“Empatia – Uma competência no combate à
intolerância
Tenho
notado, de uns tempos para cá, que a ansiedade excessiva no ambiente
profissional vem provocando um fenômeno capaz de acarretar prejuízos nas
relações interpessoais, principalmente entre gestores e subordinados: a baixa
tolerância com o próximo.
Como
conselheiro do Comitê de Relações Humanas da Associação de Marketing
Promocional (Ampro), quero compartilhar este texto que acabo de escrever, para
que todos possamos refletir um pouco sobre o tema e reavaliar a forma como o
mesmo tem sido tratado em nossas organizações.
O
problema tem tornado o ambiente de trabalho cada vez mais pesado e é algo que
diminui a autoestima da equipe, que perde a vontade de atuar de forma
colaborativa. Gestores intolerantes acabam ficando ensimesmados, o que é
negativo para o clima organizacional e pode levar o negócio ao fracasso.
Vivemos
num mundo que não perdoa a perda de tempo, a lentidão e a falta de qualidade.
Em função desses fatores e da pressão natural imposta pela competitividade,
muitas vezes temos um impacto no nosso lado emocional, e nem mesmo percebemos
seus efeitos, que podem nos levar a doenças com a ansiedade.
Claro, não devemos ser
condescendentes com a mediocridade e com a repetição dos erros. Mas temos de
nos lembrar de que quem erra – e mesmo quem age de forma medíocre em algumas
situações – é um ser humano, que deve ser respeitado e tratado com toda a
dignidade.
Cabe
àqueles com melhor preparo apontar o erro e o ato falho, mostrar as
consequências, ajudar a enxergar a falha no processo e até uma eventual falta
de competência. Também devem orientar na melhoria e correção do processo, e no
desenvolvimento pessoal e profissional.
Não cabe
comprometer a imagem do outro ou diminuir sua autoestima. Essas ações são
inadequadas, improprias de um gestor capacitado e vão criar uma distância entre
ele e a equipe – a organização como um todo só tem a perder com isso.
Não que
ser piegas, mas, para que possamos produzir coletivamente com qualidade e
prazer, é necessário gostar de pessoas, gostar de verdade, e não como se fossem
brinquedos ou instrumentos das nossas necessidades. Um colaborador não está
para ajudar seu gestor a conquistar os próprios objetivos individuais – ele faz
parte de um time, atua para o sucesso do negócio (o que, no final das contas,
acaba contribuindo para que todos atinjam suas metas profissionais e pessoais).
De
acordo com a Declaração de Princípios sobre a Tolerância da ONU, tolerar é agir
com respeito, com aceitação e com apreço pela diversidade em todos os seus
âmbitos.
Existem
comportamentos de intolerância que não têm mais espaço nas organizações –
felizmente –, como atitudes racistas, homofóbicas e/ou de violência. Casos
assim devem ser apontados, criticados e eliminados do ambiente profissional – e
receber a devida punição, de acordo com sua gravidade.
No
trabalho e na vida, pratique a empatia – que é a capacidade de se colocar no
lugar do outro. Uma pessoa empática compreende o grau de dificuldade, a
realidade e o sofrimento alheio. Demonstra compaixão, aceitação e age com seu
próximo sem julgamento, transmitindo força e o incentivando a reagir, para
transcender o que afeta ou aflige.
Existem
pessoas com maior propensão à empatia, mas isso não quer dizer que os outros
não possam desenvolvê-la. É uma questão de reflexão e de colocar essa atitude
positiva em prática. Se não for por vocação, que seja porque a empresa espera
isso de você, já que é uma capacidade que contribui para os resultados do
negócio.
Sensibilidade
e compaixão não são deméritos, ao contrário, são competências que devemos
resgatar para ter maior sucesso em nossas relações – na sociedade, na família e
no trabalho.
Portanto,
ouça de forma ativa antes de agir com emoção.
Dê um
tempo, respire e reflita antes de reagir no impulso.
Isso
pode fazer a diferença entre uma boa decisão e um arrependimento.”.
(MARCOS FALCON. Membro do Conselho do Comitê de
Relações Humanas da Associação de Marketing Promocional (Ampro) e sócio-diretor
da Consultoria Datafalcon, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS,
edição de 25 de abril de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo, edição de 17 de março de 2018, mesmo caderno
e página, de autoria de MAURÍCIO ANTÔNIO LOPES, presidente da Embrapa, e
que merece igualmente integral transcrição:
“A contribuição do campo
O
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados
da economia brasileira em 2017, ano que marcou o fim da recessão e a retomada
do crescimento. Os recordes da produção agropecuária, registrados e amplamente
divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), alavancaram o
desempenho do país, com um avanço 13% maior que o registrado em 2016. O campo
contribuiu com 60% do crescimento da economia como um todo, enquanto os
serviços cresceram 0,3% e a indústria permaneceu com os mesmos índices do ano
anterior. Além do maior crescimento registrado desde 1996, os agricultores
garantiram a oferta regular de alimentos à população, o que permitiu reduzir a
inflação. Ao mesmo tempo, aumentaram as exportações, o que colaborou para o
maior saldo comercial da história do país, de US$ 67 bilhões.
