(Agosto
= mês 10; faltam 160 meses para a Primavera Brasileira)
“Medicina
sem EAD pode?
Muitas vezes me
perguntam, com certa ironia, se seria possível um curso de graduação de
medicina na modalidade educação a distância (EAD). Todas as vezes, sem
titubear, responde: “Tanto em medicina como em um conjunto de outras carreiras,
a formação exclusivamente a distância não seria adequada; porém, acho que seria
igualmente inadmissível um curso contemporâneo de medicina sem as ferramentas
da educação interativa baseadas nas tecnologias digitais”.
Na
verdade, as terminologias que separam abruptamente as modalidades presencial e
a distância são anacrônicas e favorecem pouco o inexorável futuro de uma
educação flexível, híbrida e personalizada. Essas denominações foram
consolidadas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, de 1996.
Seria injusto exigir dos educadores e legisladores de então que tivessem a
premonição do que seria este mundo atual em termos de absoluta preponderância
das tecnologias digitais.
A
adequada formação de um médico, bem como dos demais profissionais na área da
saúde, demanda que eles dominem a utilização de plataformas digitais e de
tecnologias móveis e que tenham familiaridade com realidade virtual imersiva,
impressoras tridimensionais e com técnicas de modelagem e simulação.
Recentemente,
a McKinsei&Company apresentou um relatório sobre tendências e perspectivas
internacionais acerca da dinâmica das organizações responsáveis por saúde em
direção ao mundo completamente digitalizado. O relatório aponta que há mais de
20 anos os detalhes de gestão das instituições de saúde já estão completamente
digitalizados, mas, segundo o relatório, esta onda é cosmética, comparada com
as novidades em curso e aquelas que ainda estão por vir.
O
estado do Rio Grande do Sul acaba de adotar, com o aval da Sociedade Brasileira
de Oftalmologia, a oftalmologia a distância. Trata-se de inovador projeto de
telemedicina que prevê reduzir em 40% a fila de espera pelos procedimentos. Os
pacientes das unidades básicas de saúde serão encaminhados a oito consultórios
espalhados pelo estado, onde serão atendidos por técnicos de enfermagem. Estes
conduzirão a parte física e presencial do exame oftalmológico (pressão ocular
etc.), supervisionados por oftalmologistas em tempo real a distância, os quais
são abastecidos por imagens teletransmitidas via uma plataforma de telessaúde.
Ainda
que de forte impacto a cada um dos milhares que aguardam nas filas de
atendimentos oftalmológicos, o caso em pauta é somente um pequeno exemplo dos
recursos que gradativamente estarão sendo disponibilizados aos profissionais de
saúde para enfrentar os gigantescos desafios em que estão envolvidos.
Há
inúmeros outros casos ilustrativos na área. Este ano completa 10 anos o
Programa Telessaúde Brasil Redes, do Ministério da Saúde, reconhecido pela
Organização Pan-americana da Saúde como exemplo aos demais países, o qual
oferece laudos diagnósticos de eletrocardiogramas, retinografias na detecção de
retinopatias diabéticas, entre outros serviços, além da segunda opinião
aplicada à atenção primária à saúde.
Atualmente,
é imprescindível uma educação superior na área de saúde que incorpore no
processo de formação básica desses profissionais as competências e habilidades
no uso de múltiplas ferramentas digitais. A telemedicina, por exemplo, deverá
fazer parte obrigatória dos currículos, bem como técnicas para propedêutica médica
a distância e o uso de ambulatórios didáticos virtuais.”.
(RONALDO MOTA.
Reitor da Universidade Estácio de Sá, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de julho
de 2017, caderno OPINIÃO, página7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, mesma edição,
caderno e página, de autoria de OTACÍLIO
LAGE, jornalista, e que merece igualmente integral transcrição:
“Lições
de Einstein
Ele formulou a Teoria
da Relatividade, estabeleceu a base da matemática da estrutura do universo e
substituiu a Teoria da atração gravitacional, de Isaac Newton, pela Teoria de
um campo de gravitação no contínuo espaço de tempo. Mas nem por isso deixou de
dar atenção às coisas simples, de ser feliz, amigo de todos; amava as crianças
e era capaz de passar horas tocando violino à cabeceira da cama da tia doente.
Dava valor extremo à conduta humana, tanto que repetia sempre que “sem cultura
moral, não haveria nenhuma saída para os homens”. Nasceu em 14 de março de
1879, em Wurttemberg, Sul da Alemanha, e morreu em 18 de abril de 1955, aos 76
anos, em Princeton, Nova Jersey, Estados Unidos.
Claro,
trata-se de Albert Einstein, alemão de origem judaica, acolhido nos EUA desde
1935, quando fugiu da perseguição de Adolf Hitler. Para o mundo, a imagem que
ficou dele foi aquela em que aparece de língua de fora, gravada quatro anos de
morrer, em 1951, no aniversário de 72 anos. Além do violino, Einstein tocava
piano e era muito religioso, sem, contudo, professar religião alguma. Para o
genial matemático, “a paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos”.
