“Inovação
desde a seleção
No meu dia a dia,
converso com vários empresários e empreendedores e algo em comum entre todos é
a preocupação com a inovação. Essa deve começar desde o processo de seleção dos
colaboradores, mas nem sempre é isso o que acontece.
Pensar
fora da caixa e fazer diferente têm sido um grande desafio. Vejo que muitas
empresas ficam presas no círculo vicioso de sempre buscar o mesmo, pois é mais
seguro, em vez de investir no novo e correr o risco de “perder dinheiro”. Com
esse pensamento, acabam ficando em experiências técnicas em vez das
competências de cada um. Existe uma célebre frase que diz: “A definição de
insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados
diferentes”.
As
organizações deveriam levar para o dia a dia lições importantes sobre a maior
crise brasileira: o momento é de reinventar, deixar de lado o que deu errado e
trilhar um modo empreendedor e inovador. No livro Pense simples, do empreendedor Gustavo Caetano, ele reforça a ideia
de se fazerem testes e executar projetos levando em conta os pilares better,
cheaper and faster ou “melhor, mais barato e mais rápido”, e caso um deles
obtenha sucesso, você pode ter encontrado o caminho para o seu negócio.
Em um
mercado atual com diversos profissionais em busca de recolocação, vejo
organizações divulgando suas oportunidades com a premissa de um tempo exigido
no setor de atuação. Buscar um profissional de outro mercado ou área traz
oxigenação para o negócio e, assim, uma probabilidade maior de criação e
sucesso. Este é o momento para diversificar e investir em novas possibilidades
para os negócios. Alguns vão dizer: “Mas o risco de contratar dessa forma é
maior”. Pois bem, um dos principais conceitos de investimento é: quanto maior o
risco, maior a probabilidade de retorno.
Uma
das técnicas possíveis são os chamados hackatons, no qual o candidato se junta
a uma equipe para desenvolver um produto ou solução a partir de um desafio e
então é traçado um perfil. Existem também análises quânticas para avaliação do
perfil do candidato e, principalmente, a avaliação por competências. O
presidente do conselho de administração da Starbucks, Howard Schultz, disse uma
vez que “contratar pessoas é uma arte, e não uma ciência. Os currículos não
podem dizer se alguém se encaixa na cultura de uma empresa”. O importante neste
processo é atrair públicos diferentes. Ou seja, o primeiro passo para as
organizações é a quebra de padrão.
No
nosso escritório da Câmara Americana do Comércio (Amcham), em Belo Horizonte,
contratamos profissionais de diversas áreas, como administração, publicidade e
propaganda, relações internacionais, direito e design para cargos nem sempre da
sua “função”. Há o caso de um profissional de relações internacionais empregado
na área comercial, inicialmente, e que hoje ocupa um cargo de liderança em uma
multinacional alimentícia, na área de vendas.
Na
busca incessante por talentos, é necessário que a empresa deixe algumas
barreiras de lado como o medo de errar, a dificuldade de lidar com o diferente,
os métodos e comunicação arcaicos e engessados.
As
empresas devem buscar a mudança, mas o profissional também precisa desempenhar
seu papel. Vejo pessoas se formando sem analisar o que o mercado pede. Ou seja,
cada pessoa deve ir além da sua capacitação, pois ter ensino superior hoje não
é o único critério de escolha. É necessário se reciclar e procurar novos
aprendizados.
O
momento econômico se mantém difícil, mas o mercado tem se comportado com um
ânimo um pouco melhor. Ainda é hora de manter os cintos apertados e fazer nossa
lição de casa. Entretanto, devemos estar preparados, pois bons ventos logo
chegarão.”.
(RAFAEL
DANTAS. Gerente da Câmara Americana do Comércio (Amcham), em Belo
Horizonte, em artigo publicado no jornal ESTADO
DE MINAS, edição de 9 de agosto de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
10 de agosto de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de ELDO PENA COUTO, diretor do Colégio
Magnum Cidade Nova, e que merece igualmente integral transcrição:
“Educação
política
É próximo à desolação o
sentimento despertado em mim por comentários de alunos, inspirados no
noticiário político divulgado pela mídia diariamente. Vejo estudantes
idealistas com a fisionomia transformada pela preocupação ao analisarem as
declarações e atitudes de nossos representantes nos poderes Legislativo e
Executivo. Isso me preocupa, pois as consequências negativas do comportamento
de nossos políticos exercem e exercerão influência na formação de milhões de
crianças e jovens em todo o país.
