas e criadas com recursos relativamente pequenos, como WhatsApp, Netflix e YouTube, tornarem-se referência em seus segmentos, enfrentando gigantes de igual para igual. Vivemos na batalha de Davi contra Golias, porque o pequeno consegue competir com o grande e vencê-lo, caso surpreenda o mercado com algo criativo e novo.
          A informação ou conhecimento não é mais por si só garantia de sucesso. É preciso cooperar e aplicar o saber, transformando-o em soluções que facilitem o dia a dia das pessoas. Novas ideias precisam de um ambiente plural para florescer e muitas empresas se restringem a quadros monocromáticos de funcionários. É necessário ouvir outras vozes. E nesse quesito as cooperativas podem ser um excelente referencial.
          Diante de um cenário tão rico de possibilidades e altamente mutável, a visão estratégica é um elemento que se faz ainda mais necessário. Os líderes-gestores, como assim prefiro denominar os profissionais que reúnem essas duas qualidades, precisam conciliar a situação presente de seus negócios com o futuro desejado. Não se pode traçar metas observando somente os feitos já alcançados, pois isso como dirigir um carro olhando somente pelo retrovisor. Uma outra dificuldade enfrentada pelos profissionais é a autoavaliação da situação presente da instituição, apontando todos os erros e soluções possíveis.
          O mapa em direção aos objetivos estipulados não se torna menos importante, mesmo que seja preciso recalcular a rota algumas vezes durante o percurso. No livro Alice no país das maravilhas, escrito por Lewis Carroll, Alice pergunta ao gato qual caminho deveria tomar e o felino responde que que para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho é o certo, e desaparece, deixando no ar somente um sorriso sarcástico. E é exatamente isso que o mercado faz com quem não sabe o que quer. Se não há planejamento, o gestor tem que se contentar com os resultados que surgem.
          Pensar estrategicamente no futuro é preocupar-se com o legado que será deixado para uma próxima gestão. Uma dinâmica própria que já faz parte do dia a dia das cooperativas: reconhecer os que vieram antes e deixaram uma herança para assim estar apto para fazer o mesmo. Para alcançar as metas estipuladas e criar um legado, além de possuir um objetivo claro, o gestor precisa saber a viabilidade do negócio que comanda. A preocupação com o planeta é tão importante quanto o lucro desejado e eles não devem ser dissociados. Uma empresa sustentável é aquela que produz e consome pautada na economia dos recursos que serão necessários para as próximas gerações. E as cooperativas são um bom exemplo de empresas vocacionadas para isso.
          Para se tornar sustentáveis, as instituições precisam, em primeiro lugar, que seus líderes pensem em resultados e valores. Além disso, eles devem estar atentos a cinco pontos: educação das partes interessadas; comunicação eficiente de valores e ações; inserção de valores na estratégia do negócio; visão de oportunidade e não de risco; um líder que acredite apaixonadamente na sustentabilidade.
          Para viver em um mundo que se reconfigura a todo instante é preciso desaprender para dar espaço para um novo aprendizado. Não existem fórmulas mágicas. A estratégia que funcionou até hoje para o seu negócio pode não fazer mais sentido em curto espaço de tempo. É preciso cooperar, investir na gestão e buscar novas soluções, sempre de olho na sustentabilidade. E o Sistema Ocemg está ao lado das cooperativas  mineiras, colaborando para a transformação da realidade e o alcance do sucesso.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)    a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro/2017 a ainda estratosférica marca de 486,75% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,30%; e já o IPCA também acumulado nos últimos doze meses, chegou a 5,35%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)    a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
         
 
 
    

           

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