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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A MEDICINA E AS NOVAS TECNOLOGIAS E A TRANSCENDÊNCIA DAS LIÇÕES DE EINSTEIN NA SUSTENTABILIDADE (10/160)

(Agosto = mês 10; faltam 160 meses para a Primavera Brasileira)

“Medicina sem EAD pode?
        Muitas vezes me perguntam, com certa ironia, se seria possível um curso de graduação de medicina na modalidade educação a distância (EAD). Todas as vezes, sem titubear, responde: “Tanto em medicina como em um conjunto de outras carreiras, a formação exclusivamente a distância não seria adequada; porém, acho que seria igualmente inadmissível um curso contemporâneo de medicina sem as ferramentas da educação interativa baseadas nas tecnologias digitais”.
         Na verdade, as terminologias que separam abruptamente as modalidades presencial e a distância são anacrônicas e favorecem pouco o inexorável futuro de uma educação flexível, híbrida e personalizada. Essas denominações foram consolidadas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, de 1996. Seria injusto exigir dos educadores e legisladores de então que tivessem a premonição do que seria este mundo atual em termos de absoluta preponderância das tecnologias digitais.
         A adequada formação de um médico, bem como dos demais profissionais na área da saúde, demanda que eles dominem a utilização de plataformas digitais e de tecnologias móveis e que tenham familiaridade com realidade virtual imersiva, impressoras tridimensionais e com técnicas de modelagem e simulação.
         Recentemente, a McKinsei&Company apresentou um relatório sobre tendências e perspectivas internacionais acerca da dinâmica das organizações responsáveis por saúde em direção ao mundo completamente digitalizado. O relatório aponta que há mais de 20 anos os detalhes de gestão das instituições de saúde já estão completamente digitalizados, mas, segundo o relatório, esta onda é cosmética, comparada com as novidades em curso e aquelas que ainda estão por vir.
         O estado do Rio Grande do Sul acaba de adotar, com o aval da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, a oftalmologia a distância. Trata-se de inovador projeto de telemedicina que prevê reduzir em 40% a fila de espera pelos procedimentos. Os pacientes das unidades básicas de saúde serão encaminhados a oito consultórios espalhados pelo estado, onde serão atendidos por técnicos de enfermagem. Estes conduzirão a parte física e presencial do exame oftalmológico (pressão ocular etc.), supervisionados por oftalmologistas em tempo real a distância, os quais são abastecidos por imagens teletransmitidas via uma plataforma de telessaúde.
         Ainda que de forte impacto a cada um dos milhares que aguardam nas filas de atendimentos oftalmológicos, o caso em pauta é somente um pequeno exemplo dos recursos que gradativamente estarão sendo disponibilizados aos profissionais de saúde para enfrentar os gigantescos desafios em que estão envolvidos.
         Há inúmeros outros casos ilustrativos na área. Este ano completa 10 anos o Programa Telessaúde Brasil Redes, do Ministério da Saúde, reconhecido pela Organização Pan-americana da Saúde como exemplo aos demais países, o qual oferece laudos diagnósticos de eletrocardiogramas, retinografias na detecção de retinopatias diabéticas, entre outros serviços, além da segunda opinião aplicada à atenção primária à saúde.
         Atualmente, é imprescindível uma educação superior na área de saúde que incorpore no processo de formação básica desses profissionais as competências e habilidades no uso de múltiplas ferramentas digitais. A telemedicina, por exemplo, deverá fazer parte obrigatória dos currículos, bem como técnicas para propedêutica médica a distância e o uso de ambulatórios didáticos virtuais.”.

(RONALDO MOTA. Reitor da Universidade Estácio de Sá, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de julho de 2017, caderno OPINIÃO, página7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, mesma edição, caderno e página, de autoria de OTACÍLIO LAGE, jornalista, e que merece igualmente integral transcrição:

