“O
professor na sociedade contemporânea
Um dos conceitos mais
sublimes para o ser humano é o de nação. Entender ou assimilar o conceito de
nação é de grande importância para se fazer qualquer estudo acerca do
relacionamento humano com seu semelhante. O conceito de nação remete ao
conceito de aldeia, de família. Uma nação deve ser entendida como uma grande
família.
No
contexto das características que identificam certa nação, existem princípios e
valores que implicam a ética estabelecida pelos seus integrantes, pois tais
princípios e valores constituem a cultura da população ou de forma mais
abrangente, de uma nação.
Numa
nação existem personalidades de destaque, de acordo com sua ética, de acordo
com suas tradições, legadas por sucessivas gerações, e entre estes personagens
está o professor. O professor, um personagem marcante, reconhecido como
indispensável e de grande valor. Não se conhece cultura que tenha prescindido
da figura do orientador, do mestre, do guia, do professor.
Não
obstante a palavra professor tenha sua etimologia restrita ao ato de professar,
o professor pleno, na verdade, além de alguém que professa conhecimento, é,
sobretudo, um educador e um “ensinante”, como dizia a professora argentina
Alícia Fernandes (1946-2015).
Diante
dessa realidade, ser professor é atuar com nobreza junto aos diferentes
componentes de uma nação. Ser professor é um ato social, de elevada e
distinguida responsabilidade, é ser protagonista onde quer que esteja.
Em
qualquer circunstância, pode-se ver que poucos se lembram de seu pediatra ou de
seu dentista da infância, mas, certamente, todos se lembram de seus
professores, um a um, nome a nome, disciplina por disciplina. Por quê? Porque o
professor é protagonista, é uma figura que se destaca, é sua marca que fica
registrada.
Todavia,
por uma série de razões, algumas pessoas alegam que nos dias atuais o professor
não é mais tão respeitado como em épocas passadas, que o professor não é mais
tão reconhecido ou valorizado, e é nesse sentido que se exige uma reflexão.
Mesmo
que haja um menor reconhecimento ou um menor valor atribuído à figura do
professor, certamente, ninguém é capaz de dizer que é menos importante hoje que
em outras épocas.
Portanto,
o professor continua a ser protagonista na sociedade, o professor continua a
ser indispensável.
O que
se pede aos responsáveis pela condução de uma nação é que não se esqueçam dessa
importância do professor, que não se esqueçam de que o professor deve estar
preparado para atender às necessidades que lhe são apresentadas em universo de
ação e que, para tanto, o professor deve ser o elemento de uma sociedade que
deve gozar do mais alto prestígio, uma vez que, ao lado dos pais e da família,
é ele quem participa de forma distinguida da formação de uma cidadão. Ser
professor é muito bom! Ser professor é ser imortal!”.
(ÍTALO
FRANCISCO CURCIO. Pedagogo, doutor e pós-doutor em educação, e orientador
do curso de pedagogia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em artigo
publicado no jornal ESTADO DE MINAS,
edição de 18 de outubro de 2018, caderno OPINIÃO,
página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de MAURÍCIO
ANTÔNIO LOPES, presidente da Embrapa, e que merece igualmente integral
transcrição:
“O
Estado empreendedor e a sustentabilidade
Neste momento em que
muito se debate o papel do Estado no desenvolvimento sustentável, é muito
simbólico o anúncio do Prêmio Nobel de Economia de 2018, compartilhado por dois
cientistas americanos. Paul Romer e William Nordhaus foram reconhecidos por
integrar, de forma independente, inovações tecnológicas e mudança climática às
análises macroeconômicas de longo prazo. Muitos podem estranhar que o prêmio
tenha sido concedido a estudos aparentemente não relacionados, mas uma análise
cuidadosa mostrará que, em conjunto, eles contribuem para o tratamento de um
dilema bastante contemporâneo: como mobilizar inovações que impulsionem o
crescimento econômico e, ao mesmo tempo, ajudem a conter os riscos à
sustentabilidade – em especial aqueles decorrentes das mudanças climáticas.
William
Nordhaus ficou famoso por desenvolver estudos e modelos que propõem taxações
sobre a emissão de dióxido de carbono, um gás de efeito estufa emitido quando
combustíveis fósseis são queimados. Segundo ele, o imposto faria os poluidores
pagarem pelos danos que a emissão desses gases causa à sociedade e incentivaria
as empresas a buscar formas inovadoras de reduzir a poluição. Aí há uma conexão
com o trabalho de Paul Romer, que se dedicou a estudar a forma como as
inovações impulsionam a prosperidade e de que maneira as nações podem
incentivá-las. Joshua Gans, economista da Universidade de Toronto, interpretou
bem como os trabalhos de Nordhaus e
Romer se conectam e estão em sinergia: no caso das mudanças climáticas,
“estimando os custos da inação”, e no caso da inovação, “estimando os
benefícios da ação”.
