segunda-feira, 5 de março de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA REVOLUÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA E O DESAFIO DA DESIGUALDADE NA SUSTENTABILIDADE


“Revolução que desafia
        Com as fábricas operando com ociosidade na casa dos 20% e mais da metade do setor industrial atrasado em relação aos novos conceitos de manufatura avançada, incorporados pela indústria 4.0, empresários e trabalhadores devem estar atentos para as profundas transformações que vão ocorrer nos próximos 10 ou 15 anos. O grande risco de desindustrialização apontado no início desta década no país – só não ocorrido de fato por causa da recessão econômica – coloca o segmento diante de novo desafio: retomar os investimentos em tecnologia para se ajustar aos novos processos que tomam conta das fábricas em todo o mundo, com a digitalização e a robotização.
         E nesse momento há duas opções. Correr atrás do que está sendo feito no resto do mundo e consolidar a dependência tecnológica externa da indústria brasileira, ou desenvolver essas tecnologias para agregar eficiência e valor aos processos e produtos fabris made in Brazil.
         Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado recentemente, mostra que 14 setores industriais brasileiros, de um total de 24, estão bastante defasados em relação às tecnologias digitais. Correm sério risco de se tornar ineficientes diante da chamada quarta revolução industrial e arrastar para fora do mercado 40% da produção brasileira.
         Empresários sabem que com importação de tecnologia é possível fazer um up grade nas máquinas e equipamentos em atividade no país e atualizá-los para operar dentro de conceitos como automação e internet das coisas. Mas não o suficiente para digitalizar todo o processo de forma a poder trabalhar com mais eficiência e controle sobre todas as etapas de produção, com o uso de ferramentas como realidade aumentada e inteligência artificial. Hoje, em setores como aeronáutica, telecomunicações e automotivo, essa inserção nas novas tecnologias é mais disseminada, enquanto nas indústrias do vestuário e têxtil essa digitalização de processos ainda é pequena.
         É urgente que iniciativas como a Mobilização Empresarial pela Inovação que reúne cerca de 200 líderes empresariais, sejam base para definição de uma política industrial que privilegie o desenvolvimento de novas tecnologias e conceitos como estratégia para que o país não fique à margem das transformações da quarta revolução industrial. Hoje, segundo o Ministério da Indústria e Comércio, menos de 2% das empresas brasileiras trabalham no conceito da indústria 4.0, enquanto países como Alemanha e Coreia do Sul esse percentual chega a 15%.
         A expectativa é de que neste ano, com saída da economia da sua mais grave crise na história, os investimentos para transformação digital das unidades produtivas no país sejam ampliados. Sinal dado a partir da regulamentação, na semana passada, do Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, instituído com a participação do setor privado. Base para o fomento do desenvolvimento tecnológico, o marco é válido, mas pode esbarrar na falta de uma estratégia de política industrial que comporte todo o setor e não apenas alguns.”.

(MARCÍLIO DE MORAES, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 15 de fevereiro de 2018, caderno ECONOMIA, coluna BRASIL EM FOCO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 20 de fevereiro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de JULIO BEZERRA, sócio da BCG, e que merece igualmente integral transcrição:

“Tecnologia e a desigualdade brasileira
        Em nossos 20 anos de BCG Brasil, vimos uma enorme evolução no mundo da tecnologia. A igualdade em nosso país, porém, progrediu a passos muito mais lentos. Em nossa vida pessoal, a internet e o telefone celular passaram a ser parte essencial de nosso dia a dia. Em nossa vida profissional, vimos computadores se tornarem ferramentas de trabalho amplamente difundidas.
         Apesar de nítido progresso tecnológico, evoluímos a passos muito lentos na redução da desigualdade econômica, que continua sendo um dos principais desafios de nossa sociedade. Além disso, vimos o surgimento de um novo tipo de desigualdade, entre aqueles que têm e os que não têm pleno acesso ao mundo digital.
         A evolução tecnológica tem uma característica exponencial – usamos as ferramentas de hoje para criar as ferramentas de amanhã –, o que torna difícil prever qual será o ambiente tecnológico em 20 anos. Podemos, porém, afirmar com elevado grau de certeza que a tecnologia estará muito mais presente em nossas vidas pessoais e em nossas empresas.
         A futura evolução tecnológica tem potencial de ser muito positiva ou muito negativa para a redução da desigualdade. Um fator que pode tornar o progresso tecnológico um forte elemento de diminuição de desigualdade é o baixo custo marginal de produção e distribuição de bens e serviços digitais. Por exemplo, enquanto um livro físico precisa ser impresso, transportado e vendido em uma loja, a versão eletrônica não tem custo de impressão e pode ser comprado com um clique. A implicação econômica de ter-se um baixo custo marginal é que a relação preço/volume que maximiza o retorno em um mundo digital migra fortemente para menor preço e maior volume, comparado com a equação do mundo físico, o que pode promover uma maior acessibilidade a bens eletrônicos.
         Redes sociais, por exemplo o Facebook e aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, são outros exemplos de redução de desigualdade por meio da tecnologia: o baixo custo de envio virtual de mensagens e de “ligações” por esses aplicativos eliminam a diferença na capacidade de se comunicar entre classes sociais. À medida que, cada vez mais, tudo o que “consumimos” nos chega de forma eletrônica, maior é o potencial de redução de desigualdade oferecido pela tecnologia, mesmo que isso não seja claramente capturado por indicadores econômicos.
Para maximizar o impacto redutor de desigualdade da evolução tecnológica, será crítico promover a expansão da infraestrutura de banda larga e o acesso a smartphones e outros equipamentos de conectividade (confira a publicação 10 Princípios para o Desenho do Novo Modelo Regulatório de Telecomunicações, para uma discussão sobre como universalizar o acesso à banda larga).
Por outro lado, a tecnologia tem potencial para se tornar um grande fator de aumento da desigualdade em decorrência do impacto que ela terá na automação de atividades que hoje são geradoras de emprego. A substituição de postos de trabalho por automação é clara quando pagamos o estacionamento do shopping em um caixa eletrônico. Esse exemplo, porém, é apenas o início da grande onda de automação que novas tecnologias podem gerar. Já estamos muito próximos do dia em que a evolução da inteligência artificial tornará a experiência de um call center automatizado melhor que a de um call center “humano”. A evolução da robótica está, ao mesmo tempo, expandindo drasticamente o que robôs podem fazer e reduzindo seu custo. Mesmo que ainda haja discussão de quanto tempo levará para computadores serem mais “inteligentes” do que nós, não há dúvida que muitos dos postos de trabalho existentes hoje estão fadados à extinção por soluções tecnológicas.
         Para que esse aumento da automação proporcione valor para a sociedade sem gerar maior desigualdade social, será chave prepararmos nossa força de trabalho para realizar tarefas mais complexas, em que a tecnologia seja não um substituto, mas um acelerador de impacto. Para as gerações futuras, o caminho para essa qualificação passa pela educação básica de qualidade, reforçada pela capacitação para o uso de tecnologia. Para a parcela das gerações atuais que não tiveram acesso adequado à educação básica, infelizmente não há solução óbvia que possa ter impacto massivo – o que torna a questão de como recapacitar nossa força de trabalho para o mundo digital um tema crítico para discussão.
         A continuação do progresso tecnológico é uma certeza. Para que esta evolução tecnológica tenha um saldo positivo na redução da desigualdade será necessário que nossa sociedade tome ações rápidas e ambiciosas na promoção da inclusão digital e na educação de nossa futura força de trabalho. Não podemos subestimar o impacto disruptivo da evolução exponencial da tecnologia, sob o risco de ficarmos fadados a ter uma sociedade desigual, muito longe do seu tempo. A hora de agir é agora!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro/2018 a ainda estratosférica marca de 327,92% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 324,70%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,85%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



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