“Lições de Einstein
        Ele formulou a Teoria da Relatividade, estabeleceu a base da matemática da estrutura do universo e substituiu a Teoria da atração gravitacional, de Isaac Newton, pela Teoria de um campo de gravitação no contínuo espaço de tempo. Mas nem por isso deixou de dar atenção às coisas simples, de ser feliz, amigo de todos; amava as crianças e era capaz de passar horas tocando violino à cabeceira da cama da tia doente. Dava valor extremo à conduta humana, tanto que repetia sempre que “sem cultura moral, não haveria nenhuma saída para os homens”. Nasceu em 14 de março de 1879, em Wurttemberg, Sul da Alemanha, e morreu em 18 de abril de 1955, aos 76 anos, em Princeton, Nova Jersey, Estados Unidos.
         Claro, trata-se de Albert Einstein, alemão de origem judaica, acolhido nos EUA desde 1935, quando fugiu da perseguição de Adolf Hitler. Para o mundo, a imagem que ficou dele foi aquela em que aparece de língua de fora, gravada quatro anos de morrer, em 1951, no aniversário de 72 anos. Além do violino, Einstein tocava piano e era muito religioso, sem, contudo, professar religião alguma. Para o genial matemático, “a paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos”. Era, acima de tudo, um místico, pois intuitivamente, ele tirava da sintonia que tinha com o cosmo muitas respostas para suas constantes indagações. “Eu penso 99 vezes e nada descubro. Deixo de pensar e mergulho no silêncio; e eis que a verdade me é revelada”, dizia sempre. Para Einstein, Deus era a lei, a voz da natureza.
         Desde jovem, revelava ojeriza às autoridades. Então, depois dos 50 anos, ao ser forçado a deixar a Alemanha, ficou ainda mais incisivo, tanto que questionava sempre a razão de os religiosos e os governos não dizerem a verdade sobre Deus, o mundo e o homem. “Quais as intenções secretas que eles tinham para manter o homem na ignorância?”, questionava Einstein, que insistia que “meditar não é pensar, mas esvaziar os canais de toda a substância oriunda dos nossos sentidos e colocar-se diante da fonte”, segundo ele, a realidade, a imaginação de Deus. “Quando o discípulo está pronto, o mestre aparece”, reforçava.
         Quando estudava em Princeton, o filosófico brasileiro Humberto Rohden, catarinense de Tubarão, escreveu sobre o colega Albert: “Lá estava um homem cujo corpo ainda vivia na Terra, mas cuja mente habitava as mais remotas plagas do cosmo”. Realmente, Einstein era desprendido, desgarrado das coisas mundanas. Certa vez, sua empregada encontrou um cheque de US$ 1,5 mil, recebido por ele havia meses, marcando a leitura de um livro. Era comum ele não se lembrar se havia almoçado, nem sequer sabia o número do telefone da casa em que vivia com a mulher e os dois filhos. Sobre a Teoria da relatividade, o matemático revelou que ela lhe veio por intuição, pois sabia que a certeza intuitiva era anterior a qualquer prova.
         Muitos contemporâneos de Einstein, de vários segmentos da sociedade, questionavam a insistência de ele “falar tanto” com Deus, apesar de os teólogos de então acharem que ele era ateu. Ele não admitia um Deus pessoal, mas um Deus supremo, onipresente e onisciente, que está no centro de todos os lugares e de todas as coisas, como já intuíra Santo Agostinho, fazendo Einstein sentir-se em meio a uma grande fraternidade universal. Em suma, para ele, Deus não era uma personalidade capaz de premiar ou punir, mas a invisível realidade do universo, o que fazia o cientista pensar 99 vezes até que a resposta lhe chegasse intuitivamente, resultando na perfeita sintonia com a fonte, “o silêncio dinâmico onde tudo já está pronto e acabado”. O matemático alemão era um “religado” – religião significa “re-ligação” do homem com o poder infinito. Frisava sempre: “O homem pode não achar Deus, mas Deus o achará, se homem, naturalmente, não se esconder Dele”.
         Sobre o conhecimento era direto: “A leitura, depois de certa idade, distrai excessivamente o espírito humano de suas reflexões criadoras. Todo homem que lê demais e usa o cérebro de menos, adquire preguiça de pensar. A imaginação é mais importante do que o conhecimento”. Einstein tinha forte atração pelo mistério. Segundo ele, o homem que desconhece esse encanto, incapaz de sentir admiração e estupefação, já está, por assim dizer, morto, e tem os olhos extintos. “A emoção é fundamental e está na raiz de todo ciência e arte”, dizia.
         Quanto à fama, tinha resposta curta: “Ela é para o homem como os cabelos – crescem depois da morte, quando já lhe é de pouco serventia”. Tinha com ele que não basta ensinar ao homem uma especialidade, porque se tornará mais uma máquina utilizável e não uma personalidade. É necessário que ele adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser compreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto.
         Pouco antes de morrer, há 62 anos, Einstein preconizou: “Nossa era deveria ser a do Paraíso na Terra. A humanidade nunca teve, como agora, melhor ensejo de ser feliz”. “O meu ideal político é a democracia, na qual seja cada homem respeitado como um indivíduo; e ninguém idolatrado”, pontuava. Bom seria se os homens de hoje que detêm poder financeiro e político mundo afora – especialmente no Brasil – tivessem um pouco de humildade e se espelhassem no cientista que esquecia cheque ao portador dentro de livros; que detestava mesquinharia, brutalidade, militarismo e guerra; que primava pela ética e que tinha a certeza de que estava sempre falando com Deus. A utopia, às vezes, vale a pena.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
d)    a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
e)     o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho/2017 a ainda estratosférica marca de 378,30% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 322,60%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses chegou a 3,00%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
f)      a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        