De
fato, os custos das emissões de gases de efeito estufa para a sociedade são
altos e mais altos ficarão se não houver uma ação concreta para contê-las. Mas
tentar tratar o problema da proteção ao meio ambiente de forma isolada pode
significar impor ao sistema econômico dominante enormes custos e sacrifícios,
tornando a missão tão difícil a ponto de muitos preferirem ignorá-la, ou até
mesmo negar a existência do problema, como tem acontecido. Por sua vez,
conhecendo e dimensionando o problema, nações podem se dedicar a formular e
implementar políticas públicas e estímulos que levem ao surgimento de novas
ideias e abordagens para fazer crescer a economia e, ao mesmo tempo, proteger o
ambiente. Portanto, o grande mérito do Nobel de Economia de 2018 é mostrar como
uma contabilidade cuidadosa das forças econômicas pode indicar caminhos
interessantes para a superação de problemas considerados intratáveis.
O
Nobel de Economia deste ano estimula um olhar cuidadoso ao conceito de “Estado
empreendedor”, proposto pela economista ítalo-britânica Mariana Mazzucato, que
defende que o investimento público persistente é um requisito fundamental para
a inovação na sociedade. A autora refuta a visão de o Estado não tem papel
relevante a desempenhar no mundo da inovação, e demonstra que o setor privado
estará mais propenso a investir, uma vez que o Estado empreendedor tenha feito
investimentos mais ousados e de maior risco. E esse parece ser exatamente o
caminho para a construção de um futuro sustentável, com um modelo de criação de
valor determinado por políticas públicas e investimentos estruturantes focados
em crescimento econômico inclusivo e sustentável liderado pela inovação.
O
interessante é que em meio a todo o pessimismo associado à nossa persistente
crise política e econômica, muitos não percebem, e pouco se fala, que o Brasil
tem exemplos muito bem-sucedidos do Estado empreendedor, estimulando o desenvolvimento
sustentável. O investimento público em pesquisa agropecuária, conjugado a
políticas de estímulo e suporte adequado, deu ao Brasil a segurança alimentar e
o projetou como grande exportador de alimentos em apenas quatro décadas. Nesse
caso, a ação do Estado, à semelhança de uma “locomotiva limpa-trilhos”, fez com
que o mercado funcionasse bem, estimulando as empresas a criar e adotar
inovações que permitiram ao Brasil dispor da agricultura tropical mais avançada
do mundo.
Em
função de investimentos públicos em inovação e políticas públicas adequadas, é
cada vez mais harmônica a relação entre a produção agropecuária e o meio
ambiente no Brasil. O país conta com uma das leis ambientais mais ousadas e
sofisticadas do mundo – o Código Florestal –, além de arrojada política pública
de descarbonização da agricultura –, com estímulos à incorporação de inovações
tecnológicas para a recuperação de áreas degradadas, que são fortes emissoras
de carbono, além de diversas tecnologias que reduzem a emissão de gases e fixam
carbono em florestas ou no solo. Ao incorporar tais práticas sustentáveis, o
Brasil já desponta como um competidor diferenciado, capaz de produzir, por
exemplo, carne com emissão zero de carbono, conforme recentemente demonstrado
pela Embrapa.
Portanto,
a agricultura brasileira expõe de forma inequívoca quão merecida foi a
premiação do Nobel de Economia de 2018. Aqui, a ação do Estado empreendedor,
organizando o segmento de inovação e viabilizando políticas e investimentos
estruturantes, feitos de maneira correta, conseguiu produzir crescimento
econômico consistente a partir do campo. E, além dos avanços que nos deram
segurança alimentar e capacidade exportadora, o Brasil construiu um arcabouço
de políticas de proteção ao meio ambiente, com estímulo à incorporação de
conhecimento e tecnologias, que não só reduzem as emissões de gases de efeito
estufa, mas também contribuem para fixar carbono emitido por outros setores da
economia.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas
abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa
história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de
274,0% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial se manteve em históricos 303,19%; e já o IPCA, em
setembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,53%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis
perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas
Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos
os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune
à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais.
De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e
do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de
burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar
uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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