segunda-feira, 19 de março de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DA CREDIBILIDADE NOS VALORES E OS DESAFIOS DAS STARTUPS NA SUSTENTABILIDADE


“Inversão de valores
        Fico imaginando como serão os estudos históricos daqui a uns 300 anos ou mais. O que falarão da nossa época? Que interpretações serão feitas? Quem serão os chamados vencidos e os eminentes vencedores? Como seremos identificados? E mencionados nos anais da história, nas discussões em sala de aula? Como seremos usados como exemplos e ponderações em textos, livros e artigos?
         Parecem simplórias as perguntas, bem como as eventuais respostas, mas será que são mesmo? Num futuro não tão distante, quais as fontes históricas merecerão credibilidade? Até mesmo os indicadores considerados como oficiais, fornecidos por agências ou órgãos governamentais, serão confiáveis e aceitos como portadores do retrato oficial?
         Como o nosso tempo é estranho! Lutamos pela liberdade de expressão, conquistamos oportunidades de ter voz, haja vista as redes sociais; acredito que seja muito mais fácil publicar um livro nos nossos dias do que em épocas passadas; e mesmo assim, que tempo estranho o nosso! Conquistamos os meios e os enchemos de besteiras, mentiras, calúnias, distorções da linguagem para traçar um discurso politicamente correto. Estamos resgatando com excelência e ainda de forma mais elaborada os discursos de muitos gregos antigos que eram reconhecidos como os mestres da enganação e ferrenhamente combatidos pelos filósofos. Aos poucos, muitos de nós, a exemplo dos ludibriadores gregos, estamos nos tornando os reis da falácia, das mentiras com ares de verdade.
         Nossa democracia, por permitir e incentivar a liberdade de expressão (e ainda bem que ela existe), acabou gerando um efeito colateral que pode ser considerado, no mínimo, nocivo para ela mesma, pois nossas falácias proporcionaram uma profunda crise de credibilidade. E dela a inversão dos valores institucionais, onde a própria democracia começa a ser percebida por muitos como algo já ultrapassado ou que não atende mais aos interesses da população.
         A era da transparência, devido aos tantos meios de informação e comunicação, tornou-se a era da crise da credibilidade, pois, infelizmente, não sabemos mais em quem acreditar. As pessoas perderam a credibilidade; os líderes não lideram mais; as instituições, algumas milenares, estão passando por momentos tensos de falta de confiança de muitos de seus seguidores.
         E como combater esse efeito colateral? Seria possível? Complexo demais! Ainda mais quando se trata de um povo que lê pouco, interpreta mal, e entre os poucos que fazem o contrário, muitos são contaminados pela visão de ler sempre os mesmos autores ou aqueles que comungam e defendem suas próprias ideias. Assim nos afastamos do contraditório, da famosa dialética de Platão e vivemos o salve-se quem puder. E a crise da credibilidade a cada dia se agrava mais. Infelizmente!”.

(WALBER GONÇALVES DE SOUZA. Professor, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 7 de março de 2018, caderno OPINIÃO, página 13).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DIEGO FISCHER, CEO da InstaCarro, startup que viabiliza negócios rápidos, seguros, transparentes e com os melhores preços de lojas e concessionárias para quem quer vender o carro, e que merece igualmente integral transcrição:

“Desafios para startups
        Na América Latina, residem as pessoas mais felizes do mundo. Temos times de futebol internacionais dominantes. Mais da metade da população utiliza a internet, um dos maiores usos diários da rede mundial de computadores de todo o mundo. Compreensivelmente, com um número de habitantes maior do que a Rússia e a América combinadas, a América Latina difere em vários pontos em relação aos norte-americanos. E, para ser honesto, se uma startup dos Estados Unidos fosse aberta em nosso ecossistema, ela desmoronaria sob o peso de um mundo muito distinto. Quero ajudá-lo a entender o porquê.
         Altas cargas tributárias: independentemente de sua definição do que é a América Latina (alguns acreditam que Porto Rico faz parte desse continente), a região tem algumas das maiores taxas marginais de imposto corporativo no mundo. Argentina, Suriname, Brasil e Venezuela, todos têm 34% ou mais em impostos. Ou seja, nossos tributos são, em média, naturalmente maiores do que os praticados na América do Norte.
         No Brasil, enfrentamos taxas de juros caóticas – embora a Selic esteja abaixo de 7%, já chegou a atingir 15,4% em 1999 e 14,25% em 2015. Aqui, somos pessoalmente atingidos com um fluxo interminável de impostos para as empresas, fazendo com que os produtos eletrônicos e de consumo sejam tributados, subindo seus preços rapidamente, a exemplo de um PlayStation 4, que custa U$ 1.845!
         É verdade que isso foi o quanto PS4 custrou em 2013, mas a Sony, deliberadamente, começou a fabricar consoles no Brasil para reduzir drasticamente o preço. No entanto, essa prática não é habitual e mostra os desafios que empresas de tecnologia enfrentam na América Latina. Isso significa que não só os impostos sobre o seu negócio são incrivelmente altos, assim como os custos de aquisição de tecnologia. Ou seja, é melhor você estar bem financiado.
         A adoção do consumidor pela tecnologia é mais lenta: apesar de o mercado de smartphones ser o mais rápido de crescimento no mundo, a América Latina sofre com vários tributos de luxo. Por exemplo, um iPhone custa 150% mais na Argentina; um laptop básico no Brasil pode alcançar o valor de US$ 1.400. Isso significa que as empresas que dependem de tecnologia mais nova terão problemas. O ARKit da Apple, por exemplo, pode ser executado em qualquer aparelho depois do iPhone SE. Porém, no Brasil, o iPhone SE de dois anos (que pode ser comprado da Best Buy por US$ 149,99, na América), custa R$ 1.999 – o equivalente a US$ 615.
         Recrutamento é um desafio e os funcionários são caros: a emoção de deixar uma universidade superior como Stanford e ser pago em equidade com a esperança de ótimas oportunidades seria algo considerado, na melhor das hipóteses, um sonho na América Latina. O patrimônio não significa nada aqui – a segurança, sim.
         Em comparação com a consultoria de gestão e os serviços financeiros, carreiras que, naturalmente, decorrem de um bom título universitário, uma startup que oferece uma oportunidade logo depois da universidade não é nada comparada à renda tangível. É uma tendência que muda lentamente, mas, por enquanto, não é possível oferecer equidade ou sonhar com os mais brilhantes e melhores – é preciso oferecer dinheiro.
         E quando você consegue contratar alguém, pelo menos no Brasil, é incrivelmente caro mantê-lo. Os custos de folha de pagamento são pelo menos 68,18% ao mês do salário do empregado. Esse gênio de R$ 90 mil por ano que você acabou de encontrar custou, na realidade, R$ 151.362.
         Abrir uma conta bancária leva meses e o financiamento é uma dor de cabeça: devido a uma alta taxa de fraude, abrir uma conta bancária empresarial, no Brasil, demora cerca de três meses. Sem ela não é possível receber receita. Ou financiamento. Ou muito de qualquer coisa. Isso significa que, mesmo para começar seu negócio, você terá que passar por uma burocracia sem fim e aguardar, formulário após formulário, para provar ao banco que vai dirigir um negócio legal. Isso significa que o início de uma startup começa de uma forma que não pode ser “interrompida” ou “inovada” – estas são as leis, e devemos respeitá-las. E você também, se quiser vender em território nacional.
         Finalmente, quando o empreendedor obtiver receitas com uma empresa, será preciso buscar financiamento. E é aí que o empresário pode bater em uma parede. Como existe uma verdadeira falta de capital de risco latino-americano, e o resto do mundo apenas voltou os olhos para nós recentemente, nos faltam luxos, como rodadas de pontes, e existe uma enorme taxa de mortalidade após a série A para as startups. Na América Latina, quando você tropeça dá para cair muito mais rápido do que em outras regiões do mundo.
         Não estou dizendo que me arrependo. Nosso mercado é fluido, emocionante, surpreendente e podemos atender às necessidades de centenas de milhões de pessoas. É um trabalho árduo, e que gera alguns dos mais interessantes e maravilhosos empresários do mundo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro/2018 a ainda estratosférica marca de 327,92% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 324,70%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em fevereiro, chegou a 2,84%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 517 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.





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