  

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

A CIDADANIA, A LIDERANÇA DE SI MESMO E O GOVERNANTE DO MUNDO

“Lidera a ti mesmo
        Quando se fala sobre a importância da liderança no processo gerencial, longas reflexões são feitas sobre as ferramentas e ações, por meio das quais o gestor é capacitado a liderar. Competências várias são trabalhadas com foco na motivação, aprendizagem, relacionamento com os diversos perfis no corpo de liderados, como gerenciar talentos, conhecimento e conflitos.
         Ao longo do meu trabalho com lideranças estratégicas, comecei a perceber que havia um significativo ponto de fratura entre o resultado obtido com os liderados e a postura do líder em relação a essa dinâmica. Essa fratura tinha origem nas crenças e estruturas mentais que se encontravam no perfil do líder e que o impediam de alcançar o que a organização esperava desse movimento. O foco era sempre o outro, representante do objetivo do processo, em vez de focar a fonte catalizadora de todo o andamento: a pessoa do líder.
         Comecei a trabalhar no estudo da autoliderança como única  possibilidade do sucesso da liderança. Se o indivíduo não consegue liderar a si mesmo, como poderia liderar o outro? Tornava-se, portanto, fundamental que o líder desenvolvesse uma competência importantíssima para seu sucesso como líder: aprender a liderar a si mesmo. O desafio era encontrar o caminho que faria esse processo ocorrer.
         Ora, para que alguém possa liderar a própria vida, precisaria identificar o que sente, como pensa, seu escopo perceptivo, as origens de suas crenças, quais são seus valores, para então iniciar o processo de ajuste interior. Essa trajetória implica trabalhar as inteligências emocional e social, o domínio das emoções, reconhecimento dos pontos fracos e como potencializá-los, quais seus gaps nas áreas de comunicação e relacionamento com indivíduos, equipes e stakeholders, bem como os obstáculos ao empowerment. Todas essas demandas ficam tão claras quanto a necessidade de atendê-las, o que só pode ser obtido por meio do autoconhecimento.
         Nosso Eu é repleto de crenças e valores que o indivíduo constrói ao longo da história de sua vida. Se ele não identificar qual o perfil de cada um desses dinâmicos elementos, não terá como reconhecê-los para poder equilibrá-los nos seus relacionamentos intra e interpessoais. Se não houver  tal tomada de consciência, o líder se comportará movido por esses fatores internos que comandam suas decisões. Se identificados e ajustados por um bom trabalho de autoconhecimento, esse será base positiva para que a comunicação interpessoal seja bem talhada e aplicada, permitindo, assim, tomada de decisões que gere felicidade e bem-estar a cada um dos liderados e à equipe como um todo.
         Entre as vantagens de uma autoliderança equilibrada, podemos destacar a lucidez no planejamento estratégico da ação de liderar; a capacidade de autocontrole das emoções; a vivência da escuta ativa, fundamental no processo de liderança; a conquista da eficiência na leitura do contexto com o qual trabalha. Pessoas que desenvolvem o equilíbrio da autoliderança também são líderes competentes na ação de captura e direcionamento da atenção da sua equipe; conseguem maior assertividade nas relações sociais e na resiliência pessoal diante dos conflitos que vivenciam; têm motivação constante; desenvolvem uma percepção mais ampla de si e do outro; são capazes de ser o que realmente são, de influenciar a equipe, diminuindo o espaço entre suas próprias avaliações e as avaliações dos outros; conseguem sucesso na ação de se envolver com as pessoas e com a tarefa e mantêm foco equilibrado entre o interno e o externo.
         Conseguem, enfim, ser os líderes que o mundo humanizado e consciente espera poder encontrar.”