Era, acima de tudo, um místico, pois intuitivamente, ele tirava da sintonia que
tinha com o cosmo muitas respostas para suas constantes indagações. “Eu penso
99 vezes e nada descubro. Deixo de pensar e mergulho no silêncio; e eis que a
verdade me é revelada”, dizia sempre. Para Einstein, Deus era a lei, a voz da
natureza.
Desde
jovem, revelava ojeriza às autoridades. Então, depois dos 50 anos, ao ser
forçado a deixar a Alemanha, ficou ainda mais incisivo, tanto que questionava
sempre a razão de os religiosos e os governos não dizerem a verdade sobre Deus,
o mundo e o homem. “Quais as intenções secretas que eles tinham para manter o
homem na ignorância?”, questionava Einstein, que insistia que “meditar não é
pensar, mas esvaziar os canais de toda a substância oriunda dos nossos sentidos
e colocar-se diante da fonte”, segundo ele, a realidade, a imaginação de Deus.
“Quando o discípulo está pronto, o mestre aparece”, reforçava.
Quando
estudava em Princeton, o filosófico brasileiro Humberto Rohden, catarinense de
Tubarão, escreveu sobre o colega Albert: “Lá estava um homem cujo corpo ainda
vivia na Terra, mas cuja mente habitava as mais remotas plagas do cosmo”.
Realmente, Einstein era desprendido, desgarrado das coisas mundanas. Certa vez,
sua empregada encontrou um cheque de US$ 1,5 mil, recebido por ele havia meses,
marcando a leitura de um livro. Era comum ele não se lembrar se havia almoçado,
nem sequer sabia o número do telefone da casa em que vivia com a mulher e os
dois filhos. Sobre a Teoria da relatividade, o matemático revelou que ela lhe
veio por intuição, pois sabia que a certeza intuitiva era anterior a qualquer
prova.
Muitos
contemporâneos de Einstein, de vários segmentos da sociedade, questionavam a
insistência de ele “falar tanto” com Deus, apesar de os teólogos de então
acharem que ele era ateu. Ele não admitia um Deus pessoal, mas um Deus supremo,
onipresente e onisciente, que está no centro de todos os lugares e de todas as
coisas, como já intuíra Santo Agostinho, fazendo Einstein sentir-se em meio a
uma grande fraternidade universal. Em suma, para ele, Deus não era uma
personalidade capaz de premiar ou punir, mas a invisível realidade do universo,
o que fazia o cientista pensar 99 vezes até que a resposta lhe chegasse
intuitivamente, resultando na perfeita sintonia com a fonte, “o silêncio
dinâmico onde tudo já está pronto e acabado”. O matemático alemão era um “religado”
– religião significa “re-ligação” do homem com o poder infinito. Frisava
sempre: “O homem pode não achar Deus, mas Deus o achará, se homem,
naturalmente, não se esconder Dele”.
Sobre
o conhecimento era direto: “A leitura, depois de certa idade, distrai
excessivamente o espírito humano de suas reflexões criadoras. Todo homem que lê
demais e usa o cérebro de menos, adquire preguiça de pensar. A imaginação é
mais importante do que o conhecimento”. Einstein tinha forte atração pelo
mistério. Segundo ele, o homem que desconhece esse encanto, incapaz de sentir
admiração e estupefação, já está, por assim dizer, morto, e tem os olhos
extintos. “A emoção é fundamental e está na raiz de todo ciência e arte”,
dizia.
Quanto
à fama, tinha resposta curta: “Ela é para o homem como os cabelos – crescem
depois da morte, quando já lhe é de pouco serventia”. Tinha com ele que não
basta ensinar ao homem uma especialidade, porque se tornará mais uma máquina
utilizável e não uma personalidade. É necessário que ele adquira um sentimento,
um senso prático daquilo que vale a pena ser compreendido, daquilo que é belo,
do que é moralmente correto.
Pouco
antes de morrer, há 62 anos, Einstein preconizou: “Nossa era deveria ser a do
Paraíso na Terra. A humanidade nunca teve, como agora, melhor ensejo de ser
feliz”. “O meu ideal político é a democracia, na qual seja cada homem
respeitado como um indivíduo; e ninguém idolatrado”, pontuava. Bom seria se os
homens de hoje que detêm poder financeiro e político mundo afora – especialmente
no Brasil – tivessem um pouco de humildade e se espelhassem no cientista que
esquecia cheque ao portador dentro de livros; que detestava mesquinharia,
brutalidade, militarismo e guerra; que primava pela ética e que tinha a certeza
de que estava sempre falando com Deus. A utopia, às vezes, vale a pena.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
d) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
e) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em junho/2017 a ainda estratosférica
marca de 378,30% nos últimos doze meses,
e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 322,60%; e já o IPCA
também no acumulado dos últimos doze meses chegou a 3,00%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
f) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4
bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade);
entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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