Nas
salas, os professores percebem atitudes semelhantes por parte dos adolescentes,
que são praticamente unânimes em qualificar os políticos, em geral, como
pessoas não idôneas. Assim, o discurso que ouvem nas aulas, dando ênfase à
responsabilidade que os eleitores devem ter ao eleger seus representantes,
acaba esvaziando-se tristemente, pois os alunos argumentam que não adianta
querer separar o joio do trigo na hora de votar: a realidade demonstra que só
há, praticamente, joio.
Desse
modo, não só a descrença generalizada em relação aos políticos, mas, ainda mais
grave, a identificação dessa classe com o comportamento antiético e corrupto
gera o sentimento de que as instituições brasileiras são pouco confiáveis. O
maior temor dos educadores é que essas novas gerações acabem por descrer de
princípios e valores fundamentais, sem os quais uma sociedade civilizada não
pode subsistir.
Numa
época em que até crianças dispõem de comunicação instantânea em seus celulares
e tablets, alunos já me procuraram algumas vezes para comentar vídeos que trocam
entre si, mostrando políticos e autoridades de outros países indo trabalhar de
bicicleta, morando em apartamentos ou casas simples, cultivando hábitos
modestos, recebendo vencimentos próximos aos de grande parte da população. A
realidade bem diferente se verifica no Brasil, onde políticos e autoridades
dispõem de carros oficiais e motoristas pagos com o dinheiro dos contribuintes,
viajam em jatos exclusivos, ostentam luxo, criam leis que lhes concedem
privilégios vergonhosos, enquanto a maioria da população enfrenta, dia a dia,
as maiores dificuldades na dura batalha pela sobrevivência, deixa-os
indignados.
Essa
desilusão tão precoce não pode ser benéfica para estudantes tão jovens, pois é
próprio da sua idade exatamente o oposto: o idealismo e a inquietude, que as
boas escolas procuram canalizar positivamente, a fim de levá-los a exercer, no
futuro próximo, o importante papel de transformadores da sociedade.
Assim,
é inegável que cabe às escolas assumir também a missão de ajudar os pais a
educar as crianças e jovens que lhes são confiados, promovendo ações que visem
também à educação política dos alunos. Os estudantes brasileiros precisam
conscientizar-se de que a política é um importante avanço na história da
humanidade, a ponto de filósofos terem dedicado a ela estudos até hoje grande
relevância. Aristóteles, há mais de 2.300 anos, já havia ensinado: “O homem é
um animal político”. Seu contemporâneo Platão escreveu o conhecidíssimo livro A República, que continua sendo lido e
estudado até a atualidade.
Desse
modo, penso que as escolas podem contribuir significativamente para mudar o
desolador quadro da política brasileira. Ações aparentemente corriqueiras, como
a escolha de representantes de turma e a interação dos colegas com eles na
vivência escolar, podem dar oportunidade de se vivenciar uma prática
democrática relevante para a formação política de crianças e adolescentes. O
mesmo se aplica à eleição e atuação dos grêmios estudantis, sempre uma
oportunidade não só de formar lideranças, mas também de despertar a consciência
da importância das escolhas que o voto individual possibilita.
Deve-se
considerar que, hoje, a escola assume uma nova configuração. Ao privilegiar o
raciocínio e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, a escola pode
dar atenção a atividades que visam incrementar ações relevantes para a formação
de atitudes que interferirão positivamente no comportamento interpessoal. Isso
poderá contribuir para formar, nas novas gerações, uma consciência política que
deletará o atual modelo, motivo de constrangimento nacional e exposição
negativa internacional.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em julho/2017 a ainda estratosférica
marca de 399,05% nos últimos doze meses,
e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 321,30%; e já o IPCA
também no acumulado dos últimos doze meses chegou a 2,71%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4
bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança
e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa);
meio ambiente; habitação; mobilidade
urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO:
Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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