As
lavouras e a pecuária provocam uma reação em cadeia e influenciam todo um
sistema de negócios e indústrias, envolvendo fornecedores de insumos e
serviços, a indústria transformadora de alimentos e fibras, o sistema de
armazenamento e transporte, marketing, distribuição, enfim, um complexo de
operações, conhecido como agronegócio, que tem grande impacto na economia. Impossível,
pois, não considerar os imensos efeitos do campo, antes e depois das lavouras e
criações, desde os fabricantes de enorme gama de insumos, máquinas e
equipamentos, até as indústrias de laticínios, bebidas, frigoríficos,
tecelagens, atacadistas, supermercados e distribuidores de frutas e hortaliças
frescas, entre muitos outros.
E convém
destacar que essas atividades, tão importantes para o dia a dia das pessoas,
têm impacto em todo o nosso imenso território. Lubrificam o emprego no campo,
nas cidades e no comércio, nas cidades e no comércio em todos os rincões do
Brasil. E alimentam as exportações, que geram consequências enormes no
desenvolvimento econômico, permitindo financiar o capital da indústria, gerando
divisas que nos possibilitam importar o que não se produz aqui, além de
garantir uma posição de destaque ao Brasil como poderoso provedor de alimentos
para o mundo. A alimentação do povo brasileiro a preços declinantes corresponde
a uma grande transferência de renda para os mais pobres, mantendo a inflação em
queda ou estável, fortalecendo toda a economia.
Ainda
assim, muitos analisam a agropecuária com preconceito. Um grave erro. Potências
econômicas como Estados Unidos, Canadá, Alemanha e França valorizam e protegem
com todos os instrumentos possíveis os setores agrícolas. O fato é que muitos
não percebem os imensos efeitos diretos, indiretos ou induzidos pelo aumento
das atividades econômicas relacionadas ao campo.
Colher,
estocar e processar a safra demandam máquinas sofisticadas, estradas, pontes,
secadores e silos. Comercializar, transportar e transformar os produtos do
campo demandam cooperativas, tradings, navios, trens, caminhões e portos. Isso gera
procura por aço, asfalto, componentes industriais sofisticados e múltiplos
serviços especializados no campo das finanças, do comércio, da gestão de
riscos, da segurança, das comunicações etc. Uma infinidade de efeitos indiretos
e induzidos que, combinados aos efeitos diretos, dão uma melhor dimensão da
real contribuição da agropecuária para a economia do país. Portanto, é fácil
perceber que, sem os efeitos diretos, indiretos e induzidos pela agropecuária,
a economia brasileira teria experimentado significativa queda, em vez de
progresso em 2017.
E à
medida que o campo agrega valor, diversifica e especializa a sua produção, o
potencial de benefícios para a economia e a sociedade cresce ainda mais. O
Brasil já transforma grande parte dos seus grãos em carnes e componentes
industriais, como óleos e amidos. A fruticultura nacional é considerada uma das
mais diversificadas do mundo e, cada vez mais, alcança mercados sofisticados e
rentáveis. Derivados da cana-de-açúcar já podem ser transformados em garrafas
PET, aviões já realizam os primeiros voos comerciais utilizando bioquerosene
como combustível e é crescente a produção de cosméticos, essências, aromas e
sabores diferenciados a partir de nossa biodiversidade.
E é cada
vez mais harmônica a relação entre a produção e o meio ambiente. Ao avaliarmos
a evolução das emissões de gases no período entre 2010 e 2014 (último dado
oficial), a agricultura teve aumento de 4,3%, a despeito do espetacular avanço
do setor. Excetuando mudanças no uso da terra, com redução de 33,2% de
emissões, a agricultura teve melhor desempenho que os setores de energia,
indústria e tratamentos de resíduos. Ao incorporar práticas sustentáveis, o
Brasil já desponta como competidor diferenciado, capaz de produzir, por
exemplo, carne carbono neutro, como recentemente demonstrado pela Embrapa.
Em
momento em que a maioria dos países se debate com o envelhecimento da população
rural e com a baixa atratividade do campo para as novas gerações, o movimento
no Brasil é exatamente o contrário. A agropecuária brasileira atrai cada vez
mais jovens, certos de que vale a pena investir em inteligência e criatividade
voltadas para o mundo da alimentação e da agricultura. São inúmeros os exemplos
de startups e de jovens empreendedores que buscam atender produtores cada vez
mais ávidos em busca do novo. Assim, o campo contribui para a construção de um
conceito de país contemporâneo, focado no uso inteligente dos nossos recursos
naturais, na produção sustentável e no bem-estar da população brasileira.”.
Eis, portanto, mais
páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que
acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de
valores –, para a imperiosa e
urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a
efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a) a excelência
educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade...);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda
estratosférica marca de 298,57% nos últimos
doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos
323,31%; e já o IPCA, em maio, também no acumulado dos últimos doze meses,
chegou a 4,66%); II – a corrupção, há
séculos, na mais perversa promiscuidade
– “dinheiro público versus
interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e
comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador
chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela
trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é
que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter
transnacional; eis, portanto, que todos
os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos,
pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina,
fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso
patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas
modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente
irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na
Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das
empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da
União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão
Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de
juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica,
previsão de R$ 758,672 bilhões), a
exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e
ainda a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade
de nossas instituições, negligenciando a justiça,
a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos,
gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande
cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o
nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!
“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público
(1961 – 2019)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas
defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.