(MARIA LEONOR GALANTE DELMAS. Professora do MBA em desenvolvimento humano de gestores da FGV/Faculdade IBS, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 10 de janeiro de 2016, caderno ADMITE-SE CLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de postagem de 8 de janeiro de 2016, no blog de autoria de UMBERTO ECO, que é professor de semiótica, crítico literário e romancista, autor também de “O Nome da Rosa” e “O Pêndulo de Foucault” (http://noticias.uol.com.br//blogs-e-colunas/coluna/umberto-eco), e que merece igualmente integral transcrição:

“O que Umberto Eco faria se 
comandasse o mundo
        Só posso dar uma resposta polêmica sobre o que eu faria de governasse o mundo porque não há nenhuma chance de isso acontecer. Na medida em que envelheci, comecei a odiar a humanidade. Portanto, se eu tivesse um poder absoluto, deixaria que ela continuasse em seu caminho de autodestruição. Ela seria destruída e eu ficaria mais feliz.
         Pessoas como eu são intelectuais: nós fazemos o nosso trabalho, escrevemos artigos, temos maneiras de protestar, mas não podemos mudar o mundo. Tudo o que podemos fazer é apoiar a política de empatia.
         A chanceler Angela Merkel fez uma declaração positiva quando encorajou o povo alemão a acolher refugiados sírios. Ela mudou a imagem do povo alemão em todo o mundo – não serão mais vistos como a SS de Adolf Hitler. Isso é o que um político pode fazer.
         Os jovens precisam ser ensinados a filtrar e a questionar as informações que recebem pela internet, em vez de aceitá-las pelo valor de face. É uma tarefa difícil. Eu uso a Wikipedia e sei que posso confiar nela 99% do tempo, mas as pessoas dizem na minha página que eu fui o primeiro de 13 filhos e que casei-me com a filha de meu editor. Nada disso é verdade. Até isso pode ser sujeito à manipulação. Um dos meus netos tem 15 anos e diz que muitos de seus amigos acreditam nas teorias de conspiração que leem na internet. Não há controle de qualidade, um enorme problema.
         Todos os governos devem procurar a educação. Antes da Primeira Guerra Mundial, apenas cerca de 20% das pessoas na Itália tinham o primário. Hoje, o problema são as universidades. O risco é reduzirmos os requisitos para o ingresso a fim de permitir a mais pessoas o acesso ao ensino superior, mas desta forma diminuir a qualidade. Isto foi feito na Itália recentemente e foi uma tragédia. Agora, os três primeiros anos da universidade são muito fáceis, os alunos não precisam lei livros com mais de cem páginas. Quem está no poder precisa entender que você tem de ser desafiado para crescer. Quando eu estava na universidade, li milhares de páginas e não morri!
         O ensino das línguas é a única coisa que eu tornaria obrigatória nas escolas. Se o conceito de Europa existe, ele se baseia no conhecimento comum da linguagem. Em dois de seus maiores países, França e Reino Unido, a maioria das pessoas parece saber apenas a sua própria língua. Não faz muito tempo, as pessoas na Inglaterra eram fluentes em latim. Há uma história de um general inglês enviado para a província indiana de Sindh no século 19, durante uma revolta. Como um brincadeira, ele enviou um telegrama a Londres em latim dizendo “Peccavi”, ou “eu pequei”. O incrível não foi apenas o fato de ele fazer uma brincadeira em latim, mas que seus colegas em Londres entenderam. Meu neto está estudando grego há dois anos. Ela ainda não pode ler Homero no original, mas desenvolveu uma compreensão da civilização grega. É parte de algo chamado de “encyclios”, que significa “educação circular” – de onde vem a palavra “enciclopédia”.
         Os homens são animais religiosos. Os cães não são religiosos. É verdade que eles latem para a luz, mas provavelmente não é por motivos religiosos. Os seres humanos têm a tendência de procurar uma razão em suas situações. Há uma bela frase atribuída a G.K. Chesterton: “Quando os homens não acreditam mais em Deus, não significa que eles não acreditam em nada, eles acreditam em tudo”. O governante do mundo não pode eliminar a religião. Você pode ser ateu ou descrente, mas você tem que reconhecer que a grande maioria dos seres humanos precisa de algumas crenças religiosas.
         Karl Marx disse que a religião é o ópio do povo, que mantém as pessoas tranquilas. Mas também pode ser a cocaína do povo. Ela tem uma dupla função: respondendo a algumas questões fundamentais e às vezes levando as pessoas a lutarem contra os não crentes. É uma característica da humanidade, da mesma forma que os seres humanos são a única espécie capaz de amar.
         Por fim, se eu fosse governante do mundo, eu gostaria de obrigar as pessoas a ler todos os meus livros, de modo que elas tornassem tão inteligentes quanto eu e não acreditassem que devamos ter um governante do mundo! Fico irritado com críticas positivas quando são positivas por razoes erradas. E às vezes sou tocado por uma crítica negativa porque ela percebe que eu entendi algo de verdadeiro. Às vezes fico irritado com críticas negativas porque, a meu ver, são estúpidas, mas tudo bem, faz parte do jogo.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a também estratosférica marca de 378,76% para um período de doze meses; e mais,  em 2015, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